1 rÍdacÇao, administraÇÃo e typographia...notável entre os mais notáveis, joão p into ribei...

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I ANNO DOMINGO, 1 DE DEZEMBRO DE 1901 m N.° 2 0 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA Assignatnra Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado Na cobrança pelo correio, accresce o premio do vale. K Avulso, no dia da publicação, 20 réis. EDITOR — Jose Augusto Saloio .1 RÍDACÇAO, ADMINISTRAÇÃO E TYPOGRAPHIA || Pultlica^ócs Annuncios—-i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintets* 20 réis. Annuncios na 4.^ pagina, contracto esp:cial. Os auto- ÍIV Íl I RUA DE JOSÉ MARIA DOS SANTOS grapho™ n^m mq“er f 7 ou ^ p“bKca,?0S* = ALDEGALLEGA h PROPRIETÁRIO -----JúSC AllgllSlO SãiOlO e x p e d ie n t e Acceitam-se com grati dão quaesquer noticias que sejam de interesse publico. REVOLUÇÃO DE 16401 0 homem, apparecen- do na terra, contem plou extasiado os milhões de mundos que povoam o infinito, e viu que a pala vra liberdade é o mote es- cripto em cada um d’elles. Livres scintillam as es- trellas e deslisa a lua no chão azul dos céus; livres correm os ventos e as bri sas nas regiões da atmos- phera; livres voam os pas sarinhos soltando gorgeios e trinados; livres murmu ram os rios banhando e fer- tilisando os campos; livres rugem as vagas avoluman do-se, encapellando-se, abraçando-se, despedaçan- do-se, espumando e beijan do as areias da praia;— e o homem, que occupa um logar proeminente na es cala da creação; o homem, que pela intelligencia do mina o raio, vence a fera e estuda os segredos da na tureza; o homem que tem por habitação o globo ter ráqueo e por docel dessa habitação o firmamento constellado de vivíssimas lantejoilas; o homem, que é um mundo pequeno pe las suas dimensões appa^ rentes, mas grande, enor me, pela luz da sua intelle- ctualidade; o homem, como os outros mundos, é livre como o pensamento, ima gem fugitiva da sua intelli gencia; é livre como o es voaçar das aves pairando naatmosphera; é livre con templando tudo desde o atomo até á constellação. A liberdade do homem, porém, tem limites bem as- signalados. E assim como os mundos cosmicos têem as leis immutaveis da natu reza que os regem? e em virtude das quaes não po dem invadir-se mutuamen te nas suas respectivas or bitas; assim a liberdade do homem deve ser subordi nada á lei moral, e limitada pela esphera do direito dos seus similhantes. Nem o decorrer dos sé culos nem o camartello das revoluções têem podido ex tinguir esse ideal sublime, que se chama liberdade, porque se ella hoje mergu lha em mar de injustiças e de desgostos, surge ama nhã em mar de rosas, como a flor aberta á luz do sol nascente sorri á luz do dia, meiga, candida, esplendi- dissima. E’ sempre forte, embora pequeno, aquelle que á sombra da lei invoca o direito pedindo justiça: foi forte Portugal, como o tem sido sempre, arran cando-se ao jugo castelha no, que por espaço de ses senta annos eclipsou a sua liberdade. Forte nas suas conquis tas, forte nos seus desco brimentos, forte na littera- tura e nas sciencias, forte devia ser tambem, como realmente foi, na revolução de 1640. Dentro da patria, e sem patria, vimos decor rer o periodo de sessenta annos, presenceámos du rante esse periodo as op- pressões que irritam, as an gustias que definham, as lamentações que conster nam até que por fim rei vindicámos o nosso direito proclamando a liberdade. Quarenta conspiradores, no dia i.° de dezembro de 1640, em Lisboa, dispõem- se a travar a lueta com os castelhanos, lueta renhidis- sima, em que se provou mais uma.vez que não ti nham esmorecido as glo riosas tradicções das victo- rias alcançadas pelos por- tuguezes, e que em cada bom patriota palpita a alma da patria, como em cada gotta de orvalho existe to da a essencia da agua. Es ses quarenta homens con tra um colosso tão extraor- dinario, travaram a lueta e venceram, nesse dia i.° de dezembro de 1640, dia me morando e celeberrimo que está escripto com lettras de oiro nas paginas da nossa historia. Notável entre os mais notáveis, João P into Ribei ro, a alma da conspiração, apparecendo em toda a par te, a todos anima, enthu- siasma, incita; os conjura- dosatacam resistentemente e persistentemente os cas telhanos, e ao fim de pou cas horas terminou a lueta que fez baquear um throno e erigir outro em que veio sentar-se D. João vi, então acclamado rei de Portugal. A Hespanha actual não é solidaria nos infortúnios de que fomos victimas du rante esse luetuoso periodo de sessenta annos decorri dos desde i 58o até 1640, por isso não é por odio nem por malquerenças a essa nação visinha que nós re memoramos a revolução de 1640; é, sim, para ma nifestarmos o jubilo intimo que desperta em nosso es pirito esse triumpho ex- traordinario, de que renas ceu a luz da nossa liberda de, e para patentearmos o amor ardente e inolvidável que temos á nossa tão que rida patria! M endes P inheiro O MUNDO De grandes males enfer ma a sociedade actual, para os quaes será difficil encon trar o verdadeiro remedio emquanto todos os homens não se compenetrarem de que devem auxiliar-se uns aos outros e que ninguém pode ter direitos sem ter egualmente deveres. O mundo está apresen tando o aspecto de um enorme hospital de doidos onde se encontram todas as baixezas, todas as ver gonhas, todas as misérias. Para se apresentarem ves tidos luxuosamente prati cam homens e mulheres os actos mais censuráveis, avil tam-se, rebaixam a própria dignidade; o luxo, que é a suprema ambição de tanta gente, conduz ao abysmo da vergonha centenas de familias a quem essa febre j estonteadora faz perder as mais pequenas noções da honra e do pundonor. Apre sentar-se bem vestido, des lumbrar os outros com o brilhantismo da sua appa- rencia, é hoje a idéa fixa daquelles que ganham pou co e que não podem equi- parar-se aos protegidos da sorte. Não podem equiparar-se é um modo de dizer. To dos teem direito ao seu quinhão no mundo; a terra não é de meia duzia de pri vilegiados; deve ser de to dos; foi uma herança lega da á humanidade e mono- polisada pelos que tinham o predomínio da força. O rude aldeão que está ca vando a terra tem nas veias sangue egual ao do pode roso fidalgo que lhe arren da os seus terrenos; no dia em que os pequenos tive rem a comprehensão da sua força, perceberem o que são e o que valem, ai dos grandes! terão que pa gar com lagrimas de san gue as horas magnificas que estão passando nas grandezas do luxo e da opu lência. O Evangelho, a lei subli me de Jesus, o mais bello e o mais santo dos codigos, exalta os pequenos e os hu mildes. Nelle deviam bus car-se todas as leis que re gem a humanidade; os ho mens, que deviam ser ir mãos, são algozes uns dos outros; existe ainda no mundo a odiosa lei da pe na de morte, a lei execravel que vae punir um crime com outro crime; e ha homens que têem o arrojo de assignar, de, com um simples traço de penna, riscarem da lista dos hu manos um ente egual a el les, um ser vivente, um seu irmão! Fratricidas malditos sem consciência, peores que as próprias feras! Deitar abaixo as prisões e construir escolas seria a fórma de acabar com tan tas vergonhas e tantas mi sérias que se apresentam no mundo. A instrucção impediria muitos crimes; indo levar a luz aos cere- bros obtusos, faria dos cri minosos cidadãos prestá veis ao seu paiz e até á hu manidade. Um homem que mata outro é preso, condemnado como assassino e seques trado da sociedade; um homem que assigna a de claração de guerra de uma nação a outra é um Diplo mata de alto valor. O pri meiro matou, num accesso de desvario, o segundo, fria, serenamente, sem lhe tremer a mão ao commet- ter esse acto, levou ao cam po da batalha, a esse açou gue de carne humana, mi lhares de indivíduos que vão combater, ao mando dos seus superiores, com homens a quem nunca vi ram, a quem não conhe cem, de quem nunca tive ram a mínima offensa. E ficam innumeras familias na viuvez e na orphandade porque um grande poten tado entendeu, na sua alta sabedoria, que havia de sa tisfazer um capricho, fazer dobrar outra nação deante da sua vontade inquebran tável ! Isto é mais que vergo nhoso. E não ha quem po nha cobro a tantas vergo nhas, a tantas infamias! A lei da egualdade, a maior de todas as leis, a que não quer oppressores nem opprimidos, a que col- loca todos 110 mesmo ni- vel, a que não consente que os pequenos dêem o seu suor, o seu sangue, aos grandes espoliadores, é tra tada de alto com soberano desprezo. Pois ha de ser eila a lei do mundo, por ella é que hão de reger-se todas as nações, é a que ha de imperar em todas as consciências. Trabalhemos todos pára conseguir esse maravilhoso ideal; mas trabalhemos com todas as nossas forças, demos-lhe o nosso alento, a nossa energia, a nossa actividade. Acabemos com as luetas intestinas que desvastam o mundo; abri guemo-nos sob a mesma bandeira, a que tem por lemma! Não mais deveres sem direitos, não mais di reitos sem deveres! J oaquim dos A njos

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Page 1: 1 RÍDACÇAO, ADMINISTRAÇÃO E TYPOGRAPHIA...Notável entre os mais notáveis, João P into Ribei ro, a alma da conspiração, apparecendo em toda a par te, a todos anima, enthu-

I A N N O DOMINGO, 1 DE DEZEMBRO DE 1901

m

N.° 2 0

S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

A ssign atn raAnno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado Na cobrança pelo correio, accresce o premio do vale. KAvulso, no dia da publicação, 20 réis. “

EDITOR— Jose Augusto Saloio

. 1 R Í D A C Ç A O , A D MI N I S T R A Ç Ã O E T Y P O G R A P H I A || Pultlica^ócsií Annuncios—-i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintets*

20 réis. Annuncios na 4. ̂ pagina, contracto esp:cial. Os auto-ÍIVÍlI RUA DE JOSÉ MARIA DOS SANTOS grapho™ n ^ m m q“er f 7 ou ^ p“bKca,?0S*

= ALDEGALLEGA h P R O P R I E T Á R I O -----J ú S C A l l g l l S l O S ã i O l O

e x p e d i e n t e

A cceitam -se com g r a ti­dão q u aesq u er n o tic ia s qu e sejam de in te r e s s e p u b lico .

REVOLUÇÃO DE 1 6 4 0 1

0 homem, apparecen- do na terra, contem­

plou extasiado os milhões de mundos que povoam o infinito, e viu que a pala­vra liberdade é o mote es- cripto em cada um d’elles.

Livres scintillam as es- trellas e deslisa a lua no chão azul dos céus; livres correm os ventos e as bri­sas nas regiões da atmos- phera; livres voam os pas­sarinhos soltando gorgeios e trinados; livres murmu­ram os rios banhando e fer- tilisando os campos; livres rugem as vagas avoluman­do-se, encapellando-se, abraçando-se, despedaçan- do-se, espumando e beijan­do as areias da praia;— e o homem, que occupa um logar proeminente na es­cala da creação; o homem, que pela intelligencia do­mina o raio, vence a fera e estuda os segredos da na­tureza; o homem que tem por habitação o globo ter­ráqueo e por docel dessa habitação o firmamento constellado de vivíssimas lantejoilas; o homem, que é um mundo pequeno pe­las suas dimensões appa ̂rentes, mas grande, enor­me, pela luz da sua intelle- ctualidade; o homem, como os outros mundos, é livre como o pensamento, ima­gem fugitiva da sua intelli­gencia; é livre como o es­voaçar das aves pairando naatmosphera; é livre con­templando tudo desde o atomo até á constellação.

A liberdade do homem, porém, tem limites bem as- signalados. E assim como os mundos cosmicos têem as leis immutaveis da natu­reza que os regem? e em

virtude das quaes não po­dem invadir-se mutuamen­te nas suas respectivas or­bitas; assim a liberdade do homem deve ser subordi­nada á lei moral, e limitada pela esphera do direito dos seus similhantes.

Nem o decorrer dos sé­culos nem o camartello das revoluções têem podido ex­tinguir esse ideal sublime, que se chama liberdade, porque se ella hoje mergu­lha em mar de injustiças e de desgostos, surge ama­nhã em mar de rosas, como a flor aberta á luz do sol nascente sorri á luz do dia, meiga, candida, esplendi- dissima. E’ sempre forte, embora pequeno, aquelle que á sombra da lei invoca o direito pedindo justiça: foi forte Portugal, como o tem sido sempre, arran­cando-se ao jugo castelha­no, que por espaço de ses­senta annos eclipsou a sua liberdade.

Forte nas suas conquis­tas, forte nos seus desco­brimentos, forte na littera- tura e nas sciencias, forte devia ser tambem, como realmente foi, na revolução de 1640. Dentro da patria, e sem patria, vimos decor­rer o periodo de sessenta annos, presenceámos du­rante esse periodo as op- pressões que irritam, as an­gustias que definham, as lamentações que conster­nam até que por fim rei­vindicámos o nosso direito proclamando a liberdade. Quarenta conspiradores, no dia i.° de dezembro de 1640, em Lisboa, dispõem- se a travar a lueta com os castelhanos, lueta renhidis- sima, em que se provou mais uma.vez que não ti­nham esmorecido as glo­riosas tradicções das victo- rias alcançadas pelos por- tuguezes, e que em cada bom patriota palpita a alma da patria, como em cada gotta de orvalho existe to­da a essencia da agua. Es­ses quarenta homens con­tra um colosso tão extraor- dinario, travaram a lueta e venceram, nesse dia i.° de dezembro de 1640, dia me­morando e celeberrimo que está escripto com lettras de

oiro nas paginas da nossa historia.

Notável entre os mais notáveis, João P into Ribei­ro, a alma da conspiração, apparecendo em toda a par­te, a todos anima, enthu- siasma, incita; os conjura- dosatacam resistentemente e persistentemente os cas­telhanos, e ao fim de pou­cas horas terminou a lueta que fez baquear um throno e erigir outro em que veio sentar-se D. João vi, então acclamado rei de Portugal.

A Hespanha actual não é solidaria nos infortúnios de que fomos victimas du­rante esse luetuoso periodo de sessenta annos decorri­dos desde i 58o até 1640, por isso não é por odio nem por malquerenças a essa nação visinha que nós re­memoramos a revolução de 1640; é, sim, para ma­nifestarmos o jubilo intimo que desperta em nosso es­pirito esse triumpho ex- traordinario, de que renas­ceu a luz da nossa liberda­de, e para patentearmos o amor ardente e inolvidável que temos á nossa tão que­rida patria!

M e n d e s P i n h e i r o

O MUNDODe grandes males enfer­

ma a sociedade actual, para os quaes será difficil encon­trar o verdadeiro remedio emquanto todos os homens não se compenetrarem de que devem auxiliar-se uns aos outros e que ninguém pode ter direitos sem ter egualmente deveres.

O mundo está apresen­tando o aspecto de um enorme hospital de doidos onde se encontram todas as baixezas, todas as ver­gonhas, todas as misérias. Para se apresentarem ves­tidos luxuosamente prati­cam homens e mulheres os actos mais censuráveis, avil­tam-se, rebaixam a própria dignidade; o luxo, que é a suprema ambição de tanta gente, conduz ao abysmo da vergonha centenas de familias a quem essa febre

j estonteadora faz perder as mais pequenas noções da honra e do pundonor. Apre sentar-se bem vestido, des­lumbrar os outros com o brilhantismo da sua appa- rencia, é hoje a idéa fixa daquelles que ganham pou­co e que não podem equi- parar-se aos protegidos da sorte.

Não podem equiparar-se é um modo de dizer. To­dos teem direito ao seu quinhão no mundo; a terra não é de meia duzia de pri­vilegiados; deve ser de to­dos; foi uma herança lega­da á humanidade e mono- polisada pelos que tinham o predomínio da força. O rude aldeão que está ca­vando a terra tem nas veias sangue egual ao do pode­roso fidalgo que lhe arren­da os seus terrenos; no dia em que os pequenos tive­rem a comprehensão da sua força, perceberem o que são e o que valem, ai dos grandes! terão que pa­gar com lagrimas de san­gue as horas magnificas que estão passando nas grandezas do luxo e da opu­lência.

O Evangelho, a lei subli­me de Jesus, o mais bello e o mais santo dos codigos, exalta os pequenos e os hu­mildes. Nelle deviam bus­car-se todas as leis que re­gem a humanidade; os ho­mens, que deviam ser ir­mãos, são algozes uns dos outros; existe ainda no mundo a odiosa lei da pe­na de morte, a lei execravel que vae punir um crime com outro crime; e ha homens que têem o arrojo de assignar, de, com um simples traço de penna, riscarem da lista dos hu­manos um ente egual a el­les, um ser vivente, um seu irmão! Fratricidas malditos sem consciência, peores que as próprias feras!

Deitar abaixo as prisões e construir escolas seria a fórma de acabar com tan­tas vergonhas e tantas mi­sérias que se apresentam no mundo. A instrucção impediria muitos crimes; indo levar a luz aos cere- bros obtusos, faria dos cri­minosos cidadãos prestá­

veis ao seu paiz e até á hu­manidade.

Um homem que mata outro é preso, condemnado como assassino e seques­trado da sociedade; um homem que assigna a de­claração de guerra de uma nação a outra é um Diplo­mata de alto valor. O pri­meiro matou, num accesso de desvario, o segundo, fria, serenamente, sem lhe tremer a mão ao commet- ter esse acto, levou ao cam­po da batalha, a esse açou­gue de carne humana, mi­lhares de indivíduos que vão combater, ao mando dos seus superiores, com homens a quem nunca vi­ram, a quem não conhe­cem, de quem nunca tive­ram a mínima offensa. E ficam innumeras familias na viuvez e na orphandade porque um grande poten­tado entendeu, na sua alta sabedoria, que havia de sa­tisfazer um capricho, fazer dobrar outra nação deante da sua vontade inquebran­tável !

Isto é mais que vergo­nhoso. E não ha quem po­nha cobro a tantas vergo­nhas, a tantas infamias!

A lei da egualdade, a maior de todas as leis, a que não quer oppressores nem opprimidos, a que col- loca todos 110 mesmo ni- vel, a que não consente que os pequenos dêem o seu suor, o seu sangue, aos grandes espoliadores, é tra­tada de alto com soberano desprezo. Pois ha de ser eila a lei do mundo, por ella é que hão de reger-se todas as nações, é a que ha de imperar em todas as consciências.

Trabalhemos todos pára conseguir esse maravilhoso ideal; mas trabalhemos com todas as nossas forças, demos-lhe o nosso alento, a nossa energia, a nossa actividade. Acabemos com as luetas intestinas que desvastam o mundo; abri­guemo-nos sob a mesma bandeira, a que tem por lemma! Não mais deveres sem direitos, não mais di­reitos sem deveres!

J o a q u im d o s A n j o s

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O DOMINGO

K ILLUSTRACÃO DO POYO

Nenhum serviço maior se pode fazer a um povo do que educar-lhe a juven­tude.

A educação é a base es­sencial da sociedade. Sem ella não pode haver pro­gresso, não pode haver li­berdade, não podem haver melhoramentos.

Em todos os systemas a educação é boa; mas no representativo é indispen­sável.

Nós desejamos, pois, a ii- lustração dos povos, pro- movel-a, censuramos os que a descuram, cremos que as cousas irão melhor quando todos comprehen- derem os seus deveres, jul­gamos possivel o melhora­mento; mas não julgamos facil a realisação do nosso desejo na extensão a que o querem fazer chegar; e quando todo o povo fosse instruido, e a sociedade melhor educada, nem assim esperavamos que o erro desapparecesse, que as pai­xões dessem o seu logar á rasão, e que a verdade ob­tivesse sempre um seguro triumpho.

Não se pense com isto que descremos do genero humano e do seu futuro. Nada d’isso. Cremos na sua perfectibilidade; mas não descremos do presente.

Temos todos defeitos, to­dos commettemos erros; mas já houve mais, e não esperamos situação em que não os haja.

Dizem: o povo é igno­rante, e por isso erra. O povo não tem illustracão, e não pode por isso exer­cer convenientemente os direitos politicos, as fun- cções administrativas, nem o honroso cargo de jurado.

Esta proposição tem al­guma cousa de verdade e alguma cousa de exaggero.

Não ha duvida que a igno- rancia é uma das fontes dos nossos erros; mas não é a unica.

Não se pode dizer que a Universidade, que as esco­las, que os corpos scientifi-

cos sejam ignorantes, e comtudo nós vemol-os to­dos os dias arguidos de graves erros.

Não se pode dizer que ao corpo da nossa magis­tratura faltam habilitações, e nós estamos, comtudo, saturados de ouvir a nar­ração das suas decisões in­justas.

Não se pode dizer qu nas nossas assembléas po­líticas escasseie a illustracão e o talento, e nós vemol-as não só divididas entre si, havendo intelligencia con tra intelligencia, saber con­tra saber, porém contraria das nas suas decisões por espiritos elevados que teem voto preponderante nas cousas publicas.

Que prova tudo isto?Prova que a imperfeição

é inherente á natureza hu­mana, que sempre ha de haver erros, que são uma enfermidade moral, assim como ha de haver enfermi­dades physicas; e d’esta ne­cessidade fatal conclue-se que somos injustos quando julgamos que o povo é in­capaz de exercer os seus direitos, que é illegitima por isso, ou pelo menos in­conveniente, a sua inter­venção nos negocios públi­cos emquanto não formais illustrado, porque se o po vo erra é porque está su­jeito ás paixões que o des vairam, como estão os que, nesta occupação, não são povo, e quando o erro é apanagio de todos não de­vemos condemnar os que teem alguma desculpa, quando os que se julgam superiores em illustracão não se mostram mais isem- ptos do peccado, sendo a sua illustracão uma circum- stancia aggravante.

Visconde de S. João Neponuiccno

(Do «Jornal Saloio»)

A a n iv e rs a r io

Completou no dia 25 do mez passado mais um an­niversario natalicio o nosso amigo Manuel Mira. Os nossos sinceros Parabéns.

Q Q F R E 0 © P É R O L A S

D U A S E S T R E L L A SA * * *

Na grande altura do céo, Onde ha nuvens côr de rosa, Duas estreHas havia.Qual d'ellas a mais formosa.

A ’ lua rau ava inveja O seu intenso brilhar; Distantes uma da oitra, ' Viviam só de se olhar.

Quando a noite desdobrava Seu manto no firmamento.’ Trocavam hymnos d'amor Por sobre as azas do vento.

Nos longos plainos do azul Erravam, sempre a fulgir... Quando as duas se fitavam, Viam-se os astros sorrir.

Um dia, a estrella formosa Quiz ir á terra mostrar Os seus encantos immensos, Para os mortaes fascinar.

Ouviu-se entáo um tal grito He lastimosa agonia Que até a fa.ce brilhante Velou o astro do dia.

Pensou a estrella vaidosa Na estrella do seu am or...Ergueu os olhos ao céo E vi :-a morta Je dor!

J o a q u im d o s A n jo s

i i i i i i i i i i i i f i i iH i i i i i i i i im i im im ii i i i i i i i

D E R E L A N C EIDo hespnnhol,

Passou, encantadora e deslumbrante, Qual astro que percorre o céo fulgente, E cravou em meus olhos fascinados A pupila fugaz, qual raio ardente.

Logo baixou a vista; as lindas faces Cobriram-se de súbito ru b o r...Temia a meiga rosa pudibunda O fogo dum desejo abrasador

JOAQUIM DOS ANJOS

PENSAMENTOS

O amor é o mediador do mundo e o redemptor de todas as raças humanas. — Michelet.

— Os viajantes são os livros dos convalescentes; em­balam docemente o leitor.— D’Alembert.

— A musica é o mais caro de todos os ruidos.— Th. Gautier.

— A historia do mundo é a recopilação das loucuras dos homens.

A N E C D O T A S

Uma infeliz esposa, depois duma triste experiencia de casamento, requer a separação.

0 Jm \ observa-lhe:— Mas seu marido estimava-a tanto ...— E ' verdade, sr. jui~v mas mudaram-se os tempos.

IJantes quando me via, era o coração delle que batia, agora é um marmelleiro.

Um estudante de Coimbra telegraphou ao pae nos se­guintes termos:

« Fiz acto, fiquei approvado, parto Caneçasn.O telegraphista expediu o telegramma deste modo:« Fiz fato, ficou apertado, parti cabeça».Calcule-se a afflicção do pobre pae!

ftarllh os Ciraudes

Visitamos no dia 25, pr0 ximo passado, a casa 4 Sociedade Phylarmonica União e Trabaího de Sarj, lhos Grandes, a convite do seu digníssimo mestre, c nosso amigo sr. Constan. cio Maria da Silva. Agra. dou-nos o aspecto do edifi. cio, propriedade do sr. Se vero da Silva Firmino, ( visitando-o, vimos uma bi\ la sala e alguns gabinetes

A sala está guarnecida por diversos quadros, boi dados a matiz, a missanga e a ouro, feitos por me ninas das mais importante familias da localidade.

Ficamos penhorados pela fórma amabilissima do sr, Constancio Maria da Silva, e daqui lhe enviamos os nossos agradecimentos.

Consta-nos que no pro ximo anno se realisará a inauguração dum coreto de ferro por subscrição, entre as pessoas mais gra­das dalli.

Theatro Heinlashi

Realisou-se na quinta-fei- ra ultima o benelicio dos distinctos artistas, D. Elvi- ra Coelho e Ribeiro da Costa.

Esta festa foi dedicada ás illustres classes commer ciai e industrial d’esta villa.

Sobiu á scena o seguin-| te espectáculo: Tasso no\ hospital dos doidos, poesia J a comedia em um acto, At. protectora danimaes, Um acto, genero de Folies Bér- gére e a operetta .4 bexi- gada aos tres bilontras, fina- lisando o espectáculo cora diversas sortes de prestidi­gitação executadas pelo distincto actor Ribeiro da Costa.

A companhia continnua agradar.

BSoubo <lc gado cavalkr

No domingo passado, pelas 8 horas da manhã, ura individuo conhecido pelo nome de José Gallego, fi-

20 FOLHETIM

Traduccáo de J. DOS ANJOS

A ULTIMA CRUZADAX X III

Dentro de alguns mezes, W ill Sto­ckford ficou senio o dono da ca-a. Jantava entre a mãe e a filha. A mãe náo fazia nada sem o consultarename­nina Daisv tinha elle egual influencia.

A pequena apaixonou-se por elle e em breve foi sua amante, secretamen­te, porque W ill não queria indispor- se com «mistress» Booth. Um dia a respeitável velha morreu, com uma indiges.ão de «puding» e elles casa- ram-se.

Este casamento fundava a agencia W ill Stockford and C.°

W ill tinha decididamente apanhado a sorte grande na loteria caprichosa da existencia. Tudo lhe corria bem; a agencia creada em S. Francisco era em quatro annos o banco principal e o mais solido dos Estados-Unidos.

E o sr. Stockford, frio. costumado á sorte, não se admirava de ter enri­quecido tão rapidamente e quasi nem se dignava lembrar-se da tarde de inverno em que, tiritando em frente da agua negra do porto, acce'tára as propostas da respeitável «mistre-s» Booth.

X X IV

Na America, o banqueiro deixara ficar a esposa no segundo plano. Mas em Paris andava elle ás apalpadellas; n’; que!’e meio tinha a consciência da

sua inferioridade e via a indifferença com que a grande cidade assistia ao dispêndio dos seus milhões; deu por­tanto o primeiro logar á esposa.

Ella soube aproveitar-se d’isso per­feitamente. A pouco e pouco, foi sendo recebida em toda a parte. Agradava aos homens e sabia vestir- se. Comprava segredos escandalosos. Usa\a de todos as recursos, emp:e gava todos os meios para ter entrada na alta sociedade.

A sr.a Stockfod tivera varios aman­tes. O marido fazia o mesmo e am­bos viviam sem dar satisfações um ao outro.

XXV

A americana ultrajada nunca per­doara á sr.a de Taillemaure.

As aveuturas novas com que entre­tinha os sentidos, os mezes numero­

sos que tinham decorrido depois da sua ruptura com o conde Ivan Mohi­low. attenuando o soflrimento amar­go do primeiro momento, adorme­cendo os rancores incoherentes de uma humilhação immerecida, não a impediram de preparar a sua desfor­ra. Mas. como sabia muito bem fingir, reconciliou-se ostensivamente com a sr.a de Taillemaure. Primeiro troca­ram vis'tas e depois convites.

O marquez vendera umas acções do Credito Continental e Regina dis­sipava es^a fortuna dando biiles, jan­tares. gastando um dinheiro louco.

Estava-se no carnaval.A sr.J Stockford, sabendo que Re­

gina ia dar um baile de mascaras ma­ravilhoso. teve a idéa de alugar por uma noite o Arco do Triumpho. e liga! o á sua estufa por uma galeria envidraçada. Devia ser uma coisa

maravilhosa. Mas d’esta vez ficou mal, porque o rn niuro do interior recu­sou os dois milhõas que o sr. Stock­ford oflèrecia imperturbavelmente ao Estado pelo aluguer de uma noite. 0 banqueiro dobrou a quantia e rece­beu egual recusa.

' — Decididamente estes francezes não enten 'em nada de negocios, dis­se elle á e.-posa, depois d estas corri­das inúteis.

Ella approvou-o com um encolher de hombros desdenhoso.

X X V I

O convite era assim formulado. n’um cartão la go de velino côr de rosa:

(Continua).

Page 3: 1 RÍDACÇAO, ADMINISTRAÇÃO E TYPOGRAPHIA...Notável entre os mais notáveis, João P into Ribei ro, a alma da conspiração, apparecendo em toda a par te, a todos anima, enthu-

O DOMINGOlho de Manuel José Galle- oo, natural d’esta villa, rou­bou ao sr. José Ferra Jú­nior um cavallo, indo de­pois vendel-o no Barreiro por 2 2 $ 5 o o réis a um al­mocreve de nome José An­tonio de Azeitão. O sr. Ferra soube por alguem que o cavallo estava no Barreiro; e, dirigindo-se alli, procurou a auctorida­de competente e reclamou o que de direito lhe perten­cia. O cavallo foi-lhe en­tregue, e o pobre almocre­v e ficou com 2 2 $ 5 o o réis de menos.

Num dia da semana pas­sada tambem roubaram uma egua, a um individuo da Lançada chamado José Russo.

P rovidencias! . . . Provi­dencias ! ! . .

ISstandarte -- A u n ivcrsa- r io da N ociedadc

Tivemos hontem occa­sião de poder minuciosa­mente apreciar o estandar­te offerecido pela classe piscatória desta villa,á So­ciedade Phylarmonica i.° de Dezembro. E’, na ver­dade, uma offerta que en­grandece o bom senso d’a- quella classe, que, apesar de inculta sabe collocar-se proeminente no campo di­lecto da fraternidade.

— Em honra desta tão importante lembrança, a Sociedade i.° de Dezem­bro, deliberou commemo- rar o seu anniversario pela seguinte fórma:— A’s n horas da manhã, missa na egreja matriz e benção do estandarte; ás 12 horas, concerto no coreto (praça Serpa Pinto); ás 6 horas da tarde, commemoração do anniversario da Sociedade, percorrendo a phylarmo­nica as principaes ruas da villa; ás 9 horas da noite, haverá soirée no salão da Sociedade, offerecida pela direcção daquella socieda­de á excellente classe pis­catória e aos seus socios.

Pelas 1 o e meia horas da noite, d’hontem, levantou- se desordem no tal soalhei­ro do largo do Poço Novo, a que já nos referimos aqui o mez passado.

— Na rua da Misericór­dia é tambem de antigo costume haver as suas es­caramuças. Será muito bom que a auctoridade administrativa lance sobre nós os seus olhos miseri­cordiosos, mandando re­parar estes si tios onde é vergonhoso passar com se­nhoras.

Consorciou-se hoje, de manhã o sr. Antonio Ro­drigues Serrador com a

ex.'™sr.a D. Maria José Ca- Hela^ão d os m an ceb os so r tea d o s n^estc C oncelhopaiv. o s e r v iç o «lo e x er c ito c arm ada, para o cor- r en te ;m iio de 1 9 0 1 .

ria. Foram padrinhos os srs. Justino José dos Reis e João d’Oliveira Rijo. A ex,"'a sr:1 D. Maria José, tia da noiva, madrinha dos consortes.

MÃE E FILHAAo meu «migo dr. Jose Maria Henri-

ques da Silva

— Minha mãe, quem espalhou Tantas estreilas no céo?— Foi Deus, filha, que creou Esse constellado véo.

— Sáo tão lindas, minha máe, Scintillando n’esse véo,Até parece que alguem As tem seguras no céo.

A lua, o sol, que eu fito,Minha máe, quem os creou?— O poema do infinito Foi só Deus, que o formou.

De Newton a descoberta D'aquellas leis d’attracção Dá a explicação mais certa Do equilíbrio na amplidão.

— Quem cedeu matiz ás flores E creou bellas campinas?E ao sol deu resplendores E perfumes ás boninas?

Quem deu luz aos arreboes Das manhãs primaveraes,Melodia aos rouxinoes,Que cantam nos salgueiraes?

Quem assignalou ao mar Estas eternas balisas E á viração veiu dar O frescor das suas brisas ?

E o murmurio suave Ao arroio que deslisa,E o gorgeio á ave,Que canta qual poetisa?

Quem deu ao jardim a ro-a,Quem deu á serra o rochedo, Saltitar á mariposa,E o verde ao arvoredo?

Quem fez o pomo ao pomar,E o arroio ás collinas,E o ondear aos mares,E as aguas crystallinas?

E as montanhas, minha mãe, Parecendo ao céo chegar,Quem é que foi capaz tambem De as poder assim formar?

Admiro-me, minha mãe,D’esta suave harmonia;Como á noite, não sei bem, Succede o brilhante dia?

— Oh. minha filha, é só Deus Que dá perfume ás flores.E que na amplidão dos céos Diffunde tantos fulgores!

É só Deus que assim matiza Os campos e as campinas;É só Deus que divinisa O perfume das boninas.

E Deus que nos dá a luz,E â alma beneficente;É Deus que tudo produz,Porque é Omnipotente.

O rhvtmo d'cstas espheras Foi só" Deus quem o marcou;O brilho i.’as primaveras Só Deus o determinou.

Com açucenas 'screveu O idyllio dos valles,E a nós tambem nos deu Balsamo pY os nossos males.

Com os astros fulgurantes O infnito enibellezou,E com hymnos consonantes Os bosques poetisou.

Só Deus, filhinha, só Deus,E que tudo poude crear;Só Deus tem por throno os céos, Nada se lhe póde occultar!

M e n d e s P i n h k i r o

Fregue~ia do Divino Espirito Santo de Aldegallega

Adriano, filho de pae incognito e Anna da Piedade, n.° 26, 2.'1 reserva.

Amadeu, filho de Antonio Maximo Ventura e Joaquina Rosa Quaresma Ventura, 14, cavallaria 3.

Antonio, filho de Antonio Joaquim e Maria Emilia, 4, infanteria 11.

Antonio, filho de Antonio Manuel e Maria Antonia, 17, infanteria 11.

Antonio, filho de João Gouveia da Costa e Apoloriia Maria, 38, 2.“ reserva.

Antonio, filho de Manuel Ignacio e Maria Balbina, 13, infanteria 11.

Augusto, filho de pae incognito e Gertrudes Leal, 16, 2.“ reserva.

Custodio, filho de José Domingos da Beira e Gertru­des Maria, 18, cavallaria 3.

Custodio, filho de Thimoteo Custodio e Rosalina Ro­sa, 20, 2.* reserva.

Francisco, filho de José Augusto da Silva e Anna Ma­ria Quaresma, 40, 2.a reserva.

Francisco, filho de Manuel Luiz Cândido e Maria da Piedade, 6, engenharia.

Francisco, filho de Manuel Rodrigues Quaresma e Ma­ria Jorge, 16, artilheria 2.

Francisco, filho de Paulo Freire Caria e Gertrudes Caetana, 21, 2.1 reserva.

Henrique, filho de Manuel da Costa Farrim e The- reza de Jesus, 39, 2.3 reserva.

Jayme, filho de Manuel Gonçalves Paulada e Maria da Piedade, 3, infanteria 11.

João, filho de Jayme José e Rosalina Rosa, 9, infante- teria 11.

João, filho de João Correia Castro e Gertrudes Maria da Conceição, i 5, artilheria 2.

João, filho de Joaquim Paulo Sapateiro e Maria da Pie­dade, 8, cavallaria 3.

João, filho de João Zanga e Anna Jorge, 27, 2.a reserva.Joaquim, filho de Joaquim Tavares Castanheira e An­

na Margarida, 10, cavallaria 3.Joaquim, filho de José da Cunha e Maria Jorge, 1, ar­

mada.Joaquim, filho de José d’01iveira Canellas e Emilia Rit-

ta da Piedade, 28, 2* reserva.Jose', Antonio Maria e Maria José, 3y, 2.a reserva.Jose', Joaquim Bello e Marianna Rosa, 33, 2.:i reserva.José, Hypolito Marques Cepinha e Marianna da Con­

ceição, 7, armada.José, filho de José Tavares dAreia e Elisa Maria, 19,

cavallaria 3.José, filho de Manuel Leonardo e Maria dos Anjos, 5,

infanteria 11.José, filho de Manuel Marques Cepinha e Maria de

Jesus Chico, 25, 2:1 reserva.Justiniano, Antonio Fernandes Broega e Maria Jorge,

34, 2.'1 reserva.Manuel, filho de Antonio Marques Contramestre e

Maria da Piedade, 35, 2.a reserva.Manuel, filho de Francisco Bispo e Polycarpa de Je­

sus, 2, infanteria 11.Manuel, filho de Joaquim Antonio Xavier e Clemen-

cia Rosa, 11, cavallaria 3.Manuel, filho de Manuel Loureiro Mosca e Luiza Go­

mes, 32, 2.'1 reserva.Manuel, filho de José Marques Valente Junior e Ma­

ria Miranda dos Santos, 3 i, 2.a reserva.Manuel, filho de Manuel de Oliveira e Anna Germa­

na, 23, 2.a reserva.Manuel, filho de Manuel Tavares Caramello e Gertru­

des Angélica, 24, 2.a reserva.Manuel, filho de Manuel da Silva e Maria de Oliveira,

29, 2.a reserva.Marcellino, filho de Joaquim Theodoro da Silva e Ma­

ria Guilhermina, 3o, 2.a reserva.Martiniano, filho de Joaquim Jorge Serrano e Maria

da Silva Andrade, 22, 2.1 reserva.Wenceslau, filho de Francisco Gouveia e Maria Ritta

Prazeres, 12, artilheria 2.

Na próxima semana publicaremos os nomes dosmancebos sorteados, da freguesia de Nossa Senhora deOliveira, de Canha, e de S. Jorge, de Sarilhos Grandes.

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4 O D O M I N G O

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