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Choque Hipovolêmico
Curso de Urgências e Emergências Ginecológicas
Choque Hipovolêmico
Choque
Síndrome clínica aguda caracterizada por hipoperfusão e disfunção grave de órgãos vitais para a sobrevivência
Choque hipovolêmico
Volume sanguíneo circulante inadequado, resultante de hemorragia ou depleção aguda de volume
TIPOS DE CHOQUE
Cardiogênico Hipovolêmico Distributivo
1-Cardiogênico2-Hipovolêmico: hemorragia-desidratação3-Distributivo (sepse)4-Citopático (intoxicação cianeto, monóxido de carbono)
Choque hipovolêmico HemorragiaExterna (compressível) Laceração
ContusãoPós-Op
Interna (não Compressíveis) IntraperitonealRetroperitoneal
Fraturas
Hemorragia Externa
Contusão
Hemorragia Interna
Hemorragia Intraperitoneal
Volume sanguíneo: 7% peso corporal70 ml/kg : adulto de 70 kg= 5 litros
Perda de volume => instabilidade hemodinâmica => < perfusâo capilar⇒ Lesão celular => morte
CHOQUE: condição em que a perfusão tissular é incapaz de sustentar metabolismo aeróbico
OBJETIVOS: parar sangramento e restaurar o volume circulante
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Vasoconstricção
Contratilidade Ventricular
ESTIMATIVA DA PERDA
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O2
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<O2• Diminuição do O2
disponível para a mitocôndria
ATP • Produzido por Glicólise anaeróbia
Piruvato
• A glicólise anaeróbia produz acúmulo de piruvato
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Alteração no pH sérico
Disfunção Endotelial
Estimulação da Cascata Inflamatória
e antiinflamatória
Estado de Oxiredução
Choque Hipovolêmico
Choque Hipovolêmico
Aumento da atividade simpática
Vasoconstrição
Diminui PAM Isquemia
Insuficiência de múltiplos órgãosSARA
InsuficiênciaHepática
Sangramento de estresse GI
Insuficiência Renal
Diminui pré carga
Choque Hipovolêmico
• Avaliação clínica :
− Medir FC e PA em pé, sentada, deitada com 5 min de intervalo
− Alteração ortostática é um aumento postural no pulso de 10 a 15 bpm ou queda na PAS de pelo menos 10 mmHg
− A manifestação clínica varia de acordo com a velocidade e do volume total perdido
Choque Hipovolêmico
• Achados Clínicos de Pele e Mucosas:
− Pele cianótica: hipoxemia pronunciada
− Pele úmida, fria e pegajosa• Estimulação simpática secreção sudorípara
− Reenchimento capilar:• Na hipovolemia branda= normal• Na perda de mais de 30%de volume = teste positivo (> 2seg)
− Lábios e cavidade oral secos e rachados
− “Sede”
Choque Hipovolêmico
• Achados Clínicos Cerebrais:
− Sintomas de Hipóxia Cerebral
• Quando a PAM cai abaixo de 60 a 70 mmHg− PAM= PAS + (PAD x 2)
3• Dependem da gravidade e duração da hipovolemia• Alterações sutis na acuidade mental
− Classe I e II• Confusão, letargia, obnubilação e coma
− Classe III e IV
Choque Hipovolêmico
• Achados Clínicos Hepáticos:
− Disfunção hepática primária • Coagulação intravascular disseminada• Sangramento
− Disfunção hepática secundária• Hiperbilirrubinemia devido degradação de eritrócitos e disfunção
hepatocelular• Mais frequente na sepse
Choque Hipovolêmico
• Achados Clínicos Gastrointestinais:
− Sangramento gastrointestinal
• Citocinas e radicais livres podem promover lesão adicional que resultam em ulceração ou sangramento
• Coloração em borra de café de aspirados gástricos ou sangramento vermelho-vivo
• A lesão da mucosa favorece a translocação de bactérias para o sangue o fígado
Choque Hipovolêmico
• Achados Clínicos Pulmonares:
− Dispneia, hipoxemia progressiva,
− Infiltrados pulmonares bilaterais difusos
− Complacência reduzida− Achados radiográficos:
edema pulmonar− PO2 baixa (< 65 mmHg)
• Estimulação simpática seguida de acidose
Permeabilidade capilar aumentada
Acúmulo de água pulmonar extra vascular
Células inflamatórias destroem células alveolares
Proliferação de pneumócitos
Fibrose
SARA
Choque Hipovolêmico
• Tratamento do choque
− Mneumônico ORDER
• Sequência de prioridades de ressuscitação
O OXIGENAR
R RESTAURAR VOLUME CIRCULATÓRIO
D DROGAS
E ESTIMATIVA DA RESPOSTA A TERAPIA
R REMEDIAR A CAUSA SUBJACENTE
Choque Hipovolêmico
• O OXIGENAR
− Assegurar via aérea adequada
− Aplicação de oxigênio por cânula nasal 1 a 6 L/min
− Se for necessário máscara fechada: 8 a 10 L/min
− Pacientes desorientadas : intubação endotraqueal
Choque Hipovolêmico
• R RESTAURAR VOLUME CIRCULATÓRIO
− Cateter venoso calibre 14 ou 16
− Ringer lactato: 1 a 2 L
− Colher hemograma completo, eletrólitos, magnésio, cálcio, glicose, fosfato
• Quando indicado: beta-HCG, coagulograma, função hepática, lactato e hemocultura
Choque Hipovolêmico
• R RESTAURAR VOLUME CIRCULATÓRIO
− SF 0,9%: pode ser usado mas o uso prolongado aumento risco de acidose hiperclorêmica
− Não usar cloreto de sódio hipertônico pelo risco de desidratação cerebral ou morte
− Uso de albumina e colóides não é suportada por dados científicos.
• Usar em casos selecionados (cirrose e peritonite)
ESTIMATIVA DA REPOSIÇÃO
• Sangue total: 1:1 (100%)• Cristalóides: 4:1 (20-25%)
• 1 unidade de sangue: 1-1,2 g/l (Hb)3-4% (Ht)
Choque Hipovolêmico
• R RESTAURAR VOLUME CIRCULATÓRIO
− Normatizar gradiente alveoloarterial em PaCO2 > 30mmHg ou SaO2 > 55 %
− Manter Gases sanguíneos: • PaO2 80-100 mmHg• PaCO2 30-35 mmHg• pH > 7,35
− Manter PAS em pelo menos 90 mmHg e PAM em 60 mmHg
Choque Hipovolêmico
• R RESTAURAR VOLUME CIRCULATÓRIO
− Manter Hg > 7mg/dL e 10 mg/dL em pacientes cardíacos
− Manter saturação de oxihemoglobina arterial em pelo menos 92%
− Manter bilirrubina < 3mg/dL
− Manter débito urinário de 20-30mL/h
Choque Hipovolêmico• R RESTAURAR VOLUME CIRCULATÓRIO
− Cateter venoso central não é recomendado na maioria dos casos• Não aumenta velocidade de infusão• Risco de pneumotórax
− Melhorar a circulação central• Posição de Trendelenburg
− Normalizar distúrbios de coagulação
− Manter lactato sérico em 2,2 mMol/L
Choque Hipovolêmico
• R RESTAURAR VOLUME CIRCULATÓRIO
− Uso de componentes sanguíneos: • 200 a 250 mL de concentrado de hemácias tem hematócrito de 70%• Combinado com soro é o componente de escolha• Como verificado que HG> 7mg/dL mantem transporte de oxigênio
satisfatório: não se recomenda a transfusão empírica• Perda sanguínea maior que 25% do sangue total
− Administrar sangue total : fornece quantidade de fatores de coagulação semelhante ao plasma fresco congelado exceto fator V e VIII
Choque Hipovolêmico
• R RESTAURAR VOLUME CIRCULATÓRIO
• Tipo de fluido• Velocidade de infusão• Quando iniciar hemoderivados• Definir até quando tratar
• Reposição agressiva pode levar a anemia isovolêmica => lesão endotelial mais precoce (lesão do glycocalyx)
Choque Hipovolêmico
• R RESTAURAR VOLUME CIRCULATÓRIO
• Hipotensão moderada => reposição volumétrica não agressiva
• Casos mais graves: reposição agressiva pode salvar vidas
Choque Hipovolêmico
• D DROGAS
− Suporte farmacológico da PA• Agentes inotrópicos e vasopressores
− Dopamina e dobutamina» Estimula receptores dopaminérgicos cerebrais,
renais e mesentéricos resultando em vasodilatação e aumento de débito cardíaco
− Epinefrina e norepinefrina: indicados na hipotensão refratária
− Somente depois da reposição adequada de volume
Choque Hipovolêmico
• D DROGAS
− Antibioticoterapia (profilática e terapêutica)
− Terapias adicionais• Acido Tranexamico • Reposição supra-renal• Antiácidos • Nutrição
Choque Hipovolêmico
• E ESTIMATIVA DE RESPOSTA− Determinar a causa− Verificar ventilação adequada: gasometria− Resultados dos exames solicitados: correção
RÁPIDA TRANSITÓRIA AUSENTE
Sinais vitais Normal Recidiva da PA baixa e taquicardia
Taquicardia persistente, hipotensão, estado mental alterado
Perda sanguínea estimada Mínima Moderada a continuada
Grave
Necessidade de cristaloide Baixa Alta Alta
Preparação de sangue Baixa Moderada a alta Imediata
Necessidade de cirurgia Possível Provável Muito provável
Acidose Metabólica
Reflete glicólise anaeróbia
Aumento do lactato
Indicador de Piora
Choque Hipovolêmico
Choque Hipovolêmico
• R REMEDIAR A CAUSA SUBJACENTE
• Cirurgia: sangramento intra-abdominal continuado e associado a instabilidade hemodinâmica
• Causas: − Lacerações vaginais− Aborto séptico− Hematoma retro peritoneal pós cirúrgico− Gravidez ectópica− Sangramento pós operatório− Perda sanguínea operatória aguda− Trauma
LIGADURA DAS HIPOGÁSTRICAS
Can Fam Physician. 2007; 53:58-64.
Choque Hipovolêmico
• Considerações Sobre Transporte
− Limitações− Tipo de Veículo− Distância a ser percorrida− Equipamentos e Medicamentos− Quadro Clínico
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