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Page 1: Livros infantis

La Compagnie Créative

La Compagnie Créative

La Compagnie Créative

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Cré

ativ

e

Fichas pedagóxicas

Page 2: Livros infantis

Ficha técnica

Título: Corre corre, cabacinha

Autora: Eva Mejuto, a partir de um conto popular português

Ilustrador: André Letria

Idade recomendada: dos 3 aos 7 anos

Páginas: 36

Material: cartonado

Medidas: 25x23 cm

OQO editora

Texto

A. Coelho, S. Romero, A. Oliveira ou L. Vasconcellos, recolheram variantes desta história em todo o Portugal e até no Brasil, com histórias a que chamaram A velha e os lobos, O macaco e a cabaça (na variante brasileira), A cabacinha ou A velha que ia na cabaça e encontrou um lobo. Nalgumas destas versões os animais comem a avó, mas nesta optou-se por um final em que a velha e a neta, reunindo engenho, humor e imaginação, conseguem superar os conflitos e dar às três feras aquilo que elas mereciam.Com um ritmo ágil e usando a “lengalenga” – quase um trava-línguas – presente nas versões portuguesas que ainda hoje circulam, este conto oferece muitas possibilidades expressivas de narração e representação teatral. Possui uma estrutura narrativa de ida e volta e fórmulas repetidas no encontro com cada personagem. Para além disso, a estrutura narrativa é simples: as feras do bosque querem comer a avó que, com engenho e valentia, conseguirá salvar-se.Cada encontro é a réplica do precedente, com uma estrutura perfeitamente simétrica, também a nível gráfico, que se torna muito útil para favorecer a leitura visual e o recitado de forma lúdica.

As imagens

Predominam os acrílicos sobre fundos com texturas, num esquema cromático que se configura em torno de cores quentes. Tipograficamente a proposta é de um tamanho generoso, o que permite uma cómoda leitura, reservando-se o negrito para as intervenções das personagens. A isto, soma-se um tamanho especial para os animais em relação à avó, uma diferença que revela dados desta relação física entre umas personagens e as outras.Graficamente a obra decorre sobre um esquema figurativo de fundos limpos de informação. Este facto reduz e fixa a atenção do espectador nas personagens e também naqueles escassos elementos cénicos que são significativos. O discurso plástico-narrativo é de grande eficácia no desenvolvimento dos acontecimentos que se encadeiam ao longo de um friso de imagens de marcado conteúdo. As personagens aparecem estereotipadas (por exemplo na página 8-9 com a avó…), particularmente os três animais (lobo, urso, leão), que resolvem o conflito da obra, representados em primeiros planos, em perfis prototípicos, apesar de relativamente humanizados.

Argumento

Esta é a história de uma velhinha que, a caminho da boda da sua neta, encontra um lobo, um urso e um leão que a querem comer. Ela convence os animais a não o fazerem porque está muito magra. Assim, consegue fazê-los esperar até ela regressar da festa, uma vez que voltará mais gordinha.Durante a boda, a velhinha conta o sucedido à neta. Após a celebração, as duas engendram um plano muito original para enganar as três feras: esconder-se numa abóbora. Desta forma, o lobo, o urso e o leão não deixam de ficar muito espantados quando se encontram com um legume tagarela no caminho. Por fim, a avó consegue enganá-los e chegar a casa sã e salva

Page 3: Livros infantis

Pistas de exploração

- Contacto com a cultura portuguesa.- Hipótese de leitura: O que acontecerá na volta? Procuramos soluções imaginárias para a resolução de problemas.- Vocabulário e pré-leitura: urso, leão e lobo.- Criação de cartões com a imagem dos três animais do conto. Da parte de trás de cada cartão aparecerá o nome correspondente em letras maiúsculas (URSO, LEÃO, LOBO). Brincamos tentando adivinhar o animal, voltando os cartões e mudando-os de sítio várias vezes. Depois de repetir o jogo durante vários dias consecutivos, introduzimos animais que apareçam noutros contos, e vamo-los guardando numa caixa, ampliando assim a colecção de palavras e imagens.- Estruturação do tempo e do espaço: para ajudar a interiorizar o tempo desta história, construímos um mural em tecido ou cartão com um caminho que atravessa o bosque e reproduzimos nele, de forma simples, os elementos da ilustração. Criamos marionetas a partir das personagens, e utilizamo-las para narrar o conto nesse espaço.- Dramatização: uma dramatização simples permite reconhecer melhor os domínios de aprendizagem e a relação espácio-temporal. É interessante reparar nos momentos do dia em que se constrói a narração; também no sentido inverso dos acontecimentos.

Autora e ilustrador

Eva MejutoNasceu em 1975 em Sanxenxo, Pontevedra, Espanha. É licenciada em Ciências da Informação, Jornalismo, pela Universidade de Santiago de Compostela (USC). Após ter colaborado com diversos meios de comunicação galegos, trabalha desde 1998 no sector editorial. Faz parte da OQO editora desde 2005, no departamento de promoção e internacionalização.Adaptou diversos álbuns ilustrados, como este, ou Três desejos. Como especialista em literatura infantil e juvenil, participou em vários fóruns nacionais e internacionais ministrando seminários de formação a docentes e a mediadores de leitura.

André LetriaNasceu em 1973 em Lisboa. Frequentou o curso de Pintura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. É ilustrador para crianças desde 1992 e colabora regularmente com diversas publicações periódicas.Ganhou o Prémio Nacional de Ilustração em 2000 com o livro Versos de fazer ó-ó e para OQO editora ilustrou também a série de “board books” Caracóis e a obra A sopa queima. Publica em Espanha, Inglaterra, França, Itália, Turquia e Estados Unidos. Em 2001 recebeu um Award of Exellence for Illustration da Society for News Design (USA) por uma ilustração publicada no suplemento Mil Folhas, do diário Público. Participou em exposições como a Bienal de Bratislava, a Book Fair de Bolonha, em Sarmede, ou em Ilustrarte. Trabalhou como cenógrafo na Companhia de Teatro do Chiado. Realizou a curta-metragem “Zé Pimpão, o Acelera”, baseada no livro com o mesmo nome, com que ganhou uma menção honrosa e o prémio para o Melhor Filme no Festival Português Animatu 2007.

Page 4: Livros infantis

Ficha técnica

Título: O bebedor de chuva

Autor: Boubacar Diallo

Ilustradora: Véronique Vernette

Idade recomendada: a partir dos 7 anos

Páginas: 24

Material: cartonado

Medidas: 27,5x19,5 cm

La Compagnie Creative

Argumento

Duas famílias enfrentam-se no céu africano: a da Chuva e a do Relâmpago. Na terra, os homens querem que se restabeleça a calma mas nada apazigua a ira dos deuses. A desgraça multiplica-se: incêndios, inundações, seca… Esperando encontrar uma solução, os homens pedem ao Arco-íris, o bebedor de chuva, que os ajude, e este fá-lo. Este conto, colorido e com ritmo, explica às crianças a alternância entre a estação seca e a estação das chuvas no continente africano.

Texto

Um conto da tradição africana que usa a personificação dos elementos celestes: Chuva, Relâmpago, Arco-íris (mais conhecido como “bebedor de chuva”), e que evoca, por outro lado, o mundo dos homens e da terra em que vivem.Boubacar Diallo adopta o tom do «griot» (em África, membros da casta de poetas e músicos depositários da tradição oral) para narrar esta história em que brinca com o ritmo das frases. As inúmeras aliterações conferem musicalidade ao texto, o vocabulário escolhido é extremamente sugestivo e dinamiza a leitura.Este conto, rico em ritmo e cor, explica às crianças que, em África, há duas estações e não quatro como na Europa: a estação seca e a das chuvas.

As imagens

Os dois espaços coexistentes, o das forças divinizadas da natureza no céu e o dos homens na terra, aparecem muito bem diferenciados na página, separados em dois níveis. Com esta estrutura, reforça-se a ideia do domínio exercido pelos elementos naturais sobre os homens, que sofrem os seus efeitos. Esta visão de um «tecto do mundo» sobre os homens traduz-se na imagem por uma apresentação quase «cartográfica» nalgumas páginas. A ilustradora emprega cores vivas, tintas laranjas, amarelas,

azuis… que conferem luminosidade às composições. Com traço preciso e delicado, desenha elementos geográficos e etnográficos como os elevados celeiros de milho, as palhotas, os animais…Utiliza também o esboço a lápis, tipo gatafunho, para acentuar a impressão de movimento, de ruído estrepitante, ou da precipitação violenta da água. As suas ilustrações transmitem a intensidade dos elementos e a sua força. Quando evoca a calma restituída e a alternância das estações, desenha uma sequência regular de cenas repetidas em ondulações celestes e terrestres, realçadas pela paginação do próprio texto.As personagens dos deuses são representadas vestidas com longas e coloridas túnicas africanas, e as suas caras parecem máscaras tradicionais que traduzem as expressões e os sentimentos; os homens, por sua vez, estão evocados nos seus gestos quotidianos, em tamanho pequeno, uma vez que estão dominados pelas potências celestes.

Page 5: Livros infantis

Pistas de exploração

- Evocar as diferenças climáticas entre o Norte e o Sul, as diferentes estações.- O tema dos perigos do aquecimento do planeta e da provável falta de água. - A personificação dos elementos na visão animista e nas nossas civilizações anteriores. - O facto de escutar e o conceito de arbitragem nos conflitos, recorrer ao sábio e ao equilíbrio.

Autor e ilustradora

Boubacar DialloGuineense, nascido em Labé, na região do Fouta Djalon. Escreveu vários livros entre os quais se encontram La Source enchantée, Plus jamais ça, y L’Oracle de Faringhia.

Véronique VernetteNasceu em 1972 em Marselha, França. Depois de realizar estudos de Belas-Artes em Saint Etienne, foi para o Burkina-Faso, em África. Há muito tempo que se sente atraída por este país. A cada nova visita, volta carregada de notas e esboços, que realiza durante oficinas e encontros com artistas e contadores locais. Divide o seu tempo entre França e o Burkina. Pouco a pouco, as histórias ganham forma, publicando o seu primeiro livro nas edições Points de suspension: Cocorico poulet Piga em 1999, depois Chez Adama, Mécanique générale, La petite fabrique d’histoires, e L’amie pour la vie d’Ava (Ed. Autrement), Les couleurs d’Eugène (Ed. Frimousse), Contes burkinabés (Ed. du Jasmin). Ao todo, uma dúzia de títulos.

Page 6: Livros infantis

Ficha técnica

Título: A bruxa arreganhadentes

Autora: Tina Meroto, a partir de um conto popular turco-russo

Ilustrador: Maurizio A. C. Quarello

Idade recomendada: dos 5 aos 7 anos

Páginas: 48

Material: cartonado

Medidas: 15x20 cm

OQO editora

Argumento

Três irmãos, desatendendo às advertências da mãe, embrenham-se no bosque escuro e misterioso, onde tudo pode acontecer. O mais pequeno, temeroso e consciente do perigo, tenta amedrontar os dois mais velhos, mas não consegue e acaba por acompanhá-los.Nesta ousada aventura, o mais novo é o único que não se deixa levar pelos seus impulsos e desejos. Por esta razão, só ele reconhece a casa da bruxa, e desconfia dessa desconhecida tão afável...Se, no início do relato, eram os mais velhos que troçavam do irmão por ser medricas e fracote, no desenlace será ele que, com astúcia e inteligência, toma a iniciativa e vence a bruxa. O conto termina com um final muito positivo que transmite a ideia de que é possível superar os obstáculos

Texto

Os contos sobre bruxas constituem um repertório abundante e praticamente universal. A personagem da bruxa devoradora de crianças que vive numa casinha no meio do bosque aparece na tradição oral comum a muitos povos (Turquia, Rússia, Europa...) e conta com antigos antecedentes literários.A bruxa arreganhadentes apresenta um carácter híbrido, com elementos narrativos recolhidos de todas estas culturas. É frequente as crianças personificarem os seus medos em personagens malvadas com aparência humana. Para ganhar confiança e superar os medos, nada como escutar contos onde os protagonistas triunfam sobre esses seres aterradores, que habitam na imaginação.

As imagens

Das ilustrações há a destacar especialmente dois aspectos: os jogos de luz e a utilização dos primeiros planos. No primeiro caso, o ilustrador emprega as sombras para criar um maior mistério em redor da figura da bruxa, que aparece quase sempre na penumbra. Também as sombras acentuam o carácter inquietante dalguns lugares, como o bosque onde se perdem as crianças.Para além disso, este jogo de claros-escuros reforça o impacto dos primeiros planos quando aparecem. Porque de repente, ao virar a página, o leitor tropeçará com o rosto horroroso e enorme de uma bruxa, que tinha permanecido oculta entre as sombras.As personagens das crianças aparecem desenhadas de uma forma bastante realista. E no caso da bruxa, a sua imagem corresponde ao retrato clássico da personagem: velha, feia e sinistra. Contribui especialmente para traçar este perfil, o exagero de alguns dos seus traços faciais: o nariz, os dentes e também o penteado.Por último, merece um comentário especial a disposição dos textos na página, adaptada ao jogo de luzes e sombras criado pelo ilustrador. E assim, de entre as sombras, o texto emerge para que o possamos ler, iluminado pela luz que entra por uma janela, por uma porta…

Page 7: Livros infantis

Pistas de exploração

- As bruxas. Antes de ler o álbum podemos investigar o que sabemos sobre estas personagens. Também podemos procurar bruxas de outros contos e ver se têm características que se repetem sempre: veste-se de negro, é feia, tem nariz comprido, é má, vive rodeada de bichos, é capaz de fazer magia e maldades…- Recordar situações de medo em que se actuou com inteligência ou astúcia.- Imaginar e simular situações de perigo. A seguir, procurar-se-ão soluções imaginárias.- Porque é que o pequeno não cai nas armadilhas da bruxa? Constatar as diferentes reacções do irmão mais novo: presta atenção, pergunta, procura soluções com astúcia, valentia e imaginação…- Cada vez que a bruxa se aproxima, o irmão mais novo retira um objecto mágico, sem esperar grande coisa dele. Em grupo, pensar noutros possíveis objectos mágicos que nos salvem de personagens aterradoras, e expressar esse monólogo interior do herói, antes que o objecto realize a sua função: «oxalá que...!»- Atribuir características ou funções mágicas a objectos habituais.Inventar outros finais para a história a partir dos objectos mágicos.

Ilustrador

Maurizio A. C. QuarelloNasceu em 1974 em Turim, Itália. Bacharel em Publicidade Gráfica pelo Instituto Statale per la Grafica Pubblicitaria - Albe Steiner di Torino, Quarello conta com uma sólida formação artística que demonstra nos seus trabalhos, e que lhe valeram reconhecimentos internacionais como os da Associação Galassia Gutenberg, da Academia Tedesca de Literatura para a Infância, Nottuln (Alemanha), ou do Salon de Livre et de la Presse Jeunesse, Montreuil (França), entre outros.Para além de A bruxa arreganhadentes (seleccionado em Livres au Trésor, Centro Ricerche Sul Libro per Ragazzi, Bobigny – França, 2007), para a OQO editora ilustrou Pulga e Gigante, Caderno de animalista (segundo Prémio do Livro Infantil e Juvenil melhor editado 2008 do Ministério da Cultura espanhol), Olharapo, Titiritesa (seleccionado nos Prémios Visual de Desenho de Livros nas categorias de ilustração e livros para a infância), O Papão, Marizul que sonha que sonha que sonha..., e Mister Corvo.

Page 8: Livros infantis

Ficha técnica

Título: O Loboferoz

Autora: Patacrúa, a partir de um conto popular russo

Ilustrador: Chené

Idade recomendada: dos 3 aos 7 anos

Páginas: 48

Material: cartonado

Medidas: 25x23 cm

OQO editora

Argumento

Era uma vez um lobo tão preguiçoso que, para não ter trabalho, só comia sopa de arroz. Um dia, ao ver-se ao espelho, reparou que estava tão magro que já não provocava medo nenhum.Então decidiu mudar de vida e tornar-se num lobo feroz. Porém, os métodos que pôs em prática não eram muito ortodoxos, porque pedia aos animais que ia comer: uma cabra, uma ovelha, um porco… para colaborarem.Mas esta ousadia, fruto mais da preguiça do lobo que da sua inocência, receberá um castigo de cada um dos animais, e até de toda uma matilha de cães. No fim, magoado e frustrado, Loboferoz voltará à sua sopa de arroz.

Texto

Com um argumento muito claro, frases acumulativas, diálogos ágeis e uma linguagem simples, Loboferoz dá largas à fantasia. Os animais domésticos (cabra, vaca, porco, burro, ovelha), que representam a inocência, vão-se ver envolvidos numa série de cenas cómicas muito divertidas. E, no fim, conseguirão rir-se do ruim e vil lobo.Muitos destes relatos de animais, que apareciam nas primeiras recompilações de contos russos, remontam à época em que o homem caçava para subsistir. Enquanto os homens caçavam, as mulheres contavam histórias de animais, em que exaltavam a sua astúcia e as suas habilidades. Deste modo, estas histórias acerca da manha dos animais, acabaram por se tornar, com o passar do tempo, num instrumento para a educação estética e moral, e foram transmitidas de geração em geração.Em Loboferoz, ainda hoje, podemos encontrar alguns desses pequenos pormenores que nos remetem para as suas longínquas origens. Por exemplo, a Rússia é um país de bosques, há sempre um rio por perto, e é costume preparar o banho para os convidados que chegam, o que é perfeitamente compreensível se pensarmos nas grandes distâncias entre um lugar e outro, e no clima agreste.

As imagens

Colagens de papel e composições elaboradas a partir de um esquema linear. No cromatismo das imagens predominam sobretudo os tons amarelos e castanhos.Reserva uma tipografia normal para as intervenções do narrador. Um jogo tipográfico que define expressivamente os três blocos de informação que enquadram o discurso literário.Os elementos gráficos apresentam uma configuração cénica muito pessoal que rompe esquemas visuais reconhecíveis e prototípicos. Assim, texto e imagem complementam-se minimamente para manter o leitor em tensão.Consequentemente, as personagens estão reduzidas a poucas linhas e a um par de tons, num discurso também esquemático quanto a papéis, sempre em planos médios com algumas perspectivas arriscadas.

Page 9: Livros infantis

Pistas de exploración

Antes do conto:- Falamos do lobo e procuramos referências noutros contos, mitos, etc.- Brincamos com o nome do protagonista. Observamos a capa e relacionamo-la com o título: Loboferoz (boca grande, com dentes…)Depois do conto:- Vemo-nos ao espelho. O que vemos? De que cor são os nossos olhos? Como usamos o cabelo? Somos baixinhos/as, magros/as? Temos algum traço característico: uma cicatriz, uma marca de nascimento? Usamos óculos…? etc. Da mesma forma, também podemos perguntar qual é a nossa cor preferida, qual nos fica melhor…Perguntamos aos nossos colegas o que acham de nós e partilhamos opiniões. Deste modo, fomentamos uma atitude aberta e de respeito dentro do grupo, que fará surgir nas crianças a necessidade de dizer coisas umas às outras, nomeadamente qualidades… Enfim, trata-se de dizer coisas bonitas acerca de cada um.- O Loboferoz come sopa de arroz. Debater sobre a importância de seguir uma dieta variada e saudável. Propor na aula uma ementa semanal para a hora do recreio. Exemplo:Segunda: frutaTerça: frutos secosQuarta: lacticínios

Quinta: cereais, pão, bolachasSexta: ovos- Também podemos experimentar cozinhar “sopa de arroz” (procuramos num livro de culinária). Fazemos uma lista com pratos que também tenham o arroz como ingrediente.- Brincamos com o nosso nome. Exemplo: Eu sou a Raquel e tenho um papagaio de papel. / Eu sou o Rodrigo e gosto de doce de figo. Podemos brincar às apresentações e fazê-lo um a um de forma encadeada (recuperando a rima do nosso colega anterior).

Ilustrador

ChenéJosé Manuel Gómez Prieto é presidente da Associação Creart (com sede em Barcelona), ONGD que trabalha para a educação da infância através da arte. Aí realiza também um trabalho como educador artístico-social de crianças que vivem em situações difíceis, principalmente na Faixa de Gaza e no Senegal. É professor do curso de pós-graduação de Retail Design da Escola Superior de Disseny Elisava, em Barcelona, e colabora como ilustrador com a Editorial OQO, onde publicou, para além deste trabalho, A viagem das borboletas.Recebeu, em Espanha, inúmeros prémios e reconhecimentos pelo seu trabalho artístico. A sua obra foi exposta em Washington, São Francisco, Florença, Barcelona, Málaga, Jaén, Córdova e Granada. Também realizou oficinas de educação artística em Espanha, Itália, Estados Unidos, Índia, Tailândia, Senegal, Israel e nos Territórios Palestinos Ocupados.

Page 10: Livros infantis

As imagens

Aparecem grupos escultóricos elaborados a partir de elementos quotidianos, mas apresentados a partir de enquadramentos ambíguos para que o leitor tente adivinhar o mistério que encerram. E assim que este se desvenda, chega a surpresa. Porque os objectos (garrafa, mola...), na realidade, são os protagonistas do conto e estão cheios de vida.

Em geral, repete-se sempre o mesmo esquema na narração visual: reserva-se uma imagem mais abstracta para a página da direita, que depois se esclarece convenientemente na da esquerda, mediante uma linguagem visual mais denotativa.A combinação de um conto que procede da tradição oral, com uma proposta visual tão moderna, é de uma tremenda originalidade. Joga-se, portanto, com o contraste entre tradição (texto) e vanguarda, com imagens abstractas, mas carregadas de significado.Neste álbum, os jogos tipográficos a partir de maiúsculas e negritos também são acompanhados de variações de tamanho para reforçar expressivamente a relação texto-imagem.

Ficha técnica

Título: A princesa de Aljustrel

Autora: Patacrúa, a partir de um conto popular europeu

Ilustrador: Javier Solchaga

Idade recomendada: dos 3 aos 7 anos

Páginas: 36

Material: cartonado

Medidas: 25x23 cm

OQO editora

Argumento

A princesa de Aljustrel perdeu o seu anel. A pega roubou o lenço em que a princesa guardava o anel; mas o gato persegue a pega, o cão morde o gato, o pau bate no cão, o fogo queima o pau, a água apaga o fogo, a cabra bebe a água...A partir da afirmação inicial da figura da princesa, entrelaça-se uma cadeia sucessiva de episódios que nos conduz a um final feliz: o pastor encontra o anel e recebe como prémio um beijo da princesa de Aljustrel.

Texto

Uma das particularidades deste conto acumulativo tradicional, que apresenta diversas versões ao longo de todo o continente europeu, é a original posta em cena. Este álbum propõe um interessante jogo visual: em cada página é mostrada uma pequena parte de um objecto, facilmente reconhecível, e pergunta-se o que é.Ao virar a página, descobre-se que nem sempre as coisas são o que parecem. Uma garrafa afinal é uma princesa, uma mola da roupa transforma-se em pega, um apara-lápis é um cão... Desta forma, cada fotografia avança qual será o próximo elemento a entrar em cena e cumprir a sua função no desenvolvimento da história. Depois, uma acção levará a outra, outra e mais outra, e assim sucessivamente até ao final do conto.

Page 11: Livros infantis

Pistas de exploração

- Tradução da palavra para linguagem plástica: jogo com objectos reciclados.- Transformação de objectos com imagens cortadas.- Elaboração de encadeamentos e construção de um mural de acções encadeadas.- Organização dos desenhos em sequências, e construção do conto ouvido.- Sonorização do conto.- Expressão corporal: expressão gestual e onomatopaica das diversas personagens.- Compreensão e reconhecimento das partes do relato, através do gesto e do movimento.

Ilustrador

Javier SolchagaNasceu em 1971 em Saragoça, Espanha. Interessado desde sempre pela ilustração, começou a desenvolver profissionalmente o seu trabalho em 2001, ano em que publicou Constrói a tua própria quinta. Neste livro, começa a fazer experiências com o volume e utiliza materiais simples e quotidianos que dignifica e reinterpreta. Continuará nesta linha com o título ¡Alehop! (2003) e posteriormente com a colecção Recicla e constrói (2004).

No trabalho realizado para este álbum (OQO editora, Pontevedra, 2006), utiliza a madeira e grande quantidade de materiais orgânicos. Esta última obra foi incluída na lista dos White Raven 2006 (Biblioteca Internacional de Munique).A investigação constitui uma constante na sua carreira. Interessa-lhe especialmente a ruptura das supostas limitações dos materiais, o que lhe permite desenvolver a poética que qualquer objecto possui: conseguir ductilidade do tosco, movimento do aparentemente imóvel.Participou numa dúzia de exposições, entre elas Ilustrísimos. Panorama da Ilustração infantil e Juvenil em Espanha. Bolonha (Itália, 2005) e Bestiario Improbabile em Génova (Itália, 2006). Assim, colaborou como ilustrador no programa Una ma de contes, em concreto, no conto La filla del sol i de la lluna (TV3, 2006). Actualmente continua a dedicar-se à animação, à ilustração e à escultura no seu ateliê de Saragoça..

Page 12: Livros infantis

Ficha técnica

Título: Os sete cabritos

Autora: Tareixa Alonso, a partir de um clássico de Grimm

Ilustradora: Teresa Lima

Idade recomendada: dos 3 aos 7 anos

Páginas: 40

Material: cartonado

Medidas: 25x23 cm

OQO editora

Argumento

Era uma vez sete cabritos que viviam com a mãe numa cabana no meio do bosque. A Mamã Cabra avisava-os para brincarem sempre perto de casa, por causa do lobo. Um dia, teve que sair e deixou-os sozinhos; mas, antes de sair, advertiu-os de que não abrissem a porta a ninguém.No entanto, o astuto lobo conseguiu enganá-los e entrar em casa, dizendo-lhes que era a Mamã Cabra. Para tal, tomou uma gemada para fazer a voz fina, e mostrou-lhes a pata enfarinhada por baixo da porta.Deste modo, comeu-os todos. A todos, não. O mais pequeno conseguiu-se esconder e contar o sucedido à mãe. Esta – munida de tesoura, agulha e linha – aproveitou a sesta do lobo para lhe abrir a barriga e resgatar assim os seis pequenos cabritos intactos, porque o lobo os tinha engolido sem mastigar.A perícia da inteligente Mamã Cabra não ficou por aqui, e quis dar uma lição ao lobo. Para tal, encheu-lhe barriga de pedras. O lobo acordou cheio de sede e aproximou-se do rio para beber, mas a sua pesada barriga fez com que caísse à água, e a corrente arrastou-o. Então, toda a família pôde, por fim, respirar de alívio.

Texto

Os sete cabritos é uma renovada versão do conto tradicional amplamente difundido e popularizado a partir do já clássico de Grimm. Trata-se, pois, de todo um referente dentro dos relatos infantis que chega para alimentar a imaginação dos pequenos leitores e confere qualidade ao panorama da literatura infantil actual.Um conto que provoca emoções intensas e uma história para perder o medo dos “lobos ferozes”. Aqui, os mais pequenos, de forma simbólica, enfrentarão conflitos básicos como a ausência da mãe, o encontro com seres malvados ou circunstâncias adversas, e isso vai ajudá-los a confiar em si próprios e a avançar no seu processo de crescimento pessoal.

As imagens

Técnica mista à base de acrílicos, lápis de cores e pastéis, e colagem de papéis recortados e intervencionados plasticamente.A tipografia de tamanho generoso vê-se reforçada com um aumento do tamanho em onomatopeias (maiúsculas e negritos) ou em momentos especialmente expressivos do discurso. Além disso, o negrito usa-se sempre para assinalar as intervenções das personagens.

As imagens, nas duas páginas, têm um alto grau de denotação. Assim, iluminam em parte situações enunciadas pelo texto literário, com alguns contributos expressivos e narrativos que complementam a informação facilitada pelo texto (páginas 6/7).As personagens aparecem estereotipadas nos seus papéis protagonista/antagonista e genéricos. Diferenciam-se pela sua expressividade, cromatismo e vestuário sem existir margem ou possibilidade de confusão, dada a distância estabelecida graficamente entre uns e outros: negro, grande tamanho e primeiro plano para o antagonista (páginas 12/13), vestuário para os cabritos (páginas 10/11)…

Page 13: Livros infantis

Pistas de exploração

- Identidade: características do lobo.- Mudanças de identidade (fazer a voz fina, mudar a cor dos cascos). Podemos mudar de identidade?- Jogo: um menino simula que bate à porta e muda de voz para pedir que lha abram. O que está dentro de casa (com os olhos tapados ou de costas) tem que o reconhecer. De que outras formas podemos mudar a identidade? Brincamos com fotografias nossas.- A artimanha e a mentira para conseguir um objectivo aparecem reflectidas na conduta da personagem do lobo. A partir do exemplo do conto, podemos trabalhar valores como a honestidade, a integridade. Conhecemos outros contos onde o lobo engane com artimanhas e mentiras?- No conto, os cabritos manifestam medo quando a mãe os deixa sozinhos.- Quem sente medo durante o conto?- Por que motivos?- Em que situações temos medo?- O que fazemos quando temos medo?- Fazemos perguntas para estimular as crianças a prestar atenção às ilustrações.- Contamos os cabritos em conjunto.

Autora e ilustradora

Tareixa AlonsoNasceu e vive em Pontevedra, Espanha. Integra o grupo de contadores de contos Pavía Pavós, e com eles visita bibliotecas, escolas, casas da cultura... Desde 1998, juntamente com este grupo, coordena o projecto de animação à leitura «A Hora do Conto» em Pontevedra. Também faz parte da organização do Salão do Livro Infantil e Juvenil que se realiza nesta cidade há dez anos, e do grupo de teatro Akatro.A sua actividade de conta-contos levou-a ao País Vasco, à maratona de contos de Guadalajara, ao Festival de Contos de Silo em Tenerife, e ainda a Madrid e à Feira do Livro de Havana.

Teresa LimaNasceu em Lisboa em 1962. Realizou estudos de Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Além de ilustradora, é professora de Desenho e História da Arte. As suas técnicas favoritas são as mistas: aguarela, acrílicos e colagem. Na OQO, para além deste livro, ilustrou Ovos cozidos, Menção WHITE RAVEN em 2008.

Conta também com dois prémios nacionais de ilustração que se somam ao facto de fazer parte da lista de honra da Internacional Board on Books for Young People; ser seleccionada para a Mostra de Ilustrarte; e uma Menção Honrosa do Prémio Nacional de Ilustração português, entre outras distinções.

Page 14: Livros infantis

Ficha técnica

Título: Mosquito

Autora: Margarita del Mazo, a partir de um conto tradicional chinês

Ilustrador: Roger Olmos

Idade recomendada: dos 3 aos 7 anos

Páginas: 36

Material: cartonado

Medidas: 25x23 cm

OQO editora

Argumento

Um velho livra-se de ser comido por uma gigante e terrível serpente, porque se compromete a averiguar qual é a carne mais saborosa. Para tal, contará com a colaboração de um mosquito, a quem oferece uma dentadura de ferro para que nenhuma vítima lhe resista. Contudo, o agudo insecto aproveitará esta vantagem para se deixar levar pela sua voracidade, e atacar.Perante este novo contratempo, o velhote recorre, desesperado, a uma andorinha. A ave vai à procura do mosquito para o trazer de volta, mas o mosquito nega-se a cumprir o prometido. Farta dele, a andorinha, agarra-o pelas pernas, arranca-lhe a língua, e leva-o à presença da serpente. O mosquito emite o seu zumbido para responder à pergunta “qual é a carne mais saborosa?”, mas, como não tem língua, a serpente não entende nada. A andorinha então aproveita e diz: “a carne mais saborosa é a dos ratos”. É por isso que as serpentes comem ratos. O ancião, muito agradecido, pede à andorinha que nidifique junto à sua cozinha e, desde então, este pássaro faz o seu ninho perto das pessoas. O mosquito, desde aí, também deixou de falar para passar a zunir, mas a carne mais saborosa continua a provar, a provar...

Texto

Num tom humorístico, com este conto tradicional chinês de carácter etiológico, descobriremos que o mosquito tem um grito de guerra: o seu zumbido, e também qual é a razão pela qual as serpentes gostam tanto de ratos.Além disso, o leitor desfrutará com as peripécias de umas personagens que nos ensinam que a justiça e a solidariedade triunfam sobre o tamanho e a força. A história põe-nos em contacto com a cultura tradicional de um povo que, ao longo dos séculos, manteve viva a sua sabedoria graças à tradição oral, e que agora vê como esta goza de nova vida na escrita.Margarita del Mazo, a partir da sua experiência como narradora oral, adapta este conto com um estilo ágil e simples, e dota-o de um singular sentido de humor.

As imagens

Acrílicos sobre papel de cromatismo frio, excepto nas páginas 18-19 em que um entardecer em tons vermelhos ocupa por completo as duas páginas. O álbum apresenta uma combinação de planos médios, e junto destes, destacam-se os planos zenitais. Temos planos curiosos nas páginas 12-13 e 24-25, onde o olho do narrador se coloca a par do olho do animal que dirige a visão da cena. E muito espectaculares são também os primeiros planos que nos aproximam dos animais que protagonizam a história.Os elementos gráficos do livro são claramente denotativos, com um escasso grau de abstracção no caso dos objectos, e com uma hiperbolização formal em determinadas características das personagens animadas (Exemplo: o ancião nas páginas 10-11; ou a dentadura do mosquito, nas páginas 16-17).

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Pistas de exploração

- Perguntamos às crianças o que sabem sobre os mosquitos e o que é que gostariam de saber. Apontamos as ideias numa folha grande e investigamos um pouco acerca do tema. Até podemos fazer um mural sobre o mosquito com toda a informação, imagens…- Observamos insectos. Como se deslocam? Quantas patas têm? Têm olhos? Têm asas? Que sentidos usam para encontrar comida?- Brincamos aos mosquitos: deslocamo-nos pelo espaço com os olhos tapados e tentamos reconhecer cheiros.- Desenhamos um insecto fantástico e inventamos o som que produz. A seguir, procuramos transcrevê-lo.- Transformamos o insecto num veículo fantástico com características especiais para se deslocar pela água, pela areia…- No conto há outros animais que desempenham um papel importante, como a serpente ou a andorinha. Portanto, podemos investigar um pouco sobre estes animais. Por exemplo: “As andorinhas são aves migratórias.” O que é que isso significa? Porque é que emigram? Quando?- Localizamos outros contos etiológicos que nos expliquem a origem e as características das coisas.- Tentamos criar, no género humorístico, um relato breve próprio que procure explicar algum fenómeno natural como as características de animais. Exemplo: o som do trovão, o

rugido do leão, as riscas das zebras, a origem do arco-íris, o pescoço das girafas…

Autora e ilustrador

Margarita del MazoNasceu em 1960 em Malpica do Tejo, Toledo, Espanha. É conta-contos e realiza sessões de contos para crianças, adolescentes, jovens e adultos. Colaborou como conta-contos durante dois anos com Ana García Castellano, na montagem que realiza anualmente para o Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, por ocasião da celebração do Dia do Livro.Também participou em maratonas de contos e em campanhas dirigidas especificamente a pré-leitores em várias bibliotecas. Também desenvolve actividades de animação à leitura para diversas editoriais. Na OQO editora, para além deste livro, publicou A máscara do leão.

Roger OlmosNasceu em 1975 em Barcelona. Quando se iniciou no álbum ilustrado, teve uma grande importância o ser seleccionado para a Exposição Internacional de Ilustração Infantil de Bolonha. Na OQO editora publicou A coisa que mais dói no mundo, Prémio White Raven e Prémio Llibreter álbum ilustrado 2007; A cabra tonta; Segue-me! (uma história de amor que não tem nada de estranho). Para além disso, ganhou em 2008 o Prémio Lazarilho na modalidade de álbum ilustrado.Recentemente participou como orador em ciclos de conferências sobre a ilustração em Lisboa, Palermo e Granada. O Instituto Cervantes entregou-lhe a ilustração para o cartaz do dia do livro em Madrid.

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Ficha técnica

Título: Os três ursos

Autora: Marisa Núñez, a partir de uma história folclórica anónima,

popularizada pelo poeta britânico Robert Southey

Ilustrador: Minako Chiba

Edad recomendada: dos 3 aos 7 anos

Páginas: 48

Material: cartonado

Medidas: 25x23 cm

OQO editora

Argumento

Numa cabana do bosque viviam três ursos. Um dia foram dar um passeio antes de tomar o pequeno-almoço; então, Caracolinhos de Ouro encontrou a sua casa vazia e decidiu entrar.Caracolinhos de Ouro comeu as papas do Urso Pequeno, partiu a cadeira dele e deitou-se na sua cama. Ao regressarem do passeio, os três ursos deram conta de que alguém tinha entrado em sua casa. Investigaram por todo o lado até que encontraram a menina a dormir na cama do Urso Pequeno. Perante tal atrevimento, decidiram pregar-lhe um belo susto.

Texto

Ao estilo do conto tradicional e sem se afastar da ideia final de que a intimidade deve ser respeitada, a versão Os três ursos da OQO editora constrói um vínculo entre o narrador e o leitor, com o objectivo de favorecer uma identificação da criança com os ursos, que contribua para a eficácia formativa do conto.Ao explicar as acções das personagens, o narrador aproveita também para incluir, em tom confidencial, uma série de comentários sobre hábitos, virtudes e bons costumes que incidem em valores como a responsabilidade, a autonomia e o uso adequado da liberdade.

As imagens

Para além de influenciar o desenvolvimento da conduta e da afectividade, e de estimular a sensibilidade literária e artística, este álbum possui ainda mais aplicações pedagógicas, já que é um instrumento ideal para transmitir conceitos matemáticos, entender noções de tamanho (grande, médio ou pequeno), ou estabelecer conexões entre os animais e o meio em que vivem.Neste sentido, as imagens de Minako Chiba detêm um papel importante, porque propiciam o desenvolvimento de habilidades visuais que ajudam os primeiros leitores na compreensão tanto de tamanhos, como de conceitos matemáticos (números).

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Pistas de exploração

- Desenvolver a conduta e a afectividade.- Aprofundar o conhecimento de si próprio. Procurar inter-relacionar as nossas próprias convicções com as que se encontram no livro.- Observar os hábitos e costumes dos ursos do conto e compará-los com os nossos hábitos diários: tomar o pequeno-almoço, arejar a casa, fazer a cama, dormir sozinho…- Dar exemplos de outras situações em que não se respeite o espaço íntimo. - Imaginar Caracolinhos de Ouro em sua casa. Com quem vive?; O que faz habitualmente?…- Procurar inventar possíveis continuações para a história. Para tal pode ser útil o método de pergunta-resposta. Entenderia Caracolinhos de Ouro o que se passou?; Alguém lhe pode explicar?; O que fará Caracolinhos de Ouro quando voltar a passar pelo bosque?; O que farias tu?- Simular o papel de um dos pais de Caracolinhos de Ouro, por exemplo, da mãe.- Recontar o conto, substituindo a personagem de Caracolinhos de Ouro pela de outro menino (um colega da turma).- A estrutura do jogo convida a recriar o conto com objectos (três taças, três ursos, três camas…). Procurar alguns dos objectos e dramatizar o conto. Aproveitar as formas, o número dos objectos, etc. para explicar conceitos matemáticos.

Autora e ilustrador

Marisa NúñezNasceu em 1961 em Sárria, Lugo, Espanha. É especialista em Educação Infantil e grande conhecedora da literatura para crianças. Tendo vários anos de experiência no mundo da edição infantil, actualmente co-dirige as colecções O e Q da OQO editora. Para além disso, é autora, entre outros, dos livros da OQO editora Três ursos, Chocolata, O Tom ratão e a rata Tomasa, Ovos cozidos e Celestino Tarambana.A estes somase ainda O livro dos cem poemas: antologia da poesia infantil galega, em colaboração com Xosé María Álvarez Cáccamo.

Minako ChibaNasceu em 1972 em Tóquio (Japão) e graduou-se em Arte na Universidade Nacional de Tóquio. Entre os seus reconhecimentos internacionais está o Grande Prémio de Ilustração do Nissan Children’s Story Book and Picture Book Grandprix e o Prize of selected illustrators que lhe foi concedido na Mostra de Ilustradores de Bolonha em 2006.Para além deste livro, na OQO editora publicou também Croco. Entre os seus trabalhos encontram-se as ilustrações para 10 histórias de princesas (Fleurus), Haru to Kaminari (BL Publishing Co.), Over a little goat (Kumonn), New edition Japanese old stories (8 volumes) (Kaiseisha) e Parental affection Zexy (Recruit).

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igualmente uma etimologia transparente: o papón na Galiza, el Papu na Catalunha... e todos eles sobreviveram até aos nossos dias na nossa memória e se utilizaram muitas vezes com função didáctica: aprender a portar-se bem, a ir para a cama, a não sair à noite, a não se aproximar de desconhecidos…A imaginação conjugada com a necessidade de prevenir actos temerários criou, no âmbito da cultura popular, fantasmas e monstros que foram sendo transmitidos oralmente ao longo dos séculos.O carácter universal destes relatos fantásticos deve-se, entre outras razões, ao facto de constituírem um complemento fundamental ao desenvolvimento na etapa da infância. Os problemas e angústias existenciais apresentam-se através de personagens populares que entendemos com facilidade.A vida aparece como um campo de batalha em que lutam forças opostas e onde, mesmo que a infelicidade apareça, o fraco pode vencer o forte. Os fantasmas da infância constituem um mundo mitológico real com componentes análogos ao mundo mitológico dos adultos.

Ficha técnica

Título: O Papão

Autor: Pablo Albo, a partir de um conto popular espanhol

Ilustrador: Maurizio A. C. Quarello

Idade recomendada: dos 3 aos 7 anos

Páginas: 48

Material: cartonado

Medidas: 25x23 cm

OQO editora

Argumento

Era uma vez uma avó que tinha muitos anos e três netas: uma grande e educada; outra média, distraída e respondona; e outra muito pequena. No dia do seu aniversário, a avó decidiu preparar-lhes uma surpresa na adega: pão com mel! Nem lhe ocorreu que aquele era o prato favorito do Papão. Assim que ele cheirou o pão com mel, foi à adega e comeu-o todinho; e, como ainda tinha fome, ficou à espera que chegasse mais alguém. Entretanto, chegaram as três netas. Impelido pelo seu estômago, comeu-as a todas, mas antes advertiu-as das suas nada boas intenções. Por isso, quando a avó as conseguiu resgatar do seu estômago – porque antes de se reformar tinha sido cirurgiã – preparou-lhe o manjar de que ele tanto gostava para, em troca, não comer mais crianças. O Papão aceitou o convite emocionado, e celebrou na companhia do exército, do pirata e da formiga que tinham fracassado antes da avó, na sua tentativa de recuperar as meninas.

Texto

O Bicho-Papão é um “come-criancinhas” tradicional, dos mais populares em Portugal. Assim, é um conto tradicional com variantes de zona para zona, mas com características que o identificam em todas as suas versões: gigante, cabeçudo, de aspecto brutal e grande voracidade, que come as crianças inteiras, sem mastigar. Ao contrário de outros monstros que actuam sem avisar, o Papão adverte das suas intenções e da sua voracidade natural a quem ousa incomodá-lo. Ora bem, os temerários que, ainda assim, se atreverem a aproximar, são devorados.O insólito herói que resolve a situação é, em todas as versões, a pequena formiga, presente também noutros contos tradicionais de estrutura narrativa similar como O coelhinho branco.A versão de Pablo Albo ajusta-se bastante à tradicional, mas com um tratamento mais humorístico e um desenlace terno e divertido. Se no conto recolhido por Aurelio Espinosa (assim como noutras versões similares recompiladas no primeiro terço do século passado), o herói mata o monstro, neste caso, Pablo Albo opta por uma divertida transformação simbólica do gigante, que acaba por se integrar no mundo do herói. Deste modo, o bem triunfa sobre o mal, graças à intervenção amistosa e solidária de umas divertidas personagens com quem o leitor se identificará.Os “papões” noutros lugares da península possuem

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As imagens

Estamos perante uma série de acrílicos de notável tenebrismo, em consonância com uma história que convida a transitar pelo obscuro, pelo misterioso, que remete para as profundezas onde se dá o conflito deste conto.

Tipograficamente, oferece um tamanho de cómoda legibilidade e jogos tipográficos como os das páginas 10-11 para os nomes das meninas, ou o das páginas 42-43, com a letra manuscrita na carta destinada à personagem principal do conto.O autor joga com o corte cinematográfico no uso dos planos e, logo na própria capa, com esses primeiros planos tão do gosto do ilustrador italiano (páginas 18-19 ou os das páginas 34-35). Em qualquer caso, as imagens surgem maioritariamente através de planos médios, que situam o leitor em relação à situação que se conta, excepto nas páginas 20-21, onde o narrador adopta o ponto de vista da personagem.

Pistas de exploração

- A despensa da avó: reciclamos recipientes de diversos tipos (caixas de cartão, copos de iogurte, frascos vazios… ), pomos-lhes rótulos de vários tipos e criamos uma loja. Também podemos brincar elaborando receitas fantásticas.- O bolo da avó: exploramos o índice de livros de culinária e

procuramos receitas cuja elaboração inclua farinha, açúcar e ovos.- Objectos mágicos: tendo como modelo o chapéu do Papão, inventamos objectos, peças de roupa ou complementos com características próprias. Exemplo: sapatos com boca, luvas com nariz, etc.

- Efeitos sonoros: gravação de efeitos sonoros de terror. Criar e gravar: ranger de portas, gritos, passos que retumbam no silêncio, etc. Audição dos sons gravados por outro grupo de alunos e votação do “som mais aterrador”.- Seres aterradores: tomando como ponto de partida uma conversa sobre seres aterradores, lançamos a proposta de escreverem um texto sobre seres que provoquem medo. Exemplo: alguém que me assustou um dia; alguém que me mete medo; lugares onde me assustei...- Pensamos em lugares de que tenhamos medo (sem esquecer os mais próximos). Fazemos uma lista com estes lugares e preparamos uma visita colectiva a algum deles (cave, adega, sótão, espaço escuro). Podemos levar connosco um artefacto “espanta-espíritos” para o lá deixar, e usar lanternas se for necessário.- Procuramos descobrir ou inventar uma solução própria para acabar com o medo. Tentamos descobrir quais foram as personagens que atemorizaram os nossos pais e avós quando eram pequenos. Em conjunto, elaboramos um grande livro de seres monstruosos, com nomes, características e ilustrações.

Autor e ilustrador

Pablo AlboNasceu em 1971 em Alicante, Valência, Espanha. Bacharel em Trabalho Social, estudos que conciliou com os de Animação Sociocultural. Durante dez anos realizou este tipo de actividades no Grupo Albo.Para além deste livro, na OQO Editora publicou Um gato na árvore e O último canto. Entre os reconhecimentos pelo seu trabalho, encontram-se o primeiro Prémio do III Certame Internacional de Álbum Infantil Ilustrado Cidade de Alicante; Menção White Raven; e o Prémio Lazarilho em 2008.

Maurizio A. C. QuarelloNasceu em 1974 em Turim, Itália. Bacharel em Publicidade Gráfica pelo Instituto Statale per la Grafica Pubblicitaria - Albe Steiner di Torino, Quarello conta com uma sólida formação artística que demonstra nos seus trabalhos, e que lhe valeram reconhecimentos internacionais como os da Associação Galassia Gutenberg, da Academia Tedesca de Literatura para a Infância, Nottuln (Alemanha), ou do Salon de Livre et de la Presse Jeunesse, Montreuil (França), entre outros.Para além de A bruxa arreganhadentes (seleccionado em Livres au Trésor, Centro Ricerche Sul Libro per Ragazzi, Bobigny – França, 2007), para a OQO editora ilustrou Pulga e Gigante, Caderno de animalista (segundo Prémio do Livro Infantil e Juvenil melhor editado 2008 do Ministério da Cultura espanhol), Olharapo, Titiritesa (seleccionado nos Prémios Visual de Desenho de Livros nas categorias de ilustração e livros para a infância), O Papão, Marizul que sonha que sonha que sonha..., e Mister Corvo.

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Ficha técnica

Título: Três desejos

Autora: Eva Mejuto

Ilustrador: Gabriel Pacheco

Idade recomendada: dos 3 aos 7 anos

Páginas: 36

Material: cartonado

Medidas: 25x23 cm

OQO editora

Argumento

Era uma vez uma velha e um velho que viviam numa casa muito pequena. Sem filhos que manter nem terras que lavrar, passavam o dia ao calor do lume. À falta de melhor, tinham espetado uma côdea de pão num pau que puseram ao lume. De súbito, um misterioso papel desceu pela chaminé: “Sonhar em noites de Lua traz fortuna. Podeis pedir três desejos.” Dentaduras de ouro, trajes elegantes, um palácio de diamantes… Que escolha difícil! E, sem pensar duas vezes, a velhinha achou que, com um chouriço no pão, pensaria muito melhor. De repente… zás! Apareceu-lhe o chouriço. Tinha pedido o seu primeiro desejo!Isto provocou a fúria do velho que – sem parar um segundo para pensar– desejou que este se colasse ao nariz da mulher. E, desta forma, gastaram o segundo desejo. Agora só restava um e apenas um desejo para a velhinha… Mas o ancião, o que mais desejava era vê-la feliz “sem o chouriço no nariz”. Por isso, o terceiro e último desejo tornou-se realidade.

Texto

Este conto adaptado da tradição oral portuguesa fala-nos do poder dos sonhos, da sorte que aparece e desaparece caprichosa perante nós, e de que só o afecto e o desejo de continuar a sonhar nos trazem a felicidade.Esta história apresenta variantes em diversos países europeus como Inglaterra, onde, em vez do chouriço, o elemento que aparece aos velhos e que acaba por substituir as riquezas sonhadas é um pudim de chocolate.Outra variante encontrada em Puerto Rico apresenta-nos uma avó, cujo marido, furioso por já ter desperdiçado um desejo, pede que lhe cresçam orelhas de burro..

As imagens

Uso de imagens digitais para constituir cenários onde uma ampla paleta de cores quentes e tons sombrios se impõe às imagens que reflectem o sonho e a imaginação. (Exemplo: páginas 10-11 a 16-17)Na tipografia encontramos uma grande diversidade. De entrada, chama a atenção a contraposição cromática que faz aparecer luz nas cenas sombrias, em contraste com os tons escuros que se apresentam em momentos de maior brilhantismo, no sonho. O ilustrador procura, talvez, deixar um lugar para a esperança, mesmo nas situações de pobreza e incerteza, por oposição ao sonho.Significativo é também o uso do negrito para as intervenções das personagens, e do itálico para as onomatopeias. E particularmente digno de nota é o tom dourado que aparece nalguma expressão especialmente significativa, como a grafia manuscrita da mensagem (páginas 18-19), e o tom avermelhado nalgumas palavras também relevantes (páginas 22-23), pelo qual se estabelece nestes casos uma curiosa relação semântica e visual.

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Pistas de exploração

- Lista individual de desejos. (A série escrita e numerada ajuda a estabelecer conexões entre símbolos e ideias de forma rápida, relacionando assim a matemática com a linguagem).- Relações numéricas (maior que, menor que, igual a).- Lemos em voz alta ou expomos a lista de desejos, e comparamos as listas de acordo com uma hierarquia numérica.- Investigamos sobre ideias preconcebidas. Fazemos uma lista de personagens e atribuímos um desejo a cada um. Exemplo: um médico, uma bruxa, uma mulher de cem anos, um esquimó, uma arquitecta, um astronauta, um monstro, uma mosca… A lista pode estar exposta e cada participante escreve um desejo, lê em voz alta, e os outros têm que adivinhar a personagem a que corresponde esse desejo.- Reflexão sobre o valor das coisas materiais.- Elaboração de uma lista de desejos colectiva, em que tomemos consciência da situação de outras pessoas, do cuidado do planeta, ecologia, meio ambiente… e tentemos ir mais além dos interesses pessoais.

Autora e ilustrador

Eva MejutoNasceu em 1975 em Sanxenxo, Pontevedra, Espanha. É licenciada em Ciências da Informação, Jornalismo, pela Universidade de Santiago de Compostela (USC). Após ter colaborado com diversos meios de comunicação galegos, trabalha desde 1998 no sector editorial. Faz parte da OQO editora desde 2005, no departamento de promoção e internacionalização.Adaptou diversos álbuns ilustrados, como este, ou Corre corre, cabacinha. Como especialista em literatura infantil e juvenil, participou em vários fóruns nacionais e internacionais ministrando seminários de formação a docentes e a mediadores de leitura.

Gabriel PachecoNasceu na Cidade do México em 1973 e estudou cenografia no Instituto Nacional de Belas-Artes. Realizou oficinas de desenho e figura humana na ENAP e diversos ateliês sobre ilustração infantil no México e em Espanha. Publicou no México, Estados Unidos, Itália, Espanha e Coreia. Esta é a sua segunda colaboração com a OQO editora depois de A grande viagem. Entre os seus reconhecimentos e galardões internacionais encontra-se o primeiro Prémio do Concurso Internacional de Ilustração Città de Chioggia 2004 (Veneza, Itália); o primeiro Prémio no XIV Catálogo de Ilustradores de Publicações Infantis e Juvenis 2004 (México); Ilustra, o Prémio Internacional do Livro Ilustrado 2004 (México); menções honrosas dos X e XIII catálogos de ilustradores do México; menção honrosa do Prémio Internacional do Livro Ilustrado 2000 e 2002 do México; foi seleccionado na Mostra Dalla Fiaba al Manifesto 2005, (Abano Terme, Itália) e na Bologna Children´s Book Fair 2007 e 2008 (Itália); e Menção Especial New Horizons 2008 Bologna Ragazzi Award (Itália), entre outros.

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Notas: