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Teorias Econômicas da Discriminação Economia do Comportamento Humano Notas de Aula Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS/FCE

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Teorias Econômicas da DiscriminaçãoEconomia do Comportamento Humano

Notas de Aula

Prof. Giácomo Balbinotto Neto

UFRGS/FCE

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Questões Referentes a Discriminação

Por que as mulheres ganham menos do que os homens?

Por que os negros ganham menos do que os brancos?

Como podemos definir e medir discriminação?

Quais as causas da discriminação no mercado de trabalho?

Quais as implicações da discriminação no mercado de trabalho?

Quais os custos da discriminação no mercado de trabalho?

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Fatos sobre Discriminação

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Fatos sobre Discriminação

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Fatos sobre Discriminação

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O que a Teoria Econômica da Discriminação Busca Explicar?

A análise econômica de discriminação explicaras diferenças de emprego e salário quepersistem entre um grupo dentro da mesmaforça de trabalho que não são justificados pordiferenças na produtividade, nos investimentosem capital humano e pela existência de salárioscompensatórios.

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O que a Teoria Econômica da Discriminação Busca Explicar?

Há significativas diferenças que parecemestar associadas somente a raça, gêneroou grupo étnico. Estas diferenças sãoconsideradas como sinônimo dediscriminação.

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Economia da Discriminação: Definições

A economia da discriminação pode ser definidacomo sendo o tratamento desigual dispensadoa um indivíduo baseado em um critério que sejairrelevante para a atividade econômicaenvolvida, tal como raça, gênero, preferênciasexual, origem étnica, religião, idioma,aparência física etc.

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Economia da Discriminação: Definições

Afirma-se que existe atualmente discriminaçãono mercado de trabalho se os trabalhadorescom idênticas características produtivas sãotratados diferencialmente devido aos gruposdemográficos a que pertencem.

Ehremberg & Smith (2000, p.459-460)

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Economia da Discriminação: Definições

A noção de discriminação envolve o conceito deque as características pessoais dostrabalhadores não estão relacionadas aprodutividade são também valorizadas nomercado (características tais com raça, grupoétnico, sexo, tem sido aduzidas neste contexto)

Arrow (1971)

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Economia da Discriminação: Definições

A economia da discriminação é definida como o tratamentodesigual baseado em critério irrelevante para a atividadeenvolvida. Dentre os diversos tipos de discriminaçãoeconômica (mercado de trabalho, entre as vizinhanças,segregação profissional, de linguagem, aparência física,dentro da família, etc.), a discriminação no mercado detrabalho é destaque na literatura. Esse destaque advém dofato do modelo de discriminação de Becker (1957) ter dadoimpulso inicial ao estudo da economia da discriminação. Umdos aspectos que torna atraente essa espécie de modelo ésua fundamentação microeconômica.

Paulo Loureiro (2003, p.126)

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Economia da Discriminação: Definições

Segundo Oaxaca (2001, p.3756), adiscriminação refere-se as distinções oudiferenças feitas entre objetos ou indivíduos.Em economia, como na linguagem comum, adiscriminação carrega consigo uma conotaçãopejorativa.

O termo é geralmente reservado paradistinções que são socialmente inaceitáveis eeconomicamente ineficientes.

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Economia da Discriminação: Definições

Gary Becker (1966, p.734) nós podemos dizerque existe discriminação econômica contramembros de um grupo sempre que suas rendassejam inferiores ao que justificariam suashabilidades.

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Economia da Discriminação: Definições

... to me discrimination occurs when, let me give an example: You canhire, let's say, a man and woman at equal wages, but you prefer theman. Even if the wages were a little bit less, you would prefer theman. I would say you have a prejudice, or a preference, againstwomen, or against blacks or Hispanics, or Chinese or foreigners,whatever the group may be. That is how I define discrimination. Aperson discriminates if he is willing to pay to avoid working with awoman. If you do not want a woman as your boss, you are willing topay for that privilege. To define discrimination I use the economicconcept of willingness to pay, which is crucial in all parts ofeconomics.

Gary Becker in http://www.minneapolisfed.org/pubs/region/02-06/becker.cfm

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Economia da Discriminação: Definições

A Convenção 111 da Organização Internacionaldo Trabalho considera discriminação todadistinção, exclusão ou preferência que tenhapor fim alterar a igualdade de oportunidade outratamento em matéria de emprego ouprofissão. Exclui aquelas diferenças oupreferências fundadas em qualificações exigidaspara um determinado emprego.

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A Discriminação noMercado de Trabalho

Discriminar: dar um tratamento diferente

a favor ou com base em outro fator que

não o mérito individual.

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A Discriminação noMercado de Trabalho

Duas idéias separadas: tratamento vs preconceito.

A discriminação do mercado de trabalho foca-se sobre o tratamento.

Como nós medimos o tratamento?

Resultado ou processo?

Diferentes resultados.

Diferentes oportunidades para alcançar o mesmo resultado.

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A Discriminação noMercado de Trabalho

A discriminação pode se dar por sexo, idade,

cor, estado civil, ou por ser a pessoa, portadora

de algum tipo de deficiência.

Pode ocorrer ainda, simplesmente porque o

empregado propôs uma ação reclamatória,

contra um ex-patrão ou porque participou de

uma greve.

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A Discriminação noMercado de Trabalho

Discrimina-se, ainda, por doença, orientação

sexual, aparência, e por uma série de outros

motivos, que nada têm a ver com os requisitos

necessários ao efetivo desempenho da função

oferecida.

O ato discriminatório pode estar consubstanciado,

também, na exigência de certidões pessoais ou

de exames médicos dos candidatos a emprego.

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A Discriminação noMercado de Trabalho

A existência de discriminação econômica no mercado detrabalho se dá quando um grupo de indivíduos que têmhabilidades, educação, treinamento, experiência eprodutividade iguais recebem salários diferentes ou recebamtratamento diferenciado por causa de sua raça, sexo, cor,religião, idioma, condição econômica e social, aparência físicae etnia, sem que essas características tenham efeito sobresua produtividade [Becker (1957), Phelps (1972), Arrow(1972, 1973), Spence (1973), Aigner e Cain (1977), Cain(1986), Taubman (1991), Hamermesh e Biddle (1994), Darity(1998), Lundberg e Startz (1998), Yinger (1998), inter alia].

cf. Loureiro (2003, p, 126)20

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A Discriminação noMercado de Trabalho

No Brasil, considera crime o atodiscriminatório, como se depreende dasLeis nºs 7.853/89 (pessoa portadora dedeficiência), 9.029/95 (origem, raça, cor,estado civil, situação familiar, idade esexo) e 7.716/89 (raça ou cor).

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Classificação da Discriminação no Mercado de Trabalho

1 - discriminação salarial;

2 - discriminação de emprego;

3 - discriminação de trabalho;

4 - discriminação nas oportunidades de obter capitalhumano;

5 - discriminação nas promoções.

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Discriminação Salarial

A discriminação salarial implica que ostrabalhadores discriminados recebemsalários que são menores do que os nãodiscriminados, realizando o mesmotrabalho e tendo o mesmo nível dequalificação e treinamento para tal.

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Discriminação Ocupacional

Aqui temos o caso em que os indivíduos

discriminados são arbitrariamente proibidos de

assumir certas ocupações mesmo que sejam tão

capazes quanto os outros de executar tais

tarefas, dado o seu capital humano e

treinamento, por exemplo.

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Discriminação de Emprego

A discriminação de emprego ocorre quando os

indivíduos discriminados ficam

predominantemente em desvantagem no que diz

respeito à baixa oferta de empregos, sendo,

portanto, os mais atingidos pelo desemprego.

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Discriminação Decorrente das Oportunidades

Neste caso, temos que os trabalhadores

discriminados tem oportunidades desiguais para

obter e aumentar o seu capital humano e sua

produtividade, tal como na obtenção de

treinamento ou ainda de serem preteridos na

ascensão dentro das firmas e organizações.

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Classificação da Discriminação no Mercado de Trabalho

Os três primeiros tipos de discriminação sãofrequentemente denominados como ''post marketdiscrimination'' ou ''discriminação direta'', porque elessão encontrados no mercado de trabalho depois que osindivíduos já estão empregados. O último tipo édesignado como ''pre market discrimination'' ou''discriminação indireta'', porque ocorre antes doindivíduo entrar no mercado de trabalho.

cf. Loureiro (2003, p, 127)

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As Origens do Debate Econômico da Discriminação

O debate pré-neoclássico sobre a questão

da inferioridade da mulher no mercado de

trabalho concentrou-se principalmente

sobre os diferenciais de salários.

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As Origens do Debate Econômico da Discriminação

Os primeiros analistas identificaram as razões potenciais para os baixos rendimentos das mulheres eram devidas as seguintes razões:

(i) costumes e a opinião pública;

(ii) natureza secundária do emprego da mulher com relação ao emprego do marido;

(iii) baixa produtividade do emprego feminino;

(iv) falta de apoio sindical;

(v) pouca ou insuficiente educação feminina;

(vi) poucas oportunidade de empregos alternativos.

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As Origens do Debate Econômico da Discriminação

Fawcett (1917, 1918) e Edgeworth (1922)– desenvolveram o conceitos dedeslocamento (crowding out) com relaçãoao mercado de trabalho e aos seusefeitos sobre os salários;

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As Origens do Debate Econômico da Discriminação

Bronfenbrener (1939, 1959) examinou omonopsônio, sindicatos e a discriminaçãodo empregador como uma fonte dosdiferenciais salariais.

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As Origens do Debate Econômico da Discriminação

Myrdal (1944) salientou o problema da discriminação racialnos EUA através do que ele chamou de principio dacausação cumulativa no qual viu o problema dos negrosnos EUA como uma interação e de mutuo causação de trêscausas que se moviam numa espécie de c´círculo vicioso:

(i) o comportamento dos brancos com relação aosnegros;

(ii) a condição de pobreza dos negros;

(iii) o capital humano e as características dos negros.

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Taxionomia das Teoriasda Discriminação

1 - Preferências pessoas ou preconceito;

2 - Informação imperfeita;

3 - Poder de mercado;

4 - Custos de transação;

5 - Teoria política da discriminação

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Teorias da Discriminação

1- Neoclássica (empregado, consumidor, empregador);

2 - Estatística (Arrow, Spence, Phelps, McCain)

3 - Poder de mercado (crowding out, mercado de trabalho dual, ação de conluio).

4 – Escolha pública (Public choice )– rent-seeking [Jeniffer Robback]

5 - Custo de transação.

6 – Informacionais.

7 - Institucionais.

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Teorias da Discriminação

Discriminação pré-mercado – implica na negaçãoaqueles que são discriminados contra a oportunidadeigual de desenvolver-se num período de formação,treinamento e pré-emprego.

Discriminação de mercado – ocorre quando as pessoasde igual capacidade estão competindo no mercado detrabalho são dadas oportunidades diferenciadas detrabalho, promoções, salários com base em algumacaracterística que não está relacionada com o seudesempenho.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

O início da moderna análise dadiscriminação tem origem no trabalhoseminal de Gary Becker – Economics ofDiscrimination (1957).

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

http://nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/1992/press.html

Another example of Becker's unconventional application of thetheory of rational, optimizing behavior is his analysis ofdiscrimination on the basis of race, sex, etc. This was Becker's firstsignificant research contribution, published in his book entitled, TheEconomics of Discrimination, 1957. Discrimination is defined as asituation where an economic agent is prepared to incur a cost inorder to refrain from an economic transaction, or from entering intoan economic contract, with someone who is characterized by traitsother than his/her own with respect to race or sex. Beckerdemonstrates that such behavior, in purely analytical terms, acts asa "tax wedge" between social and private economic rates of return.The explanation is that the discriminating agent behaves as if theprice of the good or service purchased from the discriminated agentwere higher than the price actually paid, and the selling price to thediscriminated agent is lower than the price actually obtained.Discrimination thus tends to be economically detrimental not only tothose who are discriminated against, but also to those who practicediscrimination.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

A teoria neoclássica da discriminaçãobaseia-se na noção de que o preconceitoé expresso em gosto discriminatórios porparte dos empregadores, trabalhadores econsumidores.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

A teoria de discriminação de Becker (1957) tem umaestrutura neoclássica determinada pelas preferências emdiscriminar, que podem ser de três tipos:

(i) discriminação do empregador;

(ii) discriminação do empregado e

(iii) discriminação do consumidor.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

O modelo de Gary Becker (1957) permite que,em um mercado competitivo, cada agente tenhapreferências diferentes e possa agir de acordocom essas preferências.

Assume-se que os indivíduos têmcomportamento racional e maximizam as suasutilidades com base nessas preferências.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

Os indivíduos racionais geram preferências pordiscriminação.

Os indivíduos são igualmente produtivos e forçascompetitivas tendem a eliminar diferenciais de saláriosoriundos da ação do empregador em discriminartrabalhadores igualmente produtivos.

Nessa economia, qualquer indivíduo pode negociarprodutos ou serviços com base no sexo, raça, religião eetnia.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

Segundo Gary Becker (1957) se um indivíduo tempreferência por discriminar, ele tem que agir como seestivesse disposto a pagar alguma coisa, ou diretamenteou na forma de uma redução na renda.

Nesse sentido, o autor conclui que essa maneira simplesde ver o assunto chega à essência do preconceito e dadiscriminação. Ou seja, discriminação consiste,basicamente, em reduzir lucros, salários ou renda paramanter preconceito de algum tipo.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

Suponhamos que existam apenas 2 tipos detrabalhadores no mercado de trabalho:negros e brancos.

Um emprego competitivo faz face a preçosconstantes para estes insumos: wb = wn.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

Se o empregador tem algum tipo de preconceitocontra negros, o empregador tem alguma desutilidadena contratação de trabalhadores negros.

Em outras palavras, mesmo que o custo seja somentewb para contratar um trabalhador negro, oempregador irá agir como ele custasse wb (1+d) onde(1+d) é o coeficiente de discriminação.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

O preconceito racial faz com que o empregadornão veja quais são os verdadeiros custosmonetários incorridos na contratação detrabalhadores negros, assim o empregadorpercebe os custos de contratação dos negroscomo estivesse excedendo os custos correntes.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

O coeficiente (d) nos mostra a percentagem dos custosde contratação de um trabalhador negro que é atribuídaao preconceito do empregador.

Quanto maior for o preconceito, maior será adesutilidade de contratar o trabalhador negro e maiorserá o coeficiente de discriminação d.

O coeficiente de discriminação d monetiza os custos dopreconceito, independentemente se ele tem origem noempregador, consumidor ou no trabalhador.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

Becker (1957) define o coeficiente de discriminação demercado como sendo a taxa diferencial de salários entredois tipos de mão de obra perfeitamente substituíveis,d = (wB – wN/Wn), isto é, como a diferença proporcionalentre os salários dos trabalhadores brancos (wB) e dostrabalhadores negros (wN), com produtividades iguaisem um mercado perfeitamente competitivo.

Conseqüentemente, na ausência de discriminação, ostrabalhadores de cada tipo receberiam salários deacordo com suas produtividades.

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

A amplitude do coeficiente de discriminação varia de -< d < +.

nepotismo discriminação

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Teoria Neoclássica da DiscriminaçãoGary Becker (1957)

O coeficiente de discriminação [d] de Becker(1957), torna possível incorporar explicitamenteo ato mas não a causa da discriminação nummodelo econômico e estudar seus efeitos sobreo mercado de trabalho, principalmente no quediz respeito aos salários e emprego.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

(i) há somente dois tipos de trabalhadores nomercado de trabalho: negros e brancos;

(ii) as firmas operam num ambientecompetitivo e devem decidir quanto de cadainsumo contrariar a fim de maximizar seuslucros;

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

(iii) nós assumimos que os trabalhadores negrossão substitutos perfeitos na produção, assim,temos que a função de produção pode serescrita como:

q= f (Eb + En)

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

En

Eb0

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

A produção [q] depende do número total de trabalhadores

contratados, independentemente de sua raça. Em outras palavras, a

firma obtém o mesmo produto se contrata 50 trabalhadores negros

ou 50 trabalhadores brancos ou ainda 25 de cada raça. Assim,

temos que a produtividade de ambos é assumida ser igual.

Deste modo, qualquer diferença que surja no status econômico

dos dois grupos não pode ser atribuída ao diferencial de habilidades

mas deve surgir do comportamento discriminador dos participantes

do mercado.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

(iv) o preconceito pode tomar a forma de uma aversãoa se associar com minorias e pode se manifestar pelapreferência na contratação e no tratamentodiscriminatório preferencial;

Aqui é assumido que alguns empregadores tem“gostos” por discriminação no sentido de que suautilidade é afetada de modo adverso pelo emprego epelos salários pagos ao grupo que está sendodiscriminando.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

Embora os custos monetários do emprego debrancos e negros seja dado por seus respectivossalários, wb e wn, a desutilidade experimentadapela contratação das mulheres afeta o custolíquido, de tal modo que:

wb= wn (1 + d)

d = (wb - wn)/wn

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

Visto que VPFMgn = VPFMb temos por hipótese que:

wn + d = wb ou wn = wb - d

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

Emprego0

Wb/Wn

Dsd

Dcd1

Dcsd2

Eo E3 E2 E1

A

B

C

1,0

0,80

0,70

Empregadores não

preconceituosos.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

Ponto A – representa uma situação onde não hádiscriminação e onde o nível de emprego é máximo e arazão salarial é igual a 1.

Ponto B – há uma certa discriminação dosempregadores contra os indivíduos do grupo minoritário.

Ponto C – aqui temos representados um aumento nograu de discriminação.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

Suponha que a função objetivo do empregador seja aseguinte:

Max U – f (lucros, percentagem de homens na força detrabalho da firma).

O empregador discriminador busca maximizar seuslucros e o número de homens na forma de trabalho dafirma. Isto pode ser representado graficamente numespaço bidimencional através de uma curva deindiferença convexa.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

Considere a figura abaixo, onde os lucros monetáriossão mostrados no eixo das ordenadas e o gênero noeixo das abscissas (percentagem de homens na força detrabalho).

A curva de indiferença representativa do empregador émostrada por IC.

Quanto mais o empregador “gostar” de empregarmulheres, mais inclinada irá se tornar a curva deindiferença

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

Assumindo, como fizemos acima, que os homens emulheres são substitutos perfeitos na produção e sãopagos , então com o mesmo salário, os lucros totaisserão dados por uma linha horizontal tal como P1P1.

Se o empregador não for um empregador discriminador(sex-blind), a curva de indiferença (IC) será horizontaltambém e a posição de equilíbrio será indeterminadasob os pressupostos do modelo (isto é, ela iria dependerde fatores tais como chance e não dos parâmetros domodelo).

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

Como desenhada a curva de indiferença, o empregadordiscriminador iria preferir somente homens.

A razão dada pelo modelo, é que o empregador, devido aoseu”gosto por discriminação” iria incorrer em custos psíquicos decontratar mulheres.

Embora os custos monetários do emprego das mulheres seja omesmo de empregar homens, ou seja a taxa de salário w, os custopara ele é dado por w(1+d), onde d > 0 é a desutilidade causadapela presença de mulheres na força

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

Se a mesma taxa salarial fosse aplicada tanto a homenscomo mulheres, o empregador discriminador iriaalcançar o mais alto nível de utilidade empregandosomente homens, na medida em que os custosmonetários e líquidos coincidiriam apenas no caso doshomens.

O equilíbrio do empregador discriminador é dado noponto P1, onde somente homens são contratados.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

1) A discriminação pelo empregador pode resultar numadiscriminação salarial, na qual o grupo minoritário, porexemplo, seja paga com um salário menor que suaprodutividade;

2) As firmas que empregam, por exemplo, trabalhadores dogrupo minoritário, são mais lucrativas do que aquelas quecontratam apenas trabalhadores do grupo majoritário;

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregador

3) Na medida em que o equilíbrio no mercado de trabalhocom discriminação por parte do empregador é governadopelo preconceito do empregador marginal ao invés doempregador médio, temos que o mercado de trabalho agepara atenuar a extensão da discriminação contra o grupominoritário.

4) Ceteris paribus, um aumento no número de firmas sempreconceito pode eliminar a discriminação salarial em suatotalidade, mesmo que a maioria dos empregadores sejamaltamente preconceituosos.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Consumidor

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Consumidor

No longo prazo, os trabalhadores igualmenteprodutivos dos grupos de negros e brancos, porexemplo, podem receber os mesmos salários,mas os do grupo discriminado irão sersegregados em empregos que não envolveminteração com o grupo de consumidoresdiscriminadores.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregado

A discriminação dos trabalhadores (colegas detrabalho) é dita ser a mais poderosa fonte dediscriminação visto que os motivos para a suaexistência são fortes, pois eles competem porempregos e há um contato pessoal próximo nolocal de trabalho.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregado

No modelo de Becker (1957), os trabalhadores do grupomajoritário possuem um gosto por discriminação se,quando for oferecido um salário wn para um empregoque implica em ter que trabalhar com os membros dogrupo N, ele age como se a taxa de salários fossewb (1-d).

A variável d é o coeficiente de discriminação dotrabalhadores e é igual ao montante de desutilidadeexperimentado ou de desutilidade do contato com ogrupo B.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregado

Devido ao seu preconceito, os trabalhadores dogrupo B irão concordar em trabalhar com ostrabalhadores do grupo N somente se a eles forpago um prêmio salarial igual a wbd.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregado

A discriminação entre trabalhadores analisada pela teoria de Becker(1957) pode ser vista como a teoria de diferenciais compensatórios,como em Rosen (1986). Tal como no modelo clássico tradicional, ascondições de trabalho devem entrar na função de utilidade dostrabalhadores. Por exemplo, suponha um produto no mercadocompetitivo, com a presença suficiente de empregadores nãodiscriminadores. Na hipótese de existirem dois grupos detrabalhadores (A e B), se os trabalhadores do grupo A competemcom os trabalhadores do grupo B, que são preconceituosos, ostrabalhadores do grupo A necessitam de compensação paracontinuar trabalhando com os do grupo B. Neste caso, ostrabalhadores do grupo A possuem um custo de oportunidade paratrabalhar em ambiente desagradável, necessitando de diferencial desalário, tal como na teoria dos diferenciais compensatórios.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregado

No longo prazo, o modelo de Becker (1957) prediz o seguinte:

As firmas irão se tornar completamente segregadas, tendo um

grupo de trabalhadores todos B ou todos N a fim de evitar os

elevados custos de mão-de-obra de uma força de trabalho

integrada;

Qualquer diferencial salarial discriminatório irá desaparecer visto

que se o grupo de trabalhadores B receber um salário mais

elevado, as firmas irão se deslocar para os baixos salários

empregando os trabalhadores do grupo N.

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Teoria Neoclássica da Discriminação Gary Becker (1957)

A Discriminação pelo Empregado

A discriminação pelos empregados não afeta a

lucratividade das firmas porque elas pagam o mesmo

preço por uma hora de trabalho e porque os

trabalhadores negros e brancos são substitutos

perfeitos, não há vantagem em ser uma firma branca ou

negra. Assim, não há formas de mercado que irão levar

a uma tendência de redução da importância da

discriminação dos empregados ao longo do tempo.

[cf. Borjas (2005, p.368) e Chiswick (1973)]

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Resumo do Modelode Gary Becker

Uma das possíveis explicações para a permanência da discriminação em

mercados competitivos é se a fonte de discriminação racial em mercados

competitivos é o empregador (do lado da demanda), então a competição é

a melhor aliada dos trabalhadores discriminados.

Porque a livre entrada e saída das firmas asseguram que firmas que estão

no mercado não estão tendo excesso de lucros, e o empregador

discriminador tem que pagar com recursos de fora do seu lucro. Então, uma

firma não discriminadora deveria poder eventualmente comprar todas as

outras firmas no mercado. Como um resultado, a discriminação do

empregador será eliminada em mercados competitivos (Borjas, 1996).

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Resumo do Modelode Gary Becker

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Resumo do Modelode Gary Becker

O argumento acima supõe que todas as firmastêm as mesmas funções de produção.

Entretanto, caso as firmas discriminadorassejam mais eficientes, produzindo o produto aum custo inferior ao da firma nãodiscriminadora, então poderá ocorrerdiscriminação mesmo em mercados competitivos(Goldberg, 1982).

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Resumo do Modelode Gary Becker

No modelo de discriminação por preferência, se umindivíduo tem preferência por discriminar, ele tem queagir como se estivesse disposto a pagar alguma coisa,diretamente ou na forma de uma redução na renda, porser associado com algum grupo, em vez de outro.

Desse modo, a discriminação consiste basicamente emreduzir lucros, salários ou renda para manterpreconceito de algum tipo.

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Resumo do Modelode Gary Becker

Do ponto de vista teórico, o modelo de discriminaçãopor preferência mostra que os diferenciais salariaispodem ser explicados por discriminação.

Existe discriminação se um grupo de indivíduos que têmprodutividades iguais recebem salários diferentes oureceba tratamento diferenciado por causa de sua raça,sexo e origem, sem que essas características tenhamefeito sobre sua produtividade. Assim, discriminação porpreferência é sempre ineficiente.

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Resumo do Modelode Gary Becker

Se o mercado for puramente competitivo, então o modelo de

Becker (1957) irá persitir.

Contudo, os resultados serão contrários se:

(i) a firma tiver um poder monopsonista;

(ii) os supervisores forem discriminadores;

(iii) os empregados forem discriminadores;

(iv) os consumidores forem discriminadores.

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Teoria neoclássica da discriminação Gary Becker (1957) Evidências empíricas

Friedman – Capitalismo e Liberdade (cap.VII)

Ahsenfelter & Hannan (1986), QJE, 101

Black (1999), MLR (december)

Black & Strahah (1999),

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Críticas ao Modelo de Becker (1957)

As principais críticas feitas ao modelo de Becker são:

a) é insatisfatório para explicar fenômeno através degostos, desde que em última instância todo ofenômeno econômico pode ser explicado invocando afunção de utilidade;

b) é a exagerada ênfase no pressuposto de que em ummercado competitivo, a discriminação seria afastadapelos não discriminadores. O resultado poderia ser desegregação, com os salários iguais entre os grupos .

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Críticas ao Modelo de Becker (1957)

Outras críticas ao modelo de Becker são feitas por Holzer e Neumark(2000) que argumentam que se os gostos dos empregadores sãonepotísticos ao invés de discriminatórios, então a competição entre asfirmas não eliminará este tipo de discriminação, embora a competitividadepossa reduzir o diferencial de salário produzido por discriminação.

A esse respeito, Goldberg (1982) mostra que firmas discriminadoras estãodispostas a receber menor lucro para dar preferência a certos grupos detrabalhadores.

De acordo com Yinger (1998) a evidência disponível sobre estereótipos,preconceitos e desigualdades que surgem a partir de discriminaçãopassada, algumas vezes pode dar aos agentes econômicos um incentivopara continuar a discriminar.

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Críticas ao Modelo de Becker (1957)

Yinger (1998) argumenta que discriminaçãobaseada na regra de lucratividade estaria a umpasso de um campo minado, pois ao permitir oestabelecimento dessa regra, estaria eliminandoqualquer princípio de igual oportunidade.Primeiro, porque os indivíduos poderiamdiscriminar até o ponto de aumentar os seuslucros.

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Críticas ao Modelo de Becker (1957)

Em segundo lugar, porque práticas empresariaislucrativas, para as quais não existem substitutosigualmente lucrativos sem impacto adverso, geralmentesatisfariam a necessidade empresarial.

Como discutido anteriormente, incentivos econômicosque conduzem a tratamento desfavorável de certosgrupos refletem as disparidades socioeconômicas eatitudes preconceituosas que são o produto dediscriminação passada.

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Modelos Institucionais de Discriminação

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Modelos Institucionais

Estes modelos assumem que a discriminaçãoocorre como parte da organização interna dasfirmas.

Ela é baseada sobre a noção de que a estruturaadministrativa da firma é construída sobrearranjos institucionais que tem repercurssostanto deliberadas ou não intencionais.

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Modelos Institucionais

Existem três modelos institucionais (os quais podem ser trabalhados separadamente ou em conjunto):

Mercado interno de trabalho;

Empregos secundários e primários;

Efeitos de retroalimentação.

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Modelos Institucionais: Mercado Interno de Trabalho

O modelo do mercado interno de trabalho assume que certas firmasirão, de um modo geral, realizar promoções somente dentro dafirma:

Se isto for verdade, o nível de entrada da firma irá atrair somenteum tipo de trabalhador;

Ou somente um determinado tipo de trabalhador será retido;

Ou somente um tipo de trabalhador irá ficar no emprego;

Assim, por exemplo, no longo prazo, a alta gerência serácomposta por aqueles tipos de trabalhadores que permanecemna posição de entrada da firma.

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Modelos Institucionais: Mercado Primário e Secundário

Aqui o pressuposto é que certas firmasirão promover somente certos tipos detrabalhadores na sua entrada;

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Modelos Institucionais

Sa

lário

s (

$)

Emprego Líder

Primário

Secundário

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Modelos de Efeitos Retroalimentadores(Feedback Effects)

Algumas vezes os empregadores e empregadospodem discriminar, pois eles trazem para o lugarde trabalho o comportamento exibido na famíliaou no lar.

Assim, a importância do gênero ou da raçagerada na família é trasnmitida ou reproduzidano lugar de trabalho.

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Modelos de Efeitos Retroalimentadores(Feedback Effects)

Divisão do

trabalho na

familia.

Diferenças de

gênero nos

resultados do

Mercado de

Trabalho.

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Teoria Estatística da Discriminação

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Teoria Estatística da Discriminação

Uma teoria que é geral e amplamente aceita naexplicação da persistência de discriminação é ateoria de discriminação estatística, retratadanos modelos desenvolvidos por Phelps (1972) epor Arrow (1973).

A discriminação estatística surge a partir doproblema de informação imperfeita. Em muitoscasos é caro, se não impossível, obterinformações necessárias sobre a produtividadede um potencial empregado.

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Teoria Estatística de Discriminação

Principais Autores:

Phelps, Edmund S. (1972)

Aigner & Cain, G. (1977)

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Teoria Estatística de Discriminação

... occurs whenever an individual is judged on thebasis of the average characteristcs of the group, orgroups, to which he or she belongs rather than uponhis or her own personal characteristics. Thejudgments are correct, factual, or objetive in thesense that group actually has the characteristcs thatare ascribed to it, but the judgments are incorrectwith respect to many individuals within the group.

Phelps, Edmund S. (1972)

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Teoria Estatística de Discriminação

Devido a incerteza, os empregadores usamcaracterísticas individuais para prever sua produtividadeno emprego:

Educação;

Experiência;

Estado cívil;

Gênero;

Raça.

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Teoria Estatística de Discriminação

A discriminação estatísitica não resulta ou

têm origem no preconceito, mas é fruto

de um problema referente a predição do

desempenho do trabalhador devido a

incerteza sobre o seu desempenho.

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Teoria Estatística da Discriminação: Definições

Segundo Lester Turrow (1975, p.172), nós podemos

dizer que a discriminação estatística ocorre sempre que

um indivíduo é julgado com base numa característica

média do grupo ou dos grupos aos quais ele pertence ao

invés de se basear em suas próprias características

pessoais.

Os julgamentos são corretos factuais e objetivos no

sentido de que o grupo realmente possui as

características descritas ou pertencentes ao grupo, mas

os julgamentos são incorretos com respeito a muitos

indivíduos dentro do grupo.

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Teoria Estatística da Discriminação: Definições

Para Ehremberg & Smith (2000, p.480) adiscriminação estatística pode ser vista comparte de um problema de seleção e contratação(hiring) que surge quando as característicaspessoais observáveis que estão correlacionadascom a produtividade não constituem fatores deprevisão perfeitos.

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Teoria Estatística da Discriminação: Definições

Oaxaca (2001, p.3757) destaca que a teoria da

discriminação estatística é uma abordagem que se baseia

ou repousa sobre os custos de informação e riscos ao

invés de gostos por discriminação, como em Becker

(1957) ou no poder de monopólio como em Robinson

(1933) para explicar as disparidades de renda entre

diferentes grupos demográficos na sociedade.

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Teoria Estatística da Discriminação

A teoria estatística da discriminação estárelacionada ao tipo e a quantidade deinformação usadas nas decisões de contrataçãopelas empresas.

Aqui a discriminação é vista com parte doproblema de selecionar um trabalhadorquando as características pessoais observáveisque estão correlacionadas com a produtividadenão são preditores perfeitos desta.

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Teoria Estatística da Discriminação

A discriminação estatística surge porque as informações obtidas docurrículo e das entrevistas não predizem perfeitamente a verdadeiraprodutividade do trabalhador.

A incerteza sobre a verdadeira a produtividade do trabalhadorencoraja o empregador a usar alguma estatística sobre odesempenho médio do grupo para predizer uma característicaparticular da produtividade do trabalhador.

Como resultado temos que os candidatos dos grupos com altaprodutividade se beneficiam enquanto os que pertencem aosgrupos de baixa produtividade não.

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Teoria Estatística da Discriminação

As firmas utilizam tanto dados individuais e dados degrupo na decisão de contratação quando a primeira nãofor um preditor perfeito da produtividade.

Contudo, o uso destes dados pode levar ao surgimentode uma discriminação porque as pessoas com asmesmas características produtivas irão ser tratadas deum modo diferentes com base numa base sistemáticaque dependerá da afiliação do grupo.

[cf. Cain (1986, p.723)]

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Teoria Estatística da Discriminação

A racionalidade subjacente ao uso dadiscriminação estatística é similar a literaturareferente a teoria da sinalização e screening.

A discriminação estatística ocorre porque édispendioso ou simplesmente impraticável paraos empregadores obter informações detalhadassobre cada empregado potencial.

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Teoria Estatística da Discriminação

As informações limitadas que são disponíveis sãoinsuficientes para permitirem que o empregador preveja,de forma acurada, quais dos candidatos será o maisprodutivo dos empregados.

Como resultado da informação imperfeita, o empregadorutiliza considerações simples tais como raça, gênero,idade, na escolha entre candidatos, critérios que, emmédia podem ser apropriados como indicadores deprodutividade, mas que, de um modo geral sãoimprecisos para um dado indivíduo.

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

(i) seja qi a verdadeira produtividade do

trabalhador, a qual é desconhecida do

empregador, que por sua vez deve se basear

em algum indicador observado, m as imperfeito

da verdadeira produtividade yi;

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

(1) y = q +

E () = C (q, ) = 0 - expectância

E (y) = E (q) = - expectância

2

V () = - variância

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

(ii) assumindo que q e são distribuídas normal econjuntamente, bem como não estão correlacionadas,nós podemos especificar uma função de regressãolinear para q, tal como:

(2) q = (1 - ) + y + e

Aqui = r - quadrado = coeficiente de determinaçãoente q e y. Portanto 0 1. Ele mede a fidedignidade(reliability) de y com relação a q.

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

(iii) Assumimos que os empregadorespagam os trabalhadores de acordo comsua produtividade esperada, assim, temosque:

(3) w = E(q/y) = (1 - ) + y

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

As equações (2) e (4) relevam que a discriminação

individual, definida como um pagamento desigual para

trabalhadores igualmente produtivos é inevitável, dado o

componente de erro e.

Ao contrário, a discriminação de grupo não surge deste

modelo porque (e) é considerado aleatório e tem um

valor esperado igual a zero para os grupos minoritários e

majoritários.

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

(iv) seja:

0 - grupo minoritário;

1 - grupo majoritário;

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

CASO #1 - o = 1 = - os grupos 0 e 1possuem a mesma produtividade verdadeira enós iremos comparar os trabalhadores com omesmo escore.

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

Nós assumimos também que V (q) é a mesma paraambos os grupos,mas que Vo () > V1 ().

Isto significa que o teste é menos crível para o grupozero do que para o grupo 1, assim, temos que 1> 0 enós temos que:

(4) (w1 – wo) = (y-a) (1 - o)

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

Portanto, para um escore y, os trabalhadores do grupo

1 recebem um salário mais alto do que os do grupo 0

para escores acima da média, , e salários mais baixos

para escores (y) abaixo da média.

Deste modo, a discriminação do grupo, definida por

E(w1-wo) > 0 não se faz presente.

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

produtividade

Freq.

0

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

A discriminação estatística pode ocorrer mesmo quandoas produtividades médias forem iguais. A razão pela qualisto ocorra é que:

(i) as predições da produtividade individual tal como osanos de educação ou testes de escore devam ser menosconfiáveis para os membros do grupo minoritário. Nostermos da figura anterior, isto significa que, nadistribuição de probabilidade anterior dos membros dogrupo que sofre a discriminação o desvio-padrão émaior.

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Teoria Estatística da Discriminação –O Modelo de Phelps - Cain (1986, p.722-729)

(ii) os empregadores devem ser avessos ao risco naescolha entre os candidatos ao emprego; isto é –quando eles fazem face a dois candidatos com iguaiscredenciais, o empregador irá selecionar aquele cujaprodutividade é menos incerta.

Portanto, os diferenciais de rendimentos devido adiscriminação estatística resultam da existência einformação imperfeita referente a produtividade doindivíduo candidato ao emprego.

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Teoria Estatística da Discriminação: Implicações

(i) ao contrário da modelo neoclássico de “gosto” pordiscriminação, o empregador não é prejudicado pelapratica da discriminação. Ao contrário, o empregador éum beneficiário, pois ele irá aumentar os lucrosminimizando os custos de contratação.

Dado que a obtenção de informações detalhadas sobrecada candidato é dispendiosa (é cara), as característicaspercebidas de cada grupo de candidatos é um meiobarato de selecionar (screening) os empregados.

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Teoria Estatística da Discriminação: Implicações

(ii) o modelo de discriminação estatística não indica,necessariamente que um empregador esteja sendomalicioso em seu comportamento de contratação.

As decisões devem estar corretas, racionais e lucrativasem média.

O único problema é que muitos trabalhadores quediferem do grupo médio irão ser discriminados.

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Teoria Estatística da Discriminação: Implicações

(iii) não há necessidade de a discriminaçãoestatística diminuir ao longo do tempo, ela podepersistir por que aqueles que a praticam podemdela se beneficiar, não porque tenham umpreconceito em si, mas porque há assimetria deinformação no mercado de trabalho;

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Teoria Estatística da Discriminação: Implicações

(iv) o uso de dados de grupos tende a setornar um meio de seleção mais oneroso àmedida em que os membros de cadagrupo se tornam mais similares.

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Teoria Estatística da Discriminação: Implicações

(v) Uma abordagem em termos de políticas públicasque tem sido adotadas para lidar com a discriminaçãoestatística tem sido a de editar leis de direitos civis e deleis de contratação justa que proíbam a discriminaçãopor características tais como raça, gênero ou estadocivil;

Uma outra política adotada para acabar com adiscriminação estatística é a que requer que os testesde contratação usados pelas empresas para recrutarpessoas se, viés e que os escores dos testes sejamrelacionados com o desempenho do emprego.

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Teoria Estatística da Discriminação: Implicações

(vi) a discriminação estatística implica que os indivíduoscom capacidades produtivas idênticas podem terdiferentes salários devido ao fato de que pertencem adiferentes grupos.

Contudo, ela não explica a discriminação entre grupos.Ela não nos permite compreender porque indivíduospertencentes a diferentes grupos demográficosrecebem, persistentemente um pagamento mais baixodo que os membros dos outros grupos.

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Teoria Estatística da Discriminação: Implicações

(vii) se o desempenho de um indivíduo é realmente

independente dos seus membros num grupo

demográfico preciso, a observação repetida desta

observação será suficiente para um empregador chegar

a conclusão de sua verdadeira estimativa sobre a

produtividade, a qual é, por hipótese independente do

membro do grupo

[cf. Cain (1986) e Arrow (1998)]

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Teoria Estatística da Discriminação: Implicações

(viii) [cf. Loureiro, 2003, p. 138)] A informaçãoassimétrica está presente no modelo, onde a firmacompetitiva não consegue distinguir entre trabalhadorescom diferentes características, trata-os como se formasseum único grupo, isto é, como se eles tivessem uma únicadistribuição de probabilidade de produtividades. A estegrupo é oferecido um salário único.

.

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Teoria Estatística da Discriminação: Implicações

Aigner e Cain (1997) argumentam que discriminação degrupo não se caracterizaria se a média salarial para osdois grupos fosse igual e, se cada empregado recebessede acordo com sua produtividade esperada. Entretanto,como as firmas são avessas ao risco, impõem um salárioaos grupos, o que pode resultar em discriminação.

O empregador pode discriminar estatisticamente porquesabe que a distribuição de probabilidade de produtividadedos trabalhadores difere.

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A Teoria de Spence (1973): Sinalização

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A Teoria da Sinalização da Discriminação

Outros modelos de discriminação supõeminformações imperfeitas em mercadoscompetitivos, como o de Spence (1973), porexemplo, onde existe a possibilidade de osdiferenciais de salários permanecerem dentrode uma estrutura de mercado competitivo.

Nesse modelo, incorporam-se as incertezas doempregador sobre os trabalhadores em relaçãoaos salários e a produtividade.

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A Teoria da Sinalização da Discriminação

O modelo de Spence (1973) parte dopressuposto de que o empregador sabeque a distribuição de probabilidades daprodutividade dos trabalhadores diferedentro de um determinado grupo.

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A Teoria da Sinalização da Discriminação

Como a verdadeira produtividade de cadatrabalhador não é observada e, assim,identificá-la é muito oneroso - não éeconomicamente possível para o empregadordeterminar perfeitamente a verdadeiraqualidade do candidato - então, o empregadorpode utilizar um sinal para identificá-la.

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A Teoria da Sinalização da Discriminação

Se os sinais sobre os indivíduos - educação,

experiência - não informam perfeitamente a

produtividade, informações sobre raça e sexo

podem permitir ao empregador remunerar

diferentemente indivíduos com produtividades

semelhantes.

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A Teoria da Sinalização da Discriminação

Ainda segundo Spence (1973), algum tempodepois de contratar um indivíduo, o empregadorconhecerá suas capacidades produtivas.

Assim, com base na experiência de mercado,será possível ao empregador assegurar-se dacapacidade produtiva do contratado, dadas asdiversas combinações de sinais e índices.

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A Teoria da Sinalização da Discriminação

Nesse modelo, o trabalhador pode ter duasprodutividades diferentes q1 < q2.

No entanto, o empregador sabe apenas que aprobabilidade dele ser do tipo 1 é m0.

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A Teoria da Sinalização da Discriminação

O modelo de Spence (1973) enfatiza a idéia de que a escolaridadecomo sinalização de produtividade seria útil, desde que os custos dotrabalhador de obter o sinal mantivessem uma relação inversa coma produtividade.

Economistas como Berg (1970) criticam este ponto, afirmando quetrabalhadores com igual escolaridade (inclusive adquiridas nasmesmas escolas) podem apresentar diferentes produtividades nafirma.

O sinal (como se fosse um escore) serve somente indicar aprodutividade do trabalhador, além do fato de que a educação émuito dispendiosa (ainda mais, para trabalhadores menosprodutivos).

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A Teoria da Sinalização da Discriminação

O modelo de Spence (1973) pode ser visto como partedo modelo de seleção adversa.

Tal como no modelo de discriminação estatística, a firmanão possui toda informação sobre o empregado, ouseja, no momento em que a firma assina contrato com oempregado não são conhecidas as principais habilidadesdo contratado, o que leva a primeira a fazer umaescolha inapropriada, quando a informação é disponívelapenas para os empregados que estão sendocontratados.

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A Teoria da Sinalização da Discriminação

Os trabalhadores sabem mais a seu respeito doque os potenciais empregadores. Então, omercado contém uma informação assimétrica.

A firma poderá presumir que a qualidade dostrabalhadores seja baixa, fazendo com que ossalários reduzam, aumentando a proporção nomercado de trabalho de trabalhadores de baixaqualidade.

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Modelos da Transmissão Intergeracional de Desigualdade

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Modelos da Transmissão Intergeracional de Desigualdade

Lundberg e Startz (1998) mostram como os modelos datransmissão intergeracional de desigualdade enfatizamos efeitos da segregação e como a discriminaçãopassada afeta a família e os recursos da comunidade(um modelo de overlapping generations aplicado àpersistência do diferencial racial de renda).

Nesse modelo, o indivíduo vive dois períodos. Noprimeiro período t, ele investe em capital humano e nosegundo período t+1 produz e recebe renda (produto).

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Modelos da Transmissão Intergeracional de Desigualdade

O indivíduo escolhe dois níveis de consumo ct ect+1 e um nível de investimento It que produzcapital humano ht+1, onde pi é o preço deinvestimento e se supõe que as taxas de juros ede preferência temporal sejam zero

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Modelos da Transmissão Intergeracional de Desigualdade

Luory (1998) por sua vez, enfatiza o investimento pessoal emprodutividade, que está estritamente associado à posição que oindivíduo ocupa na classe social.

Dentro de uma estrutura de mercado imperfeito de capital paraempréstimos educacionais, é necessário ter credibilidade sendo queas externalidades sociais medidas por vizinhança e processospsicológicos determinam esta credibilidade.

Isto é, capital cultural e social influenciam explicitamente umaaquisição pessoal de capital humano. Assim, o mercado em si nãoé suficiente para caracterizar a discriminação, uma vez o mesmonão observa a estrutura social e cultural do indivíduo. Mercadossão determinados por comportamentos sociais e culturais, ou seja,influenciados por fatores externos.

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A Teoria dos Custo de Transação da Discriminação

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A Teoria dos Custo de Transação

Mesmo que os empregadores pudessem distinguir qual

dos trabalhadores do grupo minoritário irão

desempenhar bem o seu trabalho, podem existir custos

inerentes de contratação destes trabalhadores que

levam a emprega-los somente a um baixo salário.

Um exemplo seria a diferença com relação a linguagem

e costumes.

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A Teoria dos Custo de Transação

Os trabalhadores de um grupo minoritário podem diferir com relação:

(i) costumes;

(ii) linguagem;

(iii) hábitos de trabalho;

(iv) valores religiosos etc.

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A Teoria dos Custo de Transação

Os custos para o empregador de aprender aqueles

costumes e linguagem e /ou reestruturar o local de

trabalho de modo a não ofertar as operações deve

compensar o baixo salário para manter a empresa

competitiva.

Em muito casos tal reestruturação pode se impossível

de ser feito ou deve ser muito cara.

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A Teoria dos Custo de Transação

A abordagem dos custos de transação sugere que asdiferenças de grupo são o resultado de diferenças reaisna produtividade dos trabalhadores e que elas deverãoser maiores para pequenas minorias.

A abordagem dos custos de transação é útil naexplicação dos resultados de mercado de trabalho paraminorias culturais, étnicas e lingüísticas.

[cf. Filler, Hamermesh e Ree (1996, p.542-543)]

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Teoria da Public ChoiceRent-Seeking

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O conceito de rent-seeking

(i) Buchanan (1980 a, p.4) - “o termo ‘rent-seeking’é designado para descrever o comportamento numcontexto institucional onde os esforços individuaispara maximizar o valor geram um desperdício socialem vez de um excedente social”;

(ii) Tullock (1980 a, p.17) - “ ...um indivíduo queinveste em algo que não irá realmente melhorar aprodutividade ou irá diminui-la, mas que aumenta asua renda porque dá a ele alguma posição especialou poder monopolista, é “rent-seeking”;

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O conceito de rent-seeking

(iii) Ekelund e Tollison (1981, p.13-14 e p.19) - definema atividade de rent-seeking como aquelas atividades nasquais os indivíduos buscam retornos dos direitosmonopolistas sancionados pelo Estado, ou ainda, comosendo o gasto de recursos escassos para capturartransferências puras;

(iv) Tollison (1982, p.578) - rent-seeking é o gasto derecursos escassos para capturar transferênciasartificialmente criadas;

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Os Custos da Atividade de Rent Seeking

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Teoria da Public ChoiceRent-Seeking

Alguns autores buscaram analisar este fenômenosegundo a abordagem da rent-seeking: Dollery(1989, 1990, 1994), Mbaku (1991) e Roback(1989).

Segundo Roback (1989,p.675-980), os gruposétnicos podem exercer uma forte atividade derent-seeking porque eles identificam claramentequem são os beneficiários e os prejudicados dasmedidas de segregação e exclusão, reduzindo,assim, consideravelmente os problemas geradospelo free-rider.

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Teoria da Public ChoiceRent-Seeking

Como exemplo de racismo, entendido este como sendouma atividade de rent-seeking Roback (1989, p.667) citaos caso de exclusão de ocupações por determinadosgrupos étnicos na África do Sul.

Outro exemplo seriam os casos de exclusão deoportunidades de obter educação. Isto limitaria o acessoa entrada para determinadas atividades e profissões. Umdos exemplos mais claros disso seria o “Collor Bar Act”de 1911 sancionado na África do Sul, que reservadaempregos especializados para os trabalhadores brancoseuropeus.

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Teoria da Public ChoiceRent-Seeking

Os modelos de rent-seeking tem sidoaplicados principalmente a questão dadiscriminação racial do que adiscriminação sexual.

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Modelos Teóricos de Segmentação

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Modelos Teóricos de Segmentação

Segmentação é essencialmente o ato de dividirum mercado em grupos diferentes deempregados que desejam trabalhos separados.

No limite, todo empregado é potencialmenteum segmento de mercado separado porquetodo trabalhador terá necessidades diferentes.

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Modelos Teóricos de Segmentação

Diversos trabalhos têm analisado a segmentação por diferentes pontos de

vista.

Por exemplo, o trabalho de Doeringer e Piore (1985) mostra que são as

características dos empregados que determinam o local de trabalho em

que eles serão alocados.

Esses autores argumentam que a existência de mercados de trabalho

segmentados dificulta a mobilidade de trabalhadores de baixa qualidade

para trabalhos mais qualificados. Sob este pressuposto, torna-se crucial a

colocação inicial de um trabalhador no mercado de trabalho como um fator

essencial na determinação de seu futuro.

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Modelos Teóricos de Segmentação

Outro ponto de vista explora a hipótese de quesegmentação é gerada pelo comportamento do setorindustrial, ou seja, são fortemente enfocadas ascaracterísticas da demanda por mão-de-obra como asresponsáveis pela segmentação [Bluestone (1968) eHarrison (1972)].

Para Lima (1975) a segmentação do mercado detrabalho é função direta dos fatores institucionais quedefinem o poder de mercado de diferentes indústrias.

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Modelos Teóricos de Segmentação

Um terceiro ponto de vista argumenta que as forçaspolíticas e econômicas, atuando endogenamente,produziriam submercados ou mercados segmentados detrabalho.

Segundo Reich et alii (1973) mercados de trabalhosegmentados são produto de um processo desegmentação.

O setor educacional, nesse contexto, é visto como umaforte barreira de mobilidade ocupacional intergerações.

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Modelos Teóricos de Segmentação

Finalmente, temos o ponto de vista de que asegmentação é interpretada como um processo dedesenvolvimento divergente, processo este baseado nochamado ''feedback' positivo, que relaciona progressotécnico, produtividade da mão-de-obra e poder debarganha dos salários no mercado de trabalho [Vietorisze Harrison (1973)].

Tem-se no ''feedback'' positivo do ciclo de produçãotécnica um dos principais responsáveis pelasegmentação do mercado de trabalho.

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A Decomposição de Oaxaca (1973)

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A Decomposição de Oaxaca (1973)

Como os economistas medem a discriminação no mercado de trabalho?

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Medindo a Discriminação

Suponha que nós temos dois grupos detrabalhadores, Homens e Mulheres.

O salário médio dos homens é dado por , enquanto o salário médio das mulheres é dado por . Uma possível definição de discriminação é dada pela diferencial nas médiassalariais, ou:

FW

MW

FM WWW

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Uma definição mais apropriada de discriminação nomercado de trabalho compara os salários de trabalhadoresigualmente qualificados. Aqui assumimos que a únicavariável relevante seja a escolaridade, (a qual denotamospor s, e que afeta os rendimentos. A função derendimentos para cada um dos dois grupos pode serescrita como:

Male earnings function: Female earnings function:

O coeficiente nos diz quanto do aumento do rendimentodos salários dos homnes em função de um ano adicional deescolaridade, enquanto que o coeficiente nos forneceo mesmo dado para uma mulher.

MMMM SW

FFFF SW

M

F

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Medindo a Discriminação

O modelo de regressão implica que odiferencial bruto de salários pode serescrito como:

FFFMMMFM SSWWW

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Nós podemos descrever a diferença salarial bruta como

FMMFFMFM SSSW

Diferencial devido a discriminação Diferencial devido a diferenças nas habilidades

O segundo termo na equação surge porque osdois grupos diferem em suas habilidades.

O primeiro termo na equação surge devido aotratamento diferente dos homens e mulheres oqual é típicamente definido como discriminação.

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A Decomposição de Oaxaca (1973)

O primeiro termo na equação será positivo se osempregadores valorizarem mais a educação de umhomem que a educação de uma mulher (βF > βM), ouse os empregadores simplesmente pagarem mais paraos homens que para as mulheres com qualquer nível deescolaridade, de forma que a ordenada da função deganhos será mais alta para os homens que para asmulheres (αM > αF). O hiato salarial que aparece emrazão do tratamento diferencial entre homens emulheres é normalmente definido como discriminação.

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A Decomposição de Oaxaca

O diferencial bruto de salário que pode ser

decompostos em função as diferenças nas

características entre os dois grupos e uma parte

que permanece inexplicada e que nós

chamamos de discriminação.

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Salários Reais

Escolaridade

Mensuração do impacto da distriminação sobre os salários.

Função de Rendimentos dos Homens

Função de rendimentosda mulher

FS MS

αF

αM

MW

FW

*MW

Homem pago como uma mulher

Salário do homem

Salário da mulher

Mulher paga como um homem

Discriminação

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Decomposição de Oaxaca (1973)

A figura acima ilustra a intuição da decomposição deOaxaca (1973). Como traçado, a relação entre os ganhosde educação tem um ordenada maior e uma inclinaçãomais íngreme para os homens que para as mulheres.

Em outras palavras, os homens começam com umavantagem (eles ganham mais do que as mulheresmesmo se os dois grupos não tiverem escolaridadealguma)e, em seguida, recebem um pagamento maior porcada anos adicional de escolaridade.

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Decomposição de Oaxaca (1973)

Suponha também que, em média, os homens tenhammais escolaridade que as mulheres.

O diferencial bruto de salários entre eles é então dadopela diferença vertical (wM – wF). A mulher média com sFanos de escolaridade ganharia wF* se ela fosse “tratadacomo um homem”.

Como resultado, a diferença (wF* - WF) pode ser atribuídaà discriminação.

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Decomposição de Oaxaca (1973)

Parte do diferencial bruto, contudo, também surge porqueos homens têm mais escolaridade que as mulheres.

O resultado (WM – WF*) é a parte do diferencial atribuívelàs diferentes qualificações entre homens e mulheres.

O insight básico da decomposição de Oaxaca (1973) é queo diferencial bruto de salários pode ser decomposto emuma porção em virtude das diferentes características entreos dois grupos, e uma porção que permanece inexplicadaa qual chamamos de discriminação.

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Exemplo Númerico

000,15$)1015(*3000$)(*ˆ FMM XX

5000$10*)25003000(*)ˆˆ( FFM X

Mulher Homem

Y $25,000 $45,000

X 10 15

2500 3000

EXPLICADO:

NÃO EXPLICADO:

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Observações Críticas Sobre a Decomposição de Oaxaca

A validade da medida de discriminação obtida dadecomposição de Oaxaca depende em grande medidado fato de termos controlado todas as dimensões nasquais as habilidades dos dois grupos diferem.

Se existe alguma habilidade que afete os rendimentos,mas que esteja fora do modelo de regressão, nós iremoster uma medida incorreta da discriminação do mercadode trabalho.

[cf. Borjas (2005, p. 377)]

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Observações Críticas Sobre a Decomposição de Oaxaca

Uma crítica contra a decomposição de Oaxaca parainferir sobre discriminação é apresentada por Butler(1982).

Segundo este autor, tentativas de medir discriminaçãono mercado de trabalho por diferenças nos coeficientesdas regressões entre brancos e negros, não levam emconta o fato de que tais coeficientes são obtidos deequações na forma reduzida, sendo assim um amálgamados coeficientes estruturais das equações de demanda ede oferta..

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Observações Críticas Sobre a Decomposição de Oaxaca

Dessa maneira, por causa da discriminação do lado daoferta, sofrida no passado, a provisão de educação e deoutras oportunidades de qualificação é menor para onegro. Logo, a demanda por trabalhadores negros deveser mais elástica que a demanda por trabalhadoresbrancos.

Em tais casos, mesmo que brancos e negros fossemidênticos em todos os outros aspectos, os coeficientesb's dos brancos seriam maiores que os beta's dos negrose qualquer medida de discriminação baseada nessasdiferenças seria sobre-avaliada.

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O Método de Auditoria

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O Método de AuditoriaO método de auditoria testa se existe ou não discriminação,comparando pares de indivíduos (branco e negro, ou homeme mulher) de grupos diferentes.

Estes indivíduos recebem os mesmos níveis de educação etreinamento e são selecionados em pares com idênticasqualificações, sendo observados no mercado durante umprocesso de transação comercial.

Se, sistematicamente, houver tratamento diferenciado paraos dois tipos de indivíduo durante um determinado tipo detransação comercial, há evidência de discriminação.

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O Método de Auditoria

Este método tem vantagem na comprovação imediatade discriminação por narrativa e/ou por testesestatísticos.

O estudo que chegou à mesma conclusão trata-se deOndrich et alii (1998) que constatou a existência dediscriminação no mercado imobiliário americano.

Darity (1998) evidenciaram a discriminação citandocasos de tribunais e de estudos de auditoria,confirmando a persistência de práticas discriminatóriasno emprego.

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O Método de Auditoria

Para James Heckman (1998), o estudo de Nead eJohnson (1996) contribuiu de maneira significativa paraa interpretação da habilidade sobre a fonte dadesigualdade racial.

Nead e Johnson (1996) não se preocupam em verificar aexistência de diferenças raciais a partir do controle dascaracterísticas dos indivíduos.

Para eles, o desempenho inferior dos negros de baixarenda em relação aos brancos deve-se não ao ambienteexistente, mas a expectativa de discriminação nomercado.

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O Método de Auditoria

No entanto, ainda de acordo com Heckman (1998),surgem dificuldades com esta metodologia emdecorrência da existência de variáveis não-observadas.

Devido à falta de controle dos determinantes dasvariáveis que representam as produtividades dentro dasfirmas e a formação dos candidatos, existemdificuldades na aplicação do método de auditoria.

Além disso, existe a possibilidade de o estudo daauditoria evidenciar discriminação onde não exista e/ounão evidenciar discriminação no mercado onderealmente exista.

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Estudos Experimentais

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Estudos Experimentais

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Evidências Empíricaspara o Brasil

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Evidências Empíricaspara o Brasil

Silva (1985), Lovell (1989) e Andrews (1992)constataram fortes diferenciais salariais inexplicados,vistos como evidência de discriminação. Foraminvestigadas semelhantes características detrabalhadores em diferentes classes no mercado detrabalho.

O estudo elaborado por Barros et alii (1992) acrescentaque, se for levada em conta a idade e a educação, ograu de discriminação por gênero é muito maisacentuado do que se for estimada apenas a diferença desalário entre homens e mulheres.

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Evidências Empíricaspara o Brasil

Telles e Lima (1998) medem o grau de discriminaçãoexistente entre brancos e pardos, brancos e negros,pardos e negros, quando a entrevista é feita pelospróprios autores e quando é feita pelo entrevistador doIBGE, encontrando resultados bastante diferenciados.Pela classificação do IBGE, os homens brancos ganham26% a mais do que os homens pardos, enquanto pelados próprios autores, os homens brancos ganhamapenas 17% a mais que os homens pardos.

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Evidências Empíricaspara o Brasil

Diferenças de negros-pardos apenas mudam negrosganham 13% e 12% menos que pardos comclassificação de entrevistador e a própria classificação,respectivamente.

Os autores concluíram que a classificação do próprioentrevistador é mais apropriada, porque os analistasoficiais estão interessados nos efeitos de discriminaçãoracial da qual depende, como aqueles em queclassificam a raça do entrevistado. Harris (1964) chegouà mesma conclusão, embora considerando dois gruposde entrevistadores.

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Evidências Empíricaspara o Brasil

Em estudo recente, Lovell (1994) mostra que apersistência do diferencial racial por gênero éespecialmente significante, dada atransformação profunda nas organizações sociale econômica e que mesmo embora as mulherese afro-brasileiros tenham se beneficiado emtermos absolutos, continuam sofrendodesvantagens relativas.

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Evidências Empíricaspara o Brasil

Outra contribuição relevante para o estudo da discriminação no Brasil foi ade Ometto et alii (1999) que discute a participação da mulher no mercadode trabalho nos Estados de Pernambuco e São Paulo, no período de 1981 a1990.

A idéia aqui é de comparar a importância relativa da discriminação salariale da ocupacional. Os autores evidenciaram diferenças significativas naestrutura ocupacional por gênero. Por exemplo, mais 50% das mulherespernambucanas e cerca de 50% das mulheres paulistas encontram-se emocupações que cobrem menos de 20% da força de trabalho masculina.

Da mesma forma, quase 70% da força de trabalho masculinapernambucana e aproximadamente 60% da paulista localizam-se emocupações que cobrem menos de 20% da força de trabalho feminina.

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Evidências Empíricaspara o Brasil

No estudo de Ometto et alii (1999), verifica-se que as diferenças derenda, no Estado de São Paulo, são explicadas pela discriminaçãoocupacional oscilando-se entre 15,50% (1988) a 37,05% (1984) e aintra-ocupacional entre 17,93% (1990) a 40,54% (1988).

Enquanto, no Estado de Pernambuco, as diferenças de renda sãoexplicadas pela discriminação ocupacional cobrindo um intervalo de50,45% (1990) a 93,74% (1985).

Os autores apresentam um resultado bastante interessante de quea tendência da discriminação intra-ocupacional é declinante e queas taxas mensais de inflação mantém uma relação positiva com adiscriminação no Estado de São Paulo. Eles consideram a inflaçãoum importante meio de reduzir a discriminação intra-ocupacional noestado.

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Evidências Empíricaspara o Brasil

Stelcner et alii (1994), Tifenthaler (1994), Kassouf(1997, 1998), e Kassouf e Silva (2000), inter alia,investigaram a existência de retornos diferenciados àeducação e treinamento para o caso do Brasil.

Em geral, a abordagem utilizada por esses estudosfoi a de verificar a existência de discriminação napresença de segmentação no mercado de trabalho.Em todos os casos, foi possível constatar importantesdiferenciais de salários em função tanto dadiscriminação quanto da segmentação no mercadode trabalho [c.f., Kassouf e Silva (2000)].

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Evidências Empíricaspara o Brasil

O estudo pioneiro de Langoni (1973) discute de forma objetiva ebem fundamentada o problema da desigualdade de renda no Brasil.

Langoni procurou analisar os efeitos distributivos causados pormodificações ocorridas na composição setorial da força de trabalho,segundo educação, idade, sexo, setor e região.

Em seu estudo, Langoni utilizou a variância dos logaritmos (medidade desigualdade) com base numa regressão, onde todas asvariáveis são dummies, assumindo valores zero ou um.

No capítulo 6, Langoni chama atenção para o fato de que asdiferenças de acesso à propriedade podem estar fortementecorrelacionadas com a discriminação ocupacional.

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Evidências Empíricaspara o Brasil

Paulo Jacinto (2005) analisa os diferenciais de salários por gênerona indústria avícola da Região Sul do Brasil, tendo como base asinformações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de1998.

Para tanto, a decomposição de Oaxaca (1973) é empregada paramensurar as diferenças de salários entre trabalhadores homogêneosquanto à educação e ocupação.

Os resultados do trabalho mostram que a discriminação que ocorreno mercado de trabalho como um todo também está presente nessaindústria, ou seja, encontraram-se evidências da existência dediferenciais de salários favoráveis aos homens.

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Evidências Empíricaspara o Brasil

Segundo Paulo Jacinto (2005), a decomposição deOaxaca, utilizando os coeficientes estimados pelasequações de rendimentos dos homens e mulheres,demonstra que 28,19% do diferencial de saláriosexistente devem-se às diferenças nas característicasentre os homens e mulheres quanto ao nível deescolaridade, idade e tempo de emprego, o que leva aconcluir que os primeiros estão em vantagem.

Dessa forma, a hipótese inicial de diferenciais de saláriosa favor das mulheres não é confirmada.

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Novas formas de discriminaçãono mercado de trabalho

Novas formas de discriminação têm surgido no mercado

de trabalho, indica um relatório da OIT (Organização

Internacional do Trabalho), divulgado nesta quinta-feira

(10). Além das dificuldades crescentes enfrentadas por

pessoas mais jovens e os idosos, predisposições

genéticas e o estilo de vida das pessoas - como

fumantes e obesos- também começaram a pesar na

disputa de uma vaga.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u117010.shtml

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Sites Recomendados

http://highered.mcgraw-hill.com/sites/0072871776/student_view0/chapter10/key_concepts.html

http://www.ordemlivre.org/?q=node/270

http://www.ppge.ufrgs.br/giacomo/arquivos/eco02268/loureiro-2003.pdf

http://www.econlib.org/library/Enc/Discrimination.html

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FIM

Teorias Econômicas da DiscriminaçãoEconomia do Comportamento Humano

Notas de Aula