reflexões sobre política e justiça - nova acropolevampirizam as novas e travam a evolução do...

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Reflexões sobre Política e Justiça . A contaminação da política é a causa fundamental de todas as contaminações: da económica, da estética, do simples viver diá- rio. Se não conseguimos des- contaminar a Política e moralizar os políticos, qualquer outro es- forço será inútil. Serão simples faíscas individuais no meio da noite destes tempos. E serão afo- gados brutalmente pelos podero- sos de moda, pais de todas as trevas. . O estado actual é um monstro deformado e decadente, sempre doente. Os seus órgãos revolve- ram-se e permitiram a sobrevi- vência no seu seio de formas cadavéricas e retardatárias que vampirizam as novas e travam a evolução do conjunto. Por outra parte permitiu-se que su- bestruturas demasiado jovens, quase em etapa infantil, tomassem o controlo do Estado sem maturidade nem se- riedade, carentes de experiências e desenvolvimento in- terior, conduzem os povos de desastre em desastre, jogam e ameaçam com armas assustadoras, desafiam o Universo, mas retrocedem atónitas perante um círio aceso na escu- ridão de um grande recinto, temem a morte e a pobreza. . Os governos passam, mas a ignorância, a fome, o frio, o desespero de não saber para que se vive, fica. . Enquanto no mundo existir ignorância, sectarismo, fa- natismo, racismo, postos de governo assalariados, haverá desgraças para os povos e opróbrios vergonhosos para os Governos. . A autoridade não emana da opinião, mas do juízo. E o juízo é o recto colocar da consciência da Natureza. Deste modo, a autoridade emana da Natureza; o poder pertence a quem sabe. . Se se constrói uma moral forte, uma boa economia e uma sociedade justa, o banditismo político não tem onde cravar as suas raízes. São ne- cessárias menos palavras e trâmites legais, e mais amor pela humani- dade, mais ordem e honradez. . Na Política, a primeira noção de Indivíduo nasce de uma percepção de algo que rodeia e transcende o próprio limite, quando se reconhece o panorama social como algo alheio, mas que ao mesmo tempo o contém e do qual participa. Assim, o conhe- cimento de si mesmo, está condicio- nado à libertação do Eu da penumbra biológica colectiva, não para se afas- tar dos demais, mas para integrar um todo harmónico e inteligente. . O Povo não vota em alguém que conhece, mas numa imagem propagandística, num sorriso, ou em quem é su- ficientemente imoral que prometa maravilhas obtidas sem esforço. . Nenhum tirano exercitaria as suas sangrentas tragico- médias se não existisse o coro de imbecis que festejasse isso, e o de cobardes que fogem disso. Um silêncio sereno e um sorriso evidentemente forçado desarmariam o seu braço, tornariam grotescas as suas arrogâncias e os seus uivos de omnipotência. . A economia é um meio de criação e preservação de estruturas, mas jamais um fim em si. . A riqueza não deve ser de quem a produz mas de quem necessita dela. Na ordem e na boa vontade existem imensos mananciais de bem-estar, não somente moral, mas político e económico. . Deitar abaixo uma casa velha e substituí-la por outra mais nova não é desprezá-la, mas fazê-la reencarnar numa Publicação da Associação Cultural Nova Acrópole | Distribuição gratuita | Jan’13 Nº 5

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Page 1: Reflexões sobre Política e Justiça - Nova Acropolevampirizam as novas e travam a evolução do conjunto. Por outra parte permitiu-se que su-bestruturas demasiado jovens, quase

Reflexões sobre Política e Justiça

. A contaminação da política é

a causa fundamental de todas as

contaminações: da eco nómica,

da estética, do simples vi ver diá-

rio. Se não conseguimos des -

contaminar a Política e mo ralizar

os políticos, qualquer outro es-

forço será inútil. Serão simples

faíscas individuais no meio da

noite destes tempos. E serão afo-

gados brutalmente pelos podero-

sos de moda, pais de todas as

trevas.

.O estado actual é um monstro

deformado e decadente, sempre

doente. Os seus órgãos revolve-

ram-se e permitiram a sobrevi-

vência no seu seio de formas

cadavéricas e retardatárias que

vampirizam as novas e travam a

evolução do conjunto. Por outra parte permitiu-se que su-

bestruturas demasiado jovens, quase em etapa infantil,

tomassem o controlo do Estado sem maturidade nem se-

riedade, carentes de experiências e desenvolvimento in-

terior, conduzem os povos de desastre em desastre, jogam

e ameaçam com armas assustadoras, desafiam o Universo,

mas retrocedem atónitas perante um círio aceso na escu-

ridão de um grande recinto, temem a morte e a pobreza.

. Os governos passam, mas a ignorância, a fome, o frio,

o desespero de não saber para que se vive, fica.

. Enquanto no mundo existir ignorância, sectarismo, fa-

natismo, racismo, postos de governo assalariados, haverá

desgraças para os povos e opróbrios vergonhosos para os

Governos.

. A autoridade não emana da opinião, mas do juízo. E o

juízo é o recto colocar da consciência da Natureza. Deste

modo, a autoridade emana da Natureza; o poder pertence

a quem sabe.

. Se se constrói uma moral forte,

uma boa economia e uma sociedade

justa, o banditismo político não tem

onde cravar as suas raízes. São ne-

cessárias menos palavras e trâmites

legais, e mais amor pela humani-

dade, mais ordem e honradez.

. Na Política, a primeira noção de

Indivíduo nasce de uma per cepção

de algo que rodeia e transcende o

próprio limite, quando se reconhece

o panorama social como algo alheio,

mas que ao mesmo tem po o contém

e do qual participa. Assim, o conhe-

cimento de si mesmo, está condicio-

nado à libertação do Eu da penumbra

biológica colectiva, não para se afas-

tar dos de mais, mas para integrar um

todo harmónico e inteligente.

. O Povo não vota em alguém que conhece, mas numa

imagem propagandística, num sorriso, ou em quem é su-

ficientemente imoral que prometa maravilhas obtidas sem

esforço.

. Nenhum tirano exercitaria as suas sangrentas tragico-

médias se não existisse o coro de imbecis que festejasse

isso, e o de cobardes que fogem disso. Um silêncio sereno

e um sorriso evidentemente forçado desarmariam o seu

braço, tornariam grotescas as suas arrogâncias e os seus

uivos de omnipotência.

. A economia é um meio de criação e preservação de

estruturas, mas jamais um fim em si.

. A riqueza não deve ser de quem a produz mas de

quem necessita dela. Na ordem e na boa vontade existem

imensos mananciais de bem-estar, não somente moral,

mas político e económico.

. Deitar abaixo uma casa velha e substituí-la por outra

mais nova não é desprezá-la, mas fazê-la reencarnar numa

Publicação da Associação Cultural Nova Acrópole | Distribuição gratuita | Jan’13 Nº 5

Page 2: Reflexões sobre Política e Justiça - Nova Acropolevampirizam as novas e travam a evolução do conjunto. Por outra parte permitiu-se que su-bestruturas demasiado jovens, quase

forma mais elevada. Assim, as presentes formas políticas,

com as suas estreitezas que enchem de angústia milhões

de homens de todas as condições, não podem durar muito

mais agregando «camadas de pintura»; urge renová-las

profundamente, urge uma renovação total.

. Compreendendo que o Governo não é o poder de uns

homens sobre outros, mas a imagem ordenadora e direc-

triz da vontade do conjunto, devemos considerar como

suas funções a obrigação de manter a unidade do Estado

e propiciar e expandir para a generalidade tudo o que de

positivo se manifeste nos seus integrantes. Devemos ver

mais de perto a conversão da potência em acto, da ideia

em palavra, da força em trabalho, do amor sentimental

em fraternidade total.

. Toda a melhoria da Sociedade começa com a melhoria

do Indivíduo; não existem fórmulas colectivas de salvação.

Mas existe a possibilidade individual de lutar contra a pró-

pria imperfeição para conseguir, assim, elevar-se sobre o

momento actual e sobre a própria derrota.

. Organização não é massificação, não é imposição de

uns sobre os outros, organização é ajuda. As mãos são

opostas mas, no entanto, organizam-se para pegar em

algo; se tivéssemos duas mãos dirigidas para o mesmo

lado, dificilmente poderíamos pegar em alguma coisa.

. Da mesma forma como os rios correm para o mar, os

Estados devem ir uns em direcção aos outros, e todos

rumo à Fraternidade Universal.

. A Justiça não é uma natureza, mas um atributo pró-

ximo e inerente a uma natureza. A Justiça é, na verdade,

o primeiro atributo de qualquer natureza ou existência, e

é o Ser da mesma. Esse Ser, enquanto objecto de conheci-

mento, é já uma relação e converte-se em Justiça sensível.

.Às vezes é mais fácil ser bom ou mau do que ser Justo.

Sem o sentido da Justiça, a verdadeira Bondade, a Justiça

espiritual, aquilo que pode dar a cada um o que lhe cor-

responde, num sentido de bondade e altruísmo, é o mais

difícil de alcançar.

. No homem, mais além do seu corpo, da sua vida, da

sua emoção e da sua razão, existe um Eu espectador e or-

denador de actos no qual radica o Ser-Justiça, e ao qual se

devem submeter as relações harmónicas dos seus pró-

prios reflexos nas quatro possibilidades assinaladas. Justiça

individual será, então, um coexistir de subestruturas de

acordo com as suas próprias naturezas particulares, mas

finalizadas num Eu que as unifica e que é o Ser-Justiça das

mesmas.

. Para a concepção de delito os factos não devem ser

considerados senão em relação directa com o actuante. E

quanto mais capacitado e mais qualificado for o mesmo,

mais estrita deverá ser a pena, pois ela não é aplicada como

uma vingança ou reprimenda, mas para a segurança de

todos e reprocessamento moral e psicológico do culpado.

. Se Justiça é dar a cada um o que lhe é próprio, não de-

vemos dar ao homem outra justiça senão a humana, ou

seja, a que pela sua natureza lhe corresponde. Não pode-

mos tratar o Homem como uma máquina, negando-lhe a

capacidade de se auto-melhorar, nem como a um Deus,

acreditando que pode fazê-lo sozinho e espontaneamente.

Jorge Angel Livraga

(1930-1991)

Fundador da Nova Acrópole

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Nova Acrópole promove voluntariado«O autênico conhecimento interior começa pelo serviço aos outros.»

Jorge Angel Livraga

A Nova Acrópole desenvolve um trabalho coninuado de voluntariado em vários sectores de acividade, nomeada -men te no apoio aos mais carenciados e no âmbito ecológico. A sua acção estende-se a mais de sessenta países domundo e enquadra-se no actual fenómeno posiivo de uma cultura de voluntariado que invoca a necessidade de ir -mos construindo uma sociedade mais justa e humana.

Formamos parte desse núcleo da sociedade que nãose limita a falar de solidariedade, tolerância, generosi-dade, mas que praica esses valores e vai edificando umesilo de vida propício à descoberta da nossa verdadeirarealidade como seres humanos. Não se trata de umamoda, mas da necessidade de sermos coerentes, simples,autênicos, integrados com a Natureza, deitando por terraas máscaras que o consumismo e a comodidade criaramnas úlimas dé cadas.

Visite o nosso site e informe-se como paricipar nanossa área de voluntariado:

htp://www.nova-acropole.pt/voluntariado.html

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Acção de voluntariado na casa de Diana SantosOs membros da Nova Acrópole de Lisboa pariciparam numa acção de voluntariado social no passado mês de

Dezembro: a reconstrução de uma casa no Feijó para que esta ficasse adaptada e acessível às necessidades especiaisde uma das residentes.

Diana Santos, uma jovem de 28 anos que se encontra tetraplégica desde 9 de Abril de 2011, dia em que umtrágico episódio mudou drasicamente a sua vida: foi baleada pelo próprio pai. Foram três as balas que a aingiram,a úlima das quais foi fatal, visto que atravessou a ariculação do maxilar indo embater na quinta vértebra cervical.Diana vivia o dia-a-dia de tratamentos numa unidade de cuidados coninuados no Monijo sem esperança no futuro,pois a sua casa não estava funcional e adaptada à sua condição actual, pensando que teria que ali residir até ao fimda sua vida. No entanto, depois de a sua história ter sido exposta num programa de televisão, Carlos Fernandes, obenemérito desta acção, contando com a orientação de Rui Caldeira, o empreiteiro da obra, decidiu avançar com ainiciaiva de adaptar toda a estrutura da casa à circulação de uma cadeira de rodas, bem como tornar todos osequipamentos funcionais e acessíveis à condição actual da Diana. A Nova Acrópole aderiu à iniciaiva e contribuiucom aquilo que de melhor podia oferecer: mão-de-obra moivada e com grande força de vontade.

O programa «Querida Júlia» apresentou a reportagem desta acção de voluntariado no dia 4 de Janeiro, estandodisponível no site oficial da SIC:

htp://sic.sapo.pt/Programas/Queridajulia/2013/01/04/a-casa-nova-da-diana

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ACTIVIDADES LISBOA | JANEIRO / FEVEREIRO 2013

www.nova-acropole.pt

Dia 23/1 | quarta-feira | 19h30

Conferência imprevista

A Felicidade e a Nova Idade Média

Por Paulo ALexandre LouçãoEscritor, invesigador e

Coordenador da Nova Acrópol de Lisboae

Entrada livre_______________

Dia 24/1 | quinta-feira | 17h30

Início de Curso

Como ler a ArteHindu e Budista

Por José Carlos Fernández

e Ricardo Louro Marins

Acividade organizada peloCentro de Estudos Orientais «Vyasa»

[Curso em 12 sessões; quintas das 17h30 às 19h30]

Inscrições abertas_______________

Dia 30/1 | quarta-feira | 19h30

Início de curso

Filosofia e Psicologia PráicasA sabedoria viva das anigas civilizações

Por Paulo Alexandre Loução

[Curso em 16 sessões; quartas das 19h30 às 21h30]

Inscrições abertas

Todas as quartas-feiras, às 19h, apresentaçãodeste curso com entrada livre

Dia 26 e 27/1Sábado 10h-13h - 15h-18h

Domingo 10h-13h

Workshop

Florais de BachPor Carmen Morales

Terapeuta e Formadora da Nova Acrópole

Inscrições abertas_______________

Dia 27/2 | quinta-feira | 18h30

Início de curso

Exercícios Práicos paraFalar Bem em Público

Por José Carlos Fernández

Director Nacional da Nova Acrópole

Inscrições abertas[Curso em 8 sessões; quintas das 18h30 às 20h30]

Nova Acrópole Lisboa

Av. António Augusto de Aguiar, 17 - 4º esq.1050-012 Lisboa(Perto da Estação de Metro «Parque»)Telefone 213 523 056E-mail: [email protected]

Dia 15/2 | sexta-feira | 19h30

Conferência

Os Ideais do RenascimentoPor Harry Cosin

Professor Catedráico e Director doPrograma Internacional «Alexandria»

Entrada livre_______________

Dia 16/2 | sábado | 10h às 13h

Seminário

7 Chaves para Compreendero Renascimento

Por Harry Cosin

Inscrições abertas_______________

Dia 20/2 | quarta-feira | 19h00Conferência de apresentação pública

do programa de formação «Kairós»

Como Encontrar a Vocação --Desenvolvimento Pessoal

[Acividade a realizar em local a designar]

Entrada livre_______________

Dia 10/2 | domingo | 10h00

Visita guiada

Jardins Iniciáicosda Quinta da Regaleira

Por José Manuel AnesDoutor em antropologia da religião

Inscrições abertas

Dia 27/2 | quarta-feira | 19h00

Início de Curso

Programa «Kairós»*de Desenvolvimento Pessoal[Curso em 24 sessões; quartas das 19h às 22h]

Inscrições abertas*Programa para jovens até aos 30 anos

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