paraná · histórico da inovação: a idéia surgiu a partir do projeto da colhedora à tração...

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  • ii

    GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁROBERTO REQUIÃO - Governador

    SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERALREINHOLD STEPHANES - Secretário

    SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO - SEABORLANDO PESSUTI - Secretário

    INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL - IPARDESJOSÉ MORAES NETO - Diretor-PresidenteNEI CELSO FATUCH - Diretor Administrativo-FinanceiroMARIA LÚCIA DE PAULA URBAN - Diretora do Centro de PesquisaSACHIKO ARAKI LIRA - Diretora do Centro Estadual de EstatísticaTHAÍS KORNIN - Diretora do Centro de Treinamento para o Desenvolvimento

    INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - IAPARJOSÉ AUGUSTO TEIXEIRA DE FREITAS PICHETI - Diretor-PresidenteALFREDO OTÁVIO DE CARVALHO - Diretor de Recursos HumanosÉSIO DE PÁDUA FONSECA - Diretor de Administração e FinançasANTONIO COSTA - Diretor Técnico-Científico

    PROJETO "IDENTIFICAÇÃO DE GARGALOS TECNOLÓGICOS DA AGRICULTURA FAMILIAR:SUBSÍDIOS E DIRETRIZES PARA UMA POLÍTICA PÚBLICA"

    Marisa Sugamosto - IPARDES (Coordenadora)

    Equipe TécnicaAugusto Guilherme de Araújo - IAPARPaulo Roberto Abreu de Figueiredo - IAPARRafael Figueiredo - Pesquisador externoRonaldo Rossetto - IAPAR

    EditoraçãoMaria Laura Zocolotti - CoordenaçãoCristiane Bachmann - Revisão de textoAna Rita Barzick Nogueira - Editoração eletrônica

    I19i Identificação de gargalos tecnológicos da agricultura familiar:

    subsídios e diretrizes para uma política pública : relatório 2: identificação

    das inovações tecnológicas desenvolvidas pela agricultura familiar /

    Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, Instituto

    Agronômico do Paraná. – Curitiba : IPARDES, 2005.

    107 p.

    1.Agricultura familiar. 2.Inovação tecnológica. 3.Desenvolvimento

    tecnológico. 4.Paraná. I.Título. II. Instituto Paranaense de Desenvolvimento

    Econômico e Social. III.Instituto Agronômico do Paraná.

    CDU 631.2/.3:332.25(816.2)

  • iii

    APRESENTAÇÃO

    O presente relatório constitui uma compilação das inovações tecnológicas

    criadas e desenvolvidas pelos agricultores familiares e pequenas indústrias do Estado

    do Paraná e consideradas relevantes, pelos agentes locais, para serem difundidas

    para outros produtores.

    O levantamento das inovações teve, como instrumento operacional,

    roteiros pré-elaborados e ocorreu em duas etapas: na primeira, as organizações

    envolvidas com a Agricultura Familiar foram identificadas e convidadas a participar

    de um seminário para esclarecimento e definição do instrumento de coleta das

    informações do ponto de vista da oferta tecnológica.

    Os formulários foram, em seguida, consolidados, e as equipes locais,

    treinadas para seu preenchimento. Nesse momento também foi estabelecida a data

    de recolhimento do material de pesquisa. Para facilitar o preenchimento do material

    de campo, membros da equipe realizaram uma visita de apoio às organizações

    responsáveis pela coleta das informações.

    Na segunda etapa realizaram-se sete encontros regionais estaduais, reunindo

    as instituições e organizações responsáveis pelo levantamento e a equipe do projeto.

    Os encontros regionais tiveram o objetivo de apresentar os resultados da coleta de

    dados e entrevistas.

    A sistematização do material se deu no debate e na apresentação de

    propostas. Os encontros regionais também tiveram a finalidade de construir um catálogo

    das inovações e/ou invenções que possam otimizar a Agricultura Familiar e a qualidade

    de vida desse segmento da população. Ademais, os encontros regionais foram

    preparatórios para o encontro estadual a ser realizado no encerramento do projeto.

    Após a segunda etapa descrita, as inovações identificadas foram selecionadas

    pela equipe do projeto para serem detalhadas por meio de visitas a campo.

  • iv

    O levantamento inicial identificou 168 inovações em todo o Estado e,

    dentre estas, a equipe selecionou 82 que, no seu entender, caracterizavam de fato

    inovações de interesse geral para a Agricultura Familiar.

    Estas inovações foram então visitadas visando ao seu detalhamento,

    considerando quatro aspectos principais: descrição do funcionamento, utilidade,

    originalidade e economicidade.

    As visitas permitiram um entendimento amplo das inovações e resultaram

    na eliminação de algumas delas e na incorporação de outras novas.

    O relatório apresenta, portanto, os resultados das visitas compreendendo

    uma descrição sintética de 54 inovações selecionadas e distribuídas da seguinte

    maneira: 7 na região Norte, 19 nas regiões Oeste e Sudoeste, 6 nas regiões de

    Curitiba e Litoral, 15 nas regiões Central e Sudeste e 7 no Noroeste do Estado.

    Além da descrição de cada inovação, é mostrado, também, um conjunto de

    imagens, de modo a permitir uma melhor compreensão do seu funcionamento e da

    sua importância.

    Espera-se que, a partir da descrição e da análise das imagens, os agricultores

    familiares e demais interessados tenham elementos suficientes para avaliar a adequação

    das inovações a seu sistema de produção.

  • 1

    Nome da inovação: CANHÃO BANANEIRO

    Nome do inventor: Fernando Teixeira de Oliveira.

    Profissão do inventor: extensionista local da Emater.

    Local: Andirá, PR.

    Telefones e e-mail para contato: (43) 3538-4504; (43) 3538-3251 (Metalúrgica Rodrigues);

    [email protected]

    Histórico da inovação: a idéia surgiu em uma visita a Santa Catarina, em 1994, quando foi

    verificado um equipamento similar em operação. A partir de fotos, foi criado o primeiro

    canhão bananeiro em Andirá. Os testes em campo mostraram, posteriormente, a necessidade

    de modificações na estrutura e tubulação.

    Fabricante: Metalúrgica Rodrigues, em Andirá, cujo proprietário é o senhor Sérgio

    Rodrigues Nogueira.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: adaptação de um atomizador, do tipo canhão,

    constituída pela colocação de um tubo longo para distribuição de defensivos agrícolas

    acima das plantas de bananeira, ou seja, entre 6,0 e 6,5 m de altura em relação ao nível do

    solo. O atomizador adaptado restringe-se à marca Berthoud e ao modelo montado no

    sistema hidráulico do trator, com 400 litros de capacidade do tanque, uma vez que outras

    marcas não apresentaram desempenho adequado. Além do aumento no comprimento do

    tubo, há necessidade de reforço na estrutura do equipamento original e de introdução de

    novos elementos estruturais para sustentação da parte mais alta do tubo. Há, também, um

    sistema com catracas e cabos de aço, acionado pelo operador, para facilitar a montagem e

    desmontagem da parte superior do tubo. A rotação da turbina é aumentada de duas a três

    vezes em relação ao modelo original, para compensar o aumento da altura de pulverização

    e o maior comprimento do tubo. A turbina e a bomba centrífuga utilizadas são originais da

    fábrica. O atomizador adaptado atinge uma largura de aplicação de cerca de 18 metros, o

    que define o espaçamento entre os carreadores por onde o equipamento se desloca. O

    sentido da aplicação é único, ou seja, apenas para um dos lados em relação ao carreador.

    Principais vantagens da inovação: a inovação permitiu a exploração da bananicultura na

    região, uma vez que a aplicação aérea de defensivos, a qual constitui a única alternativa

    à inovação descrita, não é possível de ser adotada, em virtude do tamanho relativamente

    pequeno das áreas exploradas.

    Problemas verificados no uso da inovação: a adaptação é adequada para plantas de

    bananeiras com 4 a 5 metros de altura e o desempenho da operação é muito influenciado

    pela velocidade do vento, a qual deve ser equivalente a uma brisa ligeira, ou seja, entre 3

    e 6 km/h. A velocidade máxima de trabalho da máquina deve ser de 5 km/h, para evitar o

    excesso de vibrações no tubo e o risco de danos à estrutura.

  • 2

    Adequação à Agricultura Familiar: o preço da adaptação do equipamento é de cerca de

    R$ 800,00, enquanto um atomizador usado, completo e em boas condições, custa entre

    R$ 1.000,00 e R$ 1.300,00. A manutenção exigida é simples e comum à de outros

    pulverizadores, cabendo destacar apenas a necessidade de troca periódica de correias

    de transmissão para a turbina, devido ao desgaste excessivo. Atualmente, há mais de 50

    canhões bananeiros construídos em Andirá e em uso na região e no Estado, comprovando

    a adequação da inovação para este público.

    Figura 1 - Vistas traseira (esquerda) e frontal (direita) do canhão bananeiro acoplado ao trator

    Figura 2 - Vista de carreador em bananal comercial onde

    opera o canhão bananeiro

  • 3

    Nome da inovação: MOINHO PARA KINAKO

    Nome do inventor: Julio Komatsu.

    Profissão do inventor: produtor rural.

    Local: Uraí, PR.

    Telefones para contato: (43) 3541-1797 / 99241097

    Histórico da inovação: em 2004, o produtor solicitou a uma empresa em Londrina, que faz

    manutenção em moinhos de café, a adequação do disco desse moinho para operar com

    soja e passou a usá-la.

    Fabricante: empresa localizada próxima ao Parque Ney Braga, em Londrina, cujo proprietário

    é o senhor Francisco.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: é um moinho de café comercial que foi

    adaptado para moer soja torrada, conhecida comercialmente como Kinako. A soja torrada

    em grão é alimentada manualmente pela parte superior do moinho, por meio de um

    bocal, e é então conduzida, por meio de uma rosca sem-fim, para o espaço entre dois

    discos ranhurados, onde é prensada. O produto moído é empurrado pelo material que

    entra e sai pela parte inferior do equipamento, por gravidade e por meio de uma bica,

    sendo então recolhido em uma embalagem apropriada. Os discos moedores são

    acionados por um motor elétrico.

    Principais vantagens da inovação: aumento da produtividade do trabalho na moagem da

    soja em relação ao uso de um moedor de carne tradicional, o qual também foi adaptado

    pelo produtor para esta aplicação. O rendimento da operação é de cerca de 1,0 a 1,5 kg

    por minuto. A uniformidade do produto final também é melhor com este equipamento.

    Problemas verificados no uso da inovação: é necessário limpar todos os componentes

    mecânicos do moinho, após cada lote de material moído, uma vez que a permanência de

    resíduos no seu interior facilita a criação de microrganismos que podem prejudicar a

    qualidade do material a ser moído no futuro. Outra exigência é de que a soja a ser moída

    esteja isenta de outros materiais, tais como folhas e terra, para que o produto final apresente

    alta qualidade. Isso exige, segundo o produtor, que a soja seja colhida manualmente.

    Adequação à Agricultura Familiar: o preço pago pelo produtor foi de R$ 400,00 para um

    moinho reformado (mas em ótimo estado de conservação), sendo que o motor elétrico

    utilizado tem 2 Hp. O mercado potencial de Kinako é grande, porém o consumo ainda

    é limitado.

  • 4

    Figura 3 - Vistas gerais do moinho para Kinako

    Figura 4 - Vistas dos discos ranhurados adaptados para moagem de Kinako

  • 5

    Nome da inovação: COLHEDORA DE RAMOS DE AMOREIRA À TRAÇÃO ANIMAL

    Nome do inventor: Wander Rodrigues de Matos.

    Profissão do inventor: técnico em sericicultura da Kanebo Silk.

    Local: Nova Esperança, PR.

    Telefone para contato: (44) 252-5152

    Histórico da inovação: a idéia surgiu a partir do projeto da colhedora à tração mecânica

    (trator), também adaptada e já em uso na região de Nova Esperança, e os primeiros

    testes a campo iniciaram-se no final de 2003.

    Fabricantes: um reduzido número de máquinas está em uso e foi produzido por pequenas

    indústrias locais.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: trata-se da adaptação de uma estrutura

    metálica, composta por motor à gasolina, barra de corte e assento lateral, disposta na

    parte frontal de uma carroça tradicional tracionada por um eqüino. O condutor da carroça

    opera juntamente com um auxiliar, que se encontra no assento e cuja função é a de

    segurar os ramos de amoreira, à medida que vão sendo cortados pela barra de corte, e

    formar os feixes dos mesmos. Quando o volume do material cortado é suficiente para

    formar um feixe, o auxiliar avisa ao condutor, que interrompe o deslocamento e permite

    que o feixe seja colocado lateralmente e sobre a carroça. A barra de corte é acionada

    pelo motor mediante uma transmissão do tipo biela-manivela. A carroça desloca-se nas

    entrelinhas das plantas de amoreira, mas a barra de corte e o assento, que são dispostos

    na lateral direita da carroça, deslocam-se na mesma direção da linha das plantas,

    cortando-as. A altura de corte dos ramos pode variar entre 0 e 0,60 m, em relação à

    superfície do solo; o espaçamento entrelinhas deve ser de 1,40 m, embora a máquina

    possa ser ajustada para outros espaçamentos, e a largura de operação é de 1,0 metro.

    Principais vantagens da inovação: aumento da produtividade do trabalho da operação de

    colheita de ramos em pelo menos 50%, além da redução da penosidade do trabalho. Há,

    também, uma melhoria na qualidade nutricional da amoreira, devido à menor taxa de

    desidratação do material (menos tempo entre o corte e o armazenamento/fornecimento

    no barracão).

    Problemas verificados no uso da inovação: a principal limitação para o uso da inovação é a

    necessidade de treinamento do animal, uma vez que nem todo animal de tração consegue

    adaptar-se a esse tipo de serviço, o qual requer paradas freqüentes, além do incômodo ao

    animal causado pelos sons gerados pelo motor e pela barra de corte. Outro problema

    constatado pelos usuários diz respeito à segurança do auxiliar que vai sentado na máquina,

    pois, uma vez que ele se encontra próximo à barra de corte e com as mãos ocupadas em

    segurar os ramos, há o risco de acidentes, caso ocorra alguma situação anormal (falha no

  • 6

    corte dos ramos; impactos laterais; paradas bruscas, etc.). A limitação da largura da

    touceira de amoreira a no máximo 90 cm representa outra restrição da máquina.

    Adequação à Agricultura Familiar: o preço estimado da adaptação é de R$ 1.500,00, sem

    o motor, o qual pode ser substituído por modelos de potências e tamanhos variados, que,

    em geral, encontram-se disponíveis nas pequenas propriedades. O baixo preço e a

    significativa adoção na região evidenciam a adequação da inovação à Agricultura

    Familiar. Como não possui um similar, representa a única alternativa técnica para

    aqueles produtores que não têm tratores e que queiram mecanizar a produção do bicho-

    da-seda. Entretanto, a adoção pelos "porcenteiros", ou seja, aqueles produtores que

    arrendam a terra e as instalações para a criação do bicho-da-seda e que pagam uma

    fração da produção ao proprietário, ainda não é importante, uma vez que o custo da

    inovação é alto para este tipo de produtor. A manutenção da inovação é simples e

    acessível ao produtor familiar, consistindo principalmente na manutenção do motor.

    Figura 5 - Vista geral da colhedora à tração animal com o

    operador no assento

    Figura 6 - Vista do motor e sistema de transmissão da

    barra de corte (biela-manivela)

    Figura 7 - Detalhe do assento e posição da barra de corte Figura 8 - Vista posterior da colhedora com destaque para

    a carroça

  • 7

    Nome da inovação: SISTEMA DE LIMPEZA DE RESÍDUOS DO BARRACÃO DE CRIAÇÃO

    DE BICHO-DA-SEDA

    Nome do informante: Wander Rodrigues de Matos e Osvaldo da Silva Pádua.

    Profissão do informante: técnico em sericicultura da Kanebo Silk e técnico local da Emater,

    respectivamente.

    Local: Nova Esperança, PR.

    Telefones para contato: (44) 252-5152 (Kanebo) e 252-3184 (Emater).

    Histórico da inovação: não foi possível identificar a época da criação da inovação nem seu

    inventor, uma vez que a mesma vem sendo utilizada há bastante tempo no Estado.

    Fabricantes: a inovação é simples e pode ser feita pelo produtor, requerendo apenas a

    aquisição de materiais facilmente encontrados no mercado.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: trata-se de um processo para retirada dos

    resíduos das plantas de amoreira (cama) do barracão após o término da criação do

    bicho-da-seda. Antes da chegada das lagartas nos barracões, segmentos de corda são

    dispostos transversalmente em relação às camas e ao longo de todo o comprimento

    delas a intervalos de cerca de 2 a 3 m de distância entre si. Depois da retirada dos

    casulos, as duas extremidades das cordas, previamente colocadas, são amarradas de

    modo a comprimir os resíduos, formando um feixe contínuo de material. Em seguida,

    uma corrente é fixada em todas as cordas na parte central e superior do feixe, e sua

    extremidade é engatada em um trator ou animal de tração para, então, transportar o feixe

    para fora do barracão e utilizá-lo, em geral, como matéria orgânica na fertilização do

    amoreiral. O barracão requer aberturas adequadas na sua parte frontal, as quais devem

    ser alinhadas com as camas, de modo a facilitar a operação de retirada do material, além

    de ser necessário, também, espaço suficiente para transporte do feixe até o campo. Um

    barracão padrão possui, em geral, 30 m de comprimento com as camas divididas em

    duas partes com 15 m cada, para facilitar a retirada, de acordo com o procedimento

    descrito. Existem, porém, outras alternativas para disposição do barracão e das caixas,

    possíveis a serem adotadas no sistema de limpeza de resíduos.

    Principais vantagens da inovação: redução significativa no tempo requerido e no custo da

    operação de limpeza do barracão. Estima-se que, para um barracão com 6 caixas, o

    processo descrito requer de 3 a 4 horas, enquanto sistema tradicional são necessários

    2 dias de trabalho. Há, também, um benefício importante relacionado à saúde do produtor,

    uma vez que a movimentação direta de material por ele é bastante reduzida, em relação

    ao sistema tradicional, e, portanto, o risco de doenças respiratórias e outras é menor.

  • 8

    Problemas verificados no uso da inovação: requer adaptação na construção do barracão,

    principalmente quanto às aberturas na parte frontal e nas caixas. O transporte do feixe

    pode facilitar a disseminação de doenças se houver inóculos no material. A distribuição

    dos feixes no campo é, às vezes, difícil, pois nem sempre o espaçamento entrelinhas das

    plantas permite o posicionamento adequado do material, ou seja, é necessário adequar o

    espaçamento ao sistema de limpeza.

    Adequação à Agricultura Familiar: o custo da inovação é baixo e composto basicamente

    pelas cordas e correntes, além de não exigir manutenção. A larga disseminação da

    tecnologia na região comprova sua adequação aos produtores familiares.

    Figura 9 - Aberturas para retirada dos resíduos pela parte

    frontal do barracão

    Figura 10 - Disposição transversal das cordas em relação

    às camas

    Figura 11 - Amarração dos resíduos, com as cordas, para

    formação dos feixes

    Figura 12 - Retirada do feixe com trator

  • 9

    Figura 13 - Retirada do feixe com tração animal Figura 14 - Disposição dos resíduos na área cultivada com

    amoreira

    Figura 15 - Disposição final dos resíduos nas entrelinhas

  • 10

    Nome da inovação: AFOFADOR DE SOLO PARA ARRANQUIO DE MANDIOCA

    Nome do inventor: João Marques, empresa Marquesfund JMS Cia Ltda.

    Profissão do inventor: empresário.

    Local: Distrito da Graciosa, no município de Paranavaí.

    Telefone para contato: (44) 3428-1207

    Histórico da inovação: iniciou em 1991, quando o inventor ainda era funcionário da Indemil.

    Fabricante: Marquesfund JMS Cia Ltda.

    Propriedade industrial: não solicitou.

    Descrição do funcionamento da inovação: afofador para 2 linhas de mandioca, constituído

    por uma haste com duas asas laterais e cinco dentes dispostos ao longo das delas.

    A largura de trabalho é de 1,80 m, e os dentes são espaçados a 0,45 m de distância entre

    si. A estrutura é fabricada em aço 1020, e as hastes, lâminas e dentes são fabricados

    com aços especiais. Possui, ainda, um sistema de molas vibratórias para facilitar a

    operação de afofamento do solo e uma roda guia e disco de corte à frente da haste, a

    qual tem a função de cortar os restos culturais e limitar a profundidade de operação. É

    acoplado ao sistema de levante hidráulico do trator e requer potência de tração entre 65 e

    90 cv para profundidade de trabalho entre 0,20 e 0,30 m, dependendo do tipo de solo.

    A produtividade do trabalho é de 2,5 ha/dia para linhas de mandioca espaçadas a

    0,90 metros.

    Principais vantagens da inovação: pode-se trabalhar em solo úmido ou seco; a máquina

    afofa o solo com grande rapidez pela ação das molas vibratórias, as quais permitem

    ajuste para operação em solos com diferentes texturas.

    Problemas verificados no uso da inovação: foram solucionados após as primeiras

    avaliações a campo. A principal mudança, em relação ao projeto original, foi a colocação

    de dentes nas asas laterais para quebrar a estrutura do solo, o que possibilitou a redução

    na força de tração.

    Adequação à Agricultura Familiar: pode ser usada de forma comunitária por vários

    produtores. O preço do equipamento é de R$ 3.450,00, e tem sido adquirido por pequenos

    agricultores, inclusive de outros estados, comprovando sua adequação a este público.

  • 11

    Figura 16 - Vista frontal do afofador de solo para mandioca Figura 17 - Vista lateral do afofador de solo para mandioca

    Figura 18 - Detalhes da mola vibratória (esquerda) e dos dentes do afofador

  • 12

    Nome da inovação: COLHEDORA DE MILHO VERDE

    Nome do inventor: Mauro Albert Junges.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Distrito de Dom Armando, no município de Missal.

    Telefone para contato: (45) 3260-1147

    Histórico da inovação: foi desenvolvida em 2000 para atender à demanda de pequenos

    produtores de milho verde. Atualmente, duas máquinas trabalham para pequenos produtores

    das Cooperativas Coopavel e LAR na região.

    Fabricantes: foram produzidos dois equipamentos de colheita.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos, mas tem interesse.

    Descrição do funcionamento da inovação: na colheitadeira SLC 2000, ano 86, retirou-se

    o sistema de trilha, retrilha e limpeza, aumentando o depósito para colocar espigas. São

    usadas 5 linhas para colheita, tendo sido aumentado o comprimento da máquina em

    0,5 m para colocar o sistema de descarga no depósito de espiga. O eixo traseiro foi

    substituído por um de caminhão, e o motor foi deslocado para a frente. A velocidade de

    trabalho é de até 4 km por hora, com produtividade de até 8 ton/hora, podendo ser

    colhidos até 10 ha/dia. Possui sistema de esteira para descarga diretamente no caminhão.

    A indústria na região demanda 40 ton/dia de milho verde para congelamento e 80 ton/dia

    para conserva.

    Principais vantagens da inovação: maior rendimento do trabalho, menor compactação do

    solo e menor consumo de combustível em relação às máquinas chamadas espigadeiras,

    com 1 ou 2 linhas. Além disso, reduz a demanda de mão-de-obra na propriedade, nessa

    operação, e permite controle eficiente da colheita e da qualidade do milho verde.

    Problemas verificados no uso da inovação: foram necessários alguns ajustes, já realizados,

    tais como a troca do eixo de descarga, a mudança de uma lona de borracha no lugar de

    corrente para a esteira do pescoço, e o motor ficou no lugar do graneleiro.

    Adequação à Agricultura Familiar: apesar da inovação não ser especificamente voltada

    para pequenos produtores, seu desenvolvimento foi resultado de uma demanda desse

    tipo de produtor em conseqüência da instalação de uma indústria processadora na região.

    Sua utilização resolveu o problema da colheita manual de milho verde, operação altamente

    demandadora de mão-de-obra, e deve ser proposta para um consórcio ou associação de

    produtores familiares, prestando serviço para um número grande de propriedades, como

    vem ocorrendo na região. O custo estimado para adaptação das máquinas usadas é de

    R$ 60.000,00, contudo, é possível a adaptação de uma máquina nova, para 5 linhas, no

    valor estimado de R$ 300.000,00.

  • 13

    Figura 19 - Vista geral da colhedora de espigas de milho verde Figura 20 - Vista superior da plataforma de colheita de

    milho verde

    Figura 21 - Espigas no depósito da colhedora de milho verde Figura 22 - Depósito de espigas da colhedora de milho verde

  • 14

    Nome da inovação: CULTIVADOR À TRAÇÃO MANUAL

    Nome do inventor: João Magieiro.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Chácara 316 A, Altônia.

    Telefone para contato: (44) 3659-1480

    Histórico da inovação: o produtor possuía um equipamento à tração animal, mas, em

    algumas situações, era inviável o uso do animal, principalmente em canteiros de

    olerícolas. Desse modo, procurou desenvolver uma inovação que permitisse realizar o

    serviço sem a necessidade do animal.

    Fabricantes: o próprio produtor construiu para seu uso, mas já existem muitos outros

    utilizando o mesmo equipamento construído em pequenas oficinas locais.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: o cultivador possui uma estrutura metálica com

    uma roda de bicicleta, sem pneu, fixa na sua parte frontal, e uma haste cultivadora atrás

    da roda. A outra extremidade da estrutura apresenta 2 rabiças para o operador controlar

    a posição de trabalho do cultivador e empurrá-lo. A haste usada pode ser do tipo asa de

    andorinha, ou outro tipo qualquer, com diferentes tamanhos, e sua profundidade de

    trabalho pode ser ajustada por meio de um suporte da haste disposto na posição vertical.

    A estrutura do cultivador é metálica e tubular, com diâmetro de ¾", o que o torna leve

    e resistente.

    Principais vantagens da inovação: em relação ao cultivo manual com enxada, o

    rendimento do trabalho é muito maior, da ordem de 1,5 dia/alqueire com a inovação e 3

    dias/alqueire com a enxada. O equipamento tem rendimento semelhante ao de tração

    animal, com a vantagem de fazer o serviço em canteiros e pequenos arremates de ruas

    de café e outros onde o animal não pode ser usado. O equipamento funciona perfeitamente

    na eliminação de plantas daninhas com até três pares de folhas, e a haste pode ser

    substituída conforme a variação de terreno e plantas ocorrentes. O serviço rende muito

    mais, capinando-se vários canteiros trocando apenas a haste de cultivo.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram identificados problemas, uma vez

    que o cultivo pode ser realizado independentemente da umidade e do tipo de solo.

    Adequação à Agricultura Familiar: o custo da inovação gira em torno de R$ 100,00; é fácil

    de manusear e eficiente, o que a torna muito adequada à Agricultura Familiar, seja em

    culturas de grãos, em lavouras de café, seja, especialmente, para canteiros de olerícolas,

    podendo vir a ter um amplo mercado.

  • 15

    Figura 23 - Vista geral (esquerda) e posterior do cultivador (direita)

    Figura 24 - Espigas no depósito da colhedora de milho verde

  • 16

    Nome da inovação: ESCARIFICADOR E CULTIVADOR MANUAL

    Nome do inventor: Valdir Luchmann.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Rua Getúlio Vargas 364, Verê, PR.

    Telefone para contato: (46) 3535-1119 (Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor – Capa)

    Histórico da inovação: desenvolvido pelo pai de Valdir, senhor Frido Luchmann, há 12 anos,

    para uso na propriedade de Marechal Cândido Rondon. Inicialmente, possuía apenas um

    rolo de madeira, sendo posteriormente aperfeiçoado por Valdir com o acréscimo de um

    rolo a mais de madeira. O escarificador é usado para limpeza, eliminando plantas

    indesejáveis; no preparo do solo de canteiros para semear cenoura, beterraba e outras; e

    como cultivador em olerícolas.

    Fabricantes: apenas divulgado para vizinhos.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: são 2 cilindros de madeira, com diâmetro de

    10 cm cada, com 15 pregos (17x27) fixados em sua superfície, dispostos em 3 linhas

    longitudinais, igualmente espaçadas, e com 5 pregos em cada linha. Os pregos ficam,

    aproximadamente, 5 cm para fora dos cilindros e são dispostos um à frente do outro, de

    modo que os pregos dos dois cilindros fiquem desalinhados. Há um cabo inclinado de

    madeira, fixado na estrutura do conjunto, e usado pelo operador para empurrar o

    equipamento. Ao ser empurrado, os cilindros giram em contato com a superfície e os

    pregos realizam uma mobilização do solo, controlando as ervas e realizando uma

    escarificação leve. O operador caminha lateralmente e fora do canteiro, empurrando o

    equipamento. Para um canteiro de hortaliças de 300 m2, com ervas com no máximo 2

    pares de folhas, são demandadas 2 horas de trabalho além de alguns minutos

    complementares para limpeza por meio da catação manual.

    Principais vantagens da inovação: é alta a eficiência da limpeza quando as ervas têm até

    2 pares de folhas; além disso, a operação é muito fácil e rápida.

    Problemas verificados no uso da inovação: há limitações que impedem o uso do

    equipamento se o terreno estiver muito seco ou muito úmido. Por certo, não funciona com

    ervas com mais de 2 pares de folhas.

    Adequação à Agricultura Familiar: é próprio para produtores familiares de hortaliças. O

    custo de construção é baixo, pois se aproveita madeira existente nas propriedades rurais.

  • 17

    Figura 25 - Vista geral do cultivador com destaque para

    os pregos

    Figura 26 - Cultivador em operação observando-se o

    controle de ervas e a escarificação do solo

  • 18

    Nome da inovação: ESTUFA COM BEIRAL

    Nome do inventor: Valdir Luchmann e Décio Capnine.

    Profissão dos inventores: agricultores.

    Local: Avenida Getúlio Vargas 364, Verê, PR.

    Telefone para contato: (46) 3535-1119

    Histórico da inovação: foi desenvolvida em 2002, em Marechal Cândido Rondon, e

    aperfeiçoada pelo senhor Décio, em 2004, acrescentando o beiral, uma extensão do

    próprio material da estufa.

    Fabricantes: há outros produtores da região utilizando este modelo, tendo sido feita uma

    maquete demonstrativa, a qual se encontra no Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor

    (Capa) em Marechal Cândido Rondon.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: trata-se de uma extensão lateral da cobertura

    plástica, utilizada nas estufas convencionais de olerícolas, com cerca de 0,3 a 0,4 m de

    comprimento, e que serve para evitar o respingo de água de chuva para dentro da estufa.

    Este beiral localiza-se na parte superior da estufa e, além dele, há outra proteção na

    parte inferior, também para evitar respingos de chuva dentro da estufa. O tamanho

    recomendado da estufa é de 5 x 21 m, uma vez que o aproveitamento do material é

    melhor, ou seja, utilizando-se uma barra de aço de 6 m de comprimento, restam 0,5 m

    para cada lado. Os pilares são mourões da propriedade, com 2,10 a 2,20 m de altura e

    espaçados de 3 m. Os arcos possuem 6 m de comprimento, ficando com 5 m de vão, após

    curvá-los, e uma travessa, disposta por cima dos arcos, serve para travar a estufa. Na

    parte superior, tanto na frente como no fundo, há espaços para janelas que servem para

    retirar o ar quente.

    Principais vantagens da inovação: melhora a ventilação interna na estufa, por ser mais

    estreita; favorece a rotação de hortaliças; evita danos causados por respingos internos,

    nos canteiros; resiste mais aos ventos; e tem maior durabilidade.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram verificados problemas.

    Adequação à Agricultura Familiar: perfeitamente adequada, sendo que o custo do material

    varia de R$ 8,00 a R$ 15,00 por m2, podendo-se reduzir se for utilizado material próprio.

  • 19

    Figura 27 - Vista da estufa com destaque para a extensão

    lateral (beiral)

    Figura 28 - Detalhe da extensão lateral (beiral)

  • 20

    Nome da inovação: PLANTADORA DE MANDIOCA

    Nome do inventor: João Marques.

    Profissão do inventor: proprietário da Marquesfund JMS Cia Ltda., empresa do ramo

    de fundição.

    Local: Distrito Graciosa, Paranavaí, PR.

    Telefone para contato: (44) 3429-1207

    Histórico da inovação: em 1991, ainda como funcionário da Indemil, empresa que faz parte

    do grupo Yoki, ajudou a desenvolver a máquina e, posteriormente, conseguiu a licença

    para a produção do equipamento pela Marquesfund.

    Fabricante: Marquesfund JMS.

    Propriedade industrial: patenteada pela Indemil; direito passado para Marquesfund.

    Descrição do funcionamento da inovação: plantadora com 2 linhas para engate no

    levante hidráulico do trator ou com 4 linhas para arrasto, possuindo disco de corte

    guilhotinhado para abertura de sulco com diâmetro de 14", caixa para 100 kg de adubo,

    plataforma para armazenamento de ramas e bancos para os operadores que alimentam

    as ramas nos dosadores. A plataforma é dimensionada para plantio de 2 m3 de rama de

    mandioca, e o rendimento de plantio é de 1,6 ha/hora para a máquina de 4 linhas e de

    0,8 a 1,0 ha/hora para a de 2 linhas. É necessário um operador por linha de plantio, ou

    seja, 2 e 4 operadores para os modelos com 2 e 4 linhas, respectivamente.

    Principais vantagens da inovação: os operadores trabalham sentados em bancos

    almofadados; a distribuição de ramas (manivas) é uniforme; é possível regular o tamanho

    das ramas, e estas podem ser plantadas de forma desencontrada entre as linhas

    vizinhas. Possui sistema opcional para pulverização de fungicidas e inseticidas no sulco

    de plantio e permite, ainda, regular o espaçamento das linhas de plantio entre 0,80 m

    e 1,20 m.

    Problemas verificados no uso da inovação: o corte das ramas com uma serra as danificava,

    o que levou à mudança para o sistema de guilhotina. Outra mudança foi o posicionamento

    do depósito de ramas à frente do operador, pois, anteriormente, havia muita queixa de

    dores nas costas, devido ao movimento lateral que os operadores faziam. O sistema

    de corte das ramas foi, também, alterado, de modo que elas são inseridas em apenas

    um tubo por linha de plantio, sendo, então, cortadas automaticamente, o que facilitou

    a operação.

  • 21

    Adequação à Agricultura Familiar: modelo para levante hidráulico, com 2 linhas, tem o

    preço de R$ 8.600,00, e o de arrasto com 4 linhas, de R$ 20.000,00 (maio de 2005). Em

    virtude dos valores relativamente altos para a Agricultura Familiar, recomenda-se a aquisição

    comunitária destas máquinas por um grupo de produtores, uma vez que a produtividade

    do trabalho é alta e a janela de plantio de mandioca é ampla. A máquina adquirida dessa

    forma pode ser usada, também, para prestação de serviços a outros produtores.

    Figura 29 - Vistas dos modelos de 2 (esquerda) e 4 linhas da plantadora de mandioca (direita)

    Figura 30 - Vistas laterais dos modelos de 2 (esquerda) e de 4 linhas (direita)

  • 22

    Figura 31 - Disco de corte para abertura do sulco de plantio (esquerda), roda compactadora e discos ateradores de sulco (direita)

    Figura 32 - Detalhe do tubo de alimentação e corte das manivas

  • 23

    Nome da inovação: PLANTADEIRA TRAÇÃO ANIMAL

    Nome do inventor: Francisco Sgarbossa.

    Profissão do inventor: mecânico de máquinas e empresário.

    Local: Rodovia BR 277 km 615, no município de Santa Tereza do Oeste.

    Telefones para contato: (45) 3231-1231 e 99668767

    Histórico da inovação: a plantadeira foi desenvolvida há 12 anos, quando a indústria passou

    a buscar e fazer adaptações visando ao plantio direto.

    Fabricante: empresa do próprio senhor Sgarbossa.

    Propriedade industrial: ainda em processo, pois fabricante concorrente, a Triton, também

    requereu patente de equipamento semelhante.

    Descrição do funcionamento da inovação: plantadeira de tração a cavalo ou boi, de 2 linhas,

    com caixas de polietileno e rosca-sem-fim para adubo, caixa de adubo para 100kg, caixa

    de semente para 40 kg, disco de corte, sulcador, disco desencontrado para semente e

    roda compactadora, sistema de transmissão de câmbio/recâmbio de 32 engrenagens.

    Usa pneu aro 13, sistema de bucha de nylon, roda e disco limitador para profundidade

    com rolamento blindado. Peso da plantadeira vazia é 290 kg. Possui, ainda, assento para

    o operador entre as duas caixas de semente. O espaçamento máximo é de 1,80 m, para

    2 linhas de milho a 0,90 m de espaçamento entrelinhas, podendo ser ajustado à cultura.

    Com boi, é possível plantar 2 alqueires em 10 horas diárias, rendimento este que é um

    pouco aumentado quando se traciona com cavalo.

    Principais vantagens da inovação: é leve para tração animal, fácil de manobrar e possui

    desengate automático do sistema de distribuição. Como referência, vale citar que as prefeituras

    de Rio Bonito do Iguaçu e Nova Laranjeiras adquiriram-na para os assentamentos rurais.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram registrados problemas.

    Adequação à Agricultura Familiar: a tração animal é adequada a propriedades familiares.

    O preço da plantadeira é de R$ 4.800,00 com 2 linhas, sendo que a de apenas 1 linha

    fica por R$ 2.300,00.

  • 24

    Figura 33 - Vista frontal da plantadeira à tração animal Figura 34 - Vista lateral da plantadeira à tração animal

    Figura 35 - Sistema de câmbio para regulagem da dosagem

    de fertilizantes

  • 25

    Nome da inovação: PRODUÇÃO DE MEL DIRETO NO VIDRO

    Nome do inventor: Nilo Deliberali.

    Profissão do inventor: extensionista rural de Santa Lucia.

    Local: Travessa Pio Xll 95, Bairro Cancelli, em Cascavel.

    Telefones para contato: (45) 3222-9921 e 3288-1144 (Prefeitura de Santa Lúcia).

    Histórico da inovação: processo desenvolvido em 1998 e divulgado pela Emater no Show

    Rural Coopavel, foi passado a muitas pessoas que solicitaram por carta e publicado pela

    revista Globo Rural. O produtor Antonio Junges está usando essa técnica no município

    de Floresta, onde foram obtidas as fotos.

    Fabricantes: o processo está sendo utilizado em vários municípios do Oeste do Paraná e

    outras regiões da Brasil.

    Propriedade industrial: não foi feito registro ou patente. A descrição do processo foi

    encaminhada para a Biblioteca Pública do Rio de Janeiro, para assegurar a autoria e

    garantir direito histórico.

    Descrição do funcionamento da inovação: sobre a melgueira, coloca-se uma tábua de 41

    x 51 cm com 20 orifícios para suportar os vidros de conservas vegetais, os quais já estão

    previamente preparados com cera alveolada. O período ideal de colocação é em meados

    da primavera, no mês de outubro. Em Floresta, o senhor Antonio tem obtido mel em duas

    floradas, em meados de janeiro e fevereiro com a soja e em setembro com rubim. Cada

    vidro possui entre 450 e 500 g de mel.

    Principais vantagens da inovação: nos vidros não há perdas; praticamente evita-se

    qualquer contaminação; o acondicionamento é ideal; o favo no vidro é muito atrativo e

    tem o preço de venda bem maior. Cada frasco é vendido a R$ 8,00, sendo que o preço

    do mel gira em torno de R$ 8,00 por kg. Assim, o valor de venda é bastante compensador

    e atrativo ao consumidor, ainda que a produção de mel tenha uma pequena diminuição,

    quando feita no vidro. Não há manipulação alguma por parte do produtor, pois a

    embalagem fechada está pronta para comércio, não requerendo o processo de centrifugação.

    Problemas verificados no uso da inovação: o processo demanda diversos cuidados. Há

    colméias que não aceitam a técnica e, por isso, a escolha tem que ser inicialmente por

    tentativa, identificando aquelas que produzem o mel no vidro. O fato de o vidro ser

    colocado sem tampa induz à cristalização na rosca, pela abelha, provocando uma

    pequena contaminação do mel na hora da retirada, o que foi solucionado envolvendo-se

    a rosca do vidro com plástico.

    Adequação à Agricultura Familiar: a apicultura é muito apropriada à Agricultura Familiar e,

    particularmente, esse processo é interessante como alternativa para diversificar os

    produtos no mercado e garantir a qualidade.

  • 26

    Figura 36 - Aspecto final da produção de mel direto no vidro

    Figura 37 - Detalhe da tábua perfurada para colocação dos vidros sobre a melgueira

  • 27

    Nome da inovação: PULVERIZADOR COM BASE EM CARRIOLA

    Nome do inventor: Livar Kaiser.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Linha Belmonte, município de Marechal Cândido Rondon.

    Telefone para contato: (45) 3254-2820

    Histórico da inovação: há 2 anos, o senhor Livar criou essa alternativa ao pulverizador

    costal, de 20 litros, o qual demandava muito tempo e muita mão-de-obra para as 5 estufas

    da propriedade.

    Fabricantes: apenas o senhor Livar está utilizando o equipamento, embora o Capa tenha

    interesse em divulgar para outros produtores.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: o equipamento é montado sobre um chassi de

    carriola, com um tanque de 50 litros e uma bomba de 2/3 Hp, a qual tem a função, também,

    de, com o retorno, agitar a calda. A carriola facilita o transporte do pulverizador, o qual é

    utilizado com uma mangueira comprida e 3 bicos, modelo caneta, o que permite aplicar

    50 litros em uma área de 300 m2, o que equivale a 2 estufas e meia (20 litros por estufa).

    Em relação à produtividade do trabalho, com o equipamento gastam-se 20 minutos por

    estufa, enquanto com o pulverizador costal o tempo requerido é de 50 minutos.

    Principais vantagens da inovação: ganha-se tempo no transporte e na aplicação; a

    pulverização é mais prática e homogênea e diminui o esforço, em comparação ao

    pulverizador costal.

    Problemas verificados no uso da inovação: o rotor teve desgaste e foi trocado, indicando

    necessidade de constante reposição.

    Adequação à Agricultura Familiar: a inovação é bastante adequada ao trabalho de

    agricultores familiares em estufas, sendo o preço estimado em R$ 400,00, se todas as

    peças forem compradas novas.

  • 28

    Figura 38 - Vista lateral do pulverizador Figura 39 - Motor elétrico usado no pulverizador

    Figura 40 - Bicos pulverizadores

  • 29

    Nome da inovação: PULVERIZADOR PARA PINTAR AVIÁRIOS E OUTRAS INSTALAÇÕES

    Nome do inventor: Ronaldo Glesse.

    Profissão do inventor: empresário.

    Local: Rua Brasília 975, em Missal.

    Telefone para contato: (45) 3244-1147

    Histórico da inovação: desenvolvido em 2000, por solicitação de um agricultor da região

    que queria o equipamento para pintar aviário ou chiqueiro com tinta à base de cal.

    Fabricante: a Missagro, empresa do senhor Ronaldo, tem fabricado e vendido várias

    unidades.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: de tração manual, possui tanque de 200 litros,

    rodas para transporte, bomba de 1Hp para produtos químicos e motor elétrico monofásico.

    Gera pressão para pintar até o telhado por meio de um bico tipo leque com abertura de

    40 cm, sendo que, pela regulagem do retorno, se ajusta a pressão de pulverização.

    O material usado é ABS anticorrosivo e fibra de vidro.

    Principais vantagens da inovação: as principais vantagens são a maior facilidade e

    uniformidade da pintura e a menor demanda de tempo em relação ao trabalho manual,

    com broxa.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram citados problemas.

    Adequação à Agricultura Familiar: muito interessante para pintura de aviários, chiqueiros

    e barracões em geral, com caldas à base de cal. A estimativa de preço é de R$ 1.000,00,

    que é compatível com a Agricultura Familiar, considerando a utilidade da inovação.

    Figura 41 - Vista lateral do pulverizador para pintar aviários

  • 30

    Nome da inovação: PULVERIZADOR COM BOMBA ELÉTRICA

    Nome do inventor: Carlos Mileske Gouveia.

    Profissão do inventor: agricultor e funcionário público municipal.

    Local: Jardim Paulista, na cidade de Paranavaí.

    Telefones para contato: (44) 3423-7505 e 99742301

    Histórico da inovação: desenvolvido em 2002, em Paranavaí, para suprir a demanda de

    aplicação de bocakshi, que é uma calda verde com EM 4 (microrganismos) e aplicada na

    cultura da mandioca.

    Fabricante: não há fabricantes industriais.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: carrinho de movimentação manual, puxado

    pelo operador, que opera montado sobre um cavalo, construído em estrutura tubular e

    chapa de 2"1/2", utiliza pneu de moto, possui tanque de 50 litros e bomba elétrica

    (a mesma usada para combustível em automóveis), acionada por bateria 12 volts. A

    bomba possui retorno para o excesso de calda, funcionando, assim, como agitador da

    mistura. O gatilho do pulverizador costal manual é usado junto à barra, facilitando o

    controle pelo operador da área pulverizada. O operador também liga e desliga a bomba

    conforme a necessidade, por meio de um interruptor que se encontra próximo à sua mão.

    O carrinho tem 0,60 m de largura e trabalha com 2 ou 3 linhas de pulverização; no

    entanto, pode ser mais largo, de acordo com o espaçamento da cultura.

    Principais vantagens da inovação: maior produtividade da operação de pulverização;

    redução do esforço do trabalho; maior autonomia em relação ao pulverizador costal (20 l);

    e maior facilidade de transporte, devido às rodas.

    Problemas verificados no uso da inovação: o terreno precisa ser o mais nivelado possível

    para viabilizar que o operador trabalhe montado em cavalo.

    Adequação à Agricultura Familiar: o custo do equipamento pode ser bastante reduzido

    se forem utilizadas bateria e bomba usadas. Uma bomba nova de combustível deve

    custar R$ 500,00.

  • 31

    Figura 42 - Vista posterior do pulverizador Figura 43 - Vista superior do pulverizador

    Figura 44 - Barra com bicos pulverizadores

  • 32

    Nome da inovação: PULVERIZADOR TRAÇÃO ANIMAL

    Nome do inventor: Francisco Sgarbossa.

    Profissão do inventor: mecânico de máquinas e empresário.

    Local: Rodovia BR 277 km 615, em Santa Tereza do Oeste.

    Telefones para contato: (45) 3231-1231 e 99668767

    Histórico da inovação: a empresa iniciou suas atividades prestando serviços mecânicos,

    em geral em São Francisco, distrito de Vera Cruz do Oeste, passando posteriormente a

    fazer adaptações de máquinas para plantio direto. Desenvolveu esse equipamento há 12

    anos em Santa Tereza do Oeste. Além desse equipamento, a indústria também produz

    uma plantadeira de 1 e 2 linhas de tração animal e outra, tratorizada, de 6 linhas.

    Fabricante: o próprio senhor Francisco Sgarbossa.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: o pulverizador possui uma barra de 7 metros

    com 14 bicos antigotejo, 2 pistões com desengate automático, válvula para controle da

    pressão, com manômetro e filtro de linha, além de controle de regulagem de altura da

    barra e do assento do operador. O tanque possui 250 litros, e a bomba, de fabricação

    própria, ainda não foi patenteada. Com tração bovina, pulveriza 3,5 alqueires por dia,

    mas, com cavalo, atinge 5,5 alq./dia. Utilizado em culturas anuais, tais como soja e milho,

    e vem sendo adaptado para algodão.

    Principais vantagens da inovação: desengate automático caso o animal venha a se

    afastar e peso de 140 kg sem água. O operador fica sentado à frente do tanque e distante

    da barra. O manuseio é fácil e prático.

    Problemas verificados no uso da inovação: o pulverizador já vem sendo comercializado

    há bastante tempo e não foram citados problemas pelos usuários.

    Adequação à Agricultura Familiar: a tração animal ainda é usual na Agricultura Familiar, o

    que comprova a adequação desse pulverizador. O preço atual é de R$ 2.800,00.

  • 33

    Figura 45 - Vista frontal do pulverizador com barras levantadas Figura 46 - Assento do operador, regulador de pressão e

    estabilizador do pulverizador

    Figura 47 - Bombas de pistão do pulverizador

  • 34

    Nome da inovação: RASPADOR DE RAMA DE VASSOURA CAIPIRA

    Nome do inventor: Rubens Cracco.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Sítio Estrada da Paineira, em Altônia.

    Telefone para contato: (44) 3659-1555 (Sindicato Rural de Altônia)

    Histórico da inovação: aperfeiçoamento de equipamento usado há mais de 10 anos, e que

    torna mais prático e rápido remover os grãos de sorgo-vassoura da rama.

    Fabricante: o produtor tem fabricado artesanalmente vários equipamentos, que se encontram

    em uso na vizinhança.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: estrutura de madeira com dimensões de 1,50

    x 0,60 x 0,80 m, que suporta um cilindro de madeira com 15 cm de diâmetro contendo 5

    fileiras de pregos, cada qual com 4 a 5 pregos alinhados, curvados em forma de "L" e

    sem as cabeças, para não estraçalhar as ramas. O cilindro é acionado por um motor à

    gasolina de 1 Hp e um par de polias. A rama de vassoura é introduzida por cima da caixa

    e sobre o cilindro em rotação.

    Principais vantagens da inovação: o rendimento é muito maior, comparado à operação de

    raspagem manual, atingindo 150 vassouras por dia contra 30 no método tradicional.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram citados problemas, e a operação é

    muito segura.

    Adequação à Agricultura Familiar: o uso disseminado comprova a adequação da inovação,

    sendo o custo muito baixo e limitado, basicamente, à aquisição do motor, o qual, muitas

    vezes, já se encontra disponível nas pequenas propriedades.

  • 35

    Figura 48 - Vista geral do raspador de rama de vassoura Figura 49 - Vista lateral do raspador de rama de vassoura

    Figura 50 - Detalhe do cilindro com pregos do raspador

  • 36

    Nome da inovação: SEMEADORA DE BETERRABA E OUTRAS HORTALIÇAS

    Nome do inventor: Ampelio Parzianello.

    Profissão do inventor: agricultor, produtor de hortaliças e técnico do Ministério da Agricultura,

    Pecuária e Abastecimento (MAPA).

    Local: São Jorge do Oeste.

    Telefones para contato: (46) 3534-1532 e 3534-1524 (Seab)

    Histórico da inovação: desenvolvida em 2001, visando diminuir o esforço e evitar dores

    nas costas, além de ganhar tempo e melhorar a uniformidade das plantas.

    Fabricantes: equipamento de uso individual, já bastante disseminado.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: a semeadora possui, como depósito de sementes,

    um cilindro metálico, que pode ser uma lata comum, o qual é centralizado por 1 parafuso

    longo em 1 roda de madeira de 30 cm de diâmetro. O parafuso fixa, também, o cabo da

    semeadora ao depósito. Dependendo do tamanho das sementes (beteraba, cenoura, cebola,

    almeirão, etc.) e da densidade de semeadura desejada, pode-se abrir ou fechar os furos no

    cilindro, por onde são dosadas as sementes. O rendimento é de aproximadamente 400 m2

    por hora, o que corresponde a 5 pessoas distribuindo as sementes manualmente.

    Principais vantagens da inovação: economiza tempo, melhora a distribuição e a uniformidade

    das plantas, reduz a penosidade do trabalho na semeadura e, muitas vezes, dispensa a

    operação de raleio.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram citados problemas.

    Adequação à Agricultura Familiar: equipamento típico para a Agricultura Familiar, de custo

    baixíssimo e destacada praticidade.

    Figura 51 - Cilindro dosador da semeadora com destaque

    para os furos

    Figura 52 - Semeadora em operação

  • 37

    Nome da inovação: SEGADEIRA DE PASTAGENS PARA PEQUENOS PRODUTORES

    Nome do inventor: Edio Joce Finardi

    Profissão do inventor: empresário da Missagro.

    Local: Rua Brasília 975, em Missal.

    Telefone para contato: (45) 3244-1147

    Histórico da inovação: baseado na experiência e interesse demonstrado pelos produtores

    da região por uma máquina para corte de pastagens produzida, há anos atrás, por uma

    indústria local, o empresário desenvolveu um equipamento para a mesma função.

    Fabricante: a Missagro possui estrutura industrial e vende para a região e para o Paraguai.

    Propriedade industrial: patente requerida em 2002, com registro MU 8400620 no Inpi.

    Descrição do funcionamento da inovação: segadeira para corte de gramíneas, autopropelida

    com motor à gasolina de 5,5 Hp, possui rabiças com o operador caminhando atrás da

    máquina, barra de corte de 1 m de largura de trabalho, enleirador e chassi em aço

    tubular. O rendimento de corte é de 1.000 m2 por hora, e o consumo é de cerca de 600 ml

    de gasolina por hora. A lubrificação à graxa requer baixa manutenção e evita a

    contaminação da forragem pelo óleo. Está em fase experimental para ser usada no corte

    de feijão.

    Principais vantagens da inovação: bom rendimento de corte e enleiramento; baixa

    manutenção; facilita o aproveitamento das forrageiras, sendo útil no corte de diversas

    espécies de gramíneas e outras plantas destinadas à alimentação de bovinos, eqüídeos

    e outros.

    Problemas verificados no uso da inovação: já houve necessidade de reforço na barra de

    corte, devido a problemas de resistência mecânica e vibração. Segundo o inovador, pode

    cortar caules com espessura máxima de 1,5 cm.

    Adequação à Agricultura Familiar: o equipamento é apropriado para quem tem mão-de-

    obra familiar, uma vez que executa apenas a operação de corte e não elimina as demais

    operações requeridas na produção de forragem (carregamento e transporte). O atual

    preço de venda é de R$ 4.900,00, mas pode ser usada de forma comunitária.

  • 38

    Figura 53 - Vista posterior da segadeira com destaque para

    o motor

    Figura 54 - Vista frontal com destaque para a barra de corte

    Figura 55 - Detalhe da barra de corte da segadeira

  • 39

    Nome da inovação: SEMEADORA PARA MICROTRATOR

    Nome do inventor: Marco Rogério Toschi.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Estrada Alvorada, Sítio São José, Gleba 01, Distrito Carajá, município de Jesuítas.

    Telefones para contato: (44) 91290151 e 99813940

    Histórico da inovação: desenvolvida em 2002, para plantio de culturas intercaladas ao café

    adensado. Não tem sido ainda difundida para outros produtores, mas há interessados.

    Propriedade industrial: tem interesse em requerer patente.

    Descrição do funcionamento da inovação: semeadora tracionada por microtrator do tipo

    Tobatta, com 5 linhas e discos duplos, com caixa de sementes para 60 litros, a qual é

    dividida em 3 compartimentos para semeadura de espécies em consórcio e com rotor

    canelado para dosagem de sementes. A largura de trabalho é de 70 cm, o que permite

    semear 2,5 alqueires em 4 horas de trabalho no café. Para um rendimento similar seriam

    necessários 4 trabalhadores com matraca. A velocidade de operação equivale à 4.a

    marcha reduzida a 1.600 rpm. O operador trabalha sentado sobre a caixa de semente.

    Principais vantagens da inovação: permite tanto o plantio convencional como o plantio

    direto na entrelinha do café adensado, agilizando o plantio de culturas como nabo, arroz,

    feijão e leguminosas para adubação verde, milho, aveia, etc.

    Problemas verificados no uso da inovação: a principal limitação é o custo das peças

    novas para construir a semeadora, além do fato de requerer um microtrator. Já adaptou o

    sistema hidráulico para levantar as linhas, superando o problema inicial de manobra do

    equipamento.

    Adequação à Agricultura Familiar: aumenta o rendimento da semeadura na entrelinha do

    café adensado, cultura de grande importância para a Agricultura Familiar.

  • 40

    Figura 56 - Vistas gerais da semeadora para microtrator

    Figura 57 - Depósito de sementes com três compartimentos (esquerda) e discos duplos sulcadores com barra niveladora (direita)

    Figura 58 - Operação da semeadora nas entrelinhas de café adensado

  • 41

    Nome da inovação: SEMEADORA DE HORTALIÇAS

    Nome do inventor: Darci Delmar Tomm.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Linha Belmonte, Distrito Novo Horizonte, Marechal Cândido Rondon, PR.

    Telefone para contato: (45) 99786538

    Histórico da inovação: equipamento desenvolvido em 2003, pelo senhor Darci, com o

    objetivo de reduzir o tempo e a demanda de mão-de-obra na semeadura.

    Fabricante: foi construída apenas uma unidade.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: semeadora de 6 linhas à tração mecânica ou

    manual, com disco dosador apropriado para cada tipo de semente e acionado por 1 roda

    com garras e 1 correia de transmissão, sendo que cada linha tem sua própria roda

    independente das demais, facilitando a realização de curvas. Na tração manual são

    necessários 2 operadores, 1 de cada lado, puxando o equipamento. O depósito de

    sementes tem capacidade para 15 g e só deve ser preenchido até a metade de sua

    capacidade total para assegurar o bom desempenho do dosador. A cobertura do sulco de

    semeadura é feita pela mesma roda acionadora, bem como por uma corrente que se

    arrasta sobre o solo. A largura útil de operação é de 1 m, o que determina uma

    produtividade do trabalho de cerca de 9 minutos para um canteiro com 100 m de

    comprimento. O tempo requerido para a mesma operação realizada manualmente é de

    80 minutos.

    Principais vantagens da inovação: reduz o tempo de trabalho, uma vez que abre o sulco,

    semeia e cobre a semente na mesma operação, além de manter a uniformidade de plantio.

    Problemas verificados no uso da inovação: o maior problema encontrado foi definir a

    melhor geometria do disco dosador para cada tipo de semente, sendo que, atualmente,

    essa informação já é conhecida pelo inovador.

    Adequação à Agricultura Familiar: o custo é de aproximadamente R$ 800,00, muito mais baixo

    em relação às semeadoras existentes no mercado, que atingem até R$ 6.000,00. Assim,

    equipamentos desse tipo são muito interessantes para agricultores familiares, facilitando o

    trabalho e propiciando melhor uniformidade e distribuição das plantas nos canteiros.

  • 42

    Figura 59 - Vistas lateral (esquerda) e frontal (direita) da semeadora

    Figura 60 - Sulcadores do tipo disco duplo (esquerda) e rodas acionadoras e cobridoras de sulco (direita)

    Figura 61 - Depósito de sementes (esquerda) e disco dosador interno (direita)

  • 43

    Nome da inovação: ENFARDADEIRA MANUAL DE FENO

    Nome do inventor: Nivaldo Pinheiro da Rocha.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Avenida Souza Naves, 893, Lindoeste (endereço da Cressol)

    Telefone para contato: (45) 3237-1201

    Histórico da inovação: enfardadeira manual criada em 2004 e usada para feno de Tifton,

    visando à alimentação de vacas leiteiras.

    Fabricante: foi construída apenas uma unidade.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: trata-se de uma caixa de madeira contendo

    apenas paredes laterais, com dimensões internas de 0,80 x 0,60 x 0,30 m, apresentando

    pequenos sulcos nas paredes, onde são colocados barbantes para amarrar o fardo. A

    grama é cortada 1 dia antes da compactação, de modo a atingir o ponto de secagem, e

    então é compactada dentro da caixa por meio do pisoteio de uma pessoa em 3 ou 4

    feixes de plantas. Considerando a operação de compactação e amarração do fardo, o

    rendimento diário de uma pessoa é de 30 fardos de aproximadamente 20 kg cada.

    Principais vantagens da inovação: a compactação e amarração do feno em feixes evita a

    deterioração rápida das plantas, permitindo utilizá-lo na alimentação do gado leiteiro no

    período de inverno.

    Problemas verificados no uso da inovação: a simplicidade do processo não deixa

    qualquer evidência de problemas, ainda que as dimensões e benefícios limitem-se a

    servir a poucas vacas produtoras de leite, indicando que a inovação é, de fato, apropriada

    à pequena produção familiar.

    Adequação à Agricultura Familiar: o custo estimado de fabricação da caixa de enfardar

    feno é reduzido, pois sempre existe madeira na propriedade familiar, bem como as

    ferramentas e outros materiais requeridos. De conformidade com parâmetros técnicos de

    produção leiteira e correspondente necessidade de produção de feno, é possível construir

    quantas caixas de enfardar forem necessárias em uma propriedade familiar.

  • 44

    Figura 62 - Enfardadeira manual destacando os barbantes

    para amarrar os fardos

    Figura 63 - Fardo de feno amarrado

  • 45

    Nome da inovação: SECADOR DE PLANTAS MEDICINAIS

    Nome do inventor: Irineu Vojssczack.

    Profissão do inventor: extensionista Rural da Emater.

    Local: Avenida Iguaçu, 430, Capitão Leônidas Marques, PR.

    Telefone para contato: (45) 3286-1234

    Histórico da inovação: desenvolvido pelo senhor Irineu, da Emater, em 2003.

    Fabricantes: já foram fabricadas 2 unidades, sob orientação do senhor Irineu na

    Metalúrgica J.V., no mesmo município.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: o secador possui um queimador que opera

    com gás, lenha ou eletricidade, além de uma turbina para sucção do ar quente do forno

    para a câmara de secagem, onde as plantas ficam acondicionadas em bandejas de

    madeira e tela de sombrite. Durante a secagem, a temperatura na câmara atinge entre 35

    e 40oC, conforme o tipo de planta a ser secada, e o tempo de secagem varia entre 4 e 8

    horas, podendo ser secadas salsinha e cebolinha, por exemplo. O equipamento tem

    capacidade de secar 10 kg de plantas, obtendo-se cerca de 3 kg de plantas secas. Um

    botijão de gás permite operar por, aproximadamente, 7 dias e 8 horas de uso diário,

    sendo o consumo observado semelhante ao de uma boca de um fogão comum. A turbina

    é acionada por um motor elétrico de ¾ Hp.

    Principais vantagens da inovação: maior volume de material secado em relação ao

    método tradicional de secagem solar em lona; melhoria do padrão de qualidade das

    plantas, uma vez que a cor delas se mantém; e não há perda dos ingredientes ativos,

    devido à temperatura constante de secagem.

    Problemas verificados no uso da inovação: por ter um queimador de fogo direto, a

    fumaça do gás vai para dentro da câmara de secagem, podendo prejudicar a qualidade

    do material; a correia, bem como a turbina, faz muito barulho, porém, substituindo esta

    última por um exaustor, o ruído diminui consideravelmente.

    Adequação à Agricultura Familiar: o equipamento tem custo de fabricação e implantação

    em torno de R$ 800,00. Tem sido utilizado por outros produtores familiares que produzem

    plantas medicinais e condimentares e que necessitam de secagem das mesmas.

  • 46

    Figura 64 - Vista frontal do secador de plantas medicinais

    mostrando as bandejas

    Figura 65 - Vista lateral da câmara de secagem (esquerda) e do queimador e da turbina de ar (direita)

  • 47

    Nome da inovação: COBERTURA MÓVEL PARA TERREIRO SUSPENSO DE CAFÉ

    Nome do informante: Marcos Rogério Toschi.

    Profissão do informante: produtor rural.

    Local: Distrito de Carajá, Jesuítas, PR.

    Telefones para contato: (44) 99813940 e 91290151

    Histórico da inovação: é uma invenção do produtor, desenvolvida em 2002, visando à

    maior rapidez no recolhimento da lona de cobertura de café durante a secagem em

    terreiros suspensos.

    Fabricantes: não há produção industrial.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: a lona de cobertura do terreiro é enrolada em

    um eixo colocado na extremidade do terreiro e na posição transversal a este. O eixo é

    acionado manualmente por uma manivela, para facilitar o procedimento de cobertura do

    terreiro com lona e seu recolhimento. A largura da lona é de 3 metros.

    Principais vantagens da inovação: maior rapidez na cobertura do terreiro, na ocorrência

    de chuvas, requerendo apenas cerca de 5 minutos para cobrir o terreiro e calçar a lona.

    O eixo facilita, também, o recolhimento da lona, quando comparado com a dobra manual.

    Problemas verificados no uso da inovação: o manejo da lona é difícil quando há vento

    forte, sendo necessárias, nesse caso, pelo menos 3 pessoas para cobertura do terreiro.

    Adequação à Agricultura Familiar: adequada ao agricultor familiar, uma vez que os materiais

    requeridos são, em geral, de baixo custo e disponíveis nas propriedades.

  • 48

    Figura 66 - Vista geral (esquerda) e detalhe do eixo na extremidade do terreiro (direita)

    Figura 67 - Cobertura móvel sendo enrolada Figura 68 - Vista frontal do terreiro suspenso e de sua

    cobertura móvel

    Figura 69 - Operação de recolhimento da cobertura

  • 49

    Nome da inovação: DISPOSITIVO PARA COLOCAÇÃO DE ROLHA EM GARRAFAS

    Nome do inventor: Marco Rogério Toschi.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Estrada Alvorada, Sítio São José, Gleba 01, distrito Carajá, Jesuítas, PR.

    Telefones para contato: (44) 91290151 e 99813940

    Histórico da inovação: desenvolvida em 1995, para uso da família.

    Propriedade industrial: não foi requerida patente.

    Descrição do funcionamento da inovação: constituído por 1 cilindro de madeira vazado, com

    cerca de 30 cm de comprimento, sendo que uma de suas extremidades possui um bico, com

    formato interno cônico, que se encaixa na boca da garrafa, e a outra possui um pegador para

    movimentar uma haste interna na direção vertical. A rolha, previamente aquecida na água, é

    colocada na extremidade cônica e, por meio da haste, é pressionada contra o bico da

    garrafa. Ao ser aquecida, a rolha murcha e facilita sua colocação na boca da garrafa.

    Principais vantagens da inovação: facilita e agiliza o fechamento de garrafas e evita a

    quebra do bico da garrafa na operação. Além disso, reduz o desconforto do manuseio

    das rolhas aquecidas em relação ao processo manual.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram identificados problemas.

    Adequação à Agricultura Familiar: o custo da inovação é relativo ao trabalho de torneamento

    da madeira para construção do dispositivo, o que é compatível ao pequeno produtor.

    Figura 70 - Vista do dispositivo (esquerda) e de seu detalhe interno (direita)

  • 50

    Nome da inovação: ESPARRAMADOR DE CAFÉ NO TERREIRO PARA TRATOR DE

    RABIÇAS

    Nome do informante: Marcos Antonio Marques Pereira.

    Profissão do informante: produtor de café filiado à Cooperativa dos Agricultores Solidários

    de Lerroville (Coasol).

    Local: Água da Limeira, Lerroville, PR.

    Telefone para contato:

    Histórico da inovação: o produtor adquiriu há alguns anos um trator de rabiças, do tipo

    Tobatta, para operações na cultura de café e, em 2001, desenvolveu um esparramador

    para movimentação do café no terreiro durante a secagem.

    Fabricantes: não há fabricantes conhecidos.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: trata-se de uma estrutura de madeira,

    acoplada na dianteira do trator, similar a uma lâmina, usada para agilizar o processo de

    esparramação e amontoa de café no terreiro. Tem aproximadamente 1,80 m de largura.

    Principais vantagens da inovação: maior rapidez nas operações de movimentação,

    facilitando o manejo principalmente sob condições de chuva e quando o café encontra-se

    verde, pois se torna mais pesado e escorregadio para a movimentação manual. Requer

    entre 6 e 7 minutos de uma pessoa para esparramar no terreiro, enquanto com a "vaca"

    (equipamento manual tradicional) necessitam-se cerca de 2 horas com 3 a 4 pessoas.

    A amontoa é feita em 30 minutos com 2 pessoas, o que na vaca requer o trabalho de

    3 pessoas em 2 horas. O produtor estima que, em média, o esparramador aumenta em

    6 vezes a produtividade do trabalho. O consumo de combustível é, em média, de

    5 litros/semana.

    Problemas verificados no uso da inovação: ocorre uma leve despolpa do café, devido ao

    atrito dos pneus.

    Adequação à Agricultura Familiar: equipamento simples, barato e bastante acessível ao

    pequeno produtor.

  • 51

    Figura 71 - Vista frontal do esparramador Figura 72 - Vista geral

    Figura 73 - Vista lateral do esparramador e seu engate no

    microtrator

  • 52

    Nome da inovação: FURADOR DE COVAS PARA TRATOR DE RABIÇAS

    Nome do informante: Marcos Rogério Toschi.

    Profissão do informante: produtor rural.

    Local: Distrito de Carajá, Jesuítas, PR.

    Telefones para contato: (44) 99813940 e 91290151

    Histórico da inovação: é uma invenção do produtor desenvolvida em 2003 para plantio de

    mudas de café.

    Fabricantes: não há produção industrial.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: trata-se de uma pequena estrutura metálica

    que suporta uma transmissão por engrenagens cônicas, as quais são conectadas na

    tomada de potência do trator, por meio de 2 juntas universais, e no eixo de que aciona a

    broca. Permite o uso de brocas com 15 ou 25 cm de diâmetro e com eixo da mesma de

    70 cm de altura. Possui, também, 1 varão de madeira conectado ao trator, cuja função é

    definir o espaçamento entrelinhas das mudas de café. O furador requer 2 operadores,

    sendo um para operar o trator e outro para posicionar o furador e suportá-lo durante a

    operação de abertura das covas. Em virtude das articulações das juntas, o furador não

    requer que o trator interrompa seu deslocamento enquanto a cova é aberta, agilizando,

    assim, o trabalho.

    Principais vantagens da inovação: maior rapidez na abertura de covas para plantio de

    mudas e para colocação de mourões de cerca no solo. No procedimento manual de

    abertura de covas, com enxadão, são necessárias, aproximadamente, 3 horas/homem

    para 120 covas, enquanto o furador requer apenas 30 minutos.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram relatados.

    Adequação à Agricultura Familiar: o custo aproximado de construção do furador é de

    R$ 300,00, sendo necessário que o produtor disponha do trator de rabiças. A única

    exigência de manutenção é a lubrificação das engrenagens e mancais.

  • 53

    Figura 74 - Vista geral do furador de covas Figura 75 - Detalhe do eixo do furador e da junta da transmissão

  • 54

    Nome da inovação: EQUIPAMENTO PARA HIDRÓLISE DE CANA-DE-AÇÚCAR

    (KIT HIDROCANA)

    Nome dos informantes: Gustavo e Eduardo Calderon.

    Profissão dos informantes: produtores rurais e empresários.

    Local: Fazenda Santa Cruz em Londrina e Fazenda Mutuca em Tapejara, PR.

    Telefones para contato: (43) 3323-1059 e (44) 3677-1335

    Histórico da inovação: os produtores iniciaram os primeiros testes de hidrólise da cana

    com soda caústica em 1993, em Londrina, visando à redução de custo e à melhoria da

    digestibilidade da cana para arraçoamento animal. Em 1999, criaram a Hidrocana,

    visando explorar comercialmente o equipamento. No entanto, a elevação do custo do

    hidróxido de sódio levou à necessidade de busca por uma fonte de matéria-prima

    alternativa e compatível. Em 2001, obtiveram-se os primeiros resultados bem-sucedidos

    com o uso de hidróxido de cálcio, tendo, como fonte, cal virgem.

    Fabricantes: Hidrocana Indústria e Comércio de Equipamentos Agrícolas Ltda., Londrina, PR.

    Propriedade industrial: direitos requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: o Kit Hidrocana tem a função de dosificar

    proporcionalmente o produto a ser inoculado na forragem, podendo ser utilizado tanto

    para hidrólise da cana com cal como para inoculação de silagens ou, ainda, para

    aplicação de uréia no trato verde. Permite, ainda, uma perfeita homogeneização –

    aspecto importante quando se necessita inocular forragens ou hidrolisar. É constituído

    por um reservatório de cal com suporte, bomba agitadora com acionamento elétrico e

    válvula dosadora automática com graduador de vazão. O Kit é acoplado à colhedora de

    forragem e é comercializado em 3 modelos, com reservatórios de 50 litros (1,3 ton/carga),

    100 litros (2,6 ton/carga) e 200 litros (52 ton/carga). Na entrada do picador de forragem

    da colhedora há 1 sensor que aciona o dosador, o qual libera o volume da calda de

    acordo com a quantidade de material colhido (Disponível em: www.hidrocana.com.br.

    Acesso em: 05/07/2005).

    Principais vantagens da inovação: baixo custo de tratamento (entre R$ 2 e R$ 3); a cana

    tratada é conservada por até 3 dias, o ganho de peso dos animais se dá com maior

    rapidez. O equipamento permite grande quantidade de volumoso tratado sem interferir no

    desempenho da picadeira ou forradeira. O Kit é de fácil utilização, de simples funcionamento

    e dá aos funcionários segurança, não permitindo derivas durante o tratamento.

    Problemas verificados no uso da inovação: o sistema requer cuidado na sua regulagem.

    Adequação à Agricultura Familiar: o preço varia entre R$ 2.700,00 e R$ 3.500,00,

    dependendo da colhedora de forragem na qual o Kit será acoplado. A exigência de

    manutenção é reduzida, limitando-se à limpeza do conjunto após a operação no campo.

    http://www.hidrocana.com.br/

  • 55

    Figura 76 - Colhedora de forragem com o kit para hidrólise Figura 77 - Kit 200 litros para hidrólise de forragem

  • 56

    Nome da inovação: MOVIMENTADOR PARA TERREIRO SUSPENSO DE CAFÉ

    Nome do informante: Marcos Rogério Toschi.

    Profissão do informante: produtor rural.

    Local: Distrito de Carajá, Jesuítas, PR.

    Telefones para contato: (44) 99813940 e 91290151

    Histórico da inovação: é uma invenção do produtor, desenvolvida em 2002, para movimentação

    de café durante a secagem em terreiros suspensos.

    Fabricantes: não há produção industrial.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: constituído por uma viga de madeira com 2,5

    m de largura (equivalente à largura do terreiro), onde são fixadas várias barras de

    madeira com 0,2 m de altura e cerca de 0,05 m de largura e espaçadas a 0,12 m entre si.

    O movimentador, também chamado de pente, é puxado por 2 pessoas, 1 em cada lado,

    por meio de 1 haste lateral. Após a movimentação em um sentido, o pente é deslocado

    alguns centímetros para um dos lados e é passado novamente no sentido oposto.

    Principais vantagens da inovação: agiliza a movimentação de café no terreiro suspenso,

    economizando tempo na operação. Requer cerca de 2 minutos com o pente e cerca de

    35 minutos no processo tradicional com o rodo, para um terreiro com 50 metros de

    comprimento.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram citados.

    Adequação à Agricultura Familiar: baixo custo, uma vez que a madeira é disponível

    nas propriedades.

  • 57

    Figura 78 - Vista geral do pente para movimentação do café Figura 79 - Pente em operação sobre o terreiro suspenso

    Figura 80 - Detalhe dos dentes do pente

  • 58

    Nome da inovação: PENEIRA DE PLÁSTICO PARA COLHEITA DE CAFÉ

    Nome do informante: Luis Costa de Souza e Renzo Gorreta Hugo.

    Profissão do informante: produtor de café e engenheiro agrônomo, respectivamente.

    Local: Sítio Nossa Senhora, Bairro da Água da Laranja Azeda, Lerroville, PR.

    Telefone para contato: (43) 3376-2464

    Histórico da inovação: é uma invenção do próprio produtor, desenvolvida em 2003.

    Fabricantes: a inovação é bastante simples e pode ser construída na propriedade, requerendoapenas madeira e plástico.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: é uma estrutura retangular de madeira comdimensões de 1,0 x 0,8 m na qual é fixada uma lona plástica e que possui, ainda, um

    pequeno entalhe na região central em um dos lados. A peneira é colocada sob o pé de

    café, e os grãos colhidos são jogados sobre o plástico, ficando retidos pela estrutura

    lateral de madeira. O tamanho da peneira é adequado para 1 pessoa carregá-la.

    A parede de madeira próxima ao operador é mais alta que as demais para evitar que os

    grãos caiam fora da peneira ao puxá-la.

    Principais vantagens da inovação: substitui com eficiência o pano na colheita de café, já querequer apenas 1 pessoa, enquanto o pano requer 2. É vantajoso também em relação ao uso

    da peneira tradicional. É cerca de 20 a 25% mais rápido que o pano e de 30 a 40% mais

    rápido que a peneira. Segundo o produtor, a adoção deve-se à colheita selecionada

    (catança) realizada individualmente (só 1 pessoa colhendo). Às vezes, exclui a necessidade

    de abanar o material colhido, uma vez que, pelo tamanho, facilita a retirada das folhas. Outra

    vantagem é a possibilidade de colher com solo mais úmido em relação à colheita com pano.

    Problemas verificados no uso da inovação: dificuldade de aceitação de mudanças pelostrabalhadores nos métodos tradicionais de colheita.

    Adequação à Agricultura Familiar: inovação simples, barata e totalmente acessível.

    Figura 81 - Vista geral da peneira de plástico após a

    colheita de café

    Figura 82 - Operação de colheita manual com uso da

    peneira de plástico

  • 59

    Nome da inovação: PULVERIZADOR PARA TRATOR DE RABIÇAS

    Nome do inventor: Marco Rogério Toschi.

    Profissão do inventor: agricultor.

    Local: Estrada Alvorada, Sítio São José, Gleba 01, distrito Carajá, Jesuítas, PR.

    Telefones para contato: (44) 91290151 e 99813940

    Histórico da inovação: desenvolvida em 2002, para uso na área com café adensado.

    Propriedade industrial: não foi requerida patente.

    Descrição do funcionamento da inovação: pulverizador construído para café adensado,

    com 2 tanques estreitos, de 50 litros cada, barra de pulverização com 8 bicos tipo leque e

    na forma de "Y" e bomba de pistões, com 2 cilindros, acionada pela tomada de força do

    microtrator. A barra de pulverização é disposta na posição vertical com 6 bicos (3 em

    cada lado) jogando lateralmente, e 2 na posição mais alta e inclinada da barra. A bomba

    é adaptada de outro equipamento possuindo regulador de pressão.

    Principais vantagens da inovação: maior rapidez na aplicação de produtos no café adensado,

    além de permitir o uso de produtos orgânicos. A produtividade do trabalho é de cerca de

    3.000 litros/dia, o que corresponde a 5 alqueires de café. Comparativamente, são requeridas

    4 pessoas e 2 dias de trabalho para a pulverização manual de uma área similar.

    Problemas verificados no uso da inovação: não foram identificados problemas.

    Adequação à Agricultura Familiar: a manutenção exigida é a limpeza do tanque e filtros

    após cada aplicação. O custo estimado para construção da inovação é de aproximadamente

    R$ 1.100,00.

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    Figura 83 - Vistas lateral (esquerda) e posterior do pulverizador (direita)

    Figura 84 - Barra de pulverização (esquerda) e bomba de pistões do pulverizador (direita)

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    Nome da inovação: SEPARADOR E LAVADOR DE CAFÉ

    Nome dos informantes: Antonio Luis Porto, Mauro Vieira e Silva, Sérgio Lopes e Renzo

    Gorreta Hugo.

    Profissão dos informantes: produtores de café (os dois primeiros), engenheiro agrônomo

    (escritório local de Centenário do Sul) e engenheiro agrônomo, consultor da Casol,

    respectivamente.

    Local: Chácara Santa Júlia, em Centenário do Sul, e propriedade do senhor Mauro, em

    Lerroville, PR.

    Telefones para contato: (43) 36751031 (Emater de Centenário do Sul) e 33762464 (Renzo)

    Histórico da inovação: informações de diferentes fontes indicam que a inovação foi desenvolvida

    por um produtor de café de Pitangueiras e, mediante a Emater, difundiu-se para toda a

    região da cafeicultura paranaense. Há diversas variações da idéia inicial, algumas bem

    simples, como o uso de 1 lata perfurada e 1 caixa d'água, ou mais elaboradas, que

    utilizam 1 tanque de alvenaria e 1 depósito de grãos construído com tela metálica.

    Fabricantes: os modelos mais simples podem ser construídos pelo produtor, e os mais

    elaborados requerem serviços de pedreiro e metalurgia.

    Propriedade industrial: direitos não requeridos.

    Descrição do funcionamento da inovação: o princípio é utilizar a água como meio de

    separação dos grãos de café cereja e verde (os quais afundam, por serem mais pesados)

    dos grãos secos que bóiam (também chamados grãos "bóia"). Consiste em um

    reservatório de água dentro do qual é colocado um outro reservatório, com café, cujas

    paredes laterais e inferior permitem o escoamento da água. Assim, ao mergulhar o

    reservatório, com café proveniente do campo, na água, a diferença de densidade dos

    grãos secos faz com que eles subam e boiem, enquanto os demais grãos ficam no fundo

    do reservatório. Os grãos "bóia" são, então, recolhidos com uma peneira ou outro

    dispositivo manual e colocados separadamente para secagem no terreiro. Após a retirada

    do café "bóia", o reservatório com grãos cereja e verde é retirado da água e vai, também,

    para o terreiro. Para evitar o contato do café com a terra que acumula no fundo do

    reservatório de água, é recomendável haver um espaço no fundo, entre os dois

    depósitos, assim como é necessário haver uma fonte de água próxima e um dreno para

    escoamento da água após o término da separação. O reservatório de café pode ser

    construído a partir de diferentes materiais, tais como sombrite e tela metálica.

    O separador de Centenário do Sul tem aproximadamente 1 x 2 m com capacidade para

    2 sacos de café por carga, com uma lâmina de 30 a 40 cm de água, sendo necessá