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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARING PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA

    ESTUDO DAS CONDIES DE OPERAO DE CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO SOB ANLISE DA NR-13

    Eng. MARCOS ANTONIO PINTOR JUNIOR

    MARING 2013

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARING PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA

    ESTUDO DAS CONDIES DE OPERAO DE CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO SOB ANLISE DA NR-13

    Monografia apresentada ao Curso de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maring, como um dos requisitos para a obteno do ttulo de Engenheiro de Segurana do Trabalho

    Orientador(a): Prof. Generoso De Angelis Neto; Dr.

    MARING 2013

  • MARCOS ANTONIO PINTOR JUNIOR

    ESTUDO DAS CONDIES DE OPERAO DE CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO SOB ANLISE DA NR-13

    Monografia apresentada ao Curso de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maring, como um dos requisitos para a obteno do ttulo de Engenheiro de Segurana do Trabalho.

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Dr. Generoso De Angelis Neto Universidade Estadual de Maring UEM

    Prof. Dr. Doralice Aparecida Favaro Soares Universidade Estadual de Maring UEM

    Prof. Dr. Cristhiane Michiko Passos Okawa Universidade Estadual de Maring UEM

    Aprovado em:____/____/____

  • Em memria do meu pai MARCOS.

  • Obrigado DEUS, porque sempre me acompanha e me ilumina, mesmo quando os obstculos parecem insuperveis e a jornada inacabvel.

    Dedico este trabalho a minha me, TEREZINHA,

    que mesmo estando longe, consegue estar to perto, e a JULIANA, por incentivar e entender minha ausncia.

  • No me vejo como um heri. Para ser heri, algum precisa fazer algo de perigoso. No fiz. O que fiz foi algo que os outros achavam impossvel. Mas eu tinha de tentar, para ver se era possvel ou no. Se algo no obviamente impossvel, ento deve haver uma maneira de fazer. (Sir Nicholas Winton)

  • RESUMO

    O objetivo geral deste trabalho apresentar os resultados de um estudo sobre caldeira e vasos de presso sob anlise da norma regulamentadora n13. Os processos industriais que fazem uso dos equipamentos descritos na norma regulamentadora n13, trabalham

    incondicionalmente com fluidos s mais diversas presses e temperaturas. Tais processos fazem com que a atividade de operao das caldeiras e vasos de presso seja de alto risco, podendo chegar a situaes extremas, quando estes equipamentos no apresentam a segurana que a eles exigida. A rea da segurana do trabalho, em sua essncia, busca a preveno dos acidentes, atuando nos eventos que antecedem os riscos, visando um menor ndice de ocorrncias. Neste trabalho, baseado em uma abordagem exploratria e quantitativa, foram

    investigadas as instalaes e procedimentos de operaes dos equipamentos, monitorado pelo uso de duas listas de verificao, baseados na norma regulamentadora n13 e na aplicao da

    avaliao de conhecimento sobre manuteno, operao e segurana, aos operadores dos equipamentos. Os resultados obtidos, confrontados com a norma regulamentadora n13, demonstraram que as instituies precisam conscientizar-se do seu papel preventivo frente a sociedade como um todo, desde o processo de instalao de seus equipamentos, passando pela capacitao dos seus operadores, com o intuito de se obter um processo mais seguro e eficiente, at chegar na obedincia da legislao, cujo objetivo prioriza a segurana e proteo do trabalhador e da sociedade.

    Palavras-chave: Operao de Caldeiras, NR-13, Caldeiras e Vasos de Presso.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    FIGURA 1 - EOLPILA .......................................................................................................... 15 FIGURA 2 - VLVULA DE SEGURANA ........................................................................... 16 FIGURA 3 - MODELO DE CONSTRUO DAS CALDEIRAS TIPO FLAMOTUBULARES. . 19 FIGURA 4 - MODELO DE CONSTRUO DAS CALDEIRAS TIPO AQUATUBULARES. .... 20 FIGURA 5 CONSTRUO COMUM DE VASOS DE PRESSO ............................................ 22 FIGURA 6 - FORNALHA DE UMA CALDEIRA TIPO C ....................................................... 25 FIGURA 7 FOTO DO PRDIO DA FBRICA DE SAPATOS BROCKTON EM MASSACHUSETTS ANTES DA EXPLOSO. ....................................................................... 26 FIGURA 8 - FOTO DO PRDIO DA FBRICA DE SAPATOS BROCKTON EM MASSACHUSETTS DEPOIS DA EXPLOSO. ...................................................................... 26 FIGURA 9- FOTO DA CALDEIRA NO QUINTAL DA CASA. ............................................... 27 FIGURA 10 - REUNIO NA QUAL FOI APROVADA A SEO I DO CDIGO ASME. ....... 28 FIGURA 11 - EQUIPAMENTOS ANALISADOS NO PROCESSO ........................................... 45 FIGURA 12 - CALDEIRA DA USINA DE ETANOL E ACAR ............................................. 47 FIGURA 13 - GRFICO DE ANLISE DAS CALDEIRAS .................................................... 50 FIGURA 14 RESERVATRIO PARA COMPRESSOR DE AR. ............................................... 51 FIGURA 15 - GRFICO DAS ATIVIDADES ANALISADAS. ................................................ 52 FIGURA 16 - VLVULA DE SEGURANA PARA RESERVATRIO DE AR. ....................... 53 FIGURA 17 - COMPRESSOR DEVIDAMENTE FIXADO ...................................................... 54 FIGURA 18 - GRFICO DA ANLISE DOS VASOS DE PRESSO ...................................... 55 FIGURA 19 - LOCAL DE INSTALAO DO VASO DE UMA EMPRESA VISTORIADA. ..... 56 FIGURA 20 - CHAVE DE DRENO ........................................................................................ 57

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    N.R. Norma Regulamentadora. D.O.U. Dirio Oficial da Unio.

    S.I.T. Secretaria de Inspeo do Trabalho. M.T.E. Ministrio do Trabalho e Emprego.

    MTb. Ministrio do Trabalho C.L.T. Consolidao das Leis do Trabalho ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas CIPA Comisso Interna de Preveno de Acidentes

    ASME - American Society of Mechanical Engineers EUA Estados Unidos da Amrica

    SPIE Servio Prprio de Inspeo em Equipamentos EPI Equipamento de Proteo Individual PH Profissional Habilitado NBR Norma Brasileira Registrada

    Mpa Mega Pascal

    Kgf/cm - quilograma fora por centmetro quadrado TH Teste Hidrosttico

    END Ensaio No Destrutvel

    EPI Equipamento de Proteo Individual

    EPC Equipamento de Proteo Coletivo PMTA Presso Mxima de Trabalho Admissvel PMTP - Presso Mxima de Trabalho Permissvel OIT Organizao Internacional do Trabalho

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 3.1 - DADOS DOS ACIDENTES DO TRABALHO DAS DCADAS DE 70. ....................... 23 TABELA 3.2 - PRAZOS ESTABELECIDOS PARA A INSPEO DE CALDEIRAS SEGUNDO A NR 13. ....................................................................................................................................... 35 TABELA 3.3 - CLASSIFICAO DOS VASOS DE PRESSO ...................................................... 36 TABELA 3.4 PRAZOS DEFINIDOS PARA SERVIOS DE INSPEO EM VASOS DE PRESSO. . 38

  • SUMRIO

    1 - INTRODUO ................................................................................................................. 13 1.1 OBJETIVO DO TRABALHO ........................................................................................ 14

    2 - FUNDAMENTAO TERICA ........................................................................................ 15 2.1 A HISTRIA DAS MQUINAS A VAPOR ...................................................................... 15 2.2 CALDEIRAS A VAPOR ............................................................................................. 17

    2.2.1 OS TIPOS DE CALDEIRAS......................................................................................... 18 2.2.1.1 AS CALDEIRAS FLAMOTUBULARES .......................................................................... 19 2.2.1.2 AS CALDEIRAS AQUATUBULARES ............................................................................ 20

    2.3 OS VASOS DE PRESSO ........................................................................................... 21

    3 - AS NORMAS REGULAMENTADORAS ............................................................................. 23 3.1 O CDIGO ASME .................................................................................................. 24

    3.2 A NORMA REGULAMENTADORA N13 ....................................................................... 29 3.3 AS INSPEES DE SEGURANA EM EQUIPAMENTOS ................................................... 32

    3.3.1 AS INSPEES EM CALDEIRAS CONFORME NR-13 ....................................................... 33

    3.3.2 AS INSPEES EM VASOS DE PRESSO CONFORME NR-13 ........................................... 35

    4 - OS RISCOS DAS ATIVIDADES ENVOLVENDO CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO ........ 39

    5 - VLVULAS DE SEGURANA PARA CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO ........................ 40

    6 - MTODOS E RESULTADOS ............................................................................................ 43

    6.1 APRESENTAO E ANLISE DE DADOS ............................................................... 45 6.1.1 DOS EQUIPAMENTOS ANALISADOS ..................................................................... 45 6.1.1.1 APRESENTAO E ANLISE DE DADOS - CALDEIRAS .......................................... 46 6.1.1.2 APRESENTAO E ANLISE DE DADOS VASOS DE PRESSO ............................ 51

    7 - CONCLUSO .................................................................................................................. 58 REFERNCIAS ..................................................................................................................... 60

  • APNDICES ......................................................................................................................... 62 I AVALIAO DE INFORMAO - CALDEIRA ..................................................................... 63 II - AVALIAO DE INFORMAO VASO DE PRESSO ....................................................... 66 III - LISTA DE VERIFICAO DE ITENS DAS CALDEIRAS ...................................................... 67 IV - LISTA DE VERIFICAO DE ITENS DOS VASOS DE PRESSO ......................................... 69

    ANEXOS .............................................................................................................................. 71 ANEXO I-A DA NR - 13 ........................................................................................................ 72 ANEXO I-B DA NR - 13 ........................................................................................................ 75 ANEXO II DA NR - 13 .......................................................................................................... 77

    ANEXO III DA NR - 13 ......................................................................................................... 78

    ANEXO IV DA NR - 13 ......................................................................................................... 79

  • 1 - INTRODUO Ao longo dos anos, profundas mudanas econmicas e sociais, decorrentes da

    implantao de novas tecnologias de produo, que substituram a trao animal e o artesanato, marcaram a poca de enormes saltos tecnolgicos nas reas ligadas a produo e utilizao do vapor e das mquinas. Nesta poca tambm, as atividades ligadas a rea de

    segurana do trabalho eram pouco significativas e de certa forma no acompanharam os avanos tecnolgicos. Com o crescente nmero de acidentes e a demanda exponencial de

    equipamentos que surgiam, a sociedade percebeu a necessidade de se criar normas que pudessem prevenir os acidentes. As inspeo de equipamentos e a instruo dos profissionais, foram alguns dos inmeros desdobramentos que surgiram com as tecnologias.

    Atualmente, as empresas que possuem esses equipamentos e atividades ligadas a

    norma regulamentadora n13 (NR-13) (2008), em seu parque fabril, devem irrefutavelmente, adotar os procedimentos compulsrios descritos na NR-13(2008), que prov orientaes bsicas, fundamentais e especficas, para a total segurana do processo, sob pena de sofrer sanes administrativas. Assim, este estudo tem o intuito de verificar as condies de instalao e os procedimentos de operao destes equipamentos, bem como o correto processo de inspeo, fundamentado pela NR-13(2008), norma especfica ao assunto.

    Este estudo foi feito ao longo de dois anos, em empresas de segmentos econmicos variados, os quais possuam em seu parque fabril, equipamentos descritos e regidos em termos de segurana, pela norma regulamentadora n13 (NR-13) (2008). Trata-se de caldeiras e vasos de presso, que foram examinados e tiveram seus dados tabulados para que pudessem, ao final, demonstrar conclusivamente os objetivos propostos. Postos de forma que a sequncia das informaes oferea um perfeito entendimento de seu propsito, este trabalho possui a fundamentao terica sobre a Revoluo Industrial e seus percursores, conceituando os fundamentos do vapor, das caldeiras e dos vasos de presso, bem como a histria do surgimento das normas que regulam a operao das caldeiras, base importante para o conhecimento e entendimento dos captulos seguintes.

    Posterior, tem-se a metodologia aplicada e a anlise juntamente com a interpretao dos dados obtidos em campo. Finalizando, so apresentadas as consideraes finais, bem como a concluso do trabalho e a bibliografia de apoio ao estudo e entendimento.

  • 1.1 OBJETIVO

    O principal questionamento deste estudo analisar em campo as instalaes dos equipamentos de processo e verificar o grau de entendimento dos operadores destes equipamentos, em termos de segurana, e demonstrar a falta de conhecimento sobre o assunto

    inspeo de equipamentos, sempre observando por base, o que reza a NR-13 e suas diretrizes.

  • 2 - FUNDAMENTAO TERICA

    2.1 A HISTRIA DAS MQUINAS A VAPOR

    No primeiro sculo da era crist, h mais de 1800 anos, o matemtico e fsico grego chamado Heron de Alexandria, construiu o que considerada a primeira mquina trmica da

    histria, um aparelho, que denominou de Eolpila (Figura 1 - Eolpila), que vaporizava gua e movimentava uma esfera em torno de um eixo.

    Figura 1 - Eolpila

    Fonte: Arquivo pessoal

    Este aparelho que consiste de uma cmara (normalmente uma esfera ou um cilindro) com tubos curvados, por onde o vapor expelido tornando possvel a demonstrao da fora

    resultante, que girava o aparelho.

    Porm, somente no sculo XVII, em 1690, que o francs Denis Papin usou esse princpio para bombear gua. Mas a utilizao efetiva dessa tecnologia s se iniciou com a inveno de Thomas Savery. Engenheiro militar, mecnico e industrial, Savery considerado o pai da mquina a vapor, pois inventou e patenteou em 1698, uma mquina vapor realmente prtica, para esvaziar a gua de infiltrao das minas de carvo (UFCG 2012).

  • Conforme nos explica Mathias (2008), Thomas Newcomen ferreiro e mecnico ingls, em 1712, que remodelou a mquina de Savery, inserindo um pisto, o chamado pisto de Newcomen e instalou uma mquina para drenar a gua acumulada nas minas de carvo, a primeira movida a vapor e patenteada. Tambm, legado de Newcomen a fabricao da

    primeira vlvula de segurana1 (Figura 2 - Vlvula de Segurana) instalada em seu equipamento, devido aos constantes problemas que aconteciam e que serve de princpio

    bsico para as que so utilizadas atualmente.

    Figura 2 - Vlvula de Segurana

    Fonte: Arquivo pessoal.

    Em 1765, James Watt, fabricante de instrumentos para a Universidade de Glasgow, estudando o modelo de Newcomen, elaborou uma mquina com um condensador que

    minimizava as perdas de calor e que possua outras finalidades como propulso de moinhos e tornos, pois o movimento de rotao substituiu o de sobe e desce (Wikipdia 2013). A mquina de Watt que tambm servia fundio e minas de carvo, teve grande xito e acabaram por substituir as mquinas de Newcomen.

    1 Equipamento cuja finalidade principal de liberar a presso, caso esta ultrapasse o limite mximo admissvel.

  • Muitos sculos mais tarde, a mquina a vapor foi a primeira maneira eficiente de produzir energia independentemente da fora muscular do homem e do animal, e da fora do vento e das guas correntes. Para alguns, foi a mquina de Watt que ocasionou a Revoluo Industrial.

    2.2 CALDEIRAS A VAPOR

    Segundo Bazzo (1995), os primeiros geradores de vapor surgiram impulsionados pela necessidade de desenvolvimento de uma fonte de calor que substitui-se os ento fornos de queima direta de carvo. A principal funo deste tipo de equipamentos era captar e centralizar a energia liberada pelo combustvel e distribuir a todos os pontos de consumo.

    De uma forma geral e clssica, a caldeira ou o gerador de vapor um recipiente metlico, revestido com alvenaria, cuja funo, a de produzir vapor, normalmente, vapor de gua, atravs do aquecimento desta substncia. A norma regulamentadora 13 (NR-13), define caldeira, utilizando o termo caldeira a vapor, o que para nosso entendimento, tem o mesmo significado, no seu artigo 13.1.1 da seguinte forma:

    Caldeiras a vapor so equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob presso superior atmosfrica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo (BRASIL 2008)

    Os geradores de vapor atuais e popularmente denominados caldeiras so definidos tambm como trocadores de calor. Na definio de Braga (2001, p. 285), em um trocador de calor os fluidos com temperaturas diferentes permanecem separados e o calor transferido continuamente atravs de uma parede, pela qual se realiza a transferncia de calor, no contato direto ou indireto.

    As denominaes geradores de vapor, trocadores de calor e caldeiras, para este trabalho, referem-se sempre ao mesmo equipamento. Por fora de citaes e/ou entendimento, no ser utilizado uma denominao padro.

  • Segundo Alves (2002), todos os modelos de caldeira possuem trs partes essenciais, sendo uma a fornalha, outra a cmara de combusto, tambm a cmara de gua, conhecida como tubulo inferior, e a cmara de vapor, denominado coletor. Os equipamentos destinados a descarga de gases, e a chamin so equipamentos construdos independentemente, no

    formando parte integral de uma caldeira, e portanto no fazem parte do corpo resistente da caldeira, no estando expostas presso do vapor gerado.

    2.2.1 Os Tipos de Caldeiras

    Existe diversas formas de se classificar as caldeiras. Segundo CHD Vlvulas (2005), de maneira geral, as caldeiras podem ser classificadas de acordo com seu grau de automao

    em manuais, semiautomticas e automticas, o tipo de energia empregada, se slido, lquido ou gasoso, e a sua classes de presso.

    A NR-13 classifica as caldeiras segundo sua presso de operao em:

    i) caldeiras da categoria A so aquelas cuja presso de operao igual ou superior a 1960 kPa (19.98 Kgf/cm);

    ii) caldeiras da categoria C so aquelas cuja presso de operao igual ou inferior a 588 KPa (5.99 Kgf/cm) e o volume interno igual ou inferior a 100 litros;

    iii) caldeiras da categoria B so todas as caldeiras que no se enquadram nas categorias anteriores.

    Ainda assim, as caldeiras podem ser classificadas de outras formas. Uma destas

    formas diz respeito ao local por onde passa os gases da combusto em relao a gua, conforme Dutra (2006).

    Neste tipo de classificao, temos dois modelos que so comumente aplicados e que sero vistas nos itens 2.2.1.1 e 2.2.1.2.

  • 2.2.1.1 As Caldeiras Flamotubulares

    As caldeiras flamotubulares2 so caldeiras onde os gases quentes da combusto passam por dentro dos tubos, tendo toda a gua circundando os tubos (Figura 3 - Modelo de construo das caldeiras tipo flamotubulares.)

    Figura 3 - Modelo de construo das caldeiras tipo flamotubulares.

    Fonte: HowStuffWorks, 2008.

    Uma caracterstica deste modelo de caldeira a operao com presso relativamente

    limitada. Este fato ocorre porque as dimenses utilizadas pelo vaso que suportar a presso produzida considerada grande e o emprego de materiais mais resistentes implica em um

    custo maior o que inviabiliza a sua construo (CHD Vlvulas 2005).

    2 Algumas literaturas identificam este tipo de caldeira com a denominao de Caldeiras Fogotubulares.

  • As caldeiras flamotubulares, em razo de seu aspecto construtivo, so limitadas em produo de vapor, que em geral no ultrapassam valores na ordem de 15 Toneladas por hora com presses de 18bar3 de trabalho.

    2.2.1.2 As Caldeiras do Tipo Aquatubulares

    Diferentemente do processo de obteno de vapor nas caldeiras flamotubulares, nas

    caldeiras do tipo aquatubulares os gases quentes da combusto circulam a parte interna da caldeira tendo a gua dentro da tubulao. (Figura 4 - Modelo de construo das caldeiras tipo aquatubulares.) (CHD Vlvulas 2005).

    Figura 4 - Modelo de construo das caldeiras tipo aquatubulares.

    Fonte: HowStuffWorks, 2008.

    3 Por efeito de norma brasileira efetuar transformao como sendo 1bar = 1Kgf/cm.

  • Esse modelo de construo de utilizao muito mais ampla, j que possui vasos pressurizados de menores dimenses relativas, o que viabiliza, econmica e tecnicamente, o emprego de maiores espessuras e, portanto, a operao em presses mais elevadas.

    2.3 OS VASOS DE PRESSO

    Denominam-se vasos de presso todos os reservatrios estanques, de qualquer tipo,

    dimenses ou finalidades, no sujeitos chama, fundamentais nos processos industriais, capazes de manter fluido pressurizado e que so projetados para resistir com segurana a presses internas diferentes da presso atmosfrica, ou submetidos presso externa, cumprindo assim a funo bsica de armazenamento (Wikipdia 2013).

    Vasos de presso esto sempre submetidos simultaneamente presso interna e presso externa. Mesmo vasos que operam com vcuo4 esto submetidos a estas presses, se

    considerar a inexistncia do chamado vcuo absoluto5. A norma regulamentadora n 13 (NR-13), define vasos de presso no seu artigo 13.6 da seguinte forma:

    13.6 Vasos de presso so equipamentos que contm fluidos sob presso interna ou externa. (BRASIL 2008)

    Normalmente, os vasos so construdos em formato cilndrico podendo ser operados

    em variados nveis de presso, desde que projetados e inspecionados conforme norma regulamentadora. (Figura 5 Construo comum de Vaso de Presso)

    4 Diz-se a condio de existncia de presso inferior presso atmosfrica.

    5 Diz-se da condio de inexistncia completa de energia.

  • Figura 5 Construo comum de Vasos de Presso

    Fonte: Arquivo pessoal

    Pelo alto ndice de acidentes e para minimizar riscos provenientes da utilizao

    inadequada desse tipo de equipamento, o Ministrio do Trabalho e Emprego6 (M.T.E.) acrescentou os vasos de presso juntamente com as caldeiras na norma regulamentadora 13, classificando estes equipamentos de acordo com seu potencial de risco.

    6 Nova titulao concedida ao Ministrio do Trabalho, que antes era expresso pela sigla MTb.

  • 3 - AS NORMAS REGULAMENTADORAS

    A preocupao com a segurana sempre existiu, desde a concepo do trabalho. A partir de 1950, as inovaes tecnolgicas advindas da revoluo industrial proporcionaram uma maior velocidade ao processo de industrializao da matria prima. Por outro lado, as

    inovaes tecnolgicas tambm transformaram as relaes de trabalho e as pessoas (Pedrotti 1998).

    Foi exigido dos trabalhadores uma maior qualificao e consequente responsabilidade sobre os processos produtivos, cabendo aos trabalhadores, na maioria das vezes, a interveno nas mquinas, o tornando mais suscetveis a acidentes (Atlas 2009).

    Acredita-se que, por conta da postura tomada pelo estado e pelos empresrios, diante

    do nmero crescente de acidentes do trabalho, de 1970 a 1979 (tabela 3.1), os nmeros de acidentes chegaram a dar ao Brasil, o ttulo de campeo mundial de acidentes de trabalho,

    conforme anurio estatstico da previdncia social.

    Tabela 3.1 - Dados dos Acidentes do Trabalho das Dcadas de 70.

    Ano Trabalhadores

    segurados Doenas Acidentes

    Acidentes / 100000 trab.

    bitos bitos / 1000000 trab.

    1970 7.284.022 5.937 1.220.111 16.751

    2.232 31

    1971 7.553.472 4.050 1.330.523 17.615

    2.587 34

    1972 8.148.987 2.016 1.504.723 18.465

    2.854 35

    1973 10.956.956 1.784 1.632.696 14.901

    3.173 29

    1974 11.537.024 1.839 1.796.761 15.574

    3.833 33

    1975 12.996.796 2.191 1.916.187 14.744

    4.001 31

    1976 14.945.489 2.598 1.743.825 11.668

    3.900 26

    1977 16.589.605 3.013 1.614.750 9.734

    4.445 27

    1978 16.638.799 5.016 1.551.461 9.324

    4.342 26

    1979 17.637.127 3.823 1.444.627 8.191 4.673 26

    Fonte: Anurio estatstico da previdncia social.

  • A histria da legalizao de medidas de preveno de acidentes no Brasil extensa e j sofreu importantes modificaes ao longo dos anos. A primeira surgiu em 15 de Janeiro de 1919, com a promulgao da lei n 3.725, contendo 30 artigos, dispondo sobre o conceito de risco profissional como um risco natural atividade profissional exercida e tambm sobre

    os acidentes do trabalho.

    Essa legislao previa a comunicao do acidente de trabalho autoridade policial e

    o pagamento de indenizao ao trabalhador ou sua famlia, calculada de acordo com a gravidade das sequelas do acidente.

    Diversas leis de prevencionismo foram elaboradas com o passar dos anos, sempre visando melhoria das condies dos trabalhadores, mas a principal delas a Portaria n

    3.214 de 8 de Junho de 1978 que aprovava as Normas Regulamentadoras, no Captulo V, Ttulo II, da Consolidao das Leis do Trabalho (C.L.T.), relativas Segurana e Medicina do Trabalho. Estas normas regulamentadoras vm sendo atualizadas e ampliadas e, hoje em dia, j existem 36 delas.

    3.1 O CDIGO ASME

    Com o advento da ps revoluo industrial e a preparao para as guerras mundiais, foi necessrio desenvolver processos produtivos mais eficientes e de maior capacidade que impuseram aos equipamentos condies cada vez mais severas. Como as tecnologias de projeto, fabricao e materiais no acompanharam este desenvolvimento aumentou-se muito, nesta poca, as falhas7 e acidentes provocados por ms condies fsicas dos equipamentos,

    particularmente de caldeiras.

    O ponto inicial, decisivo e histrico para a regulamentao das caldeiras, se deu aps

    a criao de um cdigo americano sobre projeto e fabricao, em decorrncia, principalmente, pela exploso de uma caldeira flamotubular na fbrica de sapatos Brockton, no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos da Amrica (E.U.A), devido a um erro operacional (Mathias 2008).

    7 Falha, neste trabalho, definida como a incapacidade de qualquer ativo de desempenhar o que dele se espera.

  • Todo o comando da caldeira estava na mo do operador que, ao presenciar a perda de nvel de gua, tomou a deciso de completar este nvel da caldeira com gua fria. Este fato causou um grande choque trmico, provocando o chamado Golpe de Arete8, trincando os tubos de fumaa, e possibilitando a passagem de gua lquida para a fornalha9.

    Figura 6 - Fornalha de uma caldeira tipo C

    Fonte: Arquivo pessoal.

    Na fornalha (Figura 6) a gua foi rapidamente vaporizada, se expandindo a volumes superiores a 1.600 vezes o normal. A exploso foi inevitvel (ASME 2004).

    A partir desde evento, a comunidade norte-americana comeou a se preocupar com

    os sinistros e suas consequncias, envolvendo equipamentos pressurizados, tais como, caldeiras. Assim, em 1908 surge o Cdigo ASME (American Society of Mechanical Engineers), especialmente dedicado aos equipamentos pressurizados.

    8 Por golpe de arete se denominam as variaes de presso decorrentes de variaes da vazo em tubulaes.

    9 Tambm denominada Cmara de Combusto, o local onde se concentra o fogo dentro da caldeira.

  • Figura 7 Foto do prdio da fbrica de sapatos Brockton em Massachusetts antes da exploso.

    Fonte: Manual Tcnico de caldeiras e vasos de Presso (1997:10)

    Esta exploso causou a morte de 58 funcionrios, mais 177 feridos, e a destruio total de um quarteiro. (FUNDACENTRO, 1997).

    Figura 8 - Foto do prdio da fbrica de sapatos Brockton em Massachusetts depois da

    exploso.

    Fonte: Manual Tcnico de Caldeiras e Vasos de Presso (1997:10)

  • A caldeira que explodiu atravessou o teto de dois andares e foi pousar numa residncia prxima. (Figura 9- Foto da caldeira no quintal da casa.).

    Com este acidente, ficou evidente, para toda a sociedade daquela poca, duas grandes necessidades, a de regulamentar os projetos e a fabricao de equipamentos pressurizados, particularmente as caldeiras, que representavam na poca um alto nmero de acidentes, e tambm capacitar tcnicos para controlar a qualidade e a deteriorao destes equipamentos.

    Figura 9- Foto da caldeira no quintal da casa.

    Fonte: Manual Tcnico de Caldeiras e Vasos de Presso (1997:10)

  • Em 1914 a American Society of Mechanical Engineers10 (ASME), fundado em 1880, em memorvel reunio, aprovou a Seo I, contendo 114 pginas, do seu largamente reconhecido Boiler and Pressure Vessels Code11 que regulamenta o projeto e construo de Caldeiras. (Figura 10 - Reunio na qual foi aprovada a Seo I do Cdigo ASME.).

    Figura 10 - Reunio na qual foi aprovada a Seo I do Cdigo ASME.

    Fonte: The origins of ASME Boiler and Pressure Vessels Code.

    A capacitao de profissionais para controlar a qualidade e a deteriorao de

    caldeiras e vasos, que havia surgido com a segunda necessidade, foi atendida com a fundao, em 1919 da Comisso Nacional de Inspetores de Caldeiras e Vasos de Presso, National Board (Mathias 2008).

    Estes dois importantssimos fatos histricos, a publicao da seo I do cdigo

    ASME e a fundao do National Board, simbolizam, certamente, o nascimento do que hoje temos por inspeo de equipamentos na rea de caldeiras e vasos de presso.

    10 Sociedade Americana dos Engenheiros Mecnicos em portugus.

    11 Cdigo de Caldeiras e Vasos de Presso

  • O Grfico 1 - ndice de acidentes com caldeiras no decorrer dos anos mostra o forte impacto destes acontecimentos na ocorrncia de exploses de caldeiras, a despeito do aumento da criticidade de suas condies operacionais e da quantidade de equipamentos instalados.

    Grfico 1 - ndice de acidentes com caldeiras no decorrer dos anos

    Fonte: Manual Tcnico de caldeiras e vasos de Presso (1997:10)

    3.2 A NORMA REGULAMENTADORA n13

    A norma regulamentadora n 13 tem como principal objetivo a preveno de acidentes envolvendo caldeiras e vasos de presso, alm de regulamentar suas instalaes, manutenes e inspees. Publicada originalmente pelo Ministrio do Trabalho e Emprego (M.T.E.), pela sua portaria n 3.214, de 08 de Junho de 1978, que criou inicialmente 28 normas regulamentadoras, com redao dada pela lei n 6.514 de 22 de Dezembro de 1977 que regulamentou os artigos contidos na Consolidao das Leis Trabalhistas (C.L.T.), que a principal norma legislativa brasileira para regulamentao das relaes trabalhistas, tanto no trabalho urbano quanto no rural, j teve seu texto atualizada 4 vezes durante 35 anos, sendo

  • que a principal alterao ocorreu em 1994 quando foi elaborada e utilizada uma comisso tripartite12 e a ltima reviso em 2008.

    A NR-13 tem fora de lei, compulsria, aplicada a todos os estabelecimentos, pblicos ou privados, que possuam caldeiras, vasos de presso, ou ainda, qualquer

    equipamento que se caracterize como tal, incluindo indstrias independentes do tamanho, estabelecimento pequenos, hotis, saunas, restaurantes e hospitais.

    Como mencionado, a norma regulamentadora n 13, estabelece requisitos mnimos para gesto da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de presso nos aspectos relacionados instalao, inspeo, operao e manuteno, visando segurana e sade dos trabalhadores. A norma regulamentadora tem incio no item 13.1, onde so apresentadas as

    Disposies Gerais e definio do que so caldeiras a vapor, o que j foi expresso neste trabalho (pg. 17).

    Nos artigos subsequentes esto dispostos os assuntos referentes a Instalaes de Caldeiras a Vapor (item 13.2); Segurana na Operao de Caldeiras (item 13.3); Segurana na Manuteno de Caldeiras (item 13.4) e Inspeo de Segurana de Caldeiras (item 13.5).

    De maneira idntica, na continuao da NR-13 so dispostos os artigos referentes aos vasos de presso (item 13.6), sendo apresentadas as Disposies Gerais dos vasos de presso com a seguinte definio:

    Vasos de Presso so equipamentos que contm fluidos sob presso interna ou externa (BRASIL, 2008).

    Ainda no item 13.6.1.1 e no 13.6.1.2 so dados os campos de aplicao e a classificao dos vasos de presso que so abrangidos pela NR-13, consecutivamente, em seus anexos III e IV. No item 13.6.2 so apresentadas informaes dos equipamentos que, quando de sua ausncia constitui risco grave e iminente13.

    12 Diz da comisso formada pelos representantes do governo, dos empregadores e dos empregados.

    13 Diz-se de toda condio ambiental de trabalho que possa causar acidente de trabalho ou doena profissional com leso grave a integridade fsica do trabalhador.

  • Tambm as informaes mnimas que devem estar contidas na placa de identificao do equipamento so apresentadas no item 13.6.3, e os documentos que devem estar presentes no estabelecimento em que o vaso estiver instalado no item 13.6.4.

    Os itens posteriores dessa norma tratam sobre Instalao de Vasos de Presso (item 13.7), Segurana na Operao de Vasos de Presso (item 13.8), Segurana na Manuteno de Vasos de Presso (item 13.9) e Inspeo de Segurana de Vasos de Presso (item 13.10). De fato, a igualdade contidas nas informaes desses itens tem o mesmo teor, ressalvado o fato de que, as alteraes de contedo so impostas devido s diferenas caracterizadas pelos equipamentos e os riscos segurana inerentes a cada um.

    Finalizando, a NR-13 apresenta ainda cinco anexos que complementam o contedo

    do seu corpo. Estes anexos fazem meno ao Currculo Mnimo para Treinamento de Segurana na Operao de Caldeiras, apresentando o currculo mnimo do treinamento que

    os operadores de caldeiras devem possuir para serem considerados capacitados para operar e controlar este tipo de equipamento (anexo I-A), o Currculo Mnimo para Treinamento de Segurana na Operao de Unidades de Processo, apresentando o currculo mnimo do treinamento para o profissional, exigido do profissional na operao de unidades que possuam vasos de presso de categorias I ou II (anexo I-B).

    Os Requisitos para Certificao de Servio Prprio de Inspeo de Equipamentos (SPIE), que expe os requisitos que devem ser atendidos pelas empresas que desejem possuir o SPIE (anexo II), as informaes do campo de aplicao da NR-13, no que tange a vasos de presso (anexo III), e por fim, a classificao de vasos de presso de acordo com os fluidos contidos nos mesmos e em funo do seu potencial de risco (anexo IV).

  • 3.3 AS INSPEES DE SEGURANA EM EQUIPAMENTOS

    A inspeo de equipamentos surgiu em virtude do grande nmero de acidentes (vazamentos e exploses) que causavam prejuzos por deficincia, seja na montagem, na manuteno ou por problemas de natureza fsico-qumico (Tavares 1996).

    No incio as inspees de equipamentos dispunham de tcnicas pouco eficiente, que no iam alm de uma inspeo visual14, algumas vezes somado a um teste de martelo15. Com

    o criao do National Board, a tecnologia de inspeo se desenvolveu e comeou a se consolidar na forma de procedimentos, normas e prticas recomendadas.

    Nos tempos atuais, a rea das inspees so caracterizadas principalmente pelo exerccio do controle de deteriorao, e deixou de ser apenas a fiscalizao do cumprimento

    de cdigos de projeto.

    O artigo 13.1.2 da NR-13 nomeia e esclarece quem o profissional capaz de

    responder tecnicamente pelo projeto de construo, acompanhamento de operao e manuteno, inspeo e superviso das inspees, denominando-o como profissional habilitado (PH). O texto do artigo, conforme a NR 13, item 13.1.2, :

    Aquele que tem competncia legal para o exerccio da profisso de engenheiro nas atividades referentes a projeto de construo, acompanhamento de operao e manuteno, inspeo e superviso de inspeo de caldeiras e vasos de presso em conformidade com a regulamentao profissional vigente no pas. (BRASIL 2008)

    14 Tipo de inspeo que utiliza a viso como nico instrumento de avaliao.

    15 Teste onde se utiliza um martelo para determinao de superfcies defeituosas atravs do som de retorno de

    batidas no equipamento.

  • 3.3.1 As Inspees em Caldeiras Conforme NR-13.

    Assim como a norma brasileira registrada n12.177 (NBR 12.177), no que tange inspeo de segurana em equipamentos, a NR-13 define alguns parmetros que sero, neste trabalho, considerados com ateno maior aos tpicos referentes sua periodicidade,

    responsabilidades, propsitos, tipos e abrangncias.

    No item 13.1.9 a NR-13 classifica as caldeiras em trs categorias, considerando a presso de operao e/ou volume interno, ou seja, representa a energia disponvel em uma caldeira (Grfico 2 - Representao da presso de operao e/ou volume interno conforme item 13.1.9 da NR-13). Assim, quanto maior for a energia disponvel, maiores sero os riscos envolvidos

    A diviso das categorias, conforme item 13.1.9 apresentada e expressa graficamente atravs do Grfico 2 - Representao da presso de operao e/ou volume

    interno conforme item 13.1.9 da NR-13.

    Grfico 2 - Representao da presso de operao e/ou volume interno conforme item 13.1.9 da NR-13

    Fonte: Brasil 2008.

  • Esta mesma categorizao, tambm seguida pela norma brasileira registrada (NBR) 12.177-116 e NBR 12.177-217, ambas no item 6.2.1 que, assim como a NR-13, discorre sobre as inspees em caldeiras.

    Segundo o item 13.5 da NR-13, todas as caldeiras devem ser submetidas a inspees de segurana inicial, peridica e extraordinria. (NR-13, item 13.5.1). Ainda, para aplicao desta norma, considera-se inspeo inicial, aquela realizada em caldeiras novas, antes da

    entrada em funcionamento e j no seu local de operao, compreendendo exames interno e externo, teste hidrosttico e de acumulao (NR-13, item 13.5.2).

    Cabe mencionar que, independentemente de algum exame e/ou teste ter sido executado dentro da empresa fabricante da caldeira, ainda assim persiste a exigncia da

    execuo de novos testes depois de instalado o equipamento, j que no h garantias de que durante o processo de transporte e instalao no ocorreu avarias18 no equipamento.

    As inspees peridicas so citadas no item 13.5.3 da NR-13 e referem-se aos prazos legais que devem ser seguidos entre as inspees, para cada categoria de caldeira, sendo este prazo de 12 meses para caldeiras do tipo A, B e C; tambm de 12 meses para caldeiras de recuperao de lcalis de qualquer categoria; de 24 meses para caldeiras da categoria A, desde que aos 12 meses sejam testadas as presses de abertura das vlvulas de segurana; e por fim, 40 meses para caldeiras especiais.

    O item 13.5.3, ainda descreve que, as inspees devem ser constituda por exames interno e externo. Seguindo os prazos garantidos e exigidos pela NR-13, as empresas, ou estabelecimentos (conforme descrito na NR-13) que possurem servio prprio de inspeo de equipamentos (S.P.I.E.), conforme estabelecido Anexo II da NR-13, podem estender os prazos mximos informados pelo item 13.5.3 e adotar o prazo de 18 meses para caldeiras de recuperao de lcalis e as das categorias B e C; e de 30 meses para caldeiras da categoria A.

    16 A NBR 12.177-1 refere-se e da providncias sobre as caldeiras tipo flamotubulares.

    17 A NBR 12.177-2 refere-se e da providncias sobre as caldeiras tipo aquatubulares.

    18 Diz-se de qualquer dano, estrago, falha ou defeito causado por desgaste, coliso ou mal funcionamento.

  • Na Tabela 3.2 podemos observar os prazos estabelecidos para a inspeo de caldeiras segundo a NR 13 de forma simplificada.

    Tabela 3.2 - Prazos estabelecidos para a inspeo de caldeiras segundo a NR 13.

    Sem SPIE Com SPIE

    Categoria A 12 meses / 24 meses com testes de vlvulas

    a cada 12 meses. 30 meses

    Categoria B e C 12 meses 18 meses

    Especial 40 meses

    Fonte: Brasil 2008.

    Nos casos em que a caldeira sofrer algum dano por acidente ou outra ocorrncia capaz de comprometer sua segurana, ou ainda, se a caldeira for submetida alterao ou

    reparo importante capaz de alterar suas condies de segurana, antes de ser recolocada em funcionamento caso tenha permanecida inativa por mais de 6 meses e quando houver mudana de local de instalao da caldeira, a NR-13 exige que seja feita uma inspeo extraordinria na caldeira, como definido no item 13.5.9 da NR-13:

    13.5.9 - A inspeo de segurana extraordinria deve ser feita nas seguintes oportunidades:

    a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrncia capaz de comprometer sua segurana;

    b) quando a caldeira for submetida alterao ou reparo importante capaz de alterar suas condies de segurana;

    c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por mais de 6 (seis) meses; d) quando houver mudana de local de instalao da caldeira.

  • 3.3.2 As Inspees em Vasos de Presso conforme NR-13

    Os vasos de presso, assim como as caldeiras tambm devem ser inspecionadas e da mesma forma recebem uma categorizao que os classifica. A NR-13, categoriza os vasos de presso, levando em considerao o tipo de fluido contido no vaso e o seu potencial de risco, (se inflamvel ou no e/ou txico ou no). Ainda, categoriza os vasos pelo produto entre a presso de operao do vaso e o seu volume.

    Equao 1 Frmula da Presso de Operao pelo Volume do reservatrio

    P x V > 8 (1)

    A classificao segundo a NR-13 pode ser encontrada no Anexo IV - Classificao de Vasos de Presso, e apresentada na Tabela 3.3 a seguir.

    Tabela 3.3 - Classificao dos Vasos de Presso

    CLASSE DE FLUIDO

    GRUPO DE POTENCIAL DE RISCO

    1 P.V100 2

    P.V

  • Sobre a Tabela 3.3 - Classificao dos Vasos de Presso, duas observaes que devem ser notadas. Sempre que for realizar o clculo da presso de trabalho, considerar o volume em m (metros cbicos) e presso em MPa (mega Pascal), sendo que para esta ltima unidade medida, considerar 1 MPa correspondente 10,197 Kgf/cm (quilograma-fora por unidade de centmetros quadrado).

    Os Vasos de Presso, de maneira similar as caldeiras, devem ser submetidos

    inspeo de segurana inicial, peridica e extraordinria, conforme item 13.10.1 da NR-13.

    13.10.1 - Os vasos de presso devem ser submetidos a inspees de segurana inicial, peridica e extraordinria. (BRASIL 2008)

    A inspeo de segurana inicial deve ser feita em vasos novos, antes de sua entrada em funcionamento, no local definitivo de instalao deste vaso, devendo compreender exame externo, interno e teste hidrosttico19 (TH), conforme item 13.10.3.5.

    13.10.3.5 - Considera-se como razes tcnicas que inviabilizam o teste hidrosttico:

    a) resistncia estrutural da fundao ou da sustentao do vaso incompatvel com o peso da gua que seria usada no teste;

    b) efeito prejudicial do fluido de teste a elementos internos do vaso;

    c) impossibilidade tcnica de purga e secagem do sistema;

    d) existncia de revestimento interno;

    e) influncia prejudicial do teste sobre defeitos subcrticos. (BRASIL 2008)

    19 Teste realizado em vasos, utilizando-se da presso fornecida gua.

  • Nos locais ou em situaes onde houver a limitao do TH, a NR-13 permite a substituio do TH por outra tcnica de ensaio no destrutivo20 (END) ou outra tcnica de inspeo desde que se permita obter uma segurana equivalente ao TH. Cabe mencionar que todo teste deve ser acompanhado por profissional habilitado, citado no item 13.1.2 da NR-13.

    Para os casos de inspeo de segurana peridica, segundo a NR-13, no item 13.10.3, esta dever ser constituda por exame externo, interno e teste hidrosttico, devendo obedecer

    aos prazos mximos estabelecidos. (Tabela 3.4 Prazos definidos para servios de inspeo em vasos de presso. )

    Tabela 3.4 Prazos definidos para servios de inspeo em vasos de presso.

    Com SPIE Sem SPIE

    Categoria do Vaso

    Exame Externo

    Exame Interno

    Teste Hidrosttico

    Exame Externo

    Exame Interno

    Teste Hidrosttico

    I 1 anos 3 anos 6 anos 3 anos 6 anos 12 anos

    II 2 anos 4 anos 8 anos 4 anos 8 anos 16 anos

    III 3 anos 6 anos 12 anos 5 anos 10 anos a critrio

    IV 4 anos 8 anos 16 anos 6 anos 12 anos a critrio

    V 5 anos 10 anos 20 anos 7 anos a critrio a critrio

    Fonte: Brasil 2008.

    20 Entende-se por END, os ensaios onde no h prejuzo, ou cause danos ao corpo posto em prova.

  • 4 - RISCOS DAS ATIVIDADES ENVOLVENDO CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO

    Embora sejam imprevistos e indesejveis, os acidentes sempre faro parte da usualidade das empresas e dos trabalhadores, independentemente da utilizao ou no de

    equipamentos de proteo individual (E.P.I.) ou equipamento de proteo coletiva (E.P.C.), e Almeida (2007), observa que para evitar e/ou prevenir a probabilidade de ocorrncia de um sinistro21 a gesto da empresa dever incorporar, alm do controle, a filosofia da preveno.

    Somados, o risco do trabalho e os equipamentos regulamentados pela NR-13, de uma forma geral, caldeiras e/ou vasos de presso, formam uma associao que pode ser definida pela combinao da probabilidade de falhas com a sua frequncia. Isto significa que as falhas

    podem propor desde pequenos incidentes22, passando por danos materiais e/ou pessoais, at mesmo alcanar danos indenizatrios, sanes legais por dolo causado aos trabalhadores e

    intervenes.

    Uma estimativa realizada por Pires (2005) alerta para o tema e salienta que, apesar da edio da NR-13, do Ministrio do Trabalho e Emprego (M.T.E.), que regulamenta as atividades relacionadas com caldeiras e vasos de presso, ainda h a necessidade de ser aplicada com maior insistncia por parte das empresas e melhor fiscalizada pelos rgos competentes.

    As caldeiras e os vasos de presso, em sua operao, chamam a ateno pelas suas condies, por trabalharem armazenando e/ou produzindo substncias fora da condies normais de temperatura e presso.

    1 Diz-se de qualquer evento em que o h um acidente ou prejuzo, seja material ou de qualquer outra fonte.

    21Diz-se de qualquer evento em que o h um acidente ou prejuzo, seja material ou de qualquer outra fonte. 22

    Diz-se dos quase acidentes, situaes em que o acidente poderia ter sido causado com dolo maior.

  • 5 - VLVULAS DE SEGURANA PARA CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO

    Conforme determinado no cdigo ASME Seo I., toda caldeira em que a superfcie de aquecimento for superior a 500 ps, aproximadamente 46,5m, dever ter no mnimo duas vlvulas de segurana no tubulo superior23. No caso das caldeiras aquatubulares providas de superaquecedor24, a vlvula de segurana (Figura 2) deste dever ser responsvel por 15% a 25% da capacidade total de gerao de vapor da caldeira. Sendo assim, o valor da superfcie de aquecimento de uma caldeira, determina apenas a quantidade mnima e a capacidade de vazo das vlvulas de segurana instaladas no tubulo superior. Pelo menos uma vlvula de

    segurana instalada no superaquecedor obrigatria, independente daquele valor. Assim, as vlvulas instaladas no tubulo superior devem ser responsveis pela quantidade restante de vaporizao da caldeira.

    Todas as vlvulas de segurana que protegem o corpo da caldeira (tubulo e superaquecedor) devem ser capazes de aliviar o excesso de presso desta, de tal forma que a presso mxima de acmulo no ultrapasse 6% da PMTP (Presso Mxima de Trabalho Permissvel) com todas as vlvulas de segurana totalmente abertas e aliviando. Para isso a soma da capacidade de vazo dessas vlvulas dever ser igual ou superior capacidade mxima de vaporizao da caldeira.

    A presso mxima de acmulo ou acumulao definida como sendo um aumento de

    presso acima da PMTP permitido dentro da caldeira (ou vaso de presso) com as vlvulas de segurana abertas e descarregando. o mesmo que sobre presso quando a vlvula est ajustada abaixo da PMTP. O valor da PMTP um referencial para a acumulao permitida de acordo com o cdigo de construo da caldeira ou vaso de presso.

    A sobre presso um aumento de presso acima da presso de ajuste da vlvula, necessrio para que o disco de vedao da vlvula possa atingir seu curso mximo de abertura e consequentemente a vlvula possa alcanar sua capacidade mxima de vazo, ou seja, a vazo ser limitada pela rea da garganta25 do bocal.

    23 Equipamento onde se armazena o vapor aps processo de vaporizao da caldeira.

    24 Equipamento onde se converte o vapor saturado em vapor superaquecido.

    25 Regio por onde sai o vapor ou outro gs. No pode ser fechada em hiptese alguma.

  • As vlvulas de segurana instaladas na caldeira tm a sobre presso em 3%, tanto no tubulo superior como no superaquecedor. As vlvulas instaladas no tubulo devero ter uma capacidade de vazo juntas de no mnimo 75% da capacidade de vaporizao da caldeira, para isso a rea do orifcio do bocal dessas vlvulas podero ser iguais ou diferentes; quando forem diferentes, a rea de passagem da vlvula menor dever ser superior a 50% da vlvula maior.

    As presses de ajuste dessas vlvulas podero ter uma diferena mxima de 3% da primeira para a segunda vlvula, instaladas no tubulo. Se houver mais que duas vlvulas no

    tubulo, a ltima vlvula dever ter uma diferena mxima de 3% para a primeira vlvula. Para as caldeiras de vapor saturado, a faixa de ajuste dessas vlvulas no deve ultrapassar 10% do valor daquela com presso de ajuste maior.

    Numa eventual sobre presso da caldeira, onde pode ser exigida a abertura de todas as vlvulas de segurana, dever haver uma sequncia exata de abertura entre elas, com isso dever ser considerada a perda de carga localizada entre o tubulo superior e o superaquecedor. Quanto maior for o consumo do vapor produzido pela caldeira, maior ser essa perda de carga.

    A abertura de todas as vlvulas de segurana simultaneamente, alm de desperdiar vapor, ainda pode ser muito prejudicial caldeira, pois ocorre uma reduo muito rpida em sua presso e temperatura.

    Em funo da necessidade de haver um fluxo contnuo atravs dos tubos do superaquecedor, tanto a NR-13 como o ASME Seo I, no permitem o teste de suficincia26 para as caldeiras providas de superaquecedores. Nesse teste a vlvula de bloqueio principal na

    sada da caldeira fechada e sua presso elevada at que todas as vlvulas de segurana abram, porm, num teste desses, os tubos do superaquecedor podem ser danificados devido ao

    excesso de temperatura causada pela falta de circulao do vapor. Esse teste deve ser feito de forma individual, ou seja, cada vlvula deve ser testada separadamente, de forma decrescente de presso de ajuste.

    26 Tambm denominado Teste de Acumulao onde se eleva a presso, para ocorrer a abertura das vlvulas de

    segurana de uma caldeira.

  • Para as vlvulas de segurana instaladas em caldeiras cujas presses de ajuste sejam inferiores a 400 PSI (28,12kgf/cm2), devem ser mensalmente acionadas manualmente para a verificao do funcionamento de suas partes internas. No caso das vlvulas de segurana instaladas em caldeiras, alm da alavanca de acionamento que obrigatria, o castelo aberto

    s obrigatrio na vlvula do superaquecedor, sempre que a temperatura de alvio for superior a 232C, conforme exige o cdigo ASME Seo I. O castelo aberto aumenta a troca

    trmica entre a mola e o meio ambiente, diminuindo a tendncia ao relaxamento da fora desta devido temperatura, mantendo o valor da presso de ajuste constante, mesmo aps vrios ciclos operacionais.

    Entre a vlvula de segurana e a caldeira ou entre a vlvula de segurana e a tubulao de descarga no permitido em hiptese alguma vlvula de bloqueio, disco de ruptura ou qualquer outro acessrio que venha a interferir com a capacidade de vazo da vlvula ou isolar esta da caldeira, conforme determinado pelo Cdigo ASME Seo. Para vasos de presso, o Cdigo ASME permite desde que sejam obedecidas as regras por ele estabelecidas.

    O perodo mximo de inspees das vlvulas de segurana operando em caldeiras depender da funo da caldeira. No caso das caldeiras de fora, esse perodo de no mximo

    24 meses, desde que nos 12 primeiros meses sejam feitos testes para aferio da presso de ajuste dessas vlvulas, conforme determina a NR-13.

  • 6 - MTODOS E MATERIAIS

    No desenvolvimento deste trabalho, os passos iniciais foram dados no sentido de buscar melhor entendimento acerca da NR-13 e de suas diretrizes e como aplicar esta norma regulamentadora no campo de trabalho. Conforme cita Gil (1994), a pesquisa bibliogrfica desenvolvida por meio de material j elaborado, principalmente livros e artigos cientficos, que ora j foram objeto de estudo por outros autores. Importante referncia tambm faz Pereira (1999) quando conceitua o estudo de caso como um mtodo especfico de pesquisa de campo sendo formado por investigaes de eventos medida que estes vo ocorrendo, sem qualquer interferncia significativa do investigador.

    Como explicado no incio, este trabalho foi um estudo de caso, onde aplicou-se a

    abordagem exploratria e qualitativa, que segundo Gil (1994), um tipo de pesquisa realizada quando o assunto abordado tem pouca explorao, tornando difcil formular alguma hiptese

    razovel. Desta forma, foram investigadas instalaes e processos de operaes dos equipamentos regulamentados pela NR-13, em especial caldeiras e vasos de presso, guiado pela utilizao de uma lista de verificao, elaborada com base na legislao aplicvel e atual.

    De forma geral, atravs da inspeo visual e de documentos, buscou-se verificar as condies de segurana do trabalho a que estavam sujeitos os profissionais e demais envolvidos indiretamente no processo, por meio de uma avaliao dos equipamentos, levando em conta o seu dimensionamento, sua isolao dos demais equipamentos e das reas ocupadas por populao fixa ou flutuante27, seu mtodo de fixao em solo, sua manuteno (inicial, peridica ou extraordinria, conforme NR-13) e inspees obrigatrias.

    A partir do momento em que se tornou conhecido os equipamentos e suas disposies, foi elaborada a sua categorizao conforme descrito no anexo IV da NR-13 e

    posterior aplicao dos questionrios a todos os profissionais envolvidos diretamente com os mesmos equipamentos.

    27 Diz-se da populao que ora permanece em locais no usualmente comum a estas.

  • Empregando uma abordagem simples, o processo avaliatrio consistiu em monitorar o conhecimento destes operadores em relao ao risco que a atividade oferece. Esta tcnica, segundo Lakatos e Marconi (2005), compe a observao direta e o questionrio uma srie de perguntas que devem ser respondidas por escrito, sem a presena do pesquisador.

    Utilizou-se dois modelos de questionrios, especficos para cada profissional, respectivamente, operadores de caldeira (apndice A) contendo 26 (vinte e seis) questes, e para os operadores dos vasos de presso (apndice B), contendo o nmero de 19 (dezenove) questes cada.

    Os questionrios foram desenvolvidos fundamentados nas exigncias legais e compulsrias estabelecidas pela norma regulamentadora n13, sendo colocado no

    questionrio, apenas os itens aplicveis aos equipamentos que so mais comuns rea em estudo deste trabalho, caldeira e vaso de presso, e ainda, no caso dos vasos de presso,

    seguindo seu enquadramento legal, ou seja, Classe, Categoria e Grupo, conforme descreve o anexo IV da NR-13.

    Os questionrios foram aplicados, considerando somente os profissionais que, diretamente, operam e/ou esto muito prximos dos equipamentos, entendendo que esta populao seja a que est potencialmente em risco, excluindo a populao flutuante, formando um total de considerado de 23 operadores.

    A anlise das informaes, bem como sua interpretao, so fundamentadas com enfoque qualitativo, e Pereira (1999) salienta que na pesquisa qualitativa, deve-se analisar cada situao a partir dos dados levantados, sempre procurando reconhecer relaes, efeitos,

    causas, consequncias, e outros aspectos considerados necessrios e importantes ao entendimento e compreenso da fonte estudada e que, geralmente, isto engloba aspectos

    diversos e mltiplos.

  • 6.1 APRESENTAO E ANLISE DOS DADOS

    Neste captulo sero apresentados as anlises feitas dos dados coletados nos questionrios respondidos pelos operadores, a avaliao de conhecimento e a categorizao dos equipamentos, bem como o resultado da inspeo visual dos locais visitados. Para

    confrontamento com os conhecimentos levantados no estudo bibliogrfico foram efetuadas inspees e registros dos setores onde os equipamentos estavam instalados, em local

    apropriado ou no, conforme estabelece a norma regulamentadora.

    6.1.1 Dos Equipamentos Analisados

    Durante o perodo em que foi levantado este trabalho, 17 equipamentos foram

    analisados e sua distribuio feito como segue a Figura 11 - Equipamentos Analisados no Processo, representa o total de equipamentos e sua denominao.

    Figura 11 - Equipamentos Analisados no Processo

    Figura 11 - Equipamentos Analisados no Processo

  • Com exceo das caldeiras, o restante dos equipamentos estavam todos instalados em locais no apropriados, no seguiam parmetros de fixao e dois reservatrios no possuam sistema de segurana correto, como exige o item 13.6.2 da NR-13.

    13.6.2 - Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:

    a) Vlvula ou outro dispositivo de segurana com presso de abertura ajustada em valor igual ou inferior presso mxima de trabalho absoluto (PMTA), instalada diretamente no vaso ou no sistema que o inclui;

    b) Dispositivo de segurana contra bloqueio inadvertido da vlvula quando esta no estiver instalada diretamente no vaso;

    c) Instrumento que indique a presso de operao.

    6.1.1.1 Apresentao e Anlise de Dados - Caldeiras

    As caldeiras inspecionadas so de propriedade de 2 (duas) empresas, sendo destas, 4 (quatro) caldeiras de uma mesma usina de processamento de cana para fabricao de etanol e acar, operando com presso de 21Kgf/cm e 1 (uma) caldeira de uma unidade de processamento de farinha de osso, esta operando com presso de 8Kgf/cm. Todas as caldeiras pertencentes a usina possuem alimentao atravs de bagao de cana, proveniente do prprio processamento e a outra caldeira alimentada por lenha de eucalipto.

    As caldeiras da usina, (Figura 13) possuem capacidade de produo de vapor na ordem de 370 Tonelada/hora de vapor e esto sob a vigilncia de operadores 24 horas por dia ou no perodo em que esto em operao, salvo quando estas esto paradas. Para a operao

    das caldeiras, o a empresa conta com 9 operadores que se revezam em turnos de 8:00hrs de trabalho diariamente.

    Em relao ao atendimento NR-13, no item 13.1.4, todas as caldeiras inspecionados estavam dentro do que estabelece a norma.

  • Figura 12 - Caldeira da usina de Etanol e Acar

    Fonte: Arquivo pessoal

    Cabe lembrar, que o item 13.1.4 traz em seu enunciado a expresso Constitui risco grave e iminente... o que nos remete ao fato de que a no observao correta ou o mal entendimento deste item, pode acarretar embargo e/ou interdio, conforme estabelece os itens 3.1 ao 3.5 da NR-3, que trata do assunto.

    Em relao a caldeira da empresa de reciclagem animal, que trabalha com presso de 8Kgf/cm, existia apenas 1(um) operador, alm do ajudante, que para efeito de norma, por no possuir treinamento, no pode ser considerado como operador, embora o faa.

    No caso desta caldeira, o horrio de funcionamento apenas de 8 horas dirias, porm, esta caldeira apresentava uma irregularidade.

  • Embora mantivesse no local de instalao, placa de identificao indelvel, fixadas em locais visveis e de fcil acesso, contendo todas as informaes obrigatrias, conforme item 13.1.5, na placa no constava, nenhum nmero ou cdigo que a identificasse, conforme item 13.1.5.1 da NR-13:

    Alm da placa de identificao devem constar, em local visvel, a categoria da caldeira, conforme definida no subitem 13.1.9 desta NR, e seu nmero ou cdigo de identificao.

    Uma irregularidade encontrada em 2 (duas) caldeiras da usina, diz respeito ao fato de que elas no possuam, procedimentos de partida e parada, procedimentos e parmetros

    operacionais de rotina, os procedimentos para situaes de emergncia, e procedimentos gerais de segurana, sade e de preservao do meio ambiente, respectivamente, alneas a, b, c e d, do item 13.3.1 da referida norma.

    Tambm, uma das caldeiras da usina, no dispunha de acesso seguro a todos os operadores, uma vez que esta caldeira, tinha em uma de suas laterais, um tubo de vapor que passa junto a escada e no possui nenhuma proteo ou aviso que alerte os operadores. Em relao avaliao de conhecimento aplicada aos operadores de caldeira, tanto da usina como da empresa de produo de farinha de osso, concluiu-se todos os profissionais possuem escolaridade a nvel de segundo grau e realizaram o Treinamento de Segurana na Operao

    de Caldeiras, conforme item 13.3.5 que dispe sobre o assunto.

    Tambm, todos realizaram o estgio prtico na caldeira aps o treinamento, em

    conformidade com a NR-13 e afirmaram receber informaes sobre segurana na realizao de suas atividades e tambm das condies fsicas e operacionais das caldeiras. Quando o assunto tratou sobre os dispositivos de segurana da caldeira, todos os operadores indicaram a vlvula de segurana para liberao do excesso de vapor.

    Sobre as vlvulas, 2 operadores no souberam explicar por qual motivo as caldeiras possuam mais de 1 (uma) vlvula e ainda o mais preocupante do caso, 6 no souberam dizer qual foi a ltima vez que foi feita inspeo manual de abertura das vlvulas. Vale ressaltar, que constava nos livros de registro de segurana, a clara observao para abertura (acionamento) manual das vlvulas, pelo menos uma vez a cada perodo de 30 dias, isto por

  • se tratar de um equipamento que pode, em virtude do seu no uso, ter sua funo de abertura, travada.

    Uma observao cabe ser feita sobre este aspecto. Quando uma caldeira est em operao, gerando vapor de gua, sua parada imediata impossvel de ser realizada. Assim,

    quando por qualquer motivo, acontece uma parada de processo, no caso da usina, uma parada de moenda28, a caldeira continua sua produo elevando a presso, j que no existe consumo. Quando a PMTA alcanada a vlvula de segurana se abre e h uma descarga de vapor. Isto garante, que seu dispositivo de abertura permanea sempre ativo. A verificao manual, dever acontecer, quando a vlvula permanecer longo tempo sem atuar.

    A garrafa de nvel para controle do volume de gua nas caldeiras tambm foi citada,

    por todos os operadores, bem como o manmetro como instrumento de verificao da presso de trabalho.

    Ainda houve uma citao sobre os ventiladores de ar das caldeiras, que no so considerados equipamentos de segurana perante a NR-13. Os equipamentos de proteo individual tambm foram inseridos nos questionamentos. A totalidade dos operadores responderam que fazem uso dos equipamentos, todos cedidos pela empresa. Entre os equipamentos de proteo mais utilizados e citados, esto os aventais e as luvas de raspa29, o sapato com biqueira em ao, os protetores auriculares. No caso dos operadores que trabalham na usina, houve ainda uma citao do uso de culos de proteo e os capacetes. Os dados tabulados esto expostos nos grficos a seguir:

    28 Conjunto de equipamentos cuja funo moer a cana-de-acar e extrair seu caldo.

  • Figura 13 - Grfico de Anlise das Caldeiras

    Figura 13: Grfico de Anlise das Caldeiras.

    Analisando os dados levantados, pode-se concluir que 34% dos itens

    verificados no esto de acordo com o que diz a norma. Entretanto, os itens verificados no representam o que na norma consta como risco grave e iminente. De maneira geral, conclui-se

    que, embora as caldeiras sejam adquiridas novas e desta forma contenham todos os documentos necessrios, os proprietrios no se importam em guardar estes documentos e assim, sofrem sanes por esta irresponsabilidade.

    Por sua vez, os operadores, por conhecerem na prtica o funcionamento das

    caldeiras, no se interessam em ler os procedimentos, contribuindo para o no armazenamento deste documento. Claramente, h uma falta de informao de ambos os lados.

    29 Tipo de couro animal que utilizado para proteo dos membros superiores, inferiores e peitoral.

  • 6.1.1.2 Apresentao e Anlise de Dados Vasos de Presso

    Por outro lado, segundo os questionrios respondidos pelos operadores que trabalham com vasos de presso, em sua maioria reservatrios de compressores de ar (Figura 14 Reservatrio para compressor de ar, a situao encontrada foi bem pior e mais

    preocupante.

    Figura 14 Reservatrio para compressor de ar.

    Fonte: Arquivo pessoal

    No total, foram analisados 14 equipamentos, distribudos em 4 (quatro) ramos de atividades diferentes, conforme Figura 15 - Grfico das atividades analisadas.

  • Figura 15 - Grfico das atividades analisadas.

    Figura 15 - Grfico do Ramo de Atividade Analisada.

    Em nenhuma das empresas foi encontrado os livros de segurana, devidamente

    preenchido por profissional habilitado, conforme descreve o item 13.6.4 da NR-13.

    13.6.4 Todo vaso de presso deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalado, a seguinte documentao devidamente atualizada:

    a) "Pronturio do Vaso de Presso" a ser fornecido pelo fabricante, contendo o cdigo de projeto e ano de edio; especificao dos materiais; procedimentos utilizados na fabricao, montagem e inspeo final e determinao da PMTA; conjunto de desenhos e demais dados necessrios para o monitoramento da sua vida til; caractersticas funcionais; dados dos dispositivos de segurana; ano de fabricao; categoria do vaso;

    b) "Registro de Segurana" em conformidade com o subitem 13.6.5;

  • c) "Projeto de Instalao" em conformidade com o item 13.7;

    d) "Projeto de Alterao ou Reparo" em conformidade com os subitens 13.9.2 e 13.9.3;

    e) "Relatrios de Inspeo" em conformidade com o subitem 13.10.8.

    Da mesma forma, nenhum dos equipamentos possua pronturio de fabricao, item obrigatrio e que deve ser mantido junto ao vaso, durante o perodo em que o vaso estiver ativo. Todos os equipamentos possuam a vlvula de segurana, (Figura 17) porm, em todos os casos, os operadores foram categricos em dizer que no sabiam para que servia e muito

    menos faziam o acionamento e/ou manuteno deste item.

    Figura 16 - Vlvula de Segurana para Reservatrio de Ar.

    Fonte: Arquivo Pessoal

  • Em relao ao local onde os vasos estavam instalados, apenas em uma empresa os vasos foram encontrados instalados corretamente, em local arejado, e com fcil acesso aos dispositivos de segurana (Figura 18). O restante dos equipamentos verificados, estavam pois, sobre estrados de madeira sobre o solo, soltos, ou apenas depositados sobre o solo, sem

    nenhum sistema de fixao.

    Cabe ressaltar que em algumas empresas visitadas, o trabalho de operao dos vasos

    ficava sob a responsabilidade do pessoal de manuteno o que no problema desde que estes estejam devidamente capacitados para operao de vasos de presso.

    Figura 17 - Compressor devidamente fixado

    Fonte: Arquivo Pessoal

    Embora no fazendo parte deste trabalho mas para informao, em todos os casos foi

    constatado que as polias de acionamento do compressor de ar foram retiradas e no foram repostas nos seus devidos locais, portanto, no atendiam as medidas de segurana conforme

    NR-12 e expunham os operadores ao risco constante de acidentes.

  • Os dados deste levantamento esto no grfico abaixo.

    Figura 18 - Grfico da Anlise dos Vasos de Presso

    Figura 19: Grfico de Anlise dos Vasos de Presso.

    Em resumo, dos 19 itens avaliados, em mdia 68% dos itens apresentavam irregularidades. Percebe-se que, diferente do que acontece com as empresas que possuem caldeiras, no caso dos vasos, as empresas no se importam muito em mant-los sob cuidado.

    Justifica-se pela imensa falta de informao sobre o equipamento, at mesmo por parte de quem faz a venda deste produto e que deveria passar a informao.

    Um detalhe importante sobre os compressores de ar e que normalmente faz a diferena, e no deveria acontecer, diz respeito a nomenclatura de compra e venda utilizado.

    A NR-13 comenta em seus artigos, sobre vasos de presso ao passo que, as empresas compram ou vendem, compressores de ar (em sua maioria). Cabe observar, que os compressores de ar no so equipamentos evidenciados pela norma, mas sim os reservatrios de ar que os contm e isto passa despercebido pelos proprietrios e operadores.

  • Outro problema observado tambm, diz respeito ao local de instalao do vaso. Do item 13.7 ao item 13.7.7 da NR-13 est descrito toda a referncia a esta questo. Dos casos mais graves observados, estava um equipamento, que foi instalado fora da rea da empresa, em via pblica, apenas cercada por grade. Outros estavam em lugares escondidos e

    impossibilitados de acesso, em caso de emergncia, conforme figura 19.

    Figura 19 - Local de instalao do vaso de uma empresa vistoriada.

    Fonte: Arquivo Pessoal

    Juntamente com estas observaes levantadas, um outro dispositivo tambm chama a

    ateno, principalmente pela importncia que a ele no doada. Todos os compressores de ar, possuem na parte inferior do reservatrio de ar uma chave de dreno.

    Esta chave, tem a funo de eliminar toda a gua que se acumula dentro dos compressores, evitando que isto torne-se um ponto de corroso dentro do reservatrio de ar.

    Esta corroso no perceptvel a olho nu, somente atravs de ensaio no destrutvel, raio-x ou ultrassom, por exemplo. A figura 20 mostra a chave de dreno instalada em um reservatrio de

    ar.

  • Figura 20 - Chave de Dreno

    Fonte: Arquivo Pessoal

  • CONCLUSO

    Os objetivos propostos neste trabalho foram atingidos e esto alicerados tanto na fundamentao terica como na anlise da pesquisa. Todos os argumentos e citaes

    apresentados tm por objetivo mostrar que a segurana e as boas prticas de manuteno, operao e inspeo de caldeiras e vasos de presso devem ser encarados como fundamentais dentro da indstria, seja qual for a sua atividade econmica desenvolvida, e que estas boas prticas, podem e devem ser vistas como uma maneira de reduo dos acidentes e tambm

    dos custos que sero gerados em decorrncia de um sinistro ou mesmo de um embargo ou interdio, e no to somente como uma forma de investimento e/ou um gasto adicional.

    As principais irregularidades encontradas, de uma forma geral, esto diretamente

    ligadas falta de controle dos vasos de presso, a indisponibilizao da documentao obrigatria relativa aos vasos de presso e s reas pertinentes, a indisponibilidade de

    manuais, de procedimentos padres para os operadores, a falta de manutenes preventivas e corretivas.

    Visivelmente, as indstrias possuem grande preocupao com as caldeiras, deixando de lado a mesma preocupao, quando o assunto vaso de presso, principalmente,

    reservatrios de compressores de ar, o que mostra o desconhecimento sobre estes equipamentos juntamente com os riscos decorrentes, tanto quanto a falta de informao sobre as normas, em especial NR-13.

    Um outro fator importante a ser considerado a exigncia dos profissionais

    responsveis tcnicos pelos equipamentos, que devem compulsoriamente fazer as indicaes de melhorias e as verificaes peridicas, registrando-as em livro, conforme NR-13. Quando se trata dos proprietrio, cabe a realizao das melhorias sugeridas pelos profissionais e/ou inspetores obedecendo sempre os relatrios de inspeo. Tambm deve-se sempre observar o

    espao existente entre os setores de compra, que adquirem os equipamentos e a rea de segurana, que posteriormente se tornar a responsvel pelos equipamentos adquiridos.

    Grande parte das empresas vistoriadas, no possuem uma ligao direta entre estes setores, o que gera transtornos futuros, principalmente quando o assunto documentao. Cabe mencionar, que a documentao dos vasos de presso e caldeiras devem ser entregues juntamente, no ato da aquisio.

  • Falha tambm os fabricante e os fornecedor, que por vezes at conhecem os requisitos regulamentares da norma e no o cumprem por onerar custos ao processo.

    No contexto geral, fica evidenciada a necessidade de uma maior atuao dos rgos fiscalizadores no sentido de cobrar, em visitas, a documentao obrigatria. Tambm,

    necessidade por parte dos servios especializados em engenharia de segurana e medicina do trabalho, na forma de melhor desenvolver estas informaes contidas na norma.

    Pode-se inferir que as indstrias e organizaes, esto deixando uma lacuna perigosa em sua obrigao preventiva de funcionrios e de toda sociedade, sendo de sua responsabilidade garantir a segurana em seus processos produtivos e em suas atividades empresariais.

  • REFERNCIAS

    ALMEIDA, Jackson Filho. Acidentes e sua Preveno. Revista Brasileira de Sade Ocupacional, 32, n115: 7-18; 2007.

    ALVES, C. S. Sistemas Trmicos: Geradores de gua Quente 2002 Disponvel em: Acesso em 02 de

    Dezembro de 2012.

    ASME, Section VIII, Division 1. Boiler and Pressure Vessel. 2004

    BAZZO, Edson. Gerao de Vapor. 2. ed. Florianpolis: Ed. UFSC, 1995, 216 p.

    BRASIL. Ministrio do Trabalho. Caldeiras e Vasos de Presso. Portaria GM n. 3.214, de 08 de junho de 1978 - NR 13 (publicada no DOU dia 24/06/2008).

    BRAGA, W. Transmisso de Calor: Introduo ao Estudo. Vol. I. Rio de Janeiro: Ed. Booklink, 2001, 342 p.

    CHAGAS, A. T. R. O Questionrio na Pesquisa Cientfica. Disponvel em . Acesso em 06 de Novembro de 2012

    CHD, Vlvulas. Caldeiras Flamotubulares Artigos tcnicos. Disponvel em www.chdvalvulas.com.br/artigos_tecnicos/caldeiras/flamotubulares.html; Acesso em 16 de Janeiro de 2013.

    CHD, Vlvulas. Caldeiras Aquatubulares Artigos tcnicos. Disponvel em www.chdvalvulas.com.br/artigos_tecnicos/caldeiras/flamotubulares.html; Acesso em 16 de Janeiro de 2013.

    DUTRA, Aldo Cordeiro et AL. Manual Tcnico de Caldeiras e Vasos de Presso. Braslia: MTE, SIT, DSST, 2006.124 p.

    FUNDACENTRO. Diretrizes Sobre Sistemas de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho. So Paulo: Fundao Jorge Duprat Figueiredo de Segurana e Medicina do Trabalho, 2005, 48 p.

  • FUNDACENTRO. Manual Tcnico de Caldeiras e Vasos de Presso. Rio de Janeiro, 1997.

    GIL, Antonio Carlos. Mtodos e Tcnicas de Pesquisa Social. So Paulo: Atlas, 1994.

    LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos da Metodologia Cientfica. 6. ed. So Paulo: Atlas, 2005.

    MATHIAS, Artur Cardozo. Vlvulas: Industriais, Segurana e Controle, Editora Artliber 2008 1 edio 464 pginas.

    National Board: Accidents Report. Disponvel em: < www.nationalboard.org>. Acesso em 10 de Maio de 2013.

    NOVAES, M.S. Operaes de Caldeiras a Vapor. Rio de Janeiro: Manuais CNI, 1984.

    PEDROTTI, I. A. Acidentes do Trabalho. 3 ed. So Paulo:1998. Universitria de Direito. 699 pg.

    PEREIRA, Jlio Csar R. Anlise de Dados Qualitativos: Estratgias Metodolgicas para as Cincias da Sade, Humanas e Sociais. So Paulo: Edusp,1999.

    REVISTA PROTEO. Novo Hamburgo RS, MPF Publicaes, 1999. Anurio Estatstico de Acidentes do Trabalho. Seo Estatsticas de Acidentes.

    REVISTA PROTEO. Novo Hamburgo RS, MPF Publicaes, 2006. Anurio Estatstico de Acidentes do Trabalho. Seo Estatsticas de Acidentes.

    Segurana e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislao Atlas. So Paulo: Atlas, 63. Ed., 2009, 799p

    TAVARES, Jos da Cunha. Noes de Preveno e Controle de Perdas em Segurana do Trabalho. So Paulo: SENAC, 1996.

    UFCG http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/ThomaNew.html Acessado em Novembro de 2012.

    WIKIPDIA < http://pt.wikipedia.org/wiki/James_Watt > Acessado em Novembro de 2012.

  • APNDICES

  • APNDICE I Questionrio aplicado para o setor de Caldeiras

    Setor:______________________________________________________________________

    Cargo/Funo:______________________________________________________________

    Questionrio:

    1 Para iniciar os trabalhos de operao de caldeiras, voc fez o Treinamento de Segurana na Operao de Caldeiras, conforme NR-13? ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    2 Juntamente com o Treinamento, voc fez o estgio prtico na caldeira? Por quanto tempo?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    3 Sobre as informaes das condies fsicas e operacionais da caldeira, elas so frequentemente passadas aos operadores?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    4 Voc j recebeu ou ainda recebe informaes de segurana para a operao das caldeiras? ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    5 Quais so e para que servem os dispositivos de segurana que a caldeira deve possuir?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

  • 6- Quais so os equipamentos de proteo individual (EPI) que voc deve utilizar para trabalhar na rea de caldeira?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    7- Voc sabe dizer e relatar quais os riscos que a operao de uma caldeira oferece?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

  • APNDICE II Questionrio aplicado para o setor de Vaso de Presso

    Setor:______________________________________________________________________

    Cargo/Funo:______________________________________________________________

    Questionrio:

    1 Para iniciar os trabalhos de operao de Unidades de Processos, voc fez o Treinamento de Segurana na Operao de tais unidades, conforme NR-13?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    2 Voc fez o estgio obrigatrio, prtico, aps o treinamento e qual foi a durao deste estgio?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    3 Sobre as informaes das condies fsicas e operacionais da caldeira, elas so frequentemente passadas aos operadores? ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    4 Voc j recebeu ou ainda recebe informaes de segurana para a realizao das atividades com este equipamento?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    5 Quais so e para que servem os dispositivos de segurana que os vasos de presso deve possuir?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

  • 6 Quais so os equipamentos de proteo individual que voc utiliza para trabalhar com os vasos de presso?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    7- Voc sabe dizer e relatar quais os riscos que a operao de um vaso de presso oferece?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

  • III - Lista de Verificao de Itens das Caldeiras

    Questionamentos Gerais Usina de Etanol Farinha de Osso Sim No Sim No

    1 A empresa possui profissional habilitado conforme NR-13? x

    x

    2 A caldeira possui vlvula de segurana? x x

    3 A caldeira possui instrumento que indique a presso do vapor acumulado? x x

    4 A caldeira possui injetor ou outro meio de alimentao de gua, (caldeiras combustvel slido)? x x

    5 A caldeira possui sistema de indicao para controle de nvel de gua ou outro sistema que evite o superaquecimento por alimentao deficiente? x x

    6 A caldeira possui pronturio devidamente atualizada? x x

    7 A caldeira possui placa de identificao, em local visvel, de acordo com a NR-13? x x

    8 A caldeira possui, em local visvel, placa identificando a sua categoria, se A, B ou C? x x

    9 A caldeira possui registro de segurana, de acordo com NR-13? x x

    10 A caldeira est instalada em local apropriado, "Casa de Caldeira"? x x

    11 A instalao da caldeira obedece o que regra a NR-13? x x

    12 A caldeira dispem de sistema de iluminao conforme norma vigente? x x

  • Questionamentos Gerais Usina de Etanol Farinha de Osso Sim No Sim No 13 O relatrio de inspeo est devidamente preenchido, conforme NR-13? x x

    14 As inspees de segurana peridicas, so realizados dentro dos prazos estabelecidos pela NR-13? x x

    15 A caldeira possui painel de controle de instrumentos instalados em sala de controle? x x

    16 A caldeira possui manual de operao atualizado, em lngua portuguesa, em local de fcil acesso? x x

    17 A caldeira possui procedimentos de emergncia, de segurana e para preservao do meio ambiente? x x

    18 Os instrumentos e controles de caldeiras so mantidos calibrados e em boas condies operacionais? x x

    19 A qualidade de gua controlada? x x

    20 A caldeira est sob operao e controle por operadores conforme NR-13? x x

    21 O operador possui certificado de Treinamento de Segurana na Operao de Caldeiras com comprovao de estgio, conforme NR-13? x x

    22 O operador recebe treinamento permanente sob condies da caldeira? x x

    23 As vlvulas de segurana so inspecionadas periodicamente e por profissional habilitado, conforme NR-13? x x

    24 A empresa possui Servios Prprios de Inspeo de Equipamentos? x x

    25 Todos os reparos em caldeiras so feitos sob o respectivo cdigo do projeto e as prescries do fabricante? x x

    26 Os sistemas de controle e segurana da caldeira so submetidos manuteno preventiva ou preditiva? x x

  • IV - Lista de Verificao de Itens dos Vasos de Presso

    Questionamentos Gerais Chapearia Confeco Madeireira Lavanderia Sim No Sim No Sim No Sim No

    1 A empresa possui profissional habilitado conforme NR-13? x

    x x

    x

    2 O vaso possui vlvula ou dispositivo de segurana com presso de abertura ajustada a PMTA? x x

    x x

    3 O vaso possui instrumento que indique a presso interna ou de operao? x x x x

    4 O vaso possui dispositivo contra bloqueio inadvertido da vlvula quando no estiver instalada diretamente no vaso. x x x x

    5 A vaso possui placa de identificao, em local visvel, de acordo com a NR-13? x x

    x x

    6 A vaso de presso possui, em local visvel, placa identificando a sua categoria, se A, B ou C? x

    x x

    x

    7 O vaso possui pronturio fornecido pelo fabricante? x x x x

    8 O vaso possui livro de registro de segurana, conforme NR-13? x

    x x

    x

    9 O vaso est instalado de modo que todos os drenos, respiros, bocas de visita e indicadores sejam facilmente acessveis? x

    x x

    x

  • Questionamentos Gerais Chapearia Confeco Madeireira Lavanderia Sim No Sim No Sim No Sim No

    10 O vaso est instalado em ambiente confinado? x x

    x x

    11 A instalao da vaso obedece o que regra a NR-13? x x x x

    12 No manual do vaso existe procedimentos de partidas e paradas? x x x x

    13 O relatrio de inspeo est devidamente preenchido, conforme NR-13? x x x x

    14 As inspees de segurana peridicas, so realizados dentro dos prazos estabelecidos pela NR-13? x x x x

    15 No manual do vaso existe procedimentos e parmetros operacionais de rotina? x x x x

    16 No manual do vaso h procedimentos de emergncia, procedimentos gerais de segurana e procedimentos para preservao do meio ambiente? x x x x

    17 Os instrumentos e controles do vaso so mantidos calibrados e em boas condies operacionais? x x x x

    18 Os vasos so submetidos a inspees de segurana inicial, peridica e extraordinria? x

    x x

    x

    19 A inspeo de segurana realizada por profissional habilitado, conforme NR-13? x x x x

  • ANEXOS

  • Anexo I A da NR-13

    CURRCULO MNIMO PARA "TREINAMENTO DE SEGURANA NA OPERAO DE CALDEIRAS"

    1 - NOES DE GRANDEZAS FSICAS E UNIDADES Carga Horria: 4 horas 1.1 - Presso

    1.1.1 - Presso atmosfrica

    1.1.2 - Presso interna de um vaso

    1.1.3 - Presso manomtrica, presso relativa e presso absoluta 1.1.4 - Unidades de presso

    1.2 - Calor e Temperatura 1.2.1 - Noes gerais: o que calor, o que temperatura

    1.2.2 - Modos de transferncia de calor 1.2.3 - Calor especfico e calor sensvel 1.2.4 - Transferncia de calor a temperatura constante 1.2.5 - Vapor saturado e vapor superaquecido 1.2.6 - Tabela de vapor saturado

    2 - CALDEIRAS - CONSIDERAE