mendes et al. 2012

Upload: anderson-mendes

Post on 17-Oct-2015

49 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Revista Brasileira de Geocincias

    Arquivo digital disponvel on-line no site www.sbgeo.org.br 39

    42(1): 39-57, maro de 2012

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    Anderson Conceio Mendes1, Werner Truckenbrod2 & Afonso Csar Rodrigues Nogueira2

    Resumo Depsitos cretceos da Formao Alter do Cho, expostos em barrancos do rio Amazonas, prximos da cidade de bidos - PA, so caracterizados por arenitos, conglomeratos e pelitos. Sete litofcies foram reconhecidas que compreendem conglomerado macio (Cm), arenitos com estratifi caes acanalada (Aa) e tabular (At), arenito com laminao cruzada cavalgante (Al) e pelitos macio (PM), bioturbado (PB) e deformado (Pd). Essas fcies, organizadas em ciclos de granodecrescncia ascendente, que variam de 1 a 6 m de espessura, foram agrupadas nas associaes preenchimento de canal e depsitos externos ao canal de um sistema fl uvial meandrante. O preenchimento de canal envolve barras conglomerticas, com geometria lenticular a acunhada, compostas das fcies Cm e Aa; formas de leito arenosas, com geometria lenticular, tabular ou acunhada, constitudas pelas fcies Aa, At e Al; e barra de acreo lateral, formada pelas fcies Aa, At e Pm, mas com migrao distinta com relao das formas de leito arenosas. Enquanto as medidas de paleocorrente obtidas das formas de leito arenosas indicam paleofl uxo preferencial para SW e subordinado para S, a barra de acreo lateral migra para E/ESE, perpendicularmente ao sentido do paleofl uxo principal. Os seguintes depsitos externos ao canal principal foram reconhecidos, baseados em suas relaes geomtricas: depsitos pelticos da plancie de inundao, inclusive canal abandonado preenchido com pelitos; canal de crevasse, composto das fcies Aa e At; e depsitos de dique marginal, constitudo das fcies Aa, Al e Pm. Enquanto o canal abandonado com pelitos se sobrepe a arenitos, o canal de crevasse est em contato com pelitos da plancie de inundao e corta tambm arenitos fi nos e pelitos interpretados como depsitos de dique marginal. Lentes pelticas alinhadas no mesmo nvel sobre arenitos, mas com largura menor que a do canal abandonado, so atribudas a depresses preenchidas, durante enchentes, no topo de barra com acreo lateral.

    Palavras-chave: Formao Alter do Cho, Anlise de fcies, Bacia do Amazonas, bidos.

    Abstract Faciological analysis of Alter do Cho Formation (Cretaceous, Amazon basin), near the town of bidos, Par, Brazil. Cretaceous deposits of the Alter do Cho Formation, exposed on the banks of the Amazon river, near the town of bidos - PA, record a succession of sandstones, conglomerates and mudstones. Seven lithofacies have been recognized which comprise massive conglomerate (Cm), trough cross-bedded sandstone (St), planar cross-bedded sandstone (Sp), climbing cross-laminated sandstone (Sl), massive mudstone (Mm), bioturbated mudstone (Mb) and deformed mudstone (Md). These facies are organized in fi ning-upward cycles, 1 to 6m thick, and have been grouped into two associations: channel fi ll and overbank deposits belonging to a fl uvial meandering system. The channel-fi ll deposits include lenticular gravel bars composed of facies Cm and St, sandy bedforms with facies St, Sp and Sl, and lateral accretion bar, consisted of facies St, Sp and Mm, but with distinct migration with regard to that of the sandy bed forms. While paleocurrent measurements from facies St and Sp of sandy bedforms indicate a preferred orientation of paleofl ow to SW and a subordinate fl ow to S, the lateral accretion bar migrates to E/ESE. The following overbank elements have been recognized based on their geometric relationships: muddy fl oodplain deposits including abandoned channel plug, crevasse splay channel fi lled with facies St and Sp and natural levee deposits composed of facies St, Sl and Mm. While the muddy channel plug overlies sandstones, the crevasse channel fi ll is in contact with mudstones of the fl oodplain and also cuts through fi ne-grained sandstones and mudstones interpreted as natural levee deposits. Adjacent muddy lenses in the same stratigraphic level on sandstone but with smaller width than that of the abandoned channel are attributed to swales, fi lled during fl oods, capping lateral accretion bar.

    Keywords: Alter do Cho Formation, Facies analysis, Amazon basin, bidos.

    INTRODUO Depsitos siliciclsticos da Forma-o Alter do Cho afl oram, na regio de bidos - PA, em barrancos ao longo do rio Amazonas (Fig. 1). Esses depsitos so constitudos, principalmente, de arenitos

    bem estruturados, alm de conglomerados e pelitos li-mitados no topo por um paleossolo latertico de idade palegena (Boulang & Carvalho 1997). Estudos en-focando aspectos sedimentolgicos e paleontolgicos

    1 - Programa de Ps-graduao em Geologia e Geoqumica, Instituto de Geocincias, Universidade Federal do Par, Belm (PA). E-mail: [email protected] 2 - Instituto de Geocincias, Universidade Federal do Par, Belm (PA). E-mail: [email protected], [email protected]

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 201240

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    nos depsitos cretceos da bacia do Amazonas foram abordados, de maneira detalhada, pela primeira vez na ilha de Careiro, prximo de Manaus (Rossetti & Netto 2006). Esse estudo atribuiu, naquele lugar, infl uncia marinha Formao Alter do Cho, fato este observado pela primeira vez na literatura, uma vez que tais dep-sitos tinham sua gnese relacionada com ambiente fl -vio-deltico-lacustre (Kistler 1954, Caputo et al. 1972, Wanderley Filho 1991, Cunha et al. 1994, Dino et al. 1999, Nogueira et al. 1999).

    Os objetivos deste trabalho so prover descrio e interpretao detalhada das fcies, elementos arquite-turais e variao no estilo do fl uvial para determinao de modelo deposicional para Formao Alter do Cho na regio de bidos, Par.

    CONTEXTO GEOLGICOBacia do Amazonas A bacia do Amazonas do tipo intracratnica com rea de aproximadamente

    500.000 km2, e preenchimento predominante de ro-chas siliciclsticas, essencialmente paleozoicas, in-trudidas no Mesozoico por diques e soleiras de dia-bsio. Estas rochas atingem espessura mxima de 5.000 m (Caputo 1984). A bacia tem forma alongada e eixo deposicional orientado W/SW-E/NE, limitada pelos arcos Purus e Gurupa a oeste e leste, respec-tivamente, bem como pelo Escudo das Guianas, ao norte pelo Escudo Brasiliano a sul.

    O tectonismo na bacia essencialmente rptil, de pouca expresso vertical, mas com deformaes re-gionais de grande escala, que mantm relaes espa-ciais estreitas com as principais faixas orognicas do embasamento, atravs de processos de reativao ao longo de antigas descontinuidades durante o Fanero-zoico (Rezende & Brito 1973). Segundo Wanderley Fi-lho (1991), as principais falhas NW-SE so de transfe-rncia e seccionam quase todas as unidades litolgicas e deslocam os depocentros da bacia. Nepomuceno &

    Figura 1 - A-C, Localizao da rea de estudo, estado do Par, norte do Brasil. Exposio da Formao Alter do Cho ao longo do rio Amazonas, prxima a bidos - PA.

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 2012 41

    Anderson Conceio Mendes et al.

    Theodoro (1985) descreveram trs fases de tectonis-mo, com base em dados de linhas ssmicas, na bacia do Amazonas: a) eventos tectnicos responsveis pela implantao de falhamentos normais, de idade Permo--Carbonfera, provavelmente ligada Orogenia Herci-niana; b) tectonismo distensivo com intensa atividade gnea durante o Permo-Trissico, coincidente com a abertura do Atlntico norte; e c) tectonismo transpres-sivo e transtensivo do Juro-Cretceo at hoje, aparente-mente relacionado abertura do Atlntico sul.

    O preenchimento da bacia durante o Proterozoi-co representado pelo Grupo Purus que, em parte, relacionado fase rift da bacia do Amazonas (Cunha et al. 1994). Tal grupo representado pelas formaes Prosperana e Acari (Eiras & Matsuda 1995). No Fa-nerozoico a bacia do Amazonas dividida em quatro sequncias (Cunha et al. 1994) que so separadas por discordncias nas bordas e por conformidades na parte central da bacia (Fig. 2). Essas sequncias so: Ordovi-ciano superior-Devoniano inferior (Grupo Trombetas); Devoniano inferior-Carbonfero inferior (Grupo Curu e Urupadi) e Carbonfero superior-Permiano (Grupo Tapajs). A gerao da ltima sequncia, com aproxi-madamente 500 m de espessura representada pelo Cre-tceo superior-Tercirio (Grupo Javari) (Cunha et al. 1994, Eiras et al. 1994) relacionada a uma extenso leste-oeste associada com a evoluo do oceano Atln-tico sul e com a cordilheira dos Andes. O Grupo Javari composto de depsitos fl vio-lacustre-delticos das formaes Alter do Cho e Solimes, que cobrem gran-de parte das formaes paleozoicas. A Formao Alter do Cho, objeto desse trabalho, detalhada abaixo.

    Formao Alter do ChoASPECTOS GERAIS A Formao Alter do Cho foi primeiramente defi nida por Kistler (1954) como sen-do composta de arenitos avermelhados, argilitos, con-glomerados e brechas intraformacionais, tradicional-mente atribudos a sistemas fl uvial e lacustre/deltaico ( Daemon 1975).

    Esta unidade relativamente pobre em fsseis, representados por plantas dicotiledneas na regio de Monte Alegre e vrtebras de dinossauros (Dino et al. 1999). Em bacias intracratnicas a litologia dominan-temente siliciclstica e a deposio em condies de paleoclima quente com semiaridez dominante, natural-mente restringiam a biota sobrevivente e no ofereciam condies adequadas de preservao fosslifera.

    A partir de informaes de subsuperfcie (da-dos ssmicos e perfi s eltricos), aliadas a informaes sedimentolgicas e palinoestratigrfi cas, foram reco-nhecidas duas sucesses sedimentares na Formao Alter do Cho (Dino et al. 1999): sequncia 1 (infe-rior), caracterizada por infl uxo de terrgenos associados

    a um sistema fl uvial meandrante que evolui para um sistema anastomosado, com retrabalhamento elico, de idade neoaptiana/eoalbiana e; sequncia 2 (superior), composta de ciclos progradacionais fl vio-delticos-la-custre, de idade cenomaniana. Essa sequncia contm arenitos avermelhados com icnofsseis e estruturas pe-dogenticas (peds, slickensides), atribudas a silcretes (Nogueira et al. 1999).

    Estudos geoqumicos realizados nos arenitos vermelhos da Formao Alter do Cho indicam que houve variaes de rocha fontes e mudana na sele-o granulomtrica durante o transporte, deposio e pedognese ps-deposicional. Estas variaes ocorre-ram em paleambiente de plancies abandonadas e rios entrelaados sob condies de clima seco com tendn-cia a mido durante o Cretceo na bacia do Amazonas ( Horbe et al. 2006).

    O contato entre a Formao Alter do Cho e as unidades paleozoicas representado por uma expres-siva discordncia erosiva. Na borda norte da bacia, prximo a Manaus, foram caracterizadas, em sees ssmicas, feies evidentes de corte e preenchimento de canais na base dessa formao (Costa 2002). Nes-ta mesma regio, um sistema deltaico, dominado por onda e com infl uncia marinha, tem sido proposto para os depsitos da Formao Alter do Cho (Rossetti & Netto 2006).

    IDADE Depsitos sedimentares ps-paleozoicos na bacia do Amazonas tm sido descritos por diversos au-tores que atriburam tanto idades mesozoicas quanto cenozoicas. Moura (1938) correlacionou os sedimentos arenosos afl orantes nas escarpas do rio Amazonas aos de-psitos do Grupo Barreiras de idade cenozoica afl orante na regio costeira do estado do Par. A idade cretcea da formao foi, primeiramente, sugerida com base em um dente de Therapoda (Price 1960), e depois dataes palinolgicas atriburam idades mesoalbiana e eoceno-maniana poro basal dessa formao e neocenoma-niana a turoniana poro mdia (Daemon & Contreras 1971, Daemon 1975), enquanto no h vestgios fossi-lferos da poro superior. Posteriormente, trabalhos de mapeamento litoestratigrfi co pelo Servio Geolgico do Brasil (CPRM) tm utilizado a idade cretcea obtida pela assembleia de palinomorfos de subsuperfcie para todos os depsitos ps-paleozoicos afl orantes da bacia do Amazonas, relacionando-os como Formao Alter do Cho (Petri & Flfaro 1983, Cunha et al. 1994, Dino et al. 1999). Com as recentes descobertas de depsitos de idade miocena na regio centro-oeste da bacia do Ama-zonas por Rozo et al. (2005), os depsitos atribudos a Formao Alter do Cho tem sido mais bem separados como unidades silicifi cadas e caulinticas possivelmen-te de idade palegena ou mais antiga. A ocorrncia de

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 201242

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    Figura 2 - Carta estratigrfi ca da bacia do Amazonas. Modifi cada de Eiras (1998).

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 2012 43

    Anderson Conceio Mendes et al.

    perfi s de alterao latertica, principalmente com hori-zonte bauxtico, geralmente desenvolvido sobre rochas cretceas sugere pelo menos idade palegena para a bau-xitizao (Truckenbrodt et al. 1982, Boulang & Carva-lho 1997, Lucas 1997). A difi culdade em datar estas ro-chas, por palinologia, em superfcie deve-se ao fato das exposies ao longo do rio Amazonas encontrarem-se intemperizadas, principalmente pelo desenvolvimento dos perfi s latertico-bauxtico. Assim, a idade da Forma-o Alter do Cho pode ser inferida como mais antiga que Palegeno a Cretceo.

    MATERIAIS E MTODOS A anlise de fcies da Formao Alter do Cho foi baseada na determinao de geometria, textura e estruturas sedimentares, alm dos padres de paleocorrente (Walker 1992, 2006). De-pois de identifi cadas, as mesmas, foram representadas em perfi s colunares e sees panormicas. As sees panormicas foram elaboradas a partir de fotomosai-cos, seguindo o trabalho de Arnot et al. (1997).

    LITOFCIESAspectos gerais Os perfi s estudados da Formao Alter do Cho contm conglomerados, arenitos e peli-tos. Foram identifi cadas sete litofcies (Fig. 3; Tab. 1) que so discutidas com base na classifi cao de Miall (1985, 1996).

    Os arenitos so ricos em gros de quartzo e com menor frequncia ocorrem fragmentos lticos de peli-tos, granitos e gnaisses. A granulometria varia de fi na a grossa, com gros angulosos a subarredondados e seleo pobre a moderada. So bastante friveis e ge-ralmente vermelhos, mas ocorrem tambm, arenitos esbranquiados. A matriz constituda de caulinita, produto de intemperismo do feldspato. Os pelitos apre-sentam estruturas macias, bioturbaes e deformao. Dominam pelitos de colorao roxa, mas tambm se encontram pelitos vermelhos e brancos. Apresentam grande frequncia por todos os perfi s estudados.

    Os perfi s tm, em mdia, 10 m de espessura, mas podem atingir at 25 m. Esto organizados em ciclos distintos de granodecrescncia ascendente (fining-upward cycles) que variam de 1 a 6 m de espessura. Al-guns desses perfi s encontram-se capeados por bauxitas e perfi s laterticos ferruginosos.

    Na regio de bidos foi possvel dividir a Forma-o Alter do Cho em duas pores, uma inferior e outra superior. A poro inferior formada por camadas tabu-lares de arenitos fi nos a mdios com at 3 m de espes-sura, onde pequenas intercalaes lenticulares de pelitos ocorrem e camadas tabulares de pelitos macios e biotur-bados com at 3 m de espessura. A poro superior do-minada por arenitos mdios a grossos com geometria ta-bular que atingem at 20 m de espessura e podem conter

    intercalados pelitos macios de pouca espessura. Na po-o NW dos perfi s no foi possvel observar essa diviso, isso pode ser funo de: corte e exposio dos barrancos, neotectnica e/ou no deposio nessa poro. Nveis de conglomerado so observados nessa poro.

    A anlise de fcies e estratigrfi ca, abordadas nesse trabalho, permitiu a proposio da carta litoes-tratigrfi ca (Fig. 4), para regio de bidos, a qual de-monstra variao e distribuio lateral das fcies da Formao Alter do Cho, nessa regio.

    Conglomerado macio - CmDescrio: esta fcies formada por clastos de

    argilito alm de fragmentos de granitos e gnaisses. Os clastos, medindo 3 a 10 cm de comprimento, so suban-gulosos e subarredondados e pobremente selecionados (Fig. 5A). O conglomerado geralmente suportado por matriz argilosa caulnica areno-quartzosa, de granulo-metria mdia a grossa e mal selecionada. A maioria dos clastos apresenta disposio paralela ao acamamento, embora seixos imbricados tambm ocorram. As cama-das mostram textura macia e exibem contato inferior sempre erosivo e, superior geralmente gradacional.

    Em muitos casos essa fcies sobreposta por arenitos mdios a grossos da fcies Aa e sotoposta por pelitos macios da fcies Pm, que representa a parte superior dos ciclos granodecrescentes ascendentes. A fcies Cm est presente na base dos ciclos sob forma de lag que alcana at 0,5 m de espessura, preenchendo superfcies basais erosivas cncavas.

    Interpretao: a forma macia das camadas e a m seleo dos clastos que so, em partes, imbricados sugerem uma sedimentao relativamente rpida com fl uxo de alta energia. As caractersticas dessa fcies so consistentes com deposio em canais fl uviais com alta velocidade de fl uxo nas partes internas do canal sob forma de lag (Allen 1970, Miall 1992, Collinson 1996).

    Arenito com estratifi cao cruzada acanalada - AaDescrio: essa fcies formada por arenitos

    com gros subangulosos a subarredondados, mdios a grossos, moderados a pobremente selecionados arran-jados em sets e cosets com estratifi cao cruzada aca-nalada, de mdio a grande porte, cujos foresets apresen-tam segregao de gros grossos de quartzo.

    Essa fcies ocorre em sets nicos ou compostos, sendo que ambos tm padro nico de paleocorrente (Fig. 5C). A inclinao dos foresets varia de 8 a 16 e geralmente em direo a sudoeste e oeste. Ocorrem, com certa frequncia, seixos lticos arredondados-su-barredondados de argilitos com at 2 cm de dimetro, que esto expostos na base das fcies. Geometricamen-te, essa fcies ocorre como corpos lenticulares ou adel-gaados e comumente organizados em camadas com

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 201244

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    Figu

    ra 3

    - Pe

    rfi s e

    stra

    tigrfi c

    os re

    pres

    enta

    tivos

    da

    Form

    ao

    Alte

    r do

    Ch

    o, re

    gio

    de

    bi

    dos -

    PA,

    mos

    tran

    do a

    s rel

    ae

    s ver

    ticai

    s ent

    re a

    s fc

    ies.

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 2012 45

    Anderson Conceio Mendes et al.

    Tabela 1 - Sumrio das feies caractersticas das litofcies identifi cadas da Formao Alter do Cho, na regio de bidos - PA.

    Fcies Cm At Aa Al Pm Pb Pd

    Litologia

    Conglomerado grosso a muito

    grosso, com clay balls e raros clastos de granitos e

    gnaisses

    Arenito mdio a grosso, com

    seixos de argila e clastos

    de granitos. Seleo mode-

    rada

    Arenito mdio a grosso, caulnico,

    com clastos de granito,

    gnaisses e pe-litos. Seleo

    moderada

    Arenito fi no a mdio, no geral, bem selecionado

    Pelito macio com cores

    variadas (ver-melhos, roxos, verdes) inter-calado com a

    fcies Al

    Pelito com cores variadas Pelito roxo

    Estruturas sedimentares

    Macio a fracamente estratifi cado

    Estratifi ca-o cruzada tabular com

    espessura en-tre 0,3 a 2 m

    Estratifi cao cruzada acana-lada de mdio e grande porte com espessura de at 0,7 m.

    Laminao cruzada do-minante, com espordicas ocorrncias

    de estratifi ca-es cruzadas

    tabulares e acanalada

    Macio ou fracamente laminado,

    ndulos ferru-ginosos

    Bioturbao e estruturas de sobrecarga?

    Slickensides; convolues;

    ball and pillow

    Feies inter-nas

    Organizado em cosets exibindo

    uniformidade vertical ou

    discreta grano-decrescncia ascendente

    Granulome-tria vertical uniforme. Foresets

    coincidentes com a fcies Aa. Segrega-o de gros

    de quartzo nos foresets

    Granulometria uniforme com

    segregao de gros de quartzo nos

    foresets.

    Laminaes internas

    Granulometria uniforme nos perfi s. Feies pedogenticas

    locais

    Contatos

    O limite infe-rior erosivo com a fcies

    Pm, o superior transicional e plano com a

    fcies At

    O limite infe-rior erosivo

    e irregular com as fcies

    Cm e Aa e superior adel-gaado com a fcies Pm e/

    ou Pb

    O contato inferior

    erosivo com a fcie At ou com a fcies

    Cm; e superior transicional com a fcies

    At

    O limite infe-rior erosivo com a fcies

    At; e superior plano com as fcies Pm

    e Pd

    O limite infe-rior erosivo com a fcies

    Aa; e superior plano com a

    fcies Pd e Al

    Irregular com fcies At e

    plano com Pm

    Limite inferior erosivo com a fcies Aa, e plano com a fcies Pm

    Geometria Lenticular ou tabularLenticular ou

    tabularEm forma de

    cunha

    Pequenas cunhas fi nas e descontnuas

    Tabular Tabular Tabular

    Extenso lateral

    Os corpos arenosos se

    estendem por centenas de

    metros

    Os corpos arenosos se estendem

    entre dezenas at centena de

    metros

    Estendem-se entre dezenas at centena de

    metros

    Corpos areno-sos descon-tnuos com

    pinch-out de at 10 m

    Observada e traada por at

    1.000 m

    Desenvolvida por at 50 m

    Moderada por at 200 m

    Interpretao Depsitos re-siduais (lags)

    Migrao de barras ou dunas

    com cristas retas por fl uxo unidirecional em regime de fl uxo inferior

    Migrao de dunas de

    cristas sinuo-sas por fl uxo unidirecional em regime de fl uxo inferior

    Ripples geradas em re-gime de fl uxo inferior. Reco-brem barras e caracterizam depsitos de crevasse e plancie de inundao

    Deposio a partir de

    suspenso em rea externa ao canal e, localmente,

    alterao por processos pe-dogenticos

    Deposio a partir de

    suspenso em rea externa ao canal e

    perda de es-trutura gerada por atividade

    biognica

    Deposio a partir de

    suspenso e processos de sobrecarga e/ou atividade

    tectnica

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 201246

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    estratifi cao cruzada acanalada com extenso lateral por varias dezenas de metros. O limite inferior ero-sivo com a fcies Cm, enquanto o contato superior gradacional e irregular com os arenitos da fcies At.

    Interpretao: a seleo moderada a pobre dos arenitos, sua geometria lenticular e a predominncia de orientao unimodal dos sentidos dos estratos cruzados favorecem uma interpretao de formas de leito fl u-viais (Collinson 1996, Miall 1996). A suave inclinao dos foresets e a granulometria grosseira sugerem que grandes sets dessa fcies provavelmente se formaram em frentes de barras com baixo ngulo de inclinao ( Smith 1970), enquanto estratifi caes menores foram geradas por dunas ou megaripples que migraram so-bre ou cruzando as margens dessas barras (Collinson 1996), como indicado pela presena de cosets compos-tos de estratos cruzados, com a inclinao das superf-cies dos cosets representando a frente da barra.

    A ausncia de plantas fsseis e detritos vege-tais (marcas e/ou fragmentos) provavelmente refl etem a prevalncia de condies climticas semiridas que

    no favorecem preservao de restos vegetais. A exten-so lateral considervel da fcies Aa, sua relao com outras fcies e o espalhamento no sentido de mergulho dos estratos cruzados (Fig. 7) sugerem que essas fcies foram depositadas em uma ampla e levemente inclina-da plancie de rio.

    Arenito com estratifi cao cruzada tabular - AtDescrio: essa fcies consiste em arenitos fi nos

    a grossos, mal selecionados com estratifi cao cruzada tabular, cujos sets atingem at 2 m de espessura. Ocorre ainda internamente, estratifi cao plano-paralela (Fig. 5B) e segregao de seixos de quartzo nos foresets. O acamamento planar da fcies At apresenta baixo ngulo (5 a 15). A espessura dos foresets diminui em direo ao topo das sees juntamente com a granulometria e a orientao dos foresets nos estratos cruzados indica paleofl uxo unidirecional para SE (Fig. 8, P4). O contato inferior dessa fcies gradacional e plano, enquanto o superior tipicamente erosivo, podendo ser localmente ondulado, com as fcies Al e Pm.

    Figura 4 - Carta estratigrfi ca da bacia do Amazonas. Modifi cada de Eiras (1998); B) Carta litoestratigrfi ca proposta para Formao Alter do Cho na regio de bidos - PA.

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 2012 47

    Anderson Conceio Mendes et al.

    Figura 5 - Litofcies identifi cadas da Formao Alter do Cho, bidos - PA. A) conglomerado macio e seixos de argila, fcies Cm; B) arenito com estratifi cao cruzada tabular, fcies At; C) arenito com estratifi cao cru-zada acanalada, fcies Aa. Notar contato com a fcies Cm na parte superior da foto; D) arenito com laminao cruzada, fcies Al; E) Pelito macio, fcies Pm e; F) Pelito deformado, fcies Pd.

    Interpretao: a fcies At interpretada como sendo formada por migrao de barras com cristas retas (Collinson 1996, Miall 1996) depositadas em regime de fl uxo inferior. A formao de estratifi cao cruzada de baixo ngulo dentro dos sets de maior escala da fcies At indica que esses sets foram produtos de migrao de barras (Cant & Walker 1976, Sharma et al. 2002). Ao contrrio, a inclinao mais ngreme da estratifi cao

    cruzada tabular caracterstica de sets em pequena escala, sendo considerados produtos de migrao de dunas 2-D com cristas retas (Ashley 1990), possivel-mente, associado com barras fl uviais (Collinson 1996).

    O contato superior da fcies At com a fcies Al e o estilo lateralmente adelgaado da barra indicam que sua altura pode ter sofrido progressiva reduo, pos-sivelmente em direo aos bancos do rio (Mazumder

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 201248

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    & Sarkar 2004). Em alguns casos, pequenos cortes (scours) ocorrem no topo das barras (Walker 1978) e, embora muitos desses cortes tenham sido preenchidos com areia, logo aps a formao, alguns foram preen-chidos com argila durante perodos de menor energia.

    A divergncia de orientao das paleocorrentes entre as fcies At e Aa, provavelmente um refl exo da deposio primria na frente ou na parte oblqua das barras do canal principal e barras transversais de ca-nais secundrios onde as fcies de avalanche das cama-das esto oblquas a orientao predominante do canal (Cant & Walker 1978).

    Arenito com laminao cruzada cavalgante - AlDescrio: essa fcies (Fig. 5D) usualmen-

    te ocorre associada s fcies de pelitos e consiste em arenito fi no que, no geral, bem selecionado. Possui geometria em forma de cunha que, lateralmente ocorre por poucos metros e contm abundantes marcas assim-tricas, laminao plano-paralela, sets cruzados em pe-quena escala e estratifi cao cruzada planar. O sentido de mergulho das lminas cruzadas o mesmo da fcies Aa. Essa fcies atinge poucas espessuras (< 0,5 m) e grada lateral e verticalmente a sedimentos mais fi nos das fcies Pm e Pd.

    Interpretao: a presena de marcas assimtri-cas e estratifi cao cruzada cavalgante recoberta por argila indica deposio tanto por suspenso como por trao (Miall 1996). Essa fcies provavelmente repre-senta o abandono temporrio da migrao das barras e/ou produto de deposio, entre as barras, ou em reas de plancies de inundao (Bose & Chakraborty 1994, Collinson 1996).

    Pelito macio - PmDescrio: essa fcies frequente em todos os

    perfi s sendo formada por pelitos de cores variadas (Fig. 5E) (vermelhos, roxos, verdes escuros), que po-dem ocorrer intercalados com a fcies Al. A fceis Pm macia com contato inferior gradacional, enquanto o superior erosivo com a fcies Aa. As camadas de pe-lito variam entre 0,3 a 2 m de espessura e apresentam geometria tabular.

    Interpretao: a fcies Pm representa deposio a partir de suspenso em plancies inundadas onde os sedimentos fi nos recobrem os demais depsitos. Finas camadas de arenitos so comumente associadas com os pelitos e representam depsitos de espraiamento de crevasse adjacentes ao canal principal do rio. Exposi-es subareas dos pelitos so indicadas pela presen-a de gretas de dissecao. Pelitos vermelhos e roxos, associados com gretas de dissecao, so provavel-mente, o resultado de intemperismo atual ou subatual, embora a interpretao como red beds desenvolvidos

    em condies semiridas no possa ser descartada (Van Houten 1973, Turner 1980, Bridge 2006, Cain & Mountney 2009).

    Pelito deformado - PdDescrio: esta fcies (Fig. 5F) assim como f-

    cies Pm frequente. Formada por pelito deformado de cor avermelhada e geometria tabular, atinge at 0,7 m de espessura. As deformaes so suaves com formas cncavas para baixo. Marcas de razes ocorrem disse-minadas. O contato superior do pelito gradacional com a fcies Pm.

    Interpretao: a fcies Pd interpretada como deposio a partir de suspenso em plancies inunda-das. Sobrecarga e/ou atividade tectnica, indicadas por slickensides, causaram a perda da estrutura primria bem como exposies subareas registradas por gretas de dissecao.

    Pelito bioturbado - PbDescrio: a fcies Pb, se comparada s demais

    fcies de pelitos (Pm e Pd) menos representativa. formada por pelito com bioturbao (icnofsseis e mar-cas de razes), com espessura variando entre 0,2 e 1 m, onde gretas de dissecao so frequentes.

    Interpretao: a fcies Pb foi depositada em am-biente de plancie de inundao. Sua pouca espessura e representatividade poderiam estar ligadas limita-da rea de vegetao ou ao grau de atividade restrita biognica.

    ASSOCIAO DE FCIES As litofcies foram organizadas em duas associaes (preenchimento de canal e depsitos externos ao canal), as quais agrupam subambientes caractersticos das mesmas (Tab. 2). Os depsitos de preenchimento de canal so constitudos de: barra conglomertica, macroformas arenosas e bar-ras de acreo lateral enquanto os depsitos externos ao canal incluem dique marginal, espraiamento de crevas-se e plancie de inundao.

    Preenchimento de canalASPECTOS GERAIS O canal caracterizado por base erosiva que corta os depsitos de plancie de inun-dao (Fig. 6). Sua base tem forma irregular cncava com at 2 m de profundidade. Os elementos que preen-chem o canal compreendem barras conglomeradas sob forma de conglomerados macios a fracamente estrati-fi cados (Cm), formas de leitos arenosas constitudos de arenitos grossos das fcies Aa e At e barras de acreo lateral. O contato erosivo entre pelitos (subjacente) e a fcies Cm uma superfcie de 5 ordem (Miall 1985) que marca o incio de cada ciclo granodecrescente as-cendente nas sucesses.

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 2012 49

    Anderson Conceio Mendes et al.

    Tabe

    la 2

    - Su

    mr

    io d

    as fe

    ie

    s car

    acte

    rst

    icas

    dos

    ele

    men

    tos a

    rqui

    tetu

    rais

    iden

    tifi c

    ados

    par

    a a

    Form

    ao

    Alte

    r do

    Ch

    o,

    bido

    s - P

    A.

    Ass

    . de

    fci

    esE

    lem

    ento

    Geo

    met

    ria

    Des

    cri

    oF

    cies

    Inte

    rpre

    ta

    oPreenchimento de canal

    Bar

    ra

    cong

    lom

    ert

    ica

    Geo

    met

    ria a

    delg

    aad

    a ou

    tabu

    lar c

    om a

    t

    0,5

    m d

    e es

    pess

    ura.

    Cam

    adas

    com

    lim

    ites

    irreg

    ular

    es e

    ero

    sivo

    s. C

    omum

    na

    base

    do

    s cic

    los g

    rano

    decr

    esce

    ntes

    asc

    ende

    ntes

    . M

    udan

    as a

    brup

    tas d

    e lit

    ofc

    ies,

    na b

    ase

    Cm

    A

    aC

    arga

    de

    fund

    o m

    ovid

    a du

    rant

    e co

    rren

    tes f

    orte

    s de

    inun

    da

    o

    Form

    as d

    e le

    itos

    aren

    osas

    Cor

    pos t

    abul

    ares

    a a

    delg

    aad

    os c

    om a

    t

    2 m

    de

    espe

    ssur

    a. F

    orm

    ado

    por s

    ets c

    om

    estra

    tifi c

    ao

    cru

    zada

    tabu

    lar e

    aca

    nala

    da,

    orga

    niza

    das e

    m c

    iclo

    s gra

    node

    cres

    cent

    es

    asce

    nden

    tes

    At

    Aa Al

    Dep

    osi

    o e

    acu

    mul

    ao

    por

    mig

    ra

    o de

    dun

    as

    2-D

    e 3

    -D, n

    as fr

    ente

    s ou fl a

    ncos

    dos

    can

    ais

    Bar

    ra d

    e ac

    re

    o la

    tera

    l

    Cor

    pos c

    om g

    eom

    etria

    lent

    icul

    ar, v

    aria

    n-do

    de

    2-6

    m d

    e ex

    tens

    o. E

    stra

    tifi c

    ao

    cr

    uzad

    a ta

    bula

    r inc

    linad

    a de

    0,5

    a 1

    m

    de e

    spes

    sura

    , com

    supe

    rfc

    ies l

    imita

    ntes

    pa

    rale

    las a

    o ei

    xo d

    epos

    icio

    nal d

    o ca

    nal

    At

    Aa

    Dep

    osita

    do p

    or a

    cre

    o la

    tera

    l can

    al q

    ue so

    freu

    al

    tas t

    axas

    de

    mig

    ra

    o la

    tera

    l

    Depsitos externos ao canal

    Diq

    ue m

    argi

    nal

    Cor

    pos a

    delg

    aad

    os c

    om a

    t 2

    m d

    e es

    pess

    ura.

    Con

    sist

    em d

    e ar

    enito

    md

    io

    slti

    co e

    pel

    itos

    Aa Al

    Pm

    Dep

    sito

    s de

    acre

    o

    verti

    cal d

    esen

    volv

    idos

    en

    tre o

    can

    al e

    re

    as a

    djac

    ente

    s p

    lan

    cie

    de

    inun

    da

    o

    Can

    al d

    ecr

    evas

    se

    Cor

    pos e

    m fo

    rma

    de lo

    bos e

    can

    ais d

    e 2

    a 10

    m d

    e ex

    tens

    o. D

    elga

    das c

    amad

    as d

    e pe

    litos

    inte

    rcal

    adas

    com

    are

    nito

    s

    At

    Aa

    Pm

    Dep

    osi

    o c

    omo

    crev

    asse

    spla

    y e

    prx

    imo

    ao

    cana

    l na

    plan

    cie

    de

    inun

    da

    o

    Plan

    cie

    de

    inun

    da

    o

    Cor

    pos t

    abul

    ares

    , mac

    ios

    , bio

    turb

    a-do

    s ou

    defo

    rmad

    o at

    ingi

    ndo

    at

    5 m

    de

    esp

    essu

    ra, i

    nter

    cala

    do c

    om a

    reni

    tos

    fi nos

    lam

    inad

    os. G

    reta

    s de

    diss

    eca

    o,

    slic

    kens

    ides

    e p

    edra

    s de

    ferr

    o (ir

    onst

    ones

    ) s

    o co

    mun

    s

    Pm

    Pb

    Pd

    Al

    Dep

    sito

    s de

    plan

    cie

    de

    inun

    da

    o in

    terc

    alad

    os

    com

    ped

    ras d

    e fe

    rro

    (iron

    ston

    es) e

    pal

    eoss

    olo.

    D

    epos

    itado

    s em

    re

    as d

    ista

    ntes

    do

    cana

    l prin

    ci-

    pal e

    m a

    mbi

    ente

    rid

    o/se

    mi

    rido

    e ox

    idan

    te

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 201250

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    Figu

    ra 6

    - A)

    Bar

    ranc

    o do

    rio

    Am

    azon

    as e

    xpon

    do a

    For

    ma

    o A

    lter

    do C

    ho.

    B) D

    esen

    ho e

    sque

    mt

    ico

    mos

    tran

    do c

    anal

    aba

    ndon

    ado

    pree

    nchi

    do c

    om a

    rgila

    . C)

    Det

    alhe

    do

    cana

    l pre

    ench

    ido.

    Obs

    erva

    r cam

    adas

    de

    cong

    lom

    erad

    o e

    aren

    itos c

    om se

    ntid

    o de

    pal

    eoco

    rren

    tes,

    no p

    erfi l

    .

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 2012 51

    Anderson Conceio Mendes et al.

    Nos perfi s de bidos foram reconhecidos at onze ciclos de granodecrescncia ascendente, que va-riam cada um de 1-6 m de espessura. Os canais podem ser traados lateralmente por dezenas de metros. Sua margem, quando exposta, mostra geometria acunhada indicando pequenas incises. Nestas margens, as fcies Cm e Aa apresentam-se com geometria em pinch-out.

    BARRA CONGLOMERTICA Esse elemento forma-do pelas fcies Cm e Aa. Possuem geometria lenticular traveis, lateralmente, por vrios metros. Internamen-te, exibem mudanas, verticais e laterais, entre as fcies Cm e Aa, sendo que formam depsitos de lag, caracteri-zados por superfcies de baixo relevo e limites erosivos. A geometria lenticular a acunhada e fi nas camadas de Cm e Aa associados com superfcies escavadas indicam deposio de lag (Allen 1970, Leeder 1973).

    FORMAS DE LEITOS ARENOSAS Essas formas so os elementos mais comuns e registrados em todas as se-es estratigrfi cas dos arenitos de Formao Alter do Cho (Fig. 7). Apresentam geometria lenticular, tabular ou acunhada com espessura entre 1 e 5 m e extenso la-teral por at 150 m. Eles so compostos de camadas or-ganizadas em ciclos de granodecrescncia ascendentes, caracterizados por passagem de areias seixosas (Cm) as quais, seo acima, passam gradualmente a arenitos grossos com estratifi cao cruzada acanalada (Aa) ou arenitos mdios a grossos com estratifi cao cruzada tabular (At), os quais so recobertos por sedimentos fi -nos (Pm, Pd, Pb e Al) da plancie de inundao. Os are-nitos tabulares predominam nas partes mdias dos ci-clos de granodecrescncia. A base dos leitos arenosos composta de arenitos ricos em clastos de argila, que so produto de retrabalhamento dos pelitos da plancie de inundao (fenmeno conhecido como terra cada). A espessura das camadas das fcies Aa e At diminuem para o topo dos ciclos granodecrescentes.

    A orientao dessas macroformas geralmente normal direo de paleofl uxo, como mensurado nos foresets das fcies Aa e At. Dados de paleocorrente mostram uma disperso moderada e um trend unimo-dal para sul-sudoeste (Figs. 7 e 8). A diminuio da es-pessura dos sets cruzados comumente indica mudanas nas formas de leito, de dunas para marcas onduladas, que refl etem um decrscimo na energia de transporte do canal (Halfar et al. 1998).

    BARRA DE ACREO LATERAL Esse elemento pos-sui forma lenticular com 3 m de espessura e 10-15 m de extenso dominados por arenitos fi nos a mdios sobre-postos a arenitos intercalados com pelitos (Fig. 8). Os sets com estratifi cao cruzada tabular so mais abun-dantes que os com estratifi cao cruzada acanalada. As

    superfcies inclinadas dos estratos tabulares so obl-quas ao sentido do canal indicado pelo sentido do mer-gulho da fcies Aa.

    A interpretao como barra de acreo lateral ou em pontal baseada no tamanho da barra, sua ex-tenso lateral bem como no sentido das paleocorrentes (90-110Az) oblquos ao canal principal (Fig. 8-P4). As ocorrncias de arenito com laminaes parasticas jun-tamente com ocorrncia lateral desenvolvida tambm suportam a hiptese de uma barra em pontal. Medidas de paleocorrentes realizadas nos estratos das lamina-es parasticas indicam sentido para 320-330Az (Fig. 8-P1). A presena de mud plugs sobre arenitos da barra em pontal indica abandono abrupto ou por avulso cut - off do canal.

    Depsitos externos ao canalDIQUE MARGINAL Este elemento apresenta formas tabulares com bordas delgadas que se estendem por algumas dezenas de metros e atingem at 2 m de es-pessura (Fig. 9). So formados por arenitos slticos que gradam para arenitos fi nos, sendo estes sobrepostos por pelitos. A borda desse elemento ocorre em associao com a plancie de inundao, sendo que esta recobre os depsitos do dique.

    O reconhecimento como dique marginal foi ba-seado na relao com a margem do canal, interpretado como canal de crevasse (Fig. 9) e com a plancie de inundao sugerindo interpretar este elemento como depsitos de diques marginais (Brierley et al. 1997). Os arenitos slticos e fi nos so interpretados como depsitos que romperam os diques marginais (canal de crevasse) sobre a plancie de inundao (Aslan & Blum 1999).

    CANAL DE CREVASSE Este elemento consiste em lbulos a canais, com arenitos de granulometria mdia, na base, e fi na, para o topo (Fig. 9), que formam corpos cncavos de 3 m de espessura por at 10 m de largura. Internamente, este elemento, apresenta estratifi caes cruzadas acanalada, tabular e plano-paralela. Alm de pequenas marcas de razes, gretas de dissecao e fei-es de bioturbao que ocorrem na parte superior des-se elemento.

    As camadas de pelito, cortadas por esse elemen-to, representam depsitos da plancie de inundao. Com base no adelgaamento lateral, reduo granulo-mtrica e relacionamento lateral com pelitos da plan-cie de inundao, este elemento interpretado como canal de crevasse (Capuzzo & Wetzel 2004) que rom-peu durante as cheias o dique marginal do canal.

    PLANCIE DE INUNDAO A parte superior dos ciclos da Formao Alter do Cho caracterizada por

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 201252

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    Figu

    ra 7

    - A)

    Fc

    ies a

    reno

    sas s

    obre

    post

    as a

    dep

    sito

    s de

    plan

    cie

    de

    inun

    da

    o. B

    ) Det

    alhe

    dos

    dep

    sito

    s da

    plan

    cie

    de

    inun

    da

    o; C

    ) Des

    enho

    esq

    ue-

    mt

    ico

    a pa

    rtir

    de

    B; D

    e E

    ) Det

    alhe

    e d

    esen

    ho e

    sque

    mt

    ico

    da f

    cies

    Aa;

    e F

    ) Perfi l

    est

    ratig

    rfi c

    o co

    m m

    edid

    as d

    e pa

    leoc

    orre

    ntes

    .

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 2012 53

    Anderson Conceio Mendes et al.

    Figu

    ra 8

    - A)

    Fot

    o e B

    ) Des

    enho

    esqu

    emt

    ico

    de u

    ma

    barr

    a de

    acr

    eo

    late

    ral.

    Obs

    erva

    r dep

    sito

    s de p

    lan

    cie d

    e inu

    nda

    o re

    cobr

    indo

    a b

    arra

    de a

    cre

    o

    late

    ral e

    sent

    ido

    de p

    aleo

    corr

    ente

    s, on

    de P

    1

    inte

    rpre

    tado

    com

    o m

    edi

    es e

    m la

    min

    ae

    s par

    asti

    cas e

    P4

    med

    ido

    na b

    arra

    .

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 201254

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    Figu

    ra 9

    - A)

    Fot

    o em

    cam

    po e

    B) D

    esen

    ho e

    sque

    mt

    ico

    do c

    anal

    de

    crev

    asse

    e d

    o di

    que

    mar

    gina

    l; C

    ) Det

    alhe

    da

    form

    a ac

    unha

    da d

    a bo

    rda

    do c

    anal

    so

    brep

    osta

    ao

    diqu

    e m

    argi

    nal;

    D) d

    esen

    ho e

    sque

    mt

    ico

    a pa

    rtir

    de

    C. O

    bser

    var p

    erfi l

    est

    ratig

    rfi c

    o da

    por

    o

    inte

    rna

    ao c

    anal

    .

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 2012 55

    Anderson Conceio Mendes et al.

    sucesses de at 3 m de espessura de pelitos roxos, avermelhados e amarelos interacamadados com are-nitos fi nos da fcies Al (Fig. 7). Esses depsitos, de geo metria tabular, podem ser traados lateralmente por distncias de at 300 m em direes paralelas e per-pendicular aos canais. Partes dos argilitos com gretas de dissecao e dos arenitos fi nos so sotopostos por camadas de at 0,2 m de espessura de pedras de ferro (ironstones). Essas pedras de ferro (ironstones) indi-cam mobilizao de Fe3+ e Fe2+ que sugerem frequen-tes fl utuaes no nvel fretico (Turner 1993). Podem ocorrer tambm feies pedogenticas que incluem envelopes de argila e oxi-hidrxido de ferro nos gros de quartzo, estruturas blocky (peds), marcas de razes, bioturbao e slickensides (Retallack 1988, Kraus & Aslan 1999).

    Os elementos reconhecidos sugerem depsitos argilosos de plancie de inundao com fi nos depsitos arenosos e paleossolo incipiente. A presena de mlti-plos horizontes de paleossolos sugere tempo sufi ciente entre as inundaes peridicas para o desenvolvimento de feies pedogenticas, pelo menos, incipientes.

    MODELO DEPOSICIONAL Os perfi s da Formao Alter do Cho, na rea em estudo, so contnuos late-ralmente, por mais de 3,5 km. So constitudos, princi-palmente de arenitos e, secundariamente, pelitos e con-glomerados. As litofcies esto organizadas em ciclos de granodecrescncia ascendente com predomnio das fcies Aa e At, atribudas migrao de formas de leito com cristas sinuosas e retas, respectivamente, e acre-o lateral de arenitos, alm de conglomerados da fcies Cm, representando depsitos de lag no fundo dos canais. Os pelitos das fcies Pm, Pd e Pb, em partes intercaladas com arenitos fi nos a mdios, na poro superior dos ci-clos, so depsitos externos ao canal (overbank fcies).

    Essas caractersticas aliadas distribuio uni-modal e mudana no sentido dos padres de paleocor-rente apontam para a Formao Alter do Cho, prximo a bidos, um sistema fl uvial meandrante com variao em sinuosidade do canal e/ou carga de fundo. As fcies pelticas so mais abundantes e espessas na parte infe-rior dos perfi s, que nas partes superiores, sugerindo um sistema meandrante dominado por carga mista (mixed--load; Fig. 10).

    Figura 10 - Bloco diagrama do modelo deposicional proposto para Formao Alter do Cho, regio de bidos - PA. A) Sistema meandrante com grande sinuosidade (parte inferior dos perfi s) e B) Sistema meandrante pouco sinuoso (parte superior dos perfi s). Para legenda ver fi gura 3.

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 201256

    Anlise faciolgica da Formao Alter do Cho (Cretceo, Bacia do Amazonas), prximo cidade de bidos, Par, Brasil

    A baixa proporo de fcies pelticas, na parte su-perior dos perfi s, pode ser funo de: 1) gradiente fl uvial intermedirio (uplift) impedindo maior acumulao de pelitos; 2) clima moderado a seco com pouca vegetao permitindo rpida migrao do canal favorecendo, em menor proporo, a gerao e deposio de argila.

    CONCLUSES Os arenitos da Formao Alter do Cho, prximo cidade de bidos - PA, foram depo-sitados em um sistema fl uvial meandrante com varia-o de sinuosidade (alta, na base dos perfi s e baixa, no topo) e com carga mista (mixed-load). Essas caracte-rsticas da Formao Alter do Cho podem ser com-paradas com as do modelo fl uvial 6 de Miall (1996). Foram reconhecidas sete litofcies (Cm, Aa, At, Al, Pm, Pb e Pd) organizadas em ciclos granodecrescen-tes ascendentes que variam de 1-6 m de espessura. A diversidade de estruturas sedimentares indica deposi-o sob condies subaquosas em regime de fl uxo in-ferior enquanto gretas de dissecao esto relacionadas com exposies subareas. Anlises de paleocorrentes

    indicam predomnio de fl uxos unimodais com direes preferenciais para S/SW.

    As litofcies foram organizadas em duas asso-ciaes de fcies representadas por: preenchimento de canal, formado por barra conglomertica; formas de leitos arenosas e barra de acreo lateral e depsitos externos ao canal, formados por dique marginal, canal de crevasse e plancie de inundao. Na associao de preenchimento de canal ocorre predomnio das fcies arenosas que se destacam nas partes superiores dos per-fi s estudados, enquanto os depsitos externos ao canal predominam as litofcies pelticas, com destaque nas partes inferiores dos perfi s.

    Agradecimentos Os autores agradecem Universi-dade Federal do Par (UFPA) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM) pela infraestrutura fornecida, Profa. Adriana Horbe (UFAM) pelo seu projeto que deu suporte a parte desse trabalho e ao Prof. Cludio Lama-ro (UFPA) pela ajuda com o microscpio eletrnica de varredura.

    Referncias

    Allen J.R.L. 1970. Studies in fluviatile sedimentation: a comparison of fining upwards cyclothems, with particular reference to coarse member composition and interpretation. Jour. Sed. Petrol. 40:298-323.

    Arnot M.J., Good T.R., Lewis J.J.M. 1997. Photogeological and image-analysis techniques for collection of large-scale outcroup data. Jour. of Sedim. Res. 67:984-987.

    Ashley G.M. 1990. Classification of large-scale sub-aqueous bedforms: a newlook at an old problem. Jour. Sed. Petrol. 60:160-172.

    Aslan A. & Blum M.D. 1999. Contrasting style of Holocene avulsion, Texas Gulf Coastal Plain, USA. In: Smith N.D. & Rogers J. (eds.) Fluvial Sedimentology VI. Oxford, Blackwell, p. 193-209.

    Bose P.K. & Chakraborty P.P. 1994. Marine to fluvial transition: Proterozoic Upper Rewa Sandstone, Maihar, India. Sed. Geol. 89:285-302.

    Boulang B. & Carvalho A. 1997. The bauxite of PortoTrombetas In: Carvalho A., Boulang B., Melf A.J., Lucas Y. (eds.) Brazilian Bauxites. So Paulo, USP/FAPESP/ORSTOM, p. 55-73.

    Bridge J.S. 2006. Fluvial facies models: recent developments. In: Posamentier H.,Walker R.G. (eds.) Facies Models Revisited. Tulsa, SEPM Society for Sedimentary, p. 85-170.

    Brierley G.J. & Ferguson R.J. 1997. What is a fluvial levee? Sed. Geol. 114:1-9.

    Cain S.A. & Mountney N.P. 2009. Spatial and temporal evolution of a terminal fluvial fan system: the Permian Organ Rock Formation, South East Utah, USA. Sedimentology, 56:1774-1800.

    Cant D.J. & Walker R.G. 1976. Development of a braided

    fluvial facies model for the Devonian Battery Point Sandstone, Quebec. Can. Jour. Earth-Sci. 13:102-119.

    Cant D.J. & Walker R.G. 1978. Fluvial processes and facies sequences in the sandy braided South Saskatchewan River, Canada. Sedimentology, 25:625-648.

    Caputo M.V. 1984. Stratigraphy, tectonics, paleoclimatology and paleogeography of northern basins of Brazil. Tese de Doutorado, University of California, Santa Barbara, 583 p.

    Caputo M.V. & Rodrigues R.D.N.N. 1972. Nomenclatura estratigrfica da bacia do rio Amazonas. In: SBG, Cong. Bras. Geol., 26, Anais, p. 35-46.

    Capuzzo N. & Wetzel A. 2004. Facies and basin architectural of the Late Carboniferous Salvan-Dornaz continental basin (Western Alps, Switzerland/France). Sedimentology, 51:675-697.

    Collinson J.D. 1996. Alluvial Sediments. In: Reading H.G. (ed.) Sedimentary Environments and Facies, 3.ed. Oxford, Blackwell, p. 37-82.

    Costa A.R.A. 2002. Tectnica Cenozica e movimentao salfera na Bacia do Amazonas e suas relaes com a geodinmica das placas da Amrica do Sul, Caribe, Cocos e Nazca. Dissertao de Mestrado, Instituto de Geocincias, Universidade Federal do Par, Belm, 238 p.

    Cunha F.M.B., Gonzaga F.G., Coutinho L.F.C. Feij F.J. 1994. Bacia do Amazonas. Bol. Geoc. Petrob., 8:47-55.

    Daemon R.F. 1975. Contribuio datao da Formao Alter do Cho, bacia do Amazonas. Rev. Bras. Geo. 5:58-84.

    Daemon R.F. & Contreiras C.J.A. 1971. Zoneamento palinolgico da bacia do Amazonas. In: SBG, Cong. Bras. Geol., 26, Anais, p. 79-92.

  • Revista Brasileira de Geocincias, volume 42 (1), 2012 57

    Anderson Conceio Mendes et al.

    Dino R., Silva O.B., Abraho D. 1999. Palynological and stratigraphic characterization of the Cretaceous strata from the Alter do Cho Formation, Amazonas basin. In: UNESP, Simpsio sobre o Cretceo do Brasil and Simpsio sobre el Cretcico de Amrica del Sur, 5, Anais, p. 557-565.

    Eiras J.F, Becker C.R., Souza E.M, Gonzaga F.G., Silva J.G.F, Daniel L.M.F. 1994. Bacia do Solimes. Bol. Geoc. Petrob., 8:17-45.

    Eiras J.F. & Matsuda N.S. 1995. Roteiro Geolgico do Paleozico do rio Tapajs, borda sul da bacia do Amazonas, Par. Belm, PETROBRS/E & P AM, Relatrio interno.

    Eiras J.F. 1998. Geology and petroleum system of the Solimes basin, Brazil. In: Rio98 AAPG, International Conference & Exhibition, Rio de Janeiro, Extended Abstracts, p. 446.

    Halfar J., Riegel W., Walther H. 1998. Facies architecture and sedimentology of a meandering fluvial system: a Palaeogene example from the Weisselster basin, Germany. Sedimentology, 45:1-17.

    Horbe A.M.C., Vieira L.C., Nogueira A.C.R. 2006. Geoqumica de camadas vermelhas bioturbadas da Formao Alter do Cho, Cretceo da bacia do Amazonas. Rev. Bras. Geoc., 36:13-20.

    Kraus M.J. & Aslan A. 1999. Paleosol sequence in fl oodplain environments: a hierarchical approach. In: Thiry M. & Simon-Coincon R. (eds.) Palaeo-Weathering, Palaeo-Surfaces and Related Continental Deposits. Oxford, Blackwell, p. 303-321.

    Leeder M.R. 1973. Fluviatile fining-upward cycles and themagnitude of palaeo-channels. Geol. Mag., 110:265-276.

    Lucas Y. 1997. The bauxite of Juruti. In: A. Carvalho, B. Boulang, A.J. Melf, Y. Lucas (eds.) Brazilian Bauxites. So Paulo, USP/FAPESP/ORSTOM, p. 107-133.

    Mazumder R. & Sarkar S. 2004. Sedimentary history of the Palaeoproterozoic Dhanjori Formation, Singhbhum, eastern India. Precambrian Res., 130:267-287.

    Miall A.D. 1985. Architectural-element analysis: a new method of facies analysis applied to fluvial deposits. Earth Sci. Rev., 22:261-308.

    Miall A.D. 1992. Alluvial deposits In: Walker R.G & James N.P. (eds) Fcies models: response to sea level change. St. Johns, Geological Association of Canada, p. 119-142.

    Miall A.D. 1996. The Geology of Fluvial Deposits: Sedimentary Facies, Basin Analysis, and Petroleum Geology. New York, Springer-Verlag, 582 p.

    Moura P. 1938. Geologia do baixo Amazonas. Rio de Janeiro, Servio Geolgico e Mineralgico, Boletim 91, 94 p.

    Kistler P. 1954. Historical resume of the Amazon Basin. Belm, PETROBRAS/RENOR, Relatrio interno 104-A.

    Nepomuceno Filho F. & Theodoro C.E. 1985. Evoluo tecnolgica e consequente aumento na resoluo dos dados ssmicos na bacia do Amazonas. In: SBG, Simp. Geol. Amaznia, 2, Anais, p. 267-283.

    Nogueira A.C.R., Vieira L.C., Suguio K. 1999. Paleossolos da Formao Alter do Cho, Cretceo-Tercirio da

    bacia do Amazonas, regies de Presidente Figueiredo e Manaus. In: UNESP, Simpsio sobre o Cretceo do Brasil and Simpsio sobre el Cretcico de Amrica del Sur, 5, Anais, p. 261-266.

    Petri S. & F lfaro V.J. (eds) 1983. Geologia do Brasil (Fanerozico). So Paulo, USP, 631 p.

    Price L.I. 1960. Dentes de Theropoda num testemunho de sonda no estado do Amazonas. Anais da Acad. Bras. Cin., 32:79-84.

    Retallack G.J. 1988. Field recognition of palaeosols. In: J. Reinhardt, W.R. Sigelo (eds.) Palaeosols and Weathering Through Geological Time: Principles and Applications. London, Geol. Soc. Am. Spec. Publ., p. 1-20.

    Rezende W.M. & Brito C.G. 1973. Avaliao geolgica da bacia paleozica do Amazonas. In: SBG, Cong. Brasil. Geol., 27, Anais, p. 227-245.

    Rossetti D.F. & Netto R.G. 2006. First evidence of marine influence in the Cretaceous of the Amazonas basin, Brazil. Cretaceous Res., 27:513 528.

    Rozo J.M.G., Nogueira A.C.R ., Carvalho, A.S. 2005. Anlise multitemporal do sistema fl uvial do Amazonas entre a ilha do Careiro e a foz do rio Madeira. In: INPE, Simp. Brasil. Sens. Rem., 12, Anais, p. 1875-1882.

    Sharma M., Sharma S., Shukla K.U., Singh B.I. 2002. Sandstone body architecture and stratigraphic trend in the Middle Siwalik Succession of the Jammu area. India. J. Asian Earth. Sci., 20:817-828.

    Smith N.D. 1970. The braided stream depositional environment: comparison of the Platte river with some Silurian clastic rocks: north-central Appalachians. Geol. Soc. Am. Bull., 81:2993-3041.

    Turner P. (ed.) 1980. Continental red beds. Developments in sedimentology. Amsterdam, Elsevier, 562 p.

    Turner B.R. 1993. Palaeosols in Permo-Triassic continental sediments from Prydz bay, East Antarctica. J. Sediment. Petrol., 63:694-706.

    Truckenbrodt W., Kotschoubey B., Ges A.M. 1982. Consideraes a respeito da idade das bauxitas na parte leste da regio amaznica. In: SBG, Simp. Geol. Amaznia, 1, Anais, p. 201-209.

    Van Houten F.B. 1973. Origin of red beds: a review 1961-1972. Rev. Earth Plant. Sci., 1:39-61.

    Walker R.G. 1978. Facies models. Geo. Sci. Can. Rep. Ser., 1:171-188.

    Walker R.G. 1992. Facies, facies models and modern stratigraphic concepts. In: R.G. Walker & N.P. James (eds.) Facies Models - Response to sea Level Change. St. Johns, Geological Association of Canada, p. 1-14.

    Walker R.G. 2006. Facies models revisited. In:.W. Posamentier H.W. & Walker R.G. (eds.) Facies Models Revisited. Tulsa, SEPM Society for Sedimentary, p. 1-17.

    Wanderley Filho J.R. 1991. Evoluo estrutural da bacia do Amazonas e sua correlao com o embasamento. Dissertao de Mestrado, Instituto de Geocincias, Universidade Federal do Par, Belm, 125 p.

    Manuscrito ID 17011Submetido em 11 de maio de 2010Aceito em 07 de fevereiro de 2012