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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DA UNIVERSIDADE DA MADEIRA 80 n. º et al.

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Revista da Associação Académica da Universidade da Madeira.

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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICADA UNIVERSIDADE DA MADEIRA

80n.º et al.

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APOIOMECENASMECENAS OFICIAIS

EDIÇÃO: Setembro/Outubro de 2015 · PROPRIEDADE: Associação Académica da UMa · EDITORA: Imprensa Académica · DIRECTOR:

Luís Eduardo Nicolau · EDITOR: Rúben Castro · REVISÃO: Carlos Diogo Pereira · DESIGN GRÁFICO: David Quintal · CAPA E CONTRACA-

PA: Pia de água benta, na Igreja do Colégio dos Jesuítas. TEXTO DA CONTRACAPA: Cristina Pinheiro. AUTORES DOS TEXTOS: Estudan-

tes, antigos estudantes e professores da Universidade da Madeira; voluntários europeus dos projectos da AAUMa e entidades externas,

que colaboram no projecto. · PUBLICIDADE: Departamento de Comunicação da AAUMa · DISTRIBUIÇÃO: Gratuita · VERSÃO ON-LINE:

www.aauma.pt · TIRAGEM: 1.000 exemplares · EXECUÇÃO GRÁFICA: Graficamares, Lda. · DEPÓSITO LEGAL: 321302/10 · ISSN: 2183-492X

O CONTEÚDO DESTA PUBLICAÇÃO NÃO PODE SER REPRODUZIDO NO TODO, OU EM PARTE, SEM AUTORIZAÇÃO ESCRITA DA AAUMa. AS OPINIÕES EXPRESSAS NA REVISTA SÃO AS DOS AUTORES E NÃO NECESSARIAMENTE AS DA AAUMa. A REVISTA ET AL. É ESCRITA COM A ANTIGA ORTOGRAFIA, SALVO OS ARTIGOS ASSINALADOS.

FICHA TÉCNICA

JOÃO FRANCISCO BAPTISTA

Aproxima-se mais um ano lectivo e a Associação Académica da UMa, a exemplo de todos os anos, prepara um conjunto de activi-dades e iniciativas direccionadas, não só para o estudante univer-sitário, mas também para a comunidade em geral. Num grupo de colaboradores, constituído por estudantes e antigos estudantes, todas as nossas iniciativas são pensadas de forma a enriquecer a nossa sociedade através de projectos que abrangem diversas áreas do conhecimento.

Aproveitando, para muitos, a época de férias, convido-vos a co-nhecer um pouco mais sobre a nossa ilha da Madeira, através dos projectos da AAUMa. Para isso, comecem por visitar o Colégio dos Jesuítas, que dá actualmente lugar à Reitoria da Universidade da Madeira, e que teve um papel fulcral na história da nossa ilha. De-pois, recomendo-vos visitar o nosso espaço no Armazém do Mercado, o History Tellers, onde poderão conhecer a história da zona velha da cidade do Funchal, num pequeno passeio que dará, com certe-za, uma perspectiva diferente dessas ruas. Convido-vos, também, a visitarem os Paços do Concelho, onde poderão conhecer todos os cantos do edifício da Câmara Municipal do Funchal e toda a sua riqueza. Os nossos colaboradores esperam pela vossa visita e estes comprometem-se as esclarecer todas as vossas dúvidas.

Estes são apenas alguns dos projectos que desenvolvemos ao lon-go de todo o ano. Pretendemos enriquecer cada vez mais as nossas iniciativas, pois todas elas estão em constante desenvolvimento. Se quiseres fazer parte desta evolução, aparece e participa.

A ABRIR

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4 http://www.aauma.pt

ANA MIRKOVIC

My odyssey started with the application some-where in April and with my first Skype interview with EVS/Eurodyssee coordinator from AAUMa. Eurodyssee is an international exchange program for the young people from regions that are part of the Assembly of European Regions – AER. Call it a hunch, a forefeel or a woman intuition but from the very beginning, I had a good feeling about it. I have very well known the program because lots of my friends and acquaintances in my surrounding were part of it but none has ever been at the Madeira. The program is consisted of 4 months, first to learn a Portuguese language and the following three months for working. Since I had a degree in Cultu-re and Tourism, that I finished in my hometown, in

Odyssey in theisland of Madeira

Pula, Croatia, I wanted to apply for the job position that involves those two sectors. Considering that, working as a tourist guide on the Jesuits College seemed like a great opportunity. Even more becau-se in 2009 I finished the course for a tourist guide in Zagreb but I have not worked in that profession. Guided by the various motives such as learning a new language, meeting a new culture, gaining some new professional skills I arrived on Madeira at the end of the May. From the same program du-ring the first days, another nine persons from other regions, mostly Spanish, join me in this journey. I cannot say that it was a love at first sight between Madeira and me, but gradually, discovering parts of the island, meeting people and acting like a local

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Since I had a degree in Culture and Tourism, that I fini-shed in my hometown, in Pula, Croatia, I wanted to apply for the job position that involves those two sectors.

I started to like it. The first month passed mostly in learning the language, and discovering island’s nature that I find mind-blowing. By now, there is dozen’s of kilometers of levadas and other pats that I passed, but my favorite is for sure Ponta de Sao Lourenço. Bare rocks and clear sea left me spee-chless. Besides that, the cultural part of the island is not any less interesting. With the Academia de Línguas da Madeira where we had our language course we also had a cultural education and we were visiting various museums and sacral facili-ties. It was a great introduction for what followed.

Second month was the time when I started with my work on the Jesuits College. Together with me, three more people from the Europen Vo-

loutering Service came for the same reasons, two Spanish and one Pollack girl. First days were de-dicated to the lections about the college and about the history not just of the Jesuits but also about the island and Funchal with our mentors from the AAUMa. I started to slowly meet the story behind the empty college walls and the College church. By now, I learned a lot, but of course not every-thing. It is still a work in process, because getting know more than 400 hundred years of it history in just a couple of weeks it impossible.

My knowledge about the Jesuits’ College is still like the puzzles that I am putting it in the image. At this point, I am at the half of my stay, in the process of learning, working and living my Madeiran life.

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VERA DUARTE

A cada acto eleitoral há sempre uma força in-vencível. Há quem lhe chame a oposição dos tem-pos modernos, mas a verdade é que os primeiros estudos sobre os comportamentos eleitorais e a abstenção datam já de 1924.

De facto, muitos têm vindo a estudar o fenóme-no, mas a mudança de atitude cívica não se tem registado. Tem-se assistido, sim, a um aumento da abstenção nos mais distintos tipos de escrutínio.

Os jovens até aos cerca de 30 anos são os que mais se destacam em termos de não participação e as razões apontadas multiplicam-se.

Um estudo do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, apresentado em 2001, afir-ma que tal acontece devido à falta de interesse pelos partidos e pela política em geral, pela falta de iden-

tificação com as forças mais poderosas ou, talvez, so-mente, pela tenra idade. O factor idade pode ser tão crucial que esta mesma investigação arrisca reite-rar que estes jovens cidadãos, que na actualidade se abstêm de escolher um representante, serão, daqui a uns anos, pessoas mais activas e participativas.

Por outro lado, arrisca-se atribuir-se a culpa da abstenção à falta de oportunidades de empre-go jovem mas, por exemplo, nas autárquicas de 2013, grandes taxas de abstenção registaram-se, precisamente, em concelhos do país onde as opor-tunidades de trabalho eram superiores. O que, à partida, é contraproducente!

Ainda nesta óptica, atesta-se que os jovens es-tão, nesta faixa etária, fixados somente na sua vida privada e desinteressados da vida pública.

Em muitos artigos e estudos diz-se que quando a abstenção vence, os partidos acabam por agir usurpando a soberania popular.

A Oposição da Incógnita

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Ao mesmo tempo, revelam o desgaste dos familia-res que se mostram cada vez mais descrentes dos políticos, cuja acção e medidas lhes têm ceifado tantos direitos.

Nesta multiplicidade de perspectivas, entende--se nalguns meios que a abstenção está afecta a pessoas com menos recursos e menor integração social, o que lhes dá menor capacidade de exerce-rem o seu poder de voto.

Argumentações à parte, o certo é que com a não participação dos jovens e da população em geral (que Montargil, um investigador do ISCTE, insiste em diferenciar de passividade) não é claro que os partidos estejam a desenvolver o seu traba-lho nos órgãos de poder da forma mais legítima. Em muitos artigos e estudos diz-se que, quando

a abstenção vence, os partidos acabam por agir usurpando a soberania popular.

Magalhães (2001) admite que a abstenção pode, também, ser um “sintoma de normalização da vida política”, na qual a maioria dos cidadãos não se sente integrado. Simultaneamente, os mais velhos admitem que a democracia não é valoriza-da pois os mais novos não viveram a limitação de liberdades e garantias que há décadas atrás esta-va instalada em Portugal.

Causas e consequências? Constam existir mui-tas! Mas esta oposição, que vence ininterrupta-mente ao longo dos anos, tem sido uma verdadeira incógnita. Ninguém tem respostas concretas, nem se sabe se a maioria das forças políticas têm reti-rado as devidas ilações deste fenómeno.

A Oposição da Incógnita

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REDESCOBRIR A MADEIRA

RUI CARITA

A ideia de levantar um templo anglicano data dos finais do séc. XVII, a avaliar pelas queixas do reverendo John Ovington (1653-1731), em 1689, de que a Igreja Católica perseguia os pro-testantes. Mas com o isolamento da comunidade dos comerciantes britânicos foi adiando o assun-to. Com as ocupações inglesas, especialmente a de 1807 a 1814, a comunidade anglicana voltou a solicitar a construção de uma igreja para as suas celebrações, apresentando em 1813 uma proposta, cujo “risco” seguiu para o Rio de Janeiro em abril desse ano, “para ser aprovada pelo nosso Adorado Soberano”, como refere o governador. A feitoria in-glesa já adquirira um terreno, em 1810, às freiras de Santa Clara e ainda haveria de adquirir mais uma parcela. A autorização da corte no Brasil, da-tada de 20 de junho desse ano de 1810, foi quase imediata, censurando-se, inclusivamente que tal “já deveria ter sido outorgado, não se devendo ter colocado os entraves que se colocaram”.

A primeira pedra teria sido lançada, no entan-to só em 1819, constando que nas fundações foram lançadas as moedas de ouro que o ex-imperador Napoleão Bonaparte enviara da nau “Northum-berland” ao cônsul britânico Henry Gordon Veit-ch (1782-1857), como retribuição pela oferta de livros, frutas e de uma pipa de vinho. O edifício encontrava-se pronto, em linhas gerais, em março de 1822, data da primeira missa ali celebrada. O

Igreja AnglicanaO edifício levantado, depois sa-grado como igreja da Santíssima Trindade, “The Holy and Undivi-ded Trinity”, foi o primeiro edi-fício assumidamente neoclássico levantado na ilha da Madeira.

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TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

A primeira representação iconográfica que co-nhecemos é do pintor William Samuel Pitt Sprin-gett (1818-1870), editada em 1844 e dedicada à cunhada, Emma Penfold, esposa do então cônsul britânico, que se limita a informar que era então padre da mesma o reverendo Richard Thomas Lowe (1802-1874), depois um dos mais célebres naturalistas do seu tempo. O reverendo Lowe se-ria afastado pouco tempo depois da Igreja Angli-cana, em 1848, envolvido num cisma relacionado com uma certa aproximação ao culto católico. O interior da igreja terá passado por várias campa-nhas de obras, mas que não devem ter alterado especialmente o projeto inicial, com ampla cúpula pintada em “tromp l’oeil”, e, ao centro, símbolo da Santíssima Trindade, como “o olho de Deus”, “que tudo vê”, igualmente um símbolo maçónico.

edifício levantado, depois sagrado como igreja da Santíssima Trindade, “The Holy and Un-divided Trinity”, foi o primeiro edifício assu-midamente neoclássico levantado na ilha da Madeira.

Segundo escreveu o cônsul Veitch, o dese-nho da igreja foi feito pelo próprio, inspiran-do-se no templo do Santo Sepulcro de Jerusa-lém, o que não resiste a qualquer análise, pois ninguém sabe como era o mítico destruído 70 anos depois de Cristo. Trata-se de um proje-to, por certo enviado de Inglaterra, da autoria de um arquiteto da época e que foi seguido à risca no Funchal, pois pelos edifícios dirigidos pelo cônsul Henry Veitch: quer o da quinta do Calaça, hoje sede do Clube Naval, da quinta do Jardim da Serra ou quer o da sua última residência, hoje sede do Instituto do Vinho da Madeira, o cônsul não tinha conhecimentos de arquitetura para o que ali foi construído.

Capela Inglesa, 1844. William Samuel Pitt Springett (1818-1870).

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ESTER CALDEIRA

Depois de dois semestres inteiros a entregar trabalhos e projectos, a estudar para exames e para frequências, chegam as tão desejadas férias que asseguram o descanso do trabalho e das res-ponsabilidades, suficientes para garantirmos a sobrevivência a mais um ano de Universidade.

Para tirarem o melhor partido das vossas fé-rias, deixo aqui algumas sugestões:

1. DORMIRDepois de tantas horas de sono perdidas du-

rante o ano, a verdade é que a primeira opção nas férias é passar três dias a hibernar. Na realidade, é necessário repor as horas de sono perdidas, mas o dormir em excesso pode provocar ansiedade, problemas de memória e falta de energia. Assim é importante alertar que devem dormir e descan-sar, mas não excedam 10 horas de sono por dia.

Como ocuparas férias

2. FESTIVAIS DE VERÃOIdeais para os amantes de música. Porque não

reunir um grupo de amigos e ir a um festival? Existem inúmeras opções e os festivais fora da re-gião permitem-te ainda viajar com um grupo de amigos durante alguns dias, dando-te a oportuni-dade de se juntarem a milhares de pessoas para ouvirem boa música. Ainda assim já há algum tempo que se desenvolvem festivais na região, mostrando que na Madeira também há alternati-vas apetecíveis.

3. VIAJARSeja durante um dia ou uma semana, é sem-

pre agradável arejar a cabeça e ir viajar. Deixo a sugestão de viajarem para um destino à vossa escolha e de aproveitarem para descontraírem e irem à caça de mundos novos, pois de uma viagem

Aproveita as férias para descansar, sair e desfrutar de bons momentos. Estas po-dem passar a correr mas as memórias de um bom Verão duram para sempre.

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ficam experiências únicas e muitas histórias para contar.

4. ACAMPAR/ACANTONAR Para os que gostam de natureza e querem des-

cobrir o melhor da nossa ilha, fica a ideia de, du-rante uns dias, encontrarem um sítio para acam-parem e partirem à descoberta. Pela região exis-tem várias zonas propícias para acampar e casas para acantonar.

5. SESSÕES DE CINEMA AO AR LIVRERecentemente surgiu a iniciativa de se fazerem

sessões de cinema ao ar livre, de que são exemplo as que são desenvolvidas no Fórum Madeira. São uma excelente ideia se quiserem fazer algo dife-rente. São gratuitas e apresentam uma boa diver-sidade de filmes para todas as idades.

6. TRABALHO DE VERÃOUma boa maneira de fazer com que as férias

tenham utilidade é arranjar um emprego de Ve-rão. Num bar ou num café, por exemplo, trabalhar temporariamente é uma sugestão para quem quer ganhar experiência e algum dinheiro.

7. VOLUNTARIADOPorque não aproveitar também as férias para

ajudar quem mais precisa? A Fundação Gil ofe-rece a oportunidade de fazer voluntariado com crianças. A Casa do Voluntariado apresenta ain-da várias sugestões para todos aqueles que gosta-riam de fazerem a diferença na vida de alguém.

Aproveita as férias para descansar, sair e des-frutar de bons momentos. Estas podem passar a correr mas as memórias de um bom Verão duram para sempre.

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EM PORTUGUÊSESCORREITO

HELENA REBELO

Em Câmara de Lobos, a Escola Luís Maurílio da Silva Dantas, mais conhecida como a Escola do Carmo, dedica, anualmente, uma semana à importância das línguas para a formação dos alunos, a Jornada das Línguas. Os docentes organizadores não se têm es-quecido da língua materna. A presente crónica linguística esteve em destaque e foi escrita com a colaboração dos participantes na sessão.

O termo “crónica”, de origem latina, está ligado a “tempo”. Assim, um cronista reporta-se a acontecimentos históricos de um certo pe-ríodo. Fernão Lopes foi um dos primeiros especialistas portugueses na arte de relatar episódios históricos, dando, de certa forma, a sua visão dos factos. No século XIX, na imprensa, alguns escritores pu-blicaram breves visões pessoais sobre o quotidiano, isto é, crónicas e esta tradição mantém-se.

Dar conta das vivências individuais e da realidade quotidiana da comunidade, suscitando reflexão, não é tarefa fácil. Levar estudantes a pensar na importância da língua materna para a sua formação pes-soal é ainda mais difícil. Dominar a Língua Portuguesa requer mais energia e argúcia do que exige qualquer jogo de computador ou tele-móvel. Compreender a dinâmica da Língua Portuguesa, incluindo da escrita de uma crónica ou da classificação de ocorrências de “que”, torna-se mais aliciante do que um qualquer joguito o é. Pensemos... Confundimos “a ver” e “haver? Escrevemos “analisar” com “z”?

VAMOS ESCREVER UMA

CRÓNICA LINGUÍSTICAA Escola do Carmo celebra as línguas durante uma se-mana. Para realçar o papel fundamental da nossa lín-gua materna, a Língua Portuguesa, houve uma sessão dedicada à crónica linguística.

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1.

A matéria em estudo tem ....................... com a explicada nas aulas.

Preencher o espaço com a forma certa: a ver / haver.

Solução: A matéria em estudo tem a ver com a explicada nas aulas.

Explicação: Se for necessário escrever o que é dito, o modo de articular as palavras pode indu-zir em erro. É primordial pensar. Assim, a seme-lhança fónica entre “a ver” (preposição+verbo) e “haver” (verbo) não engana. Depois de “ter”, vem a construção “a ver”, significando “estar relaciona-do com”. O verbo “haver”, no infinitivo, não pode acompanhar o verbo “ter”. Porém, com o sentido de “ter dinheiro a receber”, é possível usar-se “ter a haver”, mas a homofonia com “a ver” desaparece.

2.

Este assunto interessa-me. Quero ....................... a temática para a compreender.

Preencher o espaço com a forma certa: analisar / analizar.

Solução: Este assunto interessa-me. Quero analisar a temática para a compreender.

Explicação: Quem não hesita entre “s” e “z” em posição intervocálica para o fone [z]? A dúvi-da surge, por exemplo, para o verbo “analisar”. Aprende-se que se escreve com “s” por razões eti-mológicas. Enquanto não se fixar este pormenor, será um quebra-cabeça. Um joguito de computa-dor não é tão interessante como escrever uma cró-nica. Quem concebeu esta pode atestá-lo.

· analisar: 6%· analizar: 94%

94%

6%

· a ver: 19%· haver: 81%

81%

19%

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TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

Emagrecer

BRUNO SOUSA

O excesso de gordura corporal aflige uma grande parte da popu-lação que, em situações de desespero, deseja que este desapareça de um momento para outro, sem a real noção desta impossibilidade num tão curto período. A gordura corporal para ser eliminada pre-cisa do seu tempo e, é claro, de certas práticas alimentares e de atividade física que o possibilitem. Quando a perda de peso é muito rápida, estamos é a perder outros componentes corporais es-senciais ao nosso organismo como a água ou até a massa muscular, mantendo a gordura corporal que tanto nos preocupa a nível estéti-co. Esta, sim, em excesso é prejudicial à nossa saúde.

Por isso, o valor da balança nem sempre diz tudo! O importante é conhecermos a composição corporal.

Se quer perder a gordura em excesso, deve adequar a sua in-gestão alimentar às suas necessidades energéticas, isto é, consumir apenas a quantidade de comida que as suas característi-cas pessoais e que os níveis de atividade física o permitem, os quais são diferentes de indivíduo para indivíduo. Daí a importância da ajuda de um Nutricionista para adequar a sua alimentação e conse-guir atingir os seus objetivos.

PERDER PESO sim, mas que seja EM GORDURA!

NUTRIÇÃO

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KRZYSZTOF GADECKI

As June has come I have to say goodbye to the island I spent almost one year of my life.

After meeting many great people, visiting many amazing places and experiencing great time here I can tell you that it was worth!

When I finished my studies I decided to contin-ue my education in another way. I am interested in history of Portugal so the idea to come to this country for a voluntary service was very tempt-ing. The AAUMa’s project concerns the history of Madeira, therefore it harmonises with my inter-ests so the choice was simple, let’s do it!

My adventure started in September 2014, when I left my sweet Warsaw and joined the Stu-dents’ Union staff.

The arrival to the island was terrible because of the heat in the first weeks of my stay. I was really melting at the beginning! Fortunately after some time I got used to.

The second problem was the language. As I had learnt some Portuguese I expected to be able to communicate with local residents in their mother tongue. I was so wrong… Simply, my Portuguese was not compatible with their version. Thus, our communication was a bit disappointing for me. I really understood nothing because they speak as fast as possible and open mouth as little as possi-ble. Fortunately I have improved a little my lan-guage skills (which was actually one of my main aims) and now I am able to speak the language of Camões as fluent as never before! Anyway, my Portuguese is still a reason why they make fun of me when I confuse, for example when talking about

my lunch, the verb aquecer (to heat) with queimar (to burn) or when I say that I want to lavrar (to plough) my clothes instead of lavar (to wash) it!

Except improving my Portuguese the project was also a great opportunity to explore history and culture of Madeira and Portugal. I have got to know the island, its charming levada channels, risky mountain paths and its rich cultural herit-age. As every tourist I was also disappointed with Madeiran beaches (full of rocks and pebbles) and the statue of Cristiano Ronaldo (which does not look like him!).

I had also a chance to travel across the country. Visits in Lisbon, Porto or Évora were great adven-tures and let me understand better the history of Portugal. Roman temples, Arabic architectur-al remains and breathtaking Portuguese monu-ments (e.g. Sintra!) compose a great scenery.

But the most important aspect of my stay in Madeira is that I have found my true love here! Bolo do caco, because that is its name, has become my favourite meal since our first meeting in one of the local restaurants. It was love at first sight, as they say. Now we meet almost everyday and we are so happy together. I will have my heart broken when I leave (I start to cry when I think about it...).

Last but not least I have to mention the local al-cohols. Madeira wine and Poncha were great rem-edies for flu and homesickness. Their advantages are known for centuries so, at the end, I have no choice but to recommend you to try it. Especially Poncha Maracujá is delicious! Saúde!

EVS in Madeira. A volunteer’s story.Except improving my Portuguese the project was also a great opportunity to explore history and culture of Madeira and Portugal.

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PORTOGONÇALO QUINTAL

Conhecida mundialmente pelos seus vinhos e pelas suas pontes, tem o seu centro histórico clas-sificado como Património Mundial pela UNESCO. Foi eleita como melhor destino europeu em 2014 e é uma cidade de visita obrigatória. A minha primeira visita à cidade do Porto foi em 2014. Nela existe uma panóplia de atrações, monumentos e museus, assim como uma agenda cultural completa. A famosa gas-tronomia e a acolhedora população constituem um ponto de partida para uma experiência inesquecível. Para conhecer a cidade é indispensável visitar o seu centro histórico, onde vamos encontrar: a imponente Sé Catedral concluída no séc. XII, que apresenta be-las pinturas, esculturas e tesouros de arte sacra; a ponte D. Luís, uma ponte metálica sobre o rio Douro inaugurada em 1886; a estação de São Bento, cons-truída no local de um antigo convento; a torre dos Clérigos, concluída em 1763 e que domina o centro antigo da cidade; o famoso bairro da Ribeira, situa-do junto ao rio e que apresenta ruas estreitas com casas típicas e com fachadas coloridas; as mais de 50 caves de vinho do Porto situadas na margem sul do rio Douro, entre outros. Para as pessoas interes-sadas no comércio, é fundamental visitar o mercado do Bolhão, local onde se pode comprar de tudo um pouco, assim como a famosa rua de Santa Catarina onde existem inúmeras lojas com diferentes artigos, um pouco à imagem da nossa rua Fernão de Orne-las, no Funchal. A cidade do Porto é uma cidade com personalidade, com carácter, com boa comida, com pessoas simpáticas e solidárias, com um sotaque in-confundível e com uma beleza genuína, que não se encontra em muitas cidades europeias.

TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

DE MOCHILA ÀS COSTAS

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Videojogos:Vício ou Benefício

MIGUEL ANDRADE

O mundo virtual é uma das grandes maravi-lhas criadas pelo Homem, resultado do grande avanço científico e tecnológico do último século. Em 1946, terminava a construção do primeiro computador. Alguns anos mais tarde, na década de 50, foi desenvolvido o primeiro videojogo. Ac-tualmente existem milhões de computadores e outros dispositivos informáticos ligados entre si pela Internet, e as indústrias da informática e dos videojogos movimentam milhares de milhões de dólares anualmente. Deste grande progresso nas-ceu uma “subespécie” de Homem, o Gamer.

O Gamer é muitas vezes criticado por ser um preguiçoso e um viciado, visto que tem como hob-by gastar uma porção substancial do seu tempo semanal em frente ao computador, que usa para evoluir o progresso do seu videojogo favorito. Mui-tos argumentam, principalmente os seus progeni-tores, de que este é um hábito terrível, que lhe de-teriora o cérebro e atrofia os músculos. Defendem que esse tempo é precioso e deveria ser utilizado num passatempo mais saudável, como a activida-de física, a leitura, ou até mesmo a socialização com os membros da sua espécie. Porém, será esse tempo mesmo desperdiçado? Os videojogos são apenas um vício que só prejudica? Será que exis-tem benefícios em ser Gamer?

Podemos concordar que tudo o que é excessivo é prejudicial. Neste caso estar a olhar especado para um ecrã durante horas a fio, vai trazer tudo menos benefícios, muito pelo contrário. Alguns dos efeitos colaterais possíveis incluem irritação

e ardor nos olhos, problemas de visão, cefaleias, cansaço, ataques epilépticos… Existem até casos documentados de mortes cuja responsabilidade é, directa ou indirectamente, atribuída aos videojo-gos. Contudo, outras componentes da sua vida po-dem ser igualmente afectadas. O Gamer pode ter a tendência de se isolar do mundo real, lesando a sua vida social. O vício pode originar problemas psicológicos e outras situações que, resumidamen-te, não são agradáveis para ninguém.

No entanto, existem estudos que afirmam que as nossas funções cerebrais e outros aspectos do sistema nervoso podem beneficiar com um jogo ocasional. Alguns dos elementos que são favore-cidos são a aptidão para solucionar problemas, o multitasking, o tempo de reacção, a capacidade de decisão e outras competências necessárias para o nosso dia-a-dia. É de notar que alguns jogos também podem ser educativos, pois conseguem ser uma fonte de informação histórica e científi-ca, o que contribui para uma melhor inteligência e maior cultura geral. Todavia, nem todos os vi-deojogos têm estas características, mas são uma ótima forma de relaxar e de distrair a mente nem que seja por apenas alguns minutos.

Não há dúvida de que os videojogos têm um lado positivo, contrariamente ao que é afirmado por quem os acha uma perda de tempo. A verdade é que, se a sua utilização for controlada, são um óptimo passatempo. Todos podem ser Gamers, in-dependentemente da idade ou do sexo, desde que não ignorem o que se passa fora do mundo virtual.

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Não há dúvida de que os videojogos têm um lado positivo, contrariamente ao que é afirmado por quem os acha uma perda de tempo. A verdade é que, se a sua utilização for controlada, são um óptimo passatempo.

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Terapia de Bowen animais

CAROLINA MARTINS SPAD-FUNCHAL

A Terapia Bowen é um tipo de Medicina Vete-rinária que usa uma medicina complementar na abordagem terapêutica aos animais. A filosofia de um veterinário holístico enfatiza a empatia e a mínima invasão do ser. A Terapia de Bowen é a ÚNICA terapia manual para pequenos e grandes animais, envolvendo séries específicas de movi-mentos suaves mas intencionais sobre músculos, tendões, ligamentos e tecidos moles do corpo ani-mal. É através da fáscia que esta terapia tem um impacto muito específico na rede muscular, neu-ronal, articular e visceral do animal. Está indica-do para pacientes desde neonados até geriátricos, passando por pacientes prenhas, tendo muito pou-cas contra-indicações. Funciona de forma holística estimulando os processos de auto-cura do próprio organismo, respeitando a individualidade de cada ser e o seu próprio e adequado tempo de recupe-ração. É aconselhada quer para a manutenção do estado de saúde do animal no geral, tal como na sua recuperação de qualquer eventual patologia. Essa recuperação tanto abrange processos agudos como crónicos quer sejam musculares, articulares ou a nível de todos os órgãos em geral, envolven-do ou não processos de dor, situações de recupe-ração pós cirúrgica, situações de foro endócrino ou de deficits imunitários. Tem uma componente muito útil a resolver problemas comportamentais nomeadamente stress, ansiedade por separação e agressividade. Em suma consiste num tratamento suave, não invasivo e com resultados muito positi-vos na globalidade que é o paciente animal.

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EMILIA POLLOCK

Food Bank Against Hunger in Madeira (Banco Alimentar Contra a Fome na Madeira - BACFM) is one of 21 banks in Portugal. Since 1984, when in France, in Paris, was founded the first Food Bank in Europe, there were already 256 es-tablished. The idea of such an organization has spread like wildfire around the world, where the problem of food insecurity affects many people. In Europe alone approximately 65 million people are living on the poverty line.

John van Hengel, a retired businessman, while helping in one of the charities saw how much food is wasted in shops. He began to collect the food and forward to a municipal soup kitchen for the poor. The first Food Bank was founded in United States, Arizona, in 1967. Preventing food waste and reducing malnutrition are the main goals of the Food Banks. They fulfill this mission by

Alimenteesta ideia!

managing the food, which is moving from places, where there is a surplus to those where is missing.

How does the daily work of the Food Bank look like? While visiting the BACFM I learned a lot about their actions and I want to share my experi-ence with you. In the district Jamboto on Caminho da Ribeira Grande is a warehouse, where every day about 10 people (staff and volunteers) are working. This Food Bank was established in 2012, so they are quite young, but their results are increasing every year. BACFM itself does not provide food directly to people in need. They are working with partner organizations – other institutions involved in supporting for example: large families, elderly, poor people and the unemployed. At the beginning of the Bank’s activity 1,600 people were benefiting from their help and now after a few years, there are over 11 thousands. Organizations working

The Food Bank can be a place for everyone who wants to do something more and usefully spend time.

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with BACFM can be found on Madeira Island: in Funchal, Santana, Camacha, Machico, Calheta, Ribeira Brava and on Porto Santo. Twice a day volunteer - driver goes around 30 supermarkets. He receives products, which are fit to eat, but with a short expiration date: dairy, fruits, vegetables, bread. This food is carefully weighed and distrib-uted to 12 institutions, that comes every evening to pick up packages and the same day this food goes to those, who really need it.

Twice a year, in May and November, an action called Campanha Saco takes place in partnership supermarkets. At that time, about 200 volunteers encourages customers to buy: pasta, oil, canned food and other products that can be long stored. All the food goes to main warehouse. During last Su-per Market Campaign on May I had this pleasure to spend time, working in this storage, among the

joyful, energetic people, who were proud of being volunteers there. In the pleasant atmosphere for several hours we were separating to special boxes products that have been collected in supermarkets. Last year, BACFM collected 101 tons of long-term and 326 tons of short-term food. In May Campaign they collected 36.5 tons. Congratulations!

The Food Bank can be a place for everyone, who want to do something more and usefully spend time. Besides collecting food they organize a wide range of activities: cooking workshops, ed-ucational programs about volunteering and social responsibility. They need volunteers, who could work in the warehouse, as a driver, in PR, ad-ministration or social work. For people with less amount of time I would recommend participation in actions. You can meet interesting people and do something good for the local community.

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SERVIÇO DE CONSULTA PSICOLÓGICADA UNIVERSIDADE DA MADEIRA

Num mundo em constante mudança e de cres-centes desafios, falamos cada vez mais da impor-tância de adoptarmos uma postura pró-ativa no local de trabalho/universidade, na procura de em-prego e na vida em geral, como forma de melhor nos adaptarmos e de sermos cidadãos participati-vos na comunidade.

No entanto, saberemos efetivamente o que signifi-ca ser pró-ativo e o que implica? A pró-atividade é a capacidade para iniciar atividades, antecipar, prever e planear eventos futuros, ir à procura de novos de-safios e ser autodidata. A pró-atividade está associa-da ao fazer as coisas acontecerem, ao invés de ficar à espera que aconteçam. Tudo isto, requer desenvolver uma visão estratégica do futuro, saber onde estamos, para onde vamos, porque e como vamos.

Ser pró-ativo é, pois, um must have nos dias de hoje. É tida como uma das competências mais va-lorizadas pelas entidades empregadoras na contra-tação dos trabalhadores.

Tem procurado exercitar a sua pró-atividade no dia a dia? Por vezes, a dificultar a emergência da proatividade estão as barreiras “psicológicas” que existem na nossa mente como o medo de sair da zona de conforto, por julgarmos não ser capazes ou por acharmos que as coisas simplesmente acaba-rão por se solucionar. Estas barreiras contribuem para que fiquemos acomodados “entre 4 paredes”. Deste modo, em primeiro lugar, é fundamental que identifiquemos estas barreiras e definamos um plano para as derrubar.

Não podemos esquecer, que o ser pró-ativo tra-duz-se numa postura que necessita ser exercitada

PROATIVIDADE:um MUST HAVE!

diariamente. Precisamos desenvolver uma atitude de curiosidade e abertura face ao que nos rodeia; pensar mais além e em perspetiva; refletir sobre o que desejamos; definir prioridades; traçar um pla-no de ação; bem como adotar uma abordagem foca-da na resolução de problemas, de forma criativa. Participar em projetos, atividades extracurricu-lares, voluntariado, propor e sugerir novas ideias, no trabalho de grupo, na sala de aula... são outras formas possíveis de “praticar” a proatividade.

À questão da pró-atividade, acrescentamos algo que é de algum modo indissociável e que constitui uma necessidade premente num mundo em mu-dança: Considera-se cidadão do mundo? Indepen-dentemente de viver ou não numa ilha, todos nós podemos sê-lo! Não se trata apenas de acumular visitas a outros países ou residências no estrangei-ro. Ser cidadão do mundo caracteriza-se sobretudo pela forma de pensar, questionar, perspetivar o mundo, abraçar e acolher a diferença, bem como agir, local e globalmente, no sentido de contribuir para o desenvolvimento da humanidade. Ser cida-dão do mundo é ter raízes e asas, isto é, não ter qualquer fronteira ao nível de pensamento, estan-do disponível para aprender em conhecimento, ex-periências e em intercâmbio com a diferença.

Está, por isso, disposto a abraçar os novos de-safios do mundo, com pró-atividade e aprender a pensar além fronteiras, mesmo localmente? Se a sua resposta é afirmativa, então ponha-se a cami-nho... exercite estas competências!

TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO.

Tem procurado exercitar a sua pró-atividade no dia a dia?Considera-se cidadão do mundo?

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GILBERTO MARTINS

É com grande prazer que participo na rubrica Alumni da revista et al. Começo por enviar um abraço aos que me conhecem lá dos tempos da pra-xe, ou do curso de Economia (classe de 2009). Para os que não me conhecem, deixem que me apresen-te e que vos conte um pouco do meu percurso aca-démico e profissional.

Não vou falar muito da minha vida académica na UMa, porque se estás a ler este artigo sabes bem como esta revoluciona a tua vida. Vivenciei a praxe com um excelente grupo de caloiros e de praxistas, dos quais ainda sou amigo e com os quais adquiri conhecimentos quer ao nível técni-co, quer pessoal.

No meu último ano de curso, decidi que esta re-volução que era a vida Académica tinha pacificado em demasia e decidi partir à aventura. Foi então que me mudei para Salamanca, em ERASMUS. Esta foi a decisão que verdadeiramente revolucio-nou a minha vida e a razão pela qual resido nos Países Baixos neste momento, mas já lá vamos.

ERASMUS é sinónimo de festas, de culturas novas, de emoções que guardamos para a vida. Foi em Salamanca que vivi as melhores experiências de vida, onde vivenciei a liberdade e a responsa-bilidade que vem atrelada, onde brinquei e depois cresci como homem, onde me diverti e aprendi. Foi também onde conheci a minha namorada, que é ho-landesa e a razão pela qual hoje vivo em Roterdão.

Ao mesmo tempo que concluía o curso, concluía também um estágio num escritório de contabili-dade, onde me foi oferecida uma posição perma-nente. Nesta altura surge um dilema, por um lado Erasmus tinha deixando em mim o bichinho de viver no estrangeiro e uma namorada nos Países Baixos, por outro lado tinha uma oferta de em-prego na minha terra. Decidi seguir o coração e rumar a Amsterdão em busca de trabalho. Tiran-

ALUMNI

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do partido do programa ERASMUS para Jovens empreendedores do CEIM, comecei por fazer um estágio de 3 meses e durante este período procurei um emprego fixo.

Depois de uma longa procura e de quase marcar a passagem de volta à ilha, tive uma oportunidade na Unilever, uma multinacional de bens de consu-mo com marcas como Olá, Knorr, Dove… Foram as características que me faziam um candidato comum a uma vaga de emprego em Portugal, que se reve-laram características essenciais para esta vaga na Holanda, principalmente a língua Portuguesa.

Iniciei então a minha carreira profissional como Product Cost Controler, responsável por to-das as inovações da Unilever no Brasil, posição que desempenhei por 9 meses até surgir a oportu-

nidade de fazer o projecto Cordillera, que almeja-va trazer para Roterdão serviços financeiros para 18 países da América Latina. Durante este pro-jecto tive a oportunidade de viajar até à Colômbia, crescer profissionalmente e pessoalmente. Foram estas vivências que me levaram à minha posição corrente, Team Leader de Supply Chain Opera-tions, responsável por uma equipa de 15 pessoas a efectuar actividades financeiras para toda a Eu-ropa e pelas Américas.

UMa, Erasmus, Salamanca, Unilever, Roterdão são locais, instituições, memórias que guardo no coração. Cada uma destas etapas foi essencial para onde estou hoje e a maior lição que guardo de todas estas etapas foi que as vivi ao máximo. Não impor-ta em que etapa te encontras, vive-a ao máximo e a próxima etapa chegará com naturalidade.

Lembro-me de ser frequente pergun-tarem-me porquê é que uma rapa-riga do continen-te tinha ido para a ilha estudar, quando normal-mente, o percurso era feito no senti-do contrário!

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TELMO REIS

Trinta dias tem Setembro,Abril, Junho e Novembro,Com vinte e oito há só um,Todos os outros têm trinta e um.

Utiliza-se esta quadra para lembrar a distribui-ção do número de dias pelos meses do ano; outra forma de o fazer será contar pelos nós dos dedos e seus intervalos. O que uma e outra forma não ensi-nam, porém, são alguns outros aspectos, relativos ao calendário ocidental, de que nos vamos ocupar.

Causa estranheza que o primeiro mês do ano tenha 31 dias, seguindo-se outro com 28 (ou 29) e, depois, novamente 31. Depois, os meses com este número alternam com outros que contam 30 dias, até que, a certa altura, aparecem dois meses seguidos com 31 dias, após o que se retoma a se-quência anterior.

Segundo o poeta Ovídio, teria sido Rómulo, o fundador de Roma, quem inicialmente organizou o calendário romano, dividindo-o em dez meses. O ano principiava então a 1 de Março e este mês (em latim, Martius) era consagrado a Marte, pai de Ró-mulo e deus da guerra; o segundo, Aprilis, foi consa-grado a Vénus, de quem descendia Eneias e a raça dos Romanos; os terceiro e quarto meses foram con-sagrados, respectivamente, aos velhos e aos jovens, recebendo os nomes de Maius e de Iunius. Outros autores, porém, afirmam que aquele toma o nome de Maia, filha de Fauno, personificação da Primavera, e este o de Juno, irmã e mulher de Júpiter.

Os restantes seis meses receberam o nome a partir do número correspondente à sua posição no

Memorandum O calendário ocidental, herança do Mundo Romano

calendário. Assim, sobre os radicais dos números 7, 8, 9 e 10 formaram-se os nomes de Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro (em latim Sep-tember, October, Nouember e December).

Teria sido Numa Pompílio, sucessor de Rómu-lo, quem acrescentou dois meses aos dez iniciais: Ianuarius (Janeiro), consagrado a Jano, um deus com duplo rosto que presidia às portas e passa-gem, e Februarius (Fevereiro), um mês consagra-do a purificações (de februare, “purificar”). Os me-ses tinham então, alternadamente, 31 e 30 dias.

Era esta a nomenclatura do calendário quando Júlio César foi assassinado, a 15 de Março de 44 a. C. Ditador perpétuo, à tragédia da sua morte res-ponderam os seus apoiantes divinizando-o e consa-grando-lhe o antigo quinto mês. Quintilis passou, pois, a chamar-se Iulius. Quem deu continuidade à sua obra foi Augusto, a quem, após a morte, os Romanos concederam igualmente honras divinas, incluindo a consagração do antigo sexto mês. E Sextilis passou a chamar-se Augustus. Mas como a divindade de Augusto não era inferior à de César, este mês, de início com 30 dias, passou a ter 31, invertendo-se a sequência numérica só até Dezem-bro, para não ofender o deus Jano…

Quando, alguns anos mais tarde, perguntaram a Tibério, sucessor de Augusto, se também dese-java que, após morte, o seu nome fosse dado a um mês, este imperador respondeu com uma pergunta. O que fariam quando houvesse um décimo terceiro imperador? Desde então, não houve mais alterações nos nomes dos meses e no seu número de dias, que são, portanto, uma herança do Mundo Romano.

No que respeita ao nome dos meses e sua duração, o calendário oci-dental fixou-se em inícios do séc. I d. C., testemunhando, pelo seu uso secular e difusão mundial, a perenidade da Cultura Romana.

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ACTIVIDADES

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1 a 5 Um mês um tema. Igreja Inglesa do Funchal.

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6 a 11 Monumental Serenata, Colégio dos Jesuítas.

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10 a 16 Doutorecos - Atelier de férias da AAUMa.

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AFONSO FRANCO

O meu nome é Afonso e podem rotular-me como o “viciado” em Desporto.

Este bom vício surgiu muito cedo e guiou o meu trajeto académico na direcção da Faculdade de De-porto da Universidade do Porto (FADEUP), onde fiz a licenciatura com especialização em Treino de Andebol e o Mestrado na área do Ensino.

Desde o primeiro ano de curso, já estagiava no Ginásio Platinium. Ali dei os primeiros passos no mundo do Fitness. Ou seja, desde cedo, apercebi--me de que o tal vício iria ocupar-me muito tempo e, pelo menos nos primeiros tempos, dar-me pouco retorno financeiro, mas como se costuma dizer: “O que é por gosto, regala a vida!”.

Estou habituado a ouvir dizer que o Desporto é importante, mas não vejo essa importância im-

Formação em Ciências do Desporto: E agora?Desenvolver o Desporto depende de nós, profissionais do Desporto, através do rigor com o nosso próprio trabalho. As pessoas voltarão a valorizar a nossa intervenção, o que nos irá abrir muitas portas.

pregnada na nossa sociedade, de tal forma que foi com grande surpresa que recebi o convite para vir aqui partilhar a minha realidade. Então cá vamos.

Com 18 anos, ir estudar para uma cidade com cerca de 1 milhão de pessoas pode ser simultanea-mente um choque e um orgulho. Os meus pais de tudo fizeram para investir perto de 30 mil euros na minha formação durante 5 anos. Era hora de fazer com que isto valesse a pena. Mas teria sido sair da ilha a melhor opção? Em conversas com amigos e colegas da UMa rapidamente me aper-cebi das diferenças curriculares e cheguei a uma conclusão: no Porto, consegui adquirir mais co-nhecimentos ao nível do Fitness e do Treino Des-portivo e, sobretudo, desde cedo pude praticar em escolas, clubes e ginásios tudo o que ia aprenden-

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do. Os meus colegas de cá, tinham já todo o poten-cial, mas demonstravam dificuldades na aplicação prática dos conceitos, sobretudo no ginásio e no treino. A meu ver, o Curso de Desporto da UMa tem qualidade, porém fica circunscrito à realida-de escolar, dando poucas valências e oportunida-des noutros campos do Desporto.

Nesta medida, importa ver o que nos trará mais-valias na realidade actual. A escola, por en-quanto, parece-nos inacessível, pois os concursos estão cheios de outros professores que até já têm anos de serviço. O Desporto ao nível da Compe-tição, em Portugal, gira à volta do Futebol e as demais modalidades são quase paisagem, embora até tenham resultados alcançados a nível interna-cional, como é o exemplo do desporto para a popu-lação com necessidades especiais.

Já o Fitness começa a ser uma área onde qual-quer pessoa pode tirar um curso e tornar-se Per-sonal Trainer e onde alguém, com posses finan-ceiras, pode abrir um ginásio com máquinas de topo e staff de plano. Ainda assim, esta última continua a expandir-se além fronteiras e, por isso, pode ser uma saída.

A minha esperança está mais no estrangeiro, uma vez que a Madeira começa a ter mais giná-sios do que supermercados. Pronto, estou a brin-car, mas isto preocupa-me seriamente, pois ao que parece já nem as fontes de conhecimento parecem ser importantes. Tenho um curso internacional de Personal Trainer feito numa das principais acade-mias mundiais ao nível do Fitness e, legalmente, vale tanto como um outro curso qualquer. Ou seja, tenho que justificar no terreno o que investi, com mais qualidade de trabalho, contudo, convém que haja oportunidade para isso. Mas será que nou-tros sítios está melhor?

A emigração, muitas vezes, é uma esperança vazia, porém, às vezes, parece a única solução. No entanto, em grandes cidades a concorrência também é grande e a remuneração depende dos objectivos alcançados, tal como em tantas outras áreas. O emprego existe, mas só para quem con-segue render muito mais (penso eu que uns 80%) para a entidade patronal, seja cá ou lá.

É difícil mudar mentalidades. Existe muita in-formação, cada um diz o que acha sobre o desporto e o cidadão comum não possui conhecimento para identificar o trabalho de qualidade. Eu não quero ser mais um “Professor de Ginástica”, com todo

o respeito pelos meus colegas de outros tempos e desse desporto, o qual eu admiro bastante. Recu-so-me a fazer como antigamente, quando muitos dos meus colegas davam a bola aos alunos e só não andavam no Facebook porque não existia. Es-tas atitudes contribuíram, a meu ver, para a des-credibilização da nossa actividade profissional e isso reflecte-se nas decisões governamentais e nos apoios ao Desporto.

Como é óbvio, as oportunidades nesta área dimi-nuem drasticamente. Hoje em dia, até pessoas de outras áreas tiram lugar a profissionais do Despor-to nos meios de comunicação social, para debitarem barbaridades clubísticas ao invés de conhecimento empírico sobre a matéria, que se calhar até nem têm. Parece que ensinar alunos, mudar a vida das pessoas, ou instruir o público não interessa. Mas isso é conversa para outra oportunidade, isto se ma derem! Gostava por acaso! Mas em frente!

Quando decidi enveredar por esta área, já sabia

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que não seria nada fácil, que trabalharia muitas horas, em áreas diferentes e que o reconhecimento não seria frequente. Mas atenção, é MUITO com-pensatório, mesmo que o seja poucas vezes. Estou a falar de PESSOAS. No fundo, considero um pri-vilégio poder influenciar, positivamente, espero eu, a vida das pessoas. Sejam de que idade for, de que género for, asseguro-vos que é algo de extraor-dinário ter alguém a dizer-nos ou simplesmente a transmitir-nos por actos um “Obrigado por tudo!”. Essa é a minha motivação para continuar. Não me põe o pão na mesa, nem me dá casa, mas é mais do que suficiente para acreditar de que vale a pena.

Assim sendo, podemos adoptar dois pontos de vista: ficar sentado e deprimido à espera que a situação melhore, ou, pouco a pouco, fazer a dife-rença. Um dia, recebi o conselho de um professor: “Faças o que fizeres, estuda algo que te apaixo-ne, pois é isso que te tornará diferente e, a longo prazo, fará de ti um profissional de sucesso!”. To-dos os dias, tento seguir este conselho e confesso que o professor tinha razão. Pelo menos, por mais cansado que fique, no dia a seguir, estou lá nova-mente pronto para partilhar a minha paixão pelo Desporto.

É verdade que há por aí profissionais com mui-to potencial e que simplesmente não encontram a oportunidade de se afirmarem, mas, por vezes, tal depende de uma atitude de resiliência perante a vida. Tu podes fazer a diferença, mas tens que es-tar preparado com conhecimento teórico e prático e ter atitude para isso.

Desenvolver o Desporto depende de nós, profis-sionais do Desporto, através do rigor com o nosso próprio trabalho. As pessoas voltarão a valorizar a nossa intervenção, o que nos irá abrir muitas portas.

Dá trabalho, mas é preciso planear, avaliar e repensar o que fazemos para podermos evoluir. Não será fácil e levará o seu tempo, mas nós po-demos melhorar! O papel de “coitadinho” não nos serve. Temos imenso por onde ajudar, como por exemplo a obesidade, as patologias coronárias, ou simplesmente a qualidade de vida num mundo de stress, entre outros tantos problemas.

Se nós não quisermos, ninguém o fará por nós. Temos que criar o nosso espaço na sociedade.

Tenho esperança no Desporto e, sobretudo, nas pessoas cheias de talento e de atitude. Vemo-nos por aí!

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All Is Not So Bad About Present-Day Spanish Cinema After All

IVÁN ÁLVAREZ JÁÑEZ

If you ask Spanish people what they think about modern-day Spanish cinema most of them will complain about its low quality. Too many light-hearted comedies full of sex jokes and weepy, sometimes even quite Manichean and dra-mas about the victims of Franco’s repression dur-ing the Spanish Civil War and his dictatorship. I won’t be the one who denies it. However, I must say there are also some good Spanish film direc-tors. In this article I’m going to talk about three filmmakers I particularly enjoy: Álex de la Igle-sia, Julio Medem and Alejandro Amenábar. The three of them started their careers as film direc-tors in the nineties, they are still making movies and, what’s more important, they have developed their own distinctive cinematographic style.

Álex de la Iglesia started his career as a comic book artist, which has clearly influenced his film-making style. His movies are characterized by their black humour, grotesqueness, social criticism, a touch of violence and the combination of elements from the traditional Spanish popular culture with others taken from film genres barely developed by Spanish cinema such as science fiction, horror or action movies. He has co-written most of his mov-ies with screenwriter Jorge Guerricaechevarría.

Julio Medem’s cinema main topic is love, spe-

“The three of them started their careers as film di-rectors in the nineties, they are still making movies and, what’s more important, they have developed their own distinctive cinematographic style.”

cially passionate but also difficult loves, sometimes even forbidden or unfaithful ones. His scripts are also full of coincidences, confrontations, mainly between two men for the love of a woman, poetic conversations and characters with peculiar traits that make them unique. These particularities, together with a beautiful visual style, result in a lyrical cinema that creates a magical realism image of the different Spanish regions (the most recurring Euskadi, his homeland) where his vari-ous films take place.

Alejandro Amenábar is the most famous of them all at an international level. His second film, oneiric science fiction thriller Abre los ojos, caught Tom Cruise’s attention and got a quite un-popular Hollywood remake called Vanilla Sky. For his part, Amenábar’s third movie Mar Adentro, a real-life story about euthanasia, won the 2004 Best Foreign Language Film Oscar and Golden Globe awards, among other prizes. After that his next works became more foreign-oriented, being shot in English and including worldwide known actors such as Nicole Kidman or Rachel Weisz in their casts. In spite of all, his first two movies are still his most appreciated ones in Spain. He usually works with film director and screenwriter Mateo Gil.

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CRISTINA TEIXEIRA

A entrada na Universidade é uma nova etapa na nossa vida. Para muitos torna-se um desafio, com alguns objectivos em mente, determinado pelo que fazemos e pelo que desejamos. Se pensar-mos um pouco, será que existem musts académi-cos? Foi a questão que coloquei a alguns jovens, de várias universidades do país.

Ainda me lembro dos primeiros dias em que estava na Universidade e de como tudo era novo para mim. Era uma espécie de descoberta de um lugar desconhecido e que precisava de ser decifra-do. Aos poucos temos noção do que podemos fazer enquanto alunos. Depois de termos a percepção dos nossos deveres, sabemos que a vida académi-ca não passa só pelo estudo e pelos trabalhos. Há uma outra parte que é importante vivenciar e, se possível, da maneira mais intensa possível.

Antes de ouvir um “arrependo-me de não ter o feito” ou um “porque é que não pensei nisto mais cedo”, eu proponho-vos a fazer uma bucket list com as coisas que devem ter em mente durante o vos-so percurso académico. É difícil, é verdade, mas é uma maneira de nunca perderem o foco daquilo que almejam. De acordo com os alunos, todos de-vem aproveitar as festas académicas ao máximo, viajar e abrir novos horizontes, fazer Erasmus e conhecer novas culturas, fazer bons amigos (se pu-derem, para toda a vida), aproveitar todos os des-contos universitários, participar num projecto da área do curso, praxar e ir a vários concertos. Pe-rante esta lista, há muitas coisas em comum com a vossa? Com certeza muitos de nós já pensou em fa-zer uma ou mais destas coisas aqui ditas. Durante a nossa vida é importante saber o que queremos, não só na universidade. Do que estão à espera? Cumpram os vossos desejos enquanto é tempo.

O que fazer antes da vida académica acabar

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NELSON VERÍSSIMO

Espaço nobre da cidade do Funchal, a sua de-nominação oscila entre a oficial Praça do Muni-cípio e o tradicional e popular Largo do Colégio.

Três edifícios sobressaem neste Largo: o antigo Colégio da Companhia de Jesus com a invocação de São João Evangelista, os Paços do Concelho e o antigo Paço Episcopal, atualmente Museu de Arte Sacra, com fachada voltada para a rua do Bispo.

Os padres da Companhia de Jesus chegaram ao Funchal em 1570. Oito anos depois possuíam já, nesta área urbana, um Colégio, onde ensinavam Latim, Retórica e Teologia Moral, com um «magní-fico templo», nas palavras de Jerónimo Dias Leite. Contudo, em 1629 iniciou-se a construção da atual igreja, tendo as obras prolongado-se até meados do século seguinte. No frontispício, ao gosto maneiris-ta, podemos observar quatro nichos com escultu-ras em mármore de meados do século XVIII, re-presentando Santo Inácio de Loiola, São Francisco Xavier, São Francisco de Borja e Santo Estanislau, o brasão com as armas reais e o emblema da Com-panhia de Jesus, com o monograma IHS, original-mente a abreviatura do nome de Jesus em grego e, mais tarde, as iniciais da expressão latina Iesus Hominum Salvator (Jesus Salvador dos Homens).

Após a expulsão dos jesuítas em 1759, as ins-talações do antigo Colégio serviram de quartel (forças de ocupação britânicas e Batalhão Inde-

Toponímia do Funchal:Largo do Colégio ou Praça do Município

Três edifícios sobressaem neste Largo: o antigo Colé-gio da Companhia de Jesus com a invocação de São João Evangelista, os Paços do Concelho e o antigo Paço Episcopal, atualmente Museu de Arte Sacra.

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abriram-se as artérias a norte e a sul dos Paços do Concelho, dando origem às ruas Marquês do Funchal e Padre Luís Gonçalves da Câmara.

Projetado, por Raul Lino, um chafariz para o centro da praça, a sua obra de construção veio a ser posta a concurso em 1942.

O imponente obelisco, que irrompe do tanque, ostenta as armas do Funchal, terminando com uma esfera armilar e a Cruz da Ordem de Cristo, simbologia a lembrar o rei D. Manuel I, que elevou a vila do Funchal a cidade, e a ordem militar que deteve o poder espiritual do Arquipélago.

TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

pendente de Infantaria n.º 19) e sede de diversos estabelecimentos de ensino (Aula de Geometria e Trigonometria, Seminário, Liceu, Escola Prepara-tória Gonçalves Zarco, Escola do Magistério Pri-mário do Funchal, Escola Superior de Educação, Universidade da Madeira). Atualmente, ali funcio-na a Reitoria da Universidade da Madeira e uma extensão da Universidade Católica Portuguesa.

Junto ao Colégio, do lado da Rua do Castanhei-ro, foi mandado construir um fontanário em 1838. Dois anos antes, a Câmara procedera ao alarga-mento do adro da Igreja do Colégio, tendo em vista o «embelezamento» da cidade.

A Casa da Câmara foi anteriormente residên-cia senhorial. A sua construção remonta à segun-da metade do século XVIII. Fora residência de Francisco António da Câmara Leme. A Câmara do Funchal arrendou o edifício em 1868 e adqui-riu-o em 1883. Na década de quarenta do século XX, o imóvel foi ampliado e remodelado sob pare-cer do arquiteto Raul Lino (1879-1974).

No ano de 1941, demoliu-se a cerca do antigo Paço Episcopal (onde de 1913 a 1946 funcionou o Liceu Nacional do Funchal) e os edifícios circun-dantes, iniciando-se a terraplanagem do Largo do Colégio para execução do projeto do arquiteto Carlos Ramos (1897-1969), que, para este espaço, havia traçado uma ampla praça. No mesmo ano,

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CENTRO DE QUÍMICA DA MADEIRA

“Bridging the Gap (BtG) - Chemistry & Bi-ochemistry in the Real World” é o mais recente projeto de divulgação científica do Centro de Quí-mica da Madeira (CQM). Lançado publicamente aquando do CQM Annual Meeting, a 30 e 31 de janeiro, a iniciativa pretende estimular, motivar e cativar os alunos dos ensinos básico e secundá-rio para a Ciência, e ampliar o seu conhecimento sobre a Química e a Bioquímica com a prática ex-perimental. Até ao momento, mais de 300 alunos participaram nas atividades dinamizadas, quer seja através das palestras promovidas em escolas por toda a Região Autónoma, ou através da visita aos laboratórios do CQM.

Apesar da aposta clara em faixas etárias mais jovens, o projeto não esquece a comunidade sénior madeirense. Para Nilsa Oliveira, investigadora responsável pelo BtG, “o desafio passa por envolver a população madeirense na Ciência, independente-mente da idade e do conhecimento que possuam, despertando a curiosidade para um mundo fasci-nante e que as pessoas muitas vezes desconhecem”.

As iniciativas mais recentes levaram a Ciência

a cada vez mais pessoas, e permitiram comprovar a pertinência de projetos de divulgação científica no conhecimento da comunidade.

No dia 22 de abril, o CQM recebeu o clube de Física e Química da Escola da Camacha, onde, para além de apresentação dos seus laboratórios e do trabalho desenvolvido, colocaram-se os estu-dantes em contacto direto com os investigadores do Centro, de forma a adquirir uma perspetiva diferente e mais alargada da Ciência.

Após o sucesso das atividades realizadas com os mais jovens, a equipa do CQM promoveu, juntamente com a Casa do Povo de Câmara de Lobos, o primei-ro evento para os mais seniores. No dia 29 de abril, foi realizada uma palestra subordinada ao tema “A Química no dia-a-dia”, e apresentou-se aos alunos da Universidade Sénior a importância da Ciência, atra-vés de diferentes experiências laboratoriais.

No dia 8 de maio, foi a vez do CQM se deslo-car à Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-Escolar dos Ilhéus. A equipa falou sobre a constituição dos materiais e a sua utilidade, e foram realizadas ex-periências que se relacionam com as diversas ca-

Bridging the Gap cativa para a Ciência na Ilha da Madeira“...o desafio passa por envolver a população ma-deirense na Ciência, independentemente da ida-de e do conhecimento que possuam, despertando a curiosidade para um mundo fascinante e que as pessoas muitas vezes desconhecem”.

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racterísticas dos materiais, como a flexibilidade, combustibilidade, resistência ou transparência.

Para finalizar da melhor forma o mês de maio, cerca de 100 alunos da Escola Básica 2.º e 3.º Ci-clos Dr. Alfredo Ferreira Nóbrega Júnior irão vi-sitar o CQM e seus laboratórios, com o objetivo de abrirem os seus horizontes e ampliarem o seu conhecimento sobre a Química e a Bioquímica, permitindo que desenvolvam interesse na parte

laboratorial, pesquisa e investigação científica.Este projeto enquadra-se na estratégica de de-

senvolvimento do CQM para os próximos 6 anos e no Plano de Ação para a Investigação, Desenvolvi-mento Tecnológico e Inovação da Região Autóno-ma da Madeira (PIDT&I) – Plano Setorial para a área de Saúde e Bem-Estar.

TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

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NATÁLIA GUIOMAR BARBOSA

Como é ser um povo esquecido nas margens de um tempo indistinto, todavia relembrado pelas conquistas de seus oriundos?

Ser português não é ser de um país! É ser fruto de uma história. É indagar as suas paisagens e integrar um dialecto multivariado. É criticar um governo na rádio e de seguida presentear-lhe com maioria abso-luta na abstenção. É ter preguiçosos, voluntários, ino-vadores, os ecos dos melhores do mundo, lutadores, talentos por descobrir e as 7 maravilhas naturais e gastronómicas que deliciam os transeuntes.

É ter pegadas alheias em nossas calçadas e pintar o resto do Planeta com as nossas próprias. É ter um povo solidário nas horas difíceis. É acre-ditar que temos orgulho no nosso país, contudo vê-lo como uma imposição vetusta e quadrada às ambições pessoais. Ser português é assimilar cos-tumes, tradições e ter sotaques estranhos e inusi-

O que é Ser Português?

É ter os compadres das ilhas que julgamos esquecidos no tempo e espaço… sonhar ser astronauta e querer voltar para os braços da mãe.

tados. É ter os compadres das ilhas que julgamos esquecidos no tempo e espaço. É ter os versos dos poetas subscritos no pó das garrafeiras dos vi-nhos mais proclamados, é ter um clima simulta-neamente delicioso e ameno. É ser um emigrante exilado, é ver um filho partir em busca de melho-res oportunidades, é sentir a mágoa, o orgulho e a nostalgia entregues à alma. É sonhar em ser as-tronauta e querer voltar para os braços da mãe. É ter a cortiça, a oliveira, o Bacalhau e as nossas vi-tórias e conquistas no mar que nos caracterizam! Porém, na voz de um jovem é “honrar o passado e acreditar no futuro”. Na sátira de um idoso revela--se como: “um povo de corruptos mas que também tem boa gente”. Ser português, é ser um rebento do Mundo, é apregoar a textura de nossas vitórias pelas sombras de nossas fraquezas. É sentir-se aquilo que reivindicamos dentro de nós.

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SERVIÇO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Já adquiriu um produto ou um serviço através da Internet? Saiba que os contratos celebrados nes-te contexto estão regulados por Lei e que lhe são garantidos, enquanto consumidor, vários direitos.

Recentemente, o regime jurídico que regula este tipo de contratos sofreu importantes altera-ções, com a introdução de novas regras pelo decre-to-lei n.º 24/2014, de 14 de fevereiro.

Assumem especial destaque as seguintes no-vidades:

INFORMAÇÃO PRÉ-CONTRATUALO vendedor deve facultar, de forma clara e legí-vel, um sem número de informações, antes da celebração do contrato.Passa a ser obrigatório o vendedor indicar, no seu sítio da Internet, o mais tardar no início da encomenda, eventuais restrições geográficas à entrega e aos meios de pagamento aceites.

CONFIRMAÇÃO DO CONTRATO Com as novas regras, o contrato celebrado via electrónica deve ser confirmado no prazo de 5 dias (no máximo, até à entrega dos bens ou an-tes da prestação do serviço) através da entrega das informações pré-contratuais em suporte duradouro (ex. papel, e-mail, fax).

DIREITO DE DESISTÊNCIAO consumidor dispõe, agora, de 14 dias segui-

NOVAS REGRAS NAS COMPRAS PELA INTERNET

O vendedor deve facultar, de forma clara e legível, um sem número de informações, antes da celebração do contrato.

dos para desistir livremente, sem encargos e sem necessidade de justificar essa opção, sen-do que, para facilitar o exercício deste direito, o vendedor deve disponibilizar ao consumidor um formulário de livre resolução. Se o vendedor não informar o consumidor sobre a existência do direito de livre resolução, o prazo de 14 dias estende-se para 12 meses.Se o vendedor possibilitar a desistência no seu sítio da internet e o consumidor optar por essa via, aquele tem o dever de confirmar a recepção da declaração de desistência no prazo máximo de 24 horas.

REEMBOLSOSe o consumidor desistir, o vendedor deve reembolsar o consumidor no prazo de 14 dias, a contar da data em que tiver sido informado de decisão do consumidor.

DEVOLUÇÃO DO BEMCabe ao consumidor, em caso de desistência, devolver o bem no prazo de 14 dias a contar da data em que tiver comunicado a sua intenção ao vendedor, a não ser que este se ofereça para recolher o bem em casa do consumidor.

CUSTOS DA DEVOLUÇÃOQuanto aos custos da devolução do bem, o con-sumidor só suporta tais encargos, se tiver sido previamente informado dessa obrigação, caso contrário é ao vendedor que compete proceder

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ao respetivo pagamento.

PRAZO DE ENTREGA DA ENCOMENDACaso não tenha sido acordada outra data, o vendedor é obrigado a entregar a encomenda ao consumidor, no prazo máximo de 30 dias, salvo indisponibilidade do bem, em que tem mais 30

dias contados do conhecimento dessa indispo-nibilidade, para reembolsar o consumidor dos montantes pagos. Decorrido este prazo, o con-sumidor pode, no prazo de 15 dias úteis, pedir a devolução em dobro do que pagou.

TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

CONSELHOSAntes de fazer qualquer encomenda por internet, não se esqueça de ler previa-mente todas as condições contratuais.

Conheça outros direitos no sítio da Inter-net do Serviço de Defesa do Consumidor http://srrh.gov-madeira.pt/sdc.

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ANTÓNIO V. BENTO

Neste artigo será mostrada a maneira como a ideia se desenvolve e se transforma na formula-ção do problema de investigação científica, ou seja, como formular um problema de investigação.

São necessários três elementos fundamentais para a formulação do problema: objetivos da in-vestigação, questões de investigação e justificação da investigação.

Concebida a ideia de investigação, tendo o inves-tigador mergulhado no tema em questão, é a altura de formular o problema de investigação. No fundo

FORMULAÇÃO DE UM PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO

“Frequentemente, a formulação de um problema é mais essencial que sua solução.”Einstein

formular o problema é, de facto, aperfeiçoar e es-truturar mais formalmente a ideia de investigação.

A etapa que se processa entre a ideia e a formu-lação do problema pode algumas vezes ser imediata, quase automática, ou pode levar algum tempo; isso depende de quão familiarizado com o tema a ser tra-tado esteja o investigador, a complexidade da ideia, a existência de estudos prévios, o empenho do investi-gador, o enfoque escolhido (quantitativo, qualitativo ou misto) e as suas capacidades pessoais.

Podemos afirmar que um problema formula-

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Concebida a ideia de investigação, tendo o investi-gador mergulhado no tema em questão, é a altura de formular o problema de investigação. No fundo, formular o problema é de facto aperfeiçoar e estru-turar mais formalmente a ideia de investigação.

do corretamente está em parte resolvido; quanto maior exatidão, maiores as possibilidades de obter uma solução satisfatória. De qualquer modo, o in-vestigador deve ser capaz de não apenas concei-tuar o problema, mas também de verbalizá-lo de forma clara, precisa e acessível.

Segundo Coutinho (2011), “… o problema tem a importante função de focalizar a atenção do in-vestigador para o fenómeno em análise, desempe-nhando o papel de “guia” na investigação” (p. 45).

Para Fortin (2003), a formulação de um proble-ma de investigação constitui a mais importante etapa do processo de investigação.

Segundo Kerlinger (1986), os critérios para for-mular adequadamente o problema de investigação são os seguintes:

a) O problema deve expressar uma relação en-tre duas ou mais variáveis (nos estudos qualitati-vos esse não é um requisito);

b) O problema deve estar formulado claramente sem ambiguidade em forma de uma pergunta (por exemplo, qual o efeito? em que condições…? qual a probabilidade de…? como se relaciona com…?

c) A formulação deve implicar a possibilidade de realizar um teste empírico (enfoque quantitati-vo) ou uma recolha de dados (enfoque qualitativo), ou seja, a viabilidade de observação na realidade ou em seu meio.

Os elementos para formular o problema são três e estão relacionados entre si: os objetivos que

se pretendem alcançar, as questões de investiga-ção e a justificação do estudo.

Frequentemente pergunta-se: onde é que os in-vestigadores e estudantes vão buscar e definir os problemas?

1. O interesse e experiência do investigador2. A vontade de testar a aplicação de uma teo-

ria a um problema social3. A replicação de estudos prévios4. A identificação de resultados e/ou conclusões

contraditórias em estudos préviosPortanto, os objetivos estabelecem o que a in-

vestigação pretende, as questões dizem-nos quais as respostas que devem ser encontradas por meio da investigação e a justificação indica-nos por que se deve realizar a investigação.

Referências e sugestões de leitura:Coutinho, C. (2011). Metodologia de investi-

gação em Ciências Sociais e Humanas: Teoria e prática. Coimbra: Edições Almedina (pp. 45-48).

Fortin, M. (2003). O processo de investigação: da conceção á realização. Loures: Lusociência (pp. 61-71).

Kerlinger, F. (1986). Foundations of behavioral research (3rd ed.). New York: Harcourt Brace Jo-vanovich College Publishers.

TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

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DIREÇÃO REGIONAL DE FLORESTAS E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

1. CONHEÇA AS BELAS PAISAGENS DA MADEIRA… EM SEGURANÇA!

Nas últimas décadas são milhares de pessoas que procuram conhecer as belas paisagens da Ma-deira, desde o mar até às Montanhas, passando pela Floresta Laurissilva, por vezes de um modo não adequado, resultando em acidentes pessoais por vezes fatais. Muitos dos percursos pedestres do Arquipélago da Madeira são localizados em zonas de Montanha e Floresta Laurissilva, exis-tindo obstáculos como derrocadas, abismos, ve-getação muito densa, piso escorregadio devido à abundância de água e folhagem seca, que se não existir muita atenção e cuidado por parte dos ca-minheiros podem causar danos materiais e pes-soais. Todos os visitantes locais, nacionais ou es-trangeiros devem respeitar a Natureza, não desa-fiando... protegendo-se!

Normas de Conduta em Áreas Naturais Florestais

AJUDE-NOS... SEJA RESPONSÁVEL PELA SUA SEGURANÇA E DE TODOS!

O Planeamento é fundamental:• Informe-se sobre as condições meteorológicas

do local e consulte a previsão do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais;

• Visite sempre em grupo, nunca vá para a Flo-resta só, faça-se sempre acompanhar por um guia credenciado;

• Escolha as atividades que pretende realizar na sua ida à Floresta, conforme a sua condição fí-sica e o seu nível de experiência;

• Não altere - sem avisar previamente - o rotei-ro programado;

• Certifique-se do tempo que vai gastar na ativi-dade, garantindo que a conclui antes do anoitecer;

• Aprenda as técnicas básicas de segurança, como orientação (saiba como usar uma bússola,

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Informe-se sobre as con-dições meteorológicas do local e consulte a previsão do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais.

um mapa ou um dispositivo móvel com sistema GPS) e primeiros socorros.

2. EVITE COMPORTAMENTOS DE RISCO... SEJA UM CIDADÃO RESPONSÁVEL!

• Não faça fogueiras, as fogueiras enfraquecem o solo, deixam os locais de acampamento feios e estragados e representam uma das grandes cau-sas de incêndios florestais por negligência (95% dos incêndios florestais);

• Quando as temperaturas são elevadas (aci-ma dos 25 graus) e a humidade relativa do ar bai-xa - tempo quente e seco – não faça fogueira e ou queimadas agrícolas, não lance foguetes (arraiais ou outras festas), não lance balões de ar quente, não cozinhe em áreas naturais florestais - leve a comida já cozinhada;

• Para cozinhar (quando o tempo está ameno - até os 25º no máximo) utilize um fogareiro próprio para acampamento ou cozinhe em local próprio (lareira);

• Quando utilizar uma lareira tenha absoluta certeza de que está completamente apagada antes de sair da área.

• Para iluminar o acampamento, utilize uma lanterna;

• Para se aquecer, tenha a roupa adequada ao clima do local que está visitando;

• Em qualquer situação não fume em locais de floresta ou noutras áreas naturais - leve um cin-zeiro sempre consigo; leve o seu lixo de volta – lixo em áreas naturais - é um grave problema ambien-tal e de saúde pública;

• Quando o tempo está quente e seco não visite áreas naturais nas zonas montanhosas muito ex-postas à radiação ultravioleta;

• Quando está previsto mau tempo (muita chu-va e ventos fortes) não faça atividades em áreas naturais, fique atento aos avisos das entidades competentes.

Em caso de emergência ligue para o 112Colabore… Contamos consigo!

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O projeto foi pensado de forma a se interagir com o público em geral e com os jovens em particular, de uma maneira lúdica e divertida, sensibilizando para o consumo respon-sável de substâncias psicoativas (SPA).

#vibes4u no drugs

BEBIANA RIBEIRO

O projeto “#vibes4u no drugs” está a iniciar a sua caminhada na noite. Dirige-se aos frequenta-dores dos espaços recreativos noturnos da cidade do Funchal e tem por objetivo prevenir os consu-mos de bebidas alcoólicas e das substâncias psicoa-tivas ilícitas, como também minimizar os riscos e reduzir os danos associados a estes consumos.

É promovido pelo IASAUDE, IP-RAM, atra-vés da Unidade Operacional de Comportamentos Aditivos e Dependências (UCAD), em parceria com a Escola Superior de Enfermagem São José Cluny (ESESJC) e o projeto PsicoAlerta do curso de Psicologia da Universidade da Madeira (UMa). Envolveu alunos do curso de enfermagem, profes-sores estagiários e enfermeiros da ESESJC, bem como, alunos do curso de psicologia da UMa.

A noite de hoje em dia, o espaço relacional que se

cria, as vivências, a própria indústria do lazer é bem diferente da noite de há uns dez anos atrás. A oferta é outra, muito mais variada, os hábitos são outros, existem diferentes roteiros nas saídas, e a difusão da informação também é outra, com novas imagens que têm tanto de apelativas como de atrativas.

O projeto foi pensado de forma a se interagir com o público em geral e com os jovens em particular, de uma maneira lúdica e divertida, sensibilizando para o consumo responsável de substâncias psicoa-tivas (SPA), através do desenvolvimento de atitudes e comportamentos responsáveis face aos consumos.

Pretendemos, igualmente, prevenir comporta-mentos de risco, contribuindo para a diminuição do número de acidentes de viação, do número de situa-ções de violência e do número de relações sexuais desprotegidas relacionados com o uso de SPA.

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Recorrendo a uma metodologia de educação pelos pares, foi formado um grupo de alunos vo-luntários da ESESJC e do Psicoalerta que inte-gra uma bolsa de educadores de pares, os quais têm vindo a implementar as diversas atividades outdoor, através da sensibilização (par-a-par) a adolescentes e jovens que frequentam as princi-pais zonas de diversão noturna (zona de bares / discotecas, festas, festivais, arraiais.

No dia passado dia 25 de abril estivemos presen-tes no Arraial Académico promovido pela Associa-ção Académica da Universidade da Madeira (AAU-Ma), com um conjunto de iniciativas preventivas.

Durante o Arraial Académico foi dinamizado um espaço recreativo dirigido aos seus frequen-tadores, com o recurso a fotos e a mensagens preventivas do consumo de SPA, proporcionando

momentos de diálogo e de esclarecimento perso-nalizado. Esta iniciativa abrangeu cerca de 600 pessoas. Alertou-se para a minimização dos ris-cos e redução de danos associados ao consumo de substâncias psicoativas, através da distribuição de preservativos e de folhetos nas viaturas, no es-paço circundante ao arraial.

Para aceder a mais informações sobre o proje-to #vibes4u no drugs basta aceder à sua página no facebook no link https://www.facebook.com/pa-ges/Vibes4u-nodrugs/945191642179550?fref=ts ou aceder ao site da UCAD.

Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM.

TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

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JUSTYNA ZIELINSKA

By every another walk I discover more and more exotic faces of this eternally blooming island somewhere in the Atlantic Ocean. I experienced black sand on my feet, I walked on the levada above the green precipice, where I took a quick shower in the very small cascade, which passed through our route…

Do I feel, after three weeks being here, as a person who was born here? It is for sure that after this time I am putting up better with these high temperatures and lack of rain. Seriously, I miss at least a little drizzle, and besides drops from sprin-klers, everyday watering lawns in the city, I have forgotten already what actually means the follow-ing expression – “a rainy day”, very popular in the central-east Europe, from where I come from.

But, it is not adequate reason to complain (still or yet) about the island with subtropical climate.

During my first free weekend, I visited one of sandy beaches on Madeira. I travelled by bus to Machico.

Experience of journey on the island’s roads was a little bit extreme for me. There is almost no straight ways. When bus leaves Funchal, goes by hard turnings around very high mountains. Views are amazing, but a passenger thinks every single

Pleasant views moistened with maracujá juice

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I experienced also my first levada walk. I’ve been con-cerned, because I have height fear, but luckily this route was quite flat, narrow, but with buffers. I haven’t noti-ced that a whole way went above a precipice.

Foto na pasta + Praia Formosa, Praia Machico

moment, how this driver passes so fluently (and so fast!) another fragments of these pretty narrow roads, secured only by very low concrete pillars. But I survived. The journey took only 40 minutes. On the bus I met Polish marriage. They were com-ing back to their hotel in Machico. Now, there is a lot of Polish tours on Madeira due to the summer direct flights from my country, organized by tour-istic companies. This couple resigned from holidays in Tunisia. We can assume that due to insecure sit-uation in the northern Africa, Atlantic islands can gain from that. This couple judged that Madeira is quite neutral area, free from any conflicts.

But, let’s come back to the beach in Machico. It is an artificial recreational spot, very small, but you can easily relax there. Sand, brought here from Sahara is very soft.

I spent there a whole afternoon, I ate local del-icacy, which is bolo de caco with chorizo, salami and cheese. I paid only 2 EUR. Here, everything what is local, is cheaper. At the supermarket I

have seen Polish yogurts, but twice more expen-sive than local ones.

Then, in the middle week, I went to Praia For-mosa – a beach with volcanic black sand. After 2 hours of walking I drunk a cold brisa maracu-já – one of my favourite soft drinks here. It has already saved my life many times. It was equally uncommon and pleasant experience, as visit on the beach made from “a piece of Sahara”.

I experienced also my first levada walk. I’ve been concerned, because I have height fear, but luckily this route was quite flat, narrow, but with buffers. I haven’t noticed that a whole way went above a precipice. There, accidentally, we were forced to take a quick shower in the small cascade – it passed through the route and we couldn’t go further without going under it. It was really un-leashing feeling.

Tastes of Madeira island are variable. I am looking forward to discover her deeper layers dur-ing next months in “the multi-facial paradise”...

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OTÍLIA FREITAS

A Saúde, condição individual, subjetiva e va-riável no tempo, reporta-se à representação men-tal e a um estado de bem-estar físico, emocional, espiritual e social. Resulta de um percurso dinâ-mico, com necessidades específicas e momentos relevantes que influenciam as fases seguintes. É consequente de comportamentos e de vivências em contextos saudáveis e da prevenção e gestão de doença e suas complicações. Constitui, a nível pessoal e social, um valor, um direito, um dever, um recurso e um projeto.

Cada pessoa, orientada por valores e crenças, procura o seu equilíbrio e harmonia, enfrentan-do os desafios colocados pelas situações de vida e realizando escolhas em conformidade com os seus

A saúde: do valor ao projeto pessoal e coletivo

desejos e projetos. No adulto, os comportamentos de procura de saúde são da responsabilidade in-dividual, também influenciados pelo ambiente in-terno e externo. A cada cidadão, centro do sistema de saúde, reconhece-se um papel ativo enquanto agente de mudança e atribui-se a capacidade para manter e promover a saúde.

A cidadania em saúde, designa um estatuto que confere responsabilidade legitimada, no respeito pelo bem-comum e em proveito dos seus interes-ses. Atesta direitos e deveres relativos à promoção e defesa da saúde, com reconhecida liberdade de escolha, consignados na Lei de Bases.

As orientações para a Cidadania em Saúde, reforçam o empowerment e a responsabilidade in-

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A Universidade, contexto formativo altamente qualificado em diferentes áreas do conhecimento, configura-se um recurso e de-terminante para a promoção da cidadania em saúde.

dividual e coletiva e integram a literacia, numa cultura de pro-atividade, compromisso e autocon-trolo do cidadão. Assim, enquadra-se a responsa-bilidade pela adoção de estilos de vida saudáveis, a utilização racional e adequada dos serviços e a participação nas decisões.

O relatório Gulbenkian 2014 – Um futuro para a saúde – todos temos um papel a desempenhar – convida à reflexão e invoca a participação de di-ferentes intervenientes, o papel das comunidades, dos cidadãos e das famílias alertando que “a saú-de começa em casa”.

A cada um em particular cabe reconhecer o seu potencial, compreender os determinantes e especificidades associadas às fases do ciclo vital

e do meio, e desenvolver conhecimentos, atitudes e competências relativas à promoção da saúde e prevenção de doença na esfera pessoal, familiar e do contexto em que participa.

A Universidade, contexto formativo altamente qualificado em diferentes áreas do conhecimen-to, configura-se um recurso determinante para a promoção da cidadania em saúde, num meio potencialmente reorganizador de estilos de vida saudáveis, através do reforço na capacitação indi-vidual e coletiva e da confrontação com papéis e expetativas de autonomia, de responsabilização e de participação ativa.

TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

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SPEA

A SPEA, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, tem como missão trabalhar para o estu-do e a conservação das aves e dos seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

Além dos escritórios em Lisboa e nos Açores, estamos também presentes na Madeira, onde de-senvolvemos diversos projetos dedicados à conser-vação de algumas espécies de aves particulares da nossa região através da recuperação do seu habitat. Além destas ações mais concretas de pre-servação da biodiversidade, apostamos numa for-te componente de sensibilização ambiental, quer direcionada à comunidade escolar quer ao públi-co em geral, através de saídas de campo mensais que disponibilizamos gratuitamente a todos os interessados. Promovemos ainda a observação de aves, não só com caráter lúdico mas também como forma de potenciar uma atividade económica sus-tentável e amiga da natureza. Por todas estas ra-zões estamos de braços abertos para vos receber: visitem-nos nas redes sociais ou contactem-nos através do nosso endereço electrónico, [email protected], caso queiram conhecer um pouco mais sobre o valor natural do nosso arquipélago. Fre-quentemente acolhemos voluntários e estagiários que estejam disponíveis e comprometidos com esta causa. Juntem-se a nós e contribuam para um mundo melhor!

TEXTO ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990.

22 anos a proteger as aves

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et al. é abreviatura da expressão latina et alii (“e outros”). Os alii são com frequência aqueles que não se nomeiam, que não se identificam, que não deixam memória da sua vida. Os outros são aqueles que não aparecem, que se remetem a um silêncio social e cultural que oblitera a sua identida-de. Et al. será certamente um indica-dor do que a academia tem de mais precioso: a busca do conhecimento, da compreensão, da mudança, busca que resulta inevitavelmente em inclusão e tolerância.