a situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · madrid, sobre a mais pequena língua da...

22
ISSN: 0212-999X Revista de Filología Rontúnica Vol. 18(2001)117-136 A situagdo actual da un gua mirandesa e o problema da delimita~do histórica dos dialectos asturo-leoneses em Portugal Manuela BARROS FERREIRA RÉSUMÉ La localisation d’une nouvelle langue minoritaire, le mirandais, dans le terri- Loire dii Portugal et le nombre réduit de ses locuteurs. Les raisons pour lesquelles ce langage est passé d’une situation dialectale, de tradition orale, á la situacion de lan- gue oficielle, orale et ¿crite. Des aspects de la langue qui représent une ijaison au portugais européen et des aspects qui le caractérisent comme une langue différente. Toponymie astur-léonaise dans le nord-est portugais. Le micro-toponyme «Ourrieta» comine témoin d’une culture d’origine latine en continuel rapport avec le domaine astur-léonais. Contribution du léxique á la recherche d’un fonds cultu- reí commun. Mots clefs: Langue minoritaire, mirandais, toponymie astur-leonaise. AgradeQo aos organizadores deste Seminário, e muito especialmente á colega e amiga MY Victoria Navas, esta oportunidade de vos falar, em Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe- quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes 1 e ocupa um territó- rio de 500 quilómetros quadrados. No entanto, esta língua, como outra qualquer, é infinita nas suas possibilidades de expressáo e nas surpresas que nos reserva. Passo a desenvolver alguns aspectos da sua delimitagáo relativamente ao portugués. Na estimativa deste número de falantes. consideram-se cerca de 7.000 residentes no con- ceiho (que segundo o censo dc 1991 tinha 8.449 pessoas) e de 5.000 emigrantes conhecedores da Ifngua. Estas informa9óes foram dadas pelo Dr. Amadeu Ferreira, a quem agradego. 117

Upload: ngokhanh

Post on 18-Nov-2018

228 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ISSN: 0212-999XRevista de Filología RontúnicaVol. 18(2001)117-136

A situagdoactual da ungua mirandesaeo problemada delimita~dohistórica

dosdialectosasturo-leonesesemPortugal

ManuelaBARROS FERREIRA

RÉSUMÉ

La localisationd’une nouvellelangueminoritaire,lemirandais,dansle terri-Loire dii Portugaletlenombreréduitde seslocuteurs.Lesraisonspour lesquellescelangageestpasséd’une situationdialectale,detradition orale,álasituaciondelan-gueoficielle, oraleet¿crite.

Des aspectsdela languequi représentune ijaisonauportugaiseuropéenetdesaspectsqui le caractérisentcommeunelanguedifférente.

Toponymie astur-léonaisedans le nord-estportugais.Le micro-toponyme«Ourrieta»cominetémoind’unecultured’origine latineen continuelrapportavecle domaineastur-léonais.Contributiondu léxiqueála recherched’un fondscultu-reícommun.

Mots clefs: Langue minoritaire,mirandais,toponymieastur-leonaise.

AgradeQoaosorganizadoresdesteSeminário,e muito especialmenteácolegae amiga MY Victoria Navas, estaoportunidadede vos falar, emMadrid, sobrea maispequenalíngua da PenínsulaIbérica. E amaispe-quenaporquecontaapenascercade dozemil falantes1 e ocupaum territó-rio de 500 quilómetrosquadrados.No entanto,estalíngua, como outraqualquer,é infinita nassuaspossibilidadesde expressáoe nassurpresasquenosreserva.

Passoa desenvolveralgunsaspectosda suadelimitagáorelativamenteao portugués.

Na estimativa deste número de falantes. consideram-se cerca de 7.000 residentes no con-ceiho (que segundo o censo dc 1991 tinha 8.449 pessoas) e de 5.000 emigrantes conhecedores daIfngua. Estas informa9óes foram dadas pelo Dr. Amadeu Ferreira, a quem agradego.

117

Page 2: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~áoactualda unguamirandesaeo problema...

LOCALIZA9ÁO

A línguaMirandesatemurnalocalizagáogeográficabastanteprecisanonordesteportugués.A suafronteiranortee nascenteénítida,coincidindocoma fronteirapolítica; já apoenteo seutragadoé maisindeciso.A norte,a«rajaseca»estárepresentadapelasaldelas-limitede SanMartino de An-gueira,Cicuiro, Custantine Paradela;a nascente,situa-sea fronteiranatu-ral entrePortugale Espanhaconstituidapelorio Douro,ao longo do qual seelevamAldinuoba, Bal d’Aila, a prápriacidadede Miranda,FreixenosaePicuote.A oestedestearco,encontram-seAngueira(no conceihode Vi-mioso), Speciosa,Pruobae Infaing; Zenízio,Maihadase PeinhaBranca;BI-lasseco(novamenteno conceihode Vimioso); SanPedrode la Suba,Pa-lancar, Bal de Mira; Fuonte Lhadron, Palaguolo,Augas Bibas, DuesFigreijas,Cérceno;PradoGaton,FuonteAldé, Bila Chanade Barciosa;e fi-nalmente,asul, Sendin.

O centroadministrativodesteterritório,Mirandado Douro,nAo costu-maaparecerna listade localidadesde falamirandesaporqueah alínguana-tiva fol submergidapeloportugués,e atépeloespanhol,noscontactoscomos numerososturistasdo outroladodarala. No entanto,ultimamente,coma concentrayáode gentequeval trocandoa aldeiapeíacidade,e como mo-vimento queah surgiu a favor da língualocal, o mirandéscomegoua serum poucomenosevitado na própria cidadede Miranda. Por essarazáo,creio ter chegadoo momentode se reintegrara capital do concelhonomapada línguamirandesa.

Forado conceihode Mirandado Douro----nascidadesdo litoral portu-gués e no estrangeiro—existemmuitos milharesde emigrantesqueco-nhecema sualíngua e a utilizam sempreque as condigóesde comurn-cagáoo permitem.NAo é porémdestageografiaondulantequeaquisetra-ta, masdo território permanentementeocupadopor urnadadapopulagáo.

RECONHECIMENTODO MIRANDÉS COMO LÍNGUA OFICIAL

A lei de oficializagáoda línguamirandesafoi publicadano Diário daRepúblicanr. 24/99,primeirasérie,como nr. 7/99de 29.1.Nabasedessalei estevea ideiado valorda falanativacomopatrimónioespiritualdo poyorespectivo.Nestecaso,do poyo portugués.Urnapequeníssirnapartedessepoyo ¿possuidorde um idioma quenAo é portugués.A questáo,tantasve-zescolocada,de se tratarde urna língua ou de um dialectoé irrelevante,

RevÑ~ta de Filología RomonwaVol. 18(2001) 117-136 lIS

Page 3: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~áoactualda ll’n guamirandesaeoproblema..

pelo simplesfactode queosdois termosnAo sAo alternativos.E na medidaem quenos últimos anos se constataraumadiminuigáo aceleradado nú-merodosfalantesdesseidioma, tornou-senecessárioassumirmedidases-peciaisdeprotec9Ao.Além de seprocurarprolongara sim existéncianaorn-lidade,tratava-se,também,de evitar quemaisesteidiomaacabassepor seperdersemdeixarde si senáournavagamemórianamemóriadosvivos. Ofactode, repentinamente,o mirandéssetertomadournalíngua oficial foi,por conseguinte,urnadecisáode carácterpolítico e institucional2 Porém,estatomadade posi~áonAo tenasidopossívelsenAo sebaseasseemcons-tataQóesdo foro linguíst¡co,isto é. no factode o mirandésconstituir,boje,um idioma independente.Neste caso,«idioma independente»significa,por umlado,quenAo setratade umdialectodo portuguése, por outro,queo mirandés,emborapertencendo,historicamente,ao dominiogeolinguísti-co asturo-leonés,tem no momentoactualuma conf¡guragáosuficiente-mentediferenteparaquepossaexigir, parasi, urnanormatizayáoprópria.Apesardo senfundo comum com asvariedadesastuto-leonesas,o mi-randésé diferentede qualquerdejas,tal comoé diferentedo espanholquehojesefala no tenitóriocontiguo (Aliste e Saiago).Sendoassim,nAo podeobedecernem ás normativasgramaticaiseortográficasasturianasnem áscastelíhanas,devendoestabeleceras suaspróprias.Paraalérndisso,éaindaurnvínculo colectivode umnúmerode falantesquejustificaum esfor9onosentidoda suapreservaQáoe continuidade.

É o quetem vindo a serfeito nosúltimos anos.Procurou-seestabelecerurnaconvenyáoortográficaque,sendounitária,fosseaceitávele compre-ensíve]do pontode vista da micro-variagáolocal (sempretAo difícil de sa-tisfazer),e continua-sea trabaiharnessesentido.Pretende-sedestemodoqueum idioma quetem vivido quaseexclusivamentena oralidadee ámar-gem do ensino, sejadotadodos instrumentosbásicosque Ihe permitamexpressar-setambémpor escritocomum mínimo de varia9desgráficas,eassimteracessoa todosos registosdeuso.

CONTINUIDADES E DIFEREN~AS

Os falaresdaslocalidadesatrásenumeradasapresentaniurnasériede ca-racterísticas,que,no seutodo,individualizamessalínguaquerem rela9áoao

2 Eroposía pelo deputado Dr. Júlio Meirinhos e aprovada por unanimidade pelo parlamentoportugués—AssembleiadaRepública-—eni17 dc Setembrode1998.

119 Revisto de Filología Rom4nicaVol. 18 (2001) 117-136

Page 4: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~1ioactualda líaguamirandesaeo problema...

portugués,queraosfaJarescontiguos,do ladoespanhol.Retomoesteassun-to ~, acrescentandoalgunsdadosnovos,maspondo emfoco somentealgunsaspectosquemeparecernindispensáveisparaurnacaracteriza9áosumária.

Continuidade cm relaváo ao portugués geral ou ao portugués do norte:

Nafono/ogia

(1) existénciadef inicial;(2) africadasurdach provenientede cl-, pl- efl- latinos (chabe, chuba,

e/rama);(3) consoantepalatal sonoraprovenientede ¿ye e’ 1 latinos (ahejiha,

muihier);(4) vocaliza9áode [k] do grupo-et- em -it- (¡cite, nito, nuite);(5) existénciadosditongoseje on, comváriasproveniéncias(¡cite, ri-

gucíro,ponto, ecuso);(6) pós-alveolaressurdae sonora(grafias x, j, ge, gi (xara, jó, gi-

lada));(‘7) sistemadequatrosibilantes,surdase sonoras«apato,dk; salsa,

més;dezir,znudo;cosa,asno) (comono portuguésdo norteinterior);(8) ausénciade y, existindoem seulugarb;(9) existénciade vogaisnasais(cumpadre)e deditongosnasais(co-

ra~on)4;

(10) desenvolvimentode urnasem¡-vogalna sílaba(acentuada)queprecedelb ej (abeilba.hoije).

(11) Um sistemaverbalsemelhanteao portugués,inclusive na utilLza~aodo perfeitodo indicativo simplese do infinitivo conjugado.

De notarqueváriosdestestra9osconstituernurnacontinuidade,nAo séem rela~Aoao portugués,mastambémem relayaoao galegoe ao asturo-le-ones.

Játratadocm M. BarrosFerreiraeAna Maria Martins(1987), M. BarrosFerreira(1995)e(1999), Mi’ LuisaSeguradaCruzeíalii (1994), ClarindadeAzevedoMaja (1996).Pormotivostécnicos,evito o mais possível utilizar transcri9óesfonéticas. Paraaeventualidadedealgum Iei-tor desconhecer asnormasdeescrií.a portuguesas, informoque llí eah correspondem a Ile ñ es-panhéisequeo soni de], ge,gi correspondeaoj francésdefinir.

Na generalidadedo mirandés,-on final pronuncia-scléwl. No dialectodeSendimexisteoditongonasal[áwj: coro~onpronuncía-secora~áocomono ponuguésnormativo.O plural 8 co-eagonescomono restodo mirandés.

Revivia deFilología RománicaV01. 8(200!) 117-t36 121)

Page 5: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~ñoactualda línguamirandesaeo problema...

Continuidadelexical

(12) A maiorpartedo léxicomirandésdistingue-sedo portuguésso-bretudodo ponto de vista fonológico.Paraalém dos inumeráveisneolo-gismos,um dosmaisflagrantesexemplosde continuidadeencontra-senasdenorninaqóesdos dias da semana,que em mirandéssAo semeihantesásportuguesas,ou seja:segunda,ter<a, quarta, quinta, sesta,sábadoe de-mingoou deimingo.

Algumas das principais diferenqas cm relaqáo ao portugués:

(13) preserva9áode -n- e de -1- intervocálicoslatinos (ganado,salir),o queoriginadiferenysnaestruturasilábicadaspalavras;

(14) palataliza9áode -nn-, -mn- e -¡1- latinos (canha,danhado,ea-balho);

(15) existénciade ditongoscrescentes5ie e uo (tierra,puorta);(16) existénciade Ib- no inicio de palavra,provenienteda palatail-

zagáode 1- inicial latino, (1/zuna)6.

(17) tendénciaparainexisténciade vogaisaltasátonasem inicial ab-soluta. Se se tratadevogaisorais,aparecemem senlugarditongosdecres-centes(cinemigo,eisatne,ousar,oubedeeerpor inimigo, escame,usar eobedecer7) e se foremnasais,sAo menosaltaselon ditongadas(anfelig porinfeliz, ountadoporuntado8);

(18) a redu9áodedes-, no inicio depalavra,a umaconsoantesibilan-

te, surdaou sonora,em conformidadecom a consoanteseguinte(znudo,~ca1~ar);

(19) artigodefinidomasculinoreduzidoa 1, comdois valoresfonéti-cosdiferentessegundoa inicial dapalavraseguintee afinal da palavrapre-cedente;

No dialecto de Sendim, os ditongoscrescentesle e uo reduzem-se si e u, respectivamente.Noutras localidadesreduzem-se ae e o, conservando-se porém naentoa~áo enfática.

6 No dialectofalado cmSendim 01- inicial mantem-se.De notar queassemelhan~as e diferen9as que tenho vindo a apontar tém como principal re-

feréncia o portugués do norteequenessa zona do país e-eo- iniciais se mcm ,- eu-ISa mesma ordem de idejas, o verbo encher,que no portugués do norte se pronuncia incher,

roma-se, cmniirandés,anchir; no entanto, conserva In- inicial nostemposemqueo acento recaisobreessasílaba: eaindio, tu inches...Estaregra atinge os neologismos actuais, por ex.. Internet> anternetc

121 Revisto de Filología RantónicaVol. 18 (2001) 117-136

Page 6: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaSarros Ferreira A sííua~:doactualda língua mirandesaeo problema...

(20) pronomepessoalyouepronornespossessivosmiu, mie, ton, son,etc.;

(21) utiIizay~o de vós como forma de tratamentorespeitosa (ex.:«Bósadondeides,tiu Fracisco’fl;

(22) utilizagiio de se cm vezda forma le do pronomeobjecto indi-recto (ex. se lo e/tve,debuolbo-se-la,emvezde disce-le-lo,debuolbo-le-la>;

(23) 3.~ p. do pretéritoperfeitoem -o: elpuso,fizo,disco;(24) génerode algumaspalavras(1 fiebre, la calor, la cuntano senti-

do de ‘conto’, la usa, la sangre,la fin);(25) existénciade um conjuntode advErbiose locugóesdiferentedo

queexisteemportugués:ende ~, alizó, al/zina,aquino,aeolouca,delantre,de ¡heugo; astanho,a soutrodie, a la purmanhana...;

(26) Nornesde lugarconstituidospordois substantivos,comou sernartigoentreeles: TougaGalinha (Guadramil),Ourrieta ¡ meio, Urreta loFrezno,Ruta1 Pogo, Ruta1 Anferno(Miranda),assimcomopor preposiyáo+ artigo+ substantivo:Trós-la-fuonte,Tre la Torre, de/ana-ela puorta. Estecasopode-secomparar,de certomodo,aosqueacontecememasturianode-poisde locativos.quantitativose outroscasos:«trelío mato,tre lía cruz»,etc»12; ou: «la mayorpartelos nomes»,«cercala casal’amu»,«namayorpartelas casas»«los acabantenacer»~, « a la guetala lhinguaestándar»14,

«toaunariestrafenómenosIlinguisticos»15; ou ainda,«sidra’l duernue si-dra’] sapu»¡6

(27) possibilidadede constru9Aode frasesnegativascom nega~áoatravésdo indefinido negativoe nAo como emportugués,atravésdo ad-vérbionóo + indefinido (negativoou nAo negativo):Ex. portugués:«espe-ro queestejabern e nAo tenhaapanhado(nenhuma)(qualquer)(urna)dordecabeQa».Ex. mirandés:«asperoquesteiabien i tengaagarradoninguadelorde cabega».

A formabás,quedesapareeeudo portuguésnormativocorrenle,utilizando-seapenascomoformadetratamentoparaDeus,santos,ou fórmulasde altacerimónia,conserva-scaindacmTrás-os-MonteseMinho comosegundapessoado plural, nafaja corrente.

O pronomele mirandéscorrespondea ¡líe portugués.Estaformase,de utiliza~áosorne-Ihanteádo espanhol,é muito frequentena variedadesendinesa.

No sentidode«al». ExistemigualmenteasIocuyéesporendeedende.N~o incluí nestalista items quesediferenciamapenasporseguiremregrasfonológicasdiferentes:elqul, eilhi,yá.

2 o assuntoeestesexemplossáoreferidosporAnaMaríaCano(1995)p. 26.‘> JoaquínFernándezGarcía(1994),Pp. 93.96,97,99‘~ GarcíaArias (1987), p. 45.

AnaMaríaCano(1987),p. 14‘~ ExpresséesrecolhidasporZamoraVicente, 1953,p. 127.

Revisto de Filología RománicoVol. 18(2001)117-136 122

Page 7: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situagáoactualda línguamirandesaeo problema...

(28) No querespeitao téxico,hátodaumaséi-iede palavrasquecos-tumamsercitadaspelaspessoasquequereindar aconhecera«excentrici-dade»da língua.Porexemplo,ourrieta e culaga,paradois tipos deparce-las de terreno,faleitos para fetos,scobaparaa giesta,rocos para oscogumelos.Apresento,emadenda,algunsdadosmais sobreo assunto.

Julgo que a enumeraQAodestascaracterísticasé suficientepara de-monstrara indidualidadedo mirandés,feita da combinaQáode traQosdaslínguasvizinhascomtraQosqueIhe sAo privativos.

A QUESTÁODO ANTIGO TERRITÓRIODE FALA ASTURO-LEONESAEM PORTUGAL

SegundoAntónio Maria Monrinho(1987,pp.77),o Mirandésocupavaumaáreamais vasta:porvolta de 1967aindasefalavao mirandésna aldeiade Ca~are1hos,no Conceihode Vimioso e há mais tempofalava-se,nessemesmoconceiho,nasaldejasde Avelanoso,SAo Joanico,Vila ChA daRi-beira,SerapicoseCampode Víboraseainda,no concelbodeMogadonro,emUrrós e Bemposta.Háum século,já JoséLeite de Vasconcelosaponta-va o recuosofrido pelomirandésno decorrerdos tempos~‘. Mais pertodenós, Sletsj0e,depoisde assinalara sua antigapresen~amais a oeste(Vi-mioso)e mais asul (Mogadouro),acrescenta:«Onestendroit de supposer,jusqu’ánouvelordre,quele mirandaisétaitparlé,autrefois,dansla régionnor-ouesttoutentiére»(p. 152).Serianecessárioprová-lo,o quenAo éta-refafácil.., O certo¿queindagandoo território do distrito de Bragangaseencontramfaixas (cadavez mais ténuesá medidaquenos afastaniosdoconcelhode Miranda)de topónimosqueremetemparaestruturasmorfofo-nológicasserneihantesAs mirandesas.Paraum estabelecimentoaproxima-do desseespa~o,interessam,sobretudo,ostraQosquesAo comunsao cas-teihanoe ao asturo-leonés.A maneiramaissimplese maisseguradeestabeleceresseantigo espa~oE seguindoo caminhojá tragadopor L. F.Lindiey Cintra (1958).0 territóriopor eleestudado,a sul do Douroe entreo rio Loae o Águeda,pertenceuaoreino de Leáoatéao fim do séculoxiii,e neleperdurammuitostopónimosde carácterleonés.O territórioanortedo Douro, porém, e nomeadamentea zonamirandesa,pertenciaao reinoportuguésdesdeo seculoxn. Isto significa quedesdeo séculoxii haveria,

~ LsrudosdePhilologia Mirandesa,1,p. 150,11,pp. 47, 48.

123 Revisto de Fitología Romavuca‘¿ol. 18(2001)117-136

Page 8: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A sirua~4oactualda línguamirandesaeo problema...

emprincipio, condigóespolíticasmínimasparaum aportuguesamentodostopónimostransmontanos.É por isso extremamenteinteressantee esclare-cedoraaprocurade topónimosde característicasleonesasno nordestepor-tugués.Elesrevelarn,melhordo quequalqueroutrotipo depalavrasisola-das,a continuidadede umaantigapopulaQáonumdadoterritório. Paraoefeito, socorri-me,primeiramenle,do levantamentopublicado cm 1938peloAbadede BaQal~~e, em seguida,da compila9áofeita peloDr. CarlosFerreira,da vila de Sendim, a partir dascartasmilitares á escalade1/25.000.Naescolhaporrnirn efectuadative cm contaalgunsdosaspectosfonológicos,morfológicose lexicaisquedistinguemo mirandésdo portu-guése queforamjá mencionados.Saoeles:

a) aconserva~Aode -n- e -1- latinos;b) a presenyado diminutivo -ico;c) a inexisténciada preposiQao-de- nos topónimoscompostospor

nome+ determinantenominalou por preposi9áo+ (art.) + nome;d) o aparecimentodo micro-topónimoUrriera. (Muitos outroshaveria

a acrescentar,comoCulago, Marro e derivadosde Scoba,porérnos dadosde quedisponhoaindanAo sáosuficientesparaos poderutilizar)

Na apresenta9Aoquese segue,os topónimosdo conceihode Miranda(cujaexisténciaé evidente)sAo citadosapenasno casode sernecessárioes-tabelecerqualquercompara9áocomo território envolvente.

a) Conserva~áode -a- e -1-:Avelanoso19 (conc. Virnioso); Seneita20(cm Utrés,conc.Moga-

douro); Chano,Chanos,Chanes,Chanos,Chaneira 21 (conc. Bragan~aeeonc.Macedode Cavaleiros);Quintare/liza22 conc. Bragan9a;Vale de Ve-neiras(Poiares,conc.Freixo de Espadaá Cinta) e Vale de Veneiro23 (em

Fran~a,anortede Braganya);Lagonoto24 (Vila Meáo, conc. Braganya),Endrinal (Carrazedo,conc. BraganQa),Andrineiras(Algoso,cone.Vimio-so),Quinta da Endrineiro 25 (Freixo deEspadaá Cinta); Renal(cone.Vm-

~ Alves, 1938.‘~ Ave/anoso<ave/ana , port.c,velá<Ial. AVELLANA.~ Em port., benla<Ial. BENEDICTA

Em port.chá <Ial. PLANA2=<quintana (em por). quintá),+ sul.espanhol—¡¡ha.U <provavelmente< tal. VENA, port. veía,velo(de água ou metalífera)~ Fm port. lagoa< lar LACtiNA» <endrina < (PRIJNA)ATRINA. A palavraendrinanáoéutilizadano portuguéscorrente,

porémandrinaexistecmTrásos Monteseomo significadode ‘ameixabranea.Cf. Vasconeellos(1890-92).

Revista dc Filología RománicoVol. 18(2001)117-136 124

Page 9: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~áoactualda línguamirandesaeo problema...

hais), Renoleiras26 (freguesiado Cobro, conc.Mirandela);Senra27 (Al-faiáo,Espinhosela,Rebordáose Salsas,conc.BraganQa),Edral(conc.Vi-nhais);Tinalha 28 (conc. Carrazedade AnsiAes).

4- ala (conc. MacedodeCavaleiros)e Vila deAla (conc.Mogadouro);Gabilóes29 (Bemposta,cono.Mogadouro);Biduledo(Macedode Cavalei-ros),Biduleiro 30 (CarQáozinho,cono.Braganya;Pombares,cono. Macedode Cavaleiros;Terroso,emEspinhosela,conc.Bragan9a;SouteloMouris-co, cono.Macedode Cavaleiros;Semandee PenhasJuntas,cono.Vinhais)31;Candeleiros32 (Macedode Cavaleiros);Pelgo~ (Freixo de Espadaá Cin-ta); Pilanco (Aveleda,cono. BraganQa),Pilo ~ (Guadramil,cono. Bra-ganQa)Faleto,Fleitosa,UrretaFaleto (Guadramil),Faleital (Rio de Onor),Fleitosa (Paradinhade Outeiro, conc. Braganga),Felitosa (Avelanoso,cono. Vimioso), Faleito ~ (Vila de Ala, conc.Mogadouro)

b) Diminutivo -ico:Serapicos(cono.BraganQa),Moitoitica,S. Joan/co,PI(arrica (cono. Vi-

mtoso);Novolizico(Labiados,conc.Bragan~a).

e) Ausénciada preposi~áode:Do ladoespanholda fronteiracomMirandaexisteurnapovoa9áode-

nominadaCastro de Alcañicesa que os mirandeseschamamCastroLadrño. Estepovoadosurgeem documentosescritosem latim medievalcornoCastroLatronis. Estetestemunhomostra-nosaversáolatinado quehojeseria*Castro de (oudo) Loe/Mo 36, Existemno território portugués,to-

26 <RANA,empon. nl.27 <*SENARA cm port.seara.28 <TINACULA (> *TENACULA) pon. lalba.29 <provavelmente,< got. *gahílan, -anis. Cf DCECH,sobgavilán.Em pon., gavido.‘> <hedul, hedulo< lat. *BETULE, varianteprováveldeBETULLA, segundooDCECH. Cf.

Formaasturo-leonesal,edul,port.vidoeiro, bidro.~ A estes dados,acrescentem-seos fornecidospeloDr. CarlosFerreira:Laranjeirosde Vi-

doleiroseLamneirodeBedulos,em Quintanilha,cone.Bragan9a.Todasasinfonna~óesdequenáoindicoexpressamenteafonteprovémdasMemóriasHistórico-Arqueológicasdo distrito deBra-gan~a,deAlves,vol. X.

32 <CANDELA, empon.candeia.~ <PELAGU-,cm pon.pego.

>‘ <PILU- (podecorresponderapon. ‘pio’ ou a ‘piláo’).~‘ <FILICTU-, cm pon.feto.36 Sobreapenen

9adestepovoadoaPortugalno séculoxi’ edecomoum nobredeZamora,paraseapoderardele, derruboua PedradosSandeusquemarcavaafronteira,consultaros docu-mentosdo sec.Xltl publicadasporAlves, Memórias...vol. tV, Pp.7-17.

125 Revista de Filología RomnánicaVol. 18(2001)117-136

Page 10: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situacánactualda língun inirandesaeo problema...

pónimoscompostospor dois nomesjustapostos,semde entre eles (porexemplo,QuteiroCoel/zo,emBraga,ou QuintaPere/ig~o,nosarredoresdeLisboa.Nestescasos,o segundosubstantivodeveserum norne próprio,como apontouJoséLeite de Vasconcelos.NAo é issoqueacontecenosto-pónimostransmontanos).Porém,na zonamirandesae seusarredores,osto-pónimosconstituidospordois substantivossáoparticularmentefrequentes.Com basenas infonna9óesdisponíveisnesternomento,e que sAo, aliás,bastanteexiguas,pode-sedesdejá afirmarquea zonaondeissoaconteceseestendedesdeo termode Braganqaaté Freixode Espadaá Cintae, a oci-dente,atéao conc.Mirandela37.

Dessemodo,encontramos,no concelhode Miranda:UrretaÁguia, UrretaFerreira, Urrita Egua,Urrelsesto(= Urre 1 Ces-

to), Urreltonro (= Urre 1 Touro),Reta1 Tonro,Urreta ¡ Poro ~Pertode Miranda:Cabe~oCavalo,Fontassilba,Moinho Cubo,Po~oMonteiro (Bempos-

ta, conc.Mogadouro)39;

PenaCruz (conc.Mogadouro);Urreta Vinhó (Algoso,conc.Vimioso).Mais bugede Miranda,massempreno distrito de Braganga:Vale Te/has(Lagomar,cone.Bragan9a);Tou<~a Galinha e Urreta Faleto (Guadramil);TomblaCarreiro (Regode Vide, conc.Mirandela).Um casofrequentenatoponimiatransmontanaé o da inexisténciadede

apósoutra preposiyáo,arcaísmotambémportuguésque se conservanonomede provinciaTrós-os-Montes.A diferenyarelativamenteaessenomeportuguésestána utilizayáodo artigo 1, lo, la. Assim,na zonade Mirandaencontra-seTreslombo(isto é,traduzindoparaportugués,‘Detrásdo Lom-bo’), Tra la Turia, Tra la Fuonte,Tre la Torre, etc. e, fora de Mirandaencontra-se,por ex., Tre la Pereira, Tre lo Montee Tresmonte(conc. Vi-nhais),FonteTresbaceiro(conc.Bragan9a).

Estadistribui9áotoponímicaémais um indicio no sentidode queemtemposrecuados—nAo sabemosquáorecuados,rnascertamenteanterioresáforma~Aodas«nacionalidades»—a unidadelinguisticamirando-asturo-le-onesadeveterocupadoum espagomaiorquena actualidade.

“ Oquenáoexcluiahipótesedeseencontraremmais aocidente.Parajá, Mirandelaconsti-tuiu o limite ocidentaldaprocuraefectuadaeal, os testemunhosencontradosforamnraros.

~ Topónimoscompiladosno conceihodeMirandapeloDr. CarlosFerreira~ lnfonna

9óesfornecidaspeloDr. CarlosFerreira.

Revisto de Filología RománhoVol. 18 <2001) 111-136 126

Page 11: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~óoactualda línguamirandesaeoproblema...

DosconcelhosdequeexisteinformaQAoacessível,o maispróximo,paraalEmde Guadramile Riodonor,no concelliode Bragan~a,é o de Vimioso.Combinandoosdadosdo léxico conente(cf. Adenda)comostopónimosjácompilados,poderíamosdesenharumasériede delimitagóesconsecutivas.Seriamelas,de norteparasul:

— Urn núcleoformadopeloleonésbraganQano,aorientedo rio Onor,compreendendo,actualmente,Riodonore Guadramileaindatestemundosde existenciaem PetisqueiraeDeiláo; entrea serrade Montezinhoe Bra-gan9a,microtopónimosesparsos.

O núcleo mirandés,cujos limites (indicadosno ponto 1) a norteeocidentepodemserrepresentados,grossomodo,peíaribeiradeAngueira.

A liga9Ao entreo núcleobraganQanoe o núcleomirandés,nurnaun-hadelimitadapelorio deOnore Rio Sabor.Até ao momentoforam detec-tadostestemunhosde vária ordem,sobretudolexicaise toponímicos,naspovoaQoesintermédiasde Labiados,Refega,Quintanilha,Rio Frio, Outei-ro, Serapicos,Avelanoso.Especialmenteinteressanteé o topónimoFaleitoqueapareceao longo da fronteiracorn a Espanha,entreAvelanosoe Gua-dramil.

— Principal extensáodo mirandésa ocidente:concelhode Vimioso,sobretudono território delimitadopelosnosAngueirae Sabor(5. Joanico,Cargáo,Campode Víboras,Algoso,Matela,até PenasRóias,já no conc.deMogadouro).

— Outrafaixade algunsmicrotopónimose testemunhosdispersosligaBragan9a,Macedode Cavaleirose Alfándegada Fé, peíaserrade No-gueirae senade Bornes.

— A sudoestede Sendim, foram detectadostestemunhosem Bern-posta,Urrós e Peredo,no conceihode Mogadouro.

Ao apresentarestasconclusñesprovisórias,quedailustrá-lascommaisalgunsdos dadosem queme baseio.

d) Micro-topónimoOurrieta.Na micro-toponímiamirandesasobressai,peíasuagrandefrequénciare-

lativamentea qualqueroutro topónimo,a palavraourrieta, quedesignaum pedayode tena.Segundouns, trata-sede urnatenahúmida,de pasta-gem,segundooutros,de umaconchade tenaarávelesegundooutros,deum vale. E pois um nomequese aplicaatenasde vário tipo, em geralas-sociadasá abundAnciaagrícolaou it pastonícia.Por outro lado,é umatra-

127 Revista de Filología RománicaVol. 18(2001) 117-t36

Page 12: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~áoactualda línguamirandesaeo problema...

diyáo local o considerar-sea palavraurrieta comourn legadopré-rornániconaregiáo.Independentementeda veracidadedessaasseryáo,ficámosa sa-ber, atravésdo Abadede Bayal40, que Urrieta é urn topónimomuito co-mumem telTas braganyanas.Assimsendo,esteautordispensa-sedeindicara totalidadedos sitiosondeocorre,limitando-sea mencionar,paraalémdossituadosno território de Miranda: Urreta Faleto (Guadramil),Urreta e/eNalha (Coelhoso,conc.Braganya),Urreta da Vel/za (Urrós, conc.Moga-douro), Urreta e/asVozes(Paradelade Mascarenhas,conc. Mirandela);Urreta Vinhó e Urreta e/os Linhares(Algoso) Urreta (Alfándega da Féil,Urreta Formosa,Urretona, Urrita, e Orreta (sem localizagáoexplícita).Isto é, desdeGuadramil,a norte,até Alfándegada Fé,asul e, a oeste,atéMirandela.Paraaprofundarestaquestáosocorro-meda compilayáoefec-tuadaaté Abril de 2001 peloDr. CarlosFerreira41,apartir das canasdoexércitoit escalade 1/25.000.Em primeirolugar, contou,no conc.Miranda,30; contou 15 no de Vimioso, 9 no de Braganga,4 no deMogadouro,2 node Macedode Cavaleiros,1 no de Mirandelae 1 no de Alfándegada Fé.

EstesnúmerosdernonstramclaramenteapreponderAnciade U/TietaseUrretas no conceihode Miranda em relagáoaosconceihosvizinhos. Se-guem-seVimioso e Braganga.

A su] de Mirandaexistemaindadois outrostopónimosqueme parecemestarrelacionadoscomeste:sAo eles Urrós, no concelbodeMogadouro,eUrros, no concelhode Moncorvo.Segundoo DCECH, Urros tem origemno lat. HORREUM 42, Urrós terá origem no diminutivo HORREOLUM.Estaetimologiaéinesperada,namedidaem quea palavrahórreo, existen-te ern galegoe asturiano,parecenAo tercorrespondéncianemna Iínguapor-tuguesacomum,nemno mirajidés.Os canastroseosespigueiros(objectose denominagóesqueexistemno nortedo país),pertencememexclusivo~aszonasde cultivo do milho e sAo contemporáneosda introdugáodo milhograúdona nossaagricultura.Os maisantigosnAo sAo anterioresao séculoxvííí. Porém,muito antesdisso,já na zonahaviagrandeprodugAode cere-aís(trigo e centeiosobretudo)legumes(chícharos,fayas...)e frutosquese-ria necessáriosecare guardar.Se setratassedegraneirosno génerodoshó-rreos tradicionais,de material lenhososobrepilaresde madeira,delesnAotenaficadoo menorvestigiono terreno,por íssoseríadifícil provara suaexisténcia.Mas nadase sabesobrea formaou materialdosantigosceleiros

<~ Atves, 1938. Anteriormente,jái.L. deVasconcellosmencionaraofacto (¡890-92).41 A quemagradcqopenhoradamente.

42 Em Ernout et Meillet é mencionadaa existencia, no baixo latim, de HORREUS,cujoacusativoplural éHORREOS.

Revisto de Filología Ro,nanwoVol. 18 (2001) 117-136 128

Page 13: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situagáoactualda línguamirandesaeoproblema...

dessaárea.Hojeem dia, o queah é maisfrequentecomodepósitoagrícolasAo umascoyasdenominadasbodegas‘1 Masexistetambémo testemundodo topónimo Urre 1 Cesto,quepoderiaremeterparaalgumaconstru~Aoemvime (materialtambémabundantena zona).Porém,qualquerque fosseaforma ou o material,nadaobstaa quesetivessemantidoa memóriade an-tigos hórreosna toponimia,de preferéncianamicro-toponímia,e queessenome,ou passassea designaro lugarondeele seachava,ou fosseaplicadoa um terrenofértil, capazde encherum hórreo.AcontecequeemPortugal,alémde Urros e Urrós em Mogadouroe Moncorvo,existemdois povoadosde nomeUrró, um em Arouca, distrito de Aveiro, outro em Vila Boa deQuires,Marco de Canavezes,um Urros na freguesiade Mateus,conc.Vila Real,Orros ou Orrós em Paredesdo Coura.Joaquimda Silveira(1935),que estabeleceuo étimo de Urros, consideraquepertencea estamesmafamflia o topónimo Urra queapareceduasvezesno interior-centrodo país (nosconcelhosde FundAoe Portalegre),e umavezno Algarve(emLoulé) ½Urreiro é um outro topónimo da mesmafamflia, que existenazonafertilíssimada Vilariga, a oestede Mogadouro45.Orro é aortografiaqueL. RodriguezCastellanoconfereao hórreoda zonadeLibardón,penode Oviedo, constru9Aode madeiraquesedestinaa guardarfrutos.

A consultade documentosantigosportugueses,escritosemlatim me-dieval ou já em portugués,nAo deixadúvidassobreaorigeme aevolugAodestestopónimos.

Assim,no foral de Urros de 1182,escritoemlatim, a povoa9áoaparececom as grafiasOrrios e Urrios (18 vezesOrrios, 13 vezesUrrios) 46; porvolta de 1236 a escritaé Urrus 47; apareceUros, soba formaduros (= deUros), em 136648;Hurros em l337~~;durros(= de Unos) em 137050.NalnquirigAo de Ulgoso(actualAlgoso)de D. Afonso III, de 1296,publicadapeloAbadede BaQal, diz-se:~<DonnusVermudusde vrrolus_iuratuset in-

~ tnforma~áodo Dr. AmadeuFerreira,aquemagradeQo.NAo setratadedepósitosdevinho,massim deoutrosprodutosagrícolas.De notarqueno nordestetransmontano,nomeadamnentecmAveleda,Guadramil,Quintanilba,Malhadase Póvoaexistetambémo topónimoSilo, «vozpe-culiardel castellano»,de origem pré-romana(sg. DCECH),quedesignavauma‘coyaparaguar-dargrAo (Cf. Viterbo,Elucidário, 5v. coya. Forne: Alves, vol. X, p.252.

~ Dadoscompitados porJoaquimdaSilveira (1935).~ Informa~áofornecida pelo Dr. CarlosFerreira.46 Alves, 198t, tomo tV, p. 417-422.~ Alves, 1981, tomo IV, p. 434: «quodIJrruseraforitis locuset stabatermus...»46 Alves, 1981, tomo iV, p. 277, 278.~ Alves, 198t, tomoiV, p. 283.~ Alves, 1981, tomo iv, p. 279.

129 Revista de Filología RománicaVol. 18(2001) 117-136

Page 14: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~óoactualda línguamirandesae oproblema...

terrogatus.. ~»SI o quedocumentao diminutivo -olus comoexplicagáodaterminagAo-ós de Urrós. E de notarquemesmohojecm dia,os habitantesde Sendimchamama essapovoa9Ao«Rulos»(o que correspondeao mi-randésRuolos)e, aosseushabitantes,«ruleses»52.

Quanto it palavraUrrieta, Ourrieta, ela aproxima-setanto de hórreocomo Urre, Urreta, Retae sobretudoUrre se aproximamde Urro. Assim,peranteos factosapontados,nAo meparecequesejademasiadoousadopre-tenderqueUrros, Urrós, Urrieta e variantes53tenhamamesnialongínquaorigem.

Esperemosqueosestudospresentementeem cursoemTerrasde Mi-randavenhamcompletarosdadosaqui apresentadose permitamavan~armaisna investigagAodo território. No queme diz respeito,parece-mequea preservagáoda palavraurrieta ou ourrieta na memóriamirandesasedeve,semqualquerdúvida,it continuadavivénciada palavraOrro no te-rritório asturo-leonés.Poréma ocorrénciadasformasOrro, Un-o, Urró eOrra fora do espa~oquepertenceuao reinode LeAo pareceremetero seuaparecimentoparaa épocadaprópriaromaniza~Aodo território.Seassimfosse,estecasopoderiaresumirde forma exemplaro mistérioda existén-cia do mirandésnos nossosdias: um nascimentocontemporáneoda for-ma~Ao dos romancesibéricos(num contextopeninsulardesprovidodefronteiras);umacontinuidade,atravésda IdadeMédiae atéao inicio do sé-culoxx, gratasaosseuscontactosprioritárioscom a zonaasturo-leonesacontigua;e, finalmente,a suapreservaQAoduranteo séculoxx em virtudeda sualocaliza9Ao periférica, de difícil acessoe de grandeisolamento.Cabeágera9áode 2000,queteveo privilégio de receberestalínguacomoheran~acultural,esboQaro seufuturo,em condi9óescompletamentedife-rentes.

ADENDA

Sendoo léxico a interfacepor excelénciaentrea línguae a cultura, etendocadapalavraurnahistóriaprópria,a delimitagáoterritorial de qual-quersériede palavrasE muito mais irregularquea delimita

9Ao dos fenó-menosfonéticos. Parailustrar esteponto, servi-medos inquéritos parao

‘~ Alves, 1981, tomo tv, p. 8.

‘~ Informa~áofornecidapeloDr. AmadeuFerreira.~ Urrieta pronuncia-senormalmentecmmirandédsaurriela,deacordocomaregraaponta-

daem (xxiii).

Revista de Filología Rornan~covol. 18(200t) 117-136 130

Page 15: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa=iioactualda línguamirandesaeo problema...

ALEPGnasseguintespovoa~óes:do distrito de BraganQa:Riodonor,Gua-dramil, Langáo(conc. de BraganQa);Constantim,DuasIgrejas, Sendim(conc.de Mirandado Douro),PenasRóias,Algoso(concelhode Vimioso),Sambade(conceihode Alfándegada Fé); do distrito de Vila Real: SantoAndré e PitñesdasJúnias(concelliode Montalegre); Carrazedoe Sonim(concelliode Valpagos);do distrito da Guarda:EscalhAo(concelhode Fi-gueirade CasteloRodrigo).

Os conceitosescolhidosparaestaapresentagAocircunscreram-seadoiscampossemánticos- plantasbravase pequenosanimais.Dentro dessescampos,osconceitosem que,nazona,se detectaramdiferengasentreo mi-randése o portuguésnormativoforamem númerode dezasseis:un/zagata,tanc/zagem,cogumelo,feto, giesta, hera, e/entee/e ledo, bugal/zo,sabu-gueiro; edo,nivar,poupa,tra~a, pirilampo, cigarra e oran/za.

Osresultadosforam os seguintes:

— Formamurnaunidadeseparada,mirandesa,aspalavrasquetradu-zem ‘unhagata e ‘tanchagem’-equesáo, respectivamente,gatunhae liten-guare/a,estacoma variantelingueira emSendim.No restodaslocalidadesencontra-se,maioritariamente,a denomina9Aolíngua de vaca.

— O mirandésformaunidadecomos dialectosleonesesbragan~anos(de Riodonore Guadramil):na tradu9Aode ‘feto’ e ‘cAo’, a quecorrespon-dem,nascincolocalidades,fa/eitoe perro.

— Formaunidadecomo leonésbraganQano,PenasRóias eAlgosoapalavrasuabaquecorrespondeao conceitode ‘giesta.

— Formaunidadecom o leonésbragan~anoe tambémcom Lan9Ao,Sambade,PenasRóias e Algoso as palavrasque correspondema ‘sabu-gueiro’, ‘bugallio’ e ‘poupa’ e quesAo, respectivamente,caneleiro,buliza-ca ou bul/zacrae boubeiaou boubie/ha~

— Formaunidadecomo leonésbragan9ano,LangAo, Sambade,PenasRóias,Algoso e aindaPitóesdasJúnias,Sonime EscalhAo,apalavrahedraquecorrespondea‘hera’. (FormahedreemRio deOnor).

— Para‘uivar’ surgemaspalavrasular no leonésbragan9ano,uliar emLanQAo, Constantim,Sambade,Algoso, Ribeirada Fragae SantoAndré.Variantesul/ziar em 2 Igrejase onliar em Sendim.

— A palavraaran/zon,aranhdo,comonomeda ‘aranha’surgeno le-onésbragan¡ano,mirandés,Lan~Ao,Sambade,PenasRóias,Algoso, Ri-beirada Fragaenumalocalidadedo distrito de Viseu(V4).

~ EmRibeiradaFraga,SantoAndré e Sonimsurgeaformahube/a.

131 Revista de Filología RománicaVol. 18(2001)117-136

Page 16: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~áoactualda línguamirandesaeo problema...

— A palavra¡heitariega como denomina9áodo ‘dente de leAo’ en-contra-seem guadramilés,mirandése sobas formasleitarigaemSendimeleitaregaemPenasRóias.

Chicharracomonomeda ‘cigarra’ surgeem riodonorés,mnirandése, no distrito de Vila Real,em SantoAndré, Sonime Ribeirada Fraga.

O mirandésforma unidadecom Guadramil, Langáo,SanibadeePenasRóiasna denominagáoí-oca ou 1-oquedadaao ‘cogumento’-porémessadenominagAoapareceigualmenteno distrito de Vila Real,em SonimeRibeirada Fraga(emSambadesurgiu a forma roquil/zos).

— FormaunidadecomPenasRóiase Algoso adenominayAodo ‘piri-lampo’ que¿pastoraon pastorico.

— Paraa ‘traQa’ surgiramasdenomina9óesmirandesapulelizae sen-dinesapulil/za, riodonoréspulia, pulela em Algosoe aindapuléna locali-dadede Escalhito,no distrito da Guarda.

Estesresultadospermitemestabelecerumaprimeiraescalade seme-lhan9as.

Assim,encontraram-se,para16 conceitos:II denomina~óessemeihantesásmirandesasemRiodonore Guadrami];

9 emPenasRóiase Algoso; 7 emSambadee emLan~áo;4 cm RibeiradaFraga;2 emPitóesdasJúniase 2 em Escalháo.

Em rela~Ao aosfalarestransmontanosvizinhoshá urnaevidentegra-da~áonasdiferen~as.

Estesresultados,paraalémdeilustrarema pertengadosfalaresleonesesde Bragangait mesmaárealinguistica,mostram,emdominiosde cornuni-cagAorestrita,um fundoculturalquenito seconfinaao território mirandésmasquesevai diluindoem lequeatravésdo nordestetransmontano.

Revista de Filología RornanwoVol. 18 (2001) 117-136 132

Page 17: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira Asituacáoactualda unguamirandesaeo problema...

‘—nc A¡O~drurad’

- e e

LBPAGAN.~A /

Sa6M,Jjn~O O

O L6»&9~ 6. 409 ~• ca,oea~6a.ce ~

JO

)O

A»cna 0 ~r’~ 009909100

VIMIOSO~ O ~

t,~I~ B4950co r~ Boceo oft4.»mda, O

S - - SP~3¿o4 - POWng BdÚ~i.ti- kSi9s

0 MTv.ÁNDA DRL.DOURO Q

~ ~&9o o ~ ‘e

Fc4, Snte AId, S,hmnnc,O o o— OIám&do?

O?,O

MceA~u»~ OK ~í

0

t,~o4so OsBo6ov&~, ~tgo4ficodaL1,guaM,,nd.,~ LiSg ‘09010 9.0,0006906.

Mapa1

AreasAsturo-leonesasemPortugal.

133

1~4

Revisto de Filología Romó nicoVol. 18(200t) l17.t36

Page 18: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~sáoactualda línguan¡irande.saeo problema...

0

5 ENCERE A

1

00

o0

0

oO

o

o

00

0•O0c~

Sc-

,6

095

o ~ w00o ~

Do0 0o

o .~C~2LRLR~

Acc*trcn

e;>. ~e

o .5

0e esTRO Moco

Mapa 2

Áreadedifusáode alguosvestigiosasturo-leoneses.

Revista de Filología RománicaVol. 18(2001)1 17-136

0

o

MOLE £>u.[JCC

o o

o

OOcO •

o..o e

o00

eo

o9U MUECAC&vE —

oCE

o

o

Á

o

Id E SSE OS t,E,,SCAICLL

134

Page 19: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~cdoactualda líaguamirandesaeoproblema...

BIBLIOGRAFíA E FONTES

ALEPO - recolhasinéditasparao Atlas Linguistico-Etnográficode PortugaleGalizaefectuadaspelo Grupode Estudosde Dialectologiado Centrode Lin-guisticada (Jniversidadede Lisboa(constituidoporGabrielaVitorino, JoAo Sa-ramago,ManuelaBarrosFerreirae Maria LuisaSegura).

ALvEs, FranciscoManuel (19812):Memórioshistórico-arqueológicasdo distritode¡iraganQa, tomoIV.

(1938): «Toponimia»in Memóriashistórico-arqueológicosdo distrito deI3ragan<a, tomoX, pp. 77- 264.

(l98l~): Memóriashistórico-arqueológicasdo distrito deBragan~a,tomo Xl.CANO, Ana María (1995): «Evoluciónlingúisticainternadel Asturiano»,Lungua

Asturiana,Academiade la Llingua Asturiana,Pp.21-40.CANO GONZÁLEZ, Ana Maria (1987): «Averarnientua la hestoriade la llingua as-

turiana»,Informeso la llin gua asturiana.Academiade la Llingua Asturiana,pp. 11-23.

CINTRA, Luís Filipe Lindley (1958):«ToponymieléonaiseauPortugal: la régiondeRiba-Coa»,separatadeActesetMémoiresdu CinquiémeCongrésInternatio-nal de SelencesOnomostiques,vol. 1.

DCECH 1., COROMINAS ej. A. PASCUAL (1980-1991):Diccionario Crítico Etimoló-gico CastellanoeHispánico,ed.Gredos.

ERNOUTet MEtLLET (1951~): DictionnaireÉ/ymologiquedelo longuelatine,Paris.FERNÁNDEZ GARCÍA, 1. (1994):«EJ bautismude los animales»,LletresAsturiones

nr. 53.FERREIRA, ManuelaBarrose Ana Maria MARTINs (1987): «0 mirandésnos Atlas

Linguisticos»,ActosdaslasJornadasdeLíagua eCultura Mirandesas,pp.33-42.

FERREIRA,ManuelaBarros (1995): «0 mirandése aslíngua do noroestepeninsu-lar», LletresAsturianes,nr. 57, pp. 7-22.

(1999): «Li~áo demirandés«You falo cumobósi bósnun falaiscurnoyou»,EstudiosdeSociolingáisticoRománica.Linguose variedadesminorizadas,ed.a cargode F. FernándezReie A. SantarnarinaFernández,Santiagode Com-postela,pp. 133-153.

GARCÍA ARIAs, X. LI. (1987): «A la guetala llingua estándar»,informesolo llin-guaasturiana,pp. 45-52.

MAlA, Clarindade Azevedo(1996): «Mirandés»,Manualde dialectologíahispá-nica.El EspañoldeEspaña,dir. de Manuel Alvar, Ariel Lingtistica, Barcelo-na,Pp. 159-170.

MoURINHo, António Maria (1987):«A língua mirandesacomovectorcultural doNordesteportugués»,Actasdas lasJornadasdeLíngua e CulturaMirandeso,pp. 75-87, (Cf. Pp. 76 e 77, «Areageográficae factormesológico»).

(1960): «Diversidadessubdialectaisdo Mirandés»,Actasdo ColóquiodeEs-tudos Etnográficos«Dr. JoséLeite de Vosconcelos»,vol. III, Porto, 1960,pp. 329-341.

SANTOS, Maria Joséde Moura(1967): Osjálaresfronteirigosde Trás-os-Montes,

135 Reviyta de Filología RománicaVol. 18(2001>117-136

Page 20: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

ManuelaBarros Ferreira A situa~ñoactualda línguamirandesaeo problema...

sep.daRevistaPortuguesade Filologia, vol. XII, tomo II e vols. XIII e XIV,Coimbra.

SEGURA DA CRUZ, M.~ Luisa,JoáoSARAMAGO eGabrielaVITORINo (1994):«Os fa-laresleonesesem territério portugués:coesáoe diversidade»,VariaQáo lin-guisticano espa~o,no tempoe na sociedade,APL/ Edi~éesColibri, Lisboa.

SILVEIRA, Joaquimda(1935): «Toponimiaportuguesa>~,RevistaLusitana,XXXIII,Pp. 233-268.

SLET5JOE,Leif (1967): «La position du mirandais»,StudiaNeopizilologica,vol.XXXIX, Pp. 150-169.

VASCONCELLOS, 1. Leite de (1890-92): «Dialectostrasmontanos»,RevistaLusitana,nr. 2, Pp. 97- 120.

(1900, 1901):EstudosdePhilologia Mirandesa,vois. III, ImprensaNacio-nal, Lisboa.2.~ ed. faesimiladacom apresenta9áoeassisténciade Dr. AntónioMaria Mourinho,CámaraMunicipal de Mirandado Douro, 1992,1993.

VITERBO, J. de SantaRosa(1965-1966):Elucidário daspalavras,termosefrasesquecmPortugal antigamentese usaram 2. vols., cd. críticade Mário Fióza,Livraria Civiliza9áo,Porto.

ZAMORA VICENTE, A. (1953):Léxico rural asturiano.Palabrasy cosasdeLihardón(Colungo), UniversidadedeGranada.

Revista de Filología Rc,máoicaVol. 18 (2001) 117-136 136

Page 21: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes

2. LA EXPANSIÓNDEL PORTUGUESY EL CONTACTO

CON OTRAS LENGUAS

Page 22: A situagdo actual da ungua mirandesa e o problema da … · Madrid, sobre a mais pequena língua da Península Ibérica. E a mais pe-quena porque conta apenas cerca de doze mil falantes