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João ZILHÃO, Thierry AUBRY et António F. CARVALHO Résumé Le Côa est l'un des premiers affluents que le fleuve Douro va rencontrer, sur sa rive gauche, apres avoir traversé Ia frontiere entre l'Espagne et le Portugal. Le long de son trajei de direction sud/nord Ia riviere va essentiellement parcourir des formations granitiques. C'est sur sesderniers 17kilometres que selocalise l'art rupestre, aussi bien dans des abris granitiques qu' en plein air sur des superficies de schiste. Les gravures 'et de rares peintures furent exécutées pendant une longue durée de I'Histoire de l'Homme qui commence au Paléolithique supérieur. Il existe aussi des représentations stylistiquement attribuables au Néolithique, à l'âge du Bronze et du Fer et modemes. Ces dernieres sont três souvent datées et signées. Une três faible proportion des gravures connues estouverte au public qui pour y accéder doit faire une réservation aupres des services du Parc Archéologique, inauguré en 1995,au détriment d'un projet de barrage qui aurait submergé une grande partie des vestiges d'art du Côa. Outre les travaux d'aménagement, indispensables à Ia fonction publique, une des tâches du Parc est d'inventorier et étudier les vestiges d'habitat conservés dans sa région d'implantation. Si des fortifications, de chronologie comprise entre l'âge du Bronze et les guerres péninsulaires étaient déjà connues, des vestiges d'occupation plus anciens ont été découverts depuis. Elle attestent une forte densité d'habitat de diverses phases du Paléolithique supérieur en accord avec l'attribution chronologique des représentations de style paléolithique. Si l'on considere qu'aucun vestige d'occupation mésolithique n'ait été détecté, il semble que le territoire ait été repeuplé lors d'une phase avancée du Néolithique ancien. Resumo O Côa é um dos primeiros afluentes que o Rio Douro vai encontrar,na margem esquerda, após ter atravessado a fronteira entre Portugal e Espanha.Ao longo do seu trajecto, de direcção Sul/Norte, o curso de -água vai essencialmente atravessar um território de formações graníticas. A arte rupestre surge nas margens dos 17 km do cursofinal do Côa,conservada tanto sobabrigo nas formações graníticas, como a céu aberto, nas superfícies de xisto. As gravuras e raraspinturas foram executadas durante um longuíssimo período da História do Homem, que se inicia no Paleolítico Superior. Existem manifestações artísticas estilisticamente atribuíveis ao Neolítico, à Idade do Bronze,à Idade do Ferro, e subactuais. Estas últimas encontram-se frequentementeassinadas e datadas. Uma parte das gravuras conhecidas encontra-se aberta ao público,que para ter acesso devereservar uma visita junto dosserviços do Parque Arqueológico, inaugurado em 1995, após o abandono de um projecto de construção de uma barragem,que iria submergir uma grande parte dosvestígios artísticos do Côa. Além dostrabalhos mínimos necessários à adaptação dossítiosà visita pública,uma das tarefas do Parque consiste na inventariação e estudo dos sítios de habitat conservados na sua áreade implantação. Se por um lado eramjá bemconhecidas as ruinas defortificaçõesde idades compreendidas entrea Idade do Bronze e asGuerras Peninsulares, os vestígios de ocupações mais antigas sóforam descobertos após a avaliação do potencial arqueológicoque se realizou no âmbito do estudode impacte da barragem prevista. O conjunto dos resultados dostrabalhos executados desde a criaçãodo ParqueArqueológicodo Vale do Côa permite dizer que o território foi ocupadoaolongo dasdiversas fasesdo PaleolíticoSuperior,o que contextualiza a atribuição cronológica de grande parte das gravuras a partir de critérios estilísticos.Sepor um lado seregista a ausência de vestígios do Mesolítico,por outro, atesta-se a ocupação desteterritório pelas populações produtoras de alimentos,desde o início do Neolítico Antigo. Le Côa est l'un des premiers affluents que le fleuve Douro rencontre en rive gauche apres avoir passé Ia frontiere actuelle entre l'Espagne et le Portugal.. Ce cours d'eau possede Ia particularité de couler du sud vers le nord, en utilisant des accidents tectoniques. Lors de ce parcours, le Côa traverse diverses formations géologiques dont d'importants affleurements de granite. Ce n'est qu'à une douzaine de kilometres de sa confluence avec le Douro qu'il entaille des formations schisteuses. Ces raches, cisaillées dans Ia direction que suit le Côa, ont été incisées lors de l'enfoncement du Douro et de ses affluents ou de remontées tectoniques, aboutissant à un relief vallonné, semé de monts d'altitudes variées, dégagés par l'érosion (fig. 1). Leurs versants, de pendage régulier, sont interceptés par des surfaces verticales et lisses de schiste, disposées en escalier, espacéessur les versants. Si Ia portion amont du Côa se rattache géographiquement à Ia région de Ia Beira intérieure, Ia firi de son parcours possede les caractéristiques, si particulieres, du Haut-Douro portugais. Le climat de type méditerranéen est en effet comparable à celui des régions du Sud de Ia Péninsule Ibérique, avec une amplitude thermique annuelle forte et une pluviosité faible, qui place Ia basse vallée du Côa parmi les plus seches régions de Ia Péninsule. Anthropologie et Préhistoire, 110,1999, 47-59 ~BmllOTECA g .oU1Jl~ . t::;, -'"' ~ -7{' I::' CJV L' art rupestre de Ia vaIIée du Côa. 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João ZILHÃO, Thierry AUBRY et António F. CARVALHO

RésuméLe Côa est l'un des premiers affluents que le fleuve Douro va rencontrer, sur sa rive gauche, apres avoir traversé Ia

frontiere entre l'Espagne et le Portugal. Le long de son trajei de direction sud/nord Ia riviere va essentiellement parcourir desformations granitiques. C'est sur ses derniers 17 kilometres que se localise l'art rupestre, aussi bien dans des abris granitiquesqu' en plein air sur des superficies de schiste. Les gravures 'et de rares peintures furent exécutées pendant une longuedurée de I'Histoire de l'Homme qui commence au Paléolithique supérieur. Il existe aussi des représentations stylistiquementattribuables au Néolithique, à l'âge du Bronze et du Fer et modemes. Ces dernieres sont três souvent datées et signées.

Une três faible proportion des gravures connues est ouverte au public qui pour y accéder doit faire une réservation aupresdes services du Parc Archéologique, inauguré en 1995, au détriment d'un projet de barrage qui aurait submergé une grandepartie des vestiges d'art du Côa. Outre les travaux d'aménagement, indispensables à Ia fonction publique, une des tâchesdu Parc est d'inventorier et étudier les vestiges d'habitat conservés dans sa région d'implantation. Si des fortifications, dechronologie comprise entre l'âge du Bronze et les guerres péninsulaires étaient déjà connues, des vestiges d'occupation plusanciens ont été découverts depuis. Elle attestent une forte densité d'habitat de diverses phases du Paléolithique supérieuren accord avec l'attribution chronologique des représentations de style paléolithique. Si l'on considere qu'aucun vestiged'occupation mésolithique n'ait été détecté, il semble que le territoire ait été repeuplé lors d'une phase avancée du Néolithiqueancien.

ResumoO Côa é um dos primeiros afluentes que o Rio Douro vai encontrar, na margem esquerda, após ter atravessado a fronteira entre

Portugal e Espanha. Ao longo do seu trajecto, de direcção Sul/Norte, o curso de -água vai essencialmente atravessar um território deformações graníticas. A arte rupestre surge nas margens dos 17 km do curso final do Côa, conservada tanto sob abrigo nas formaçõesgraníticas, como a céu aberto, nas superfícies de xisto. As gravuras e raras pinturas foram executadas durante um longuíssimo período daHistória do Homem, que se inicia no Paleolítico Superior. Existem manifestações artísticas estilisticamente atribuíveis ao Neolítico,à Idade do Bronze, à Idade do Ferro, e subactuais. Estas últimas encontram-se frequentemente assinadas e datadas.

Uma parte das gravuras conhecidas encontra-se aberta ao público, que para ter acesso deve reservar uma visita junto dos serviços doParque Arqueológico, inaugurado em 1995, após o abandono de um projecto de construção de uma barragem, que iria submergiruma grande parte dos vestígios artísticos do Côa. Além dos trabalhos mínimos necessários à adaptação dos sítios à visita pública, uma dastarefas do Parque consiste na inventariação e estudo dos sítios de habitat conservados na sua área de implantação. Se por um ladoeram já bem conhecidas as ruinas de fortificações de idades compreendidas entre a Idade do Bronze e as Guerras Peninsulares, os vestígiosde ocupações mais antigas só foram descobertos após a avaliação do potencial arqueológico que se realizou no âmbito do estudo deimpacte da barragem prevista. O conjunto dos resultados dos trabalhos executados desde a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côapermite dizer que o território foi ocupado ao longo das diversas fases do Paleolítico Superior, o que contextualiza a atribuição cronológicade grande parte das gravuras a partir de critérios estilísticos. Se por um lado se regista a ausência de vestígios do Mesolítico, por outro,atesta-se a ocupação deste território pelas populações produtoras de alimentos, desde o início do Neolítico Antigo.

Le Côa est l'un des premiers affluents quele fleuve Douro rencontre en rive gauche apresavoir passé Ia frontiere actuelle entre l'Espagneet le Portugal.. Ce cours d'eau possede Iaparticularité de couler du sud vers le nord, enutilisant des accidents tectoniques. Lors de ceparcours, le Côa traverse diverses formationsgéologiques dont d'importants affleurementsde granite. Ce n'est qu'à une douzaine dekilometres de sa confluence avec le Douro qu'ilentaille des formations schisteuses. Ces raches,cisaillées dans Ia direction que suit le Côa, ontété incisées lors de l'enfoncement du Douro etde ses affluents ou de remontées tectoniques,aboutissant à un relief vallonné, semé de

monts d'altitudes variées, dégagés par l'érosion(fig. 1). Leurs versants, de pendage régulier, sontinterceptés par des surfaces verticales et lissesde schiste, disposées en escalier, espacées sur lesversants.

Si Ia portion amont du Côa se rattachegéographiquement à Ia région de Ia Beiraintérieure, Ia firi de son parcours possede lescaractéristiques, si particulieres, du Haut-Douroportugais. Le climat de type méditerranéen esten effet comparable à celui des régions du Sudde Ia Péninsule Ibérique, avec une amplitudethermique annuelle forte et une pluviosité faible,qui place Ia basse vallée du Côa parmi les plusseches régions de Ia Péninsule.

Anthropologie et Préhistoire, 110, 1999, 47-59 ~BmllOTECA g

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Fig. 1 -Sites du Paléolithique supérieur dans Ia région du Côa localisés sur Ia carte des pentes(les zones plus foncées, avec des versants três inclinés, correspondent à Ia vallée creusée à partir duplateau, qui est représenté par les zones de çouleur claire et qui correspond à l'extrémité occidentalede Ia Meseta Nord). Sites d'art rupestre : 1. Vale da Casa; 2. Vale de Cabrões; 3. Vermelhosa;4. Vale de José Esteves; 5. Broeira; 6. Vale de Moinhos; 7. Canada do Amendoal; 8. Rego daVide; 9. Cana da do Inferno; 10. Vale de Figueira; 11. Fariseu; 12. Foz de Piscos; 13. Ribeirade Piscos; 14. Penascosa; 15. Quinta da Barca; 16. Faia. Sites d'habitat : A. Quinta da Barca;B. Quinta da Barca Sul; C. Salto do Boi (Cardina); D. Diga Grande; E. Ínsula; F. Quinta da Granja.

L'encaissement du réseau hydrographiqueavait constitué un argument pour le choixdu si te d'implantation d'un grand barragehydroélectrique projeté par E.D.P. (Electricidadede Portugal). Proche de l'emplacement ou celui-cidevait être construit, 2 km environ au sudde Ia confluence du Côa et du Douro, unepremiere rache gravée fut découverte en 1992,à Canada do Inferno, site qui comporte unensemble important de gravures (Rebanda,1995). Cette découverte fut réalisée pendantIa phase d'accompagnement des travaux. Cen'est qu'en 1993 et 1994 que l'abaissement

exceptionneI du niveau du Côa a permis demettre en évidence d'autres panneaux. En effetJIe niveau actueI du Côa est affecté sur environ6 km depuis sa confluence par Ia retenuedu barrage de Pocinho, situé sur Ie Douro,8 km en aval.. À I'emplacement de l'ensembIede gravures de Canada do Inferno, il estaujourd'hui surélevé d'une douzaine de metres.

L'éIargissement du secteur de prospectionà partir de 1995 et les indications d'habitantsarfeS Ia diffusion, permirent Ia découvertede nouveaux ensembIes de gravures. CeIIes-cis'étendent actueIlement sur 17 km de Ia vaIIée

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et leur densité est plus forte sur les 9 kmjuste en amont de Ia confluence (fig. 1). Leclassement de cet ensemble comme MonumentNational a entrainé l'abandon des travaux deconstruction du barrage et Ia création d'un ParcArchéologique dans Ia région. Cette décision aété basée sur un rapport scientifique (Zilhão,1997) dont naus résumons ici les principalesconclusions.

1. CHRONOLOGIE ET TECHNIQUES

Les représentations de Ia vallée du Côapeuvent être définies comme art rupestre dansle sens ou il s'agit d'un art de plein air qui utilisedes parois rocheuses verticales. Actuellement,les gravures sont majoritaires et les quelquespanneaux peints connus dans Ia vallée utilisentcomme support des parois d'abris granitiques etsont attribuables au Néolithique ou à l'âge duCuivre.

Les gravures inventoriées, qui mesurententre quelques centimetres et 2 metres, repré-sentent des motifs différents selon leur périodede réalisation. Pendant le Paléolithique, Jesthemes sont surtout animaliers (fig. 2 et 3);

Figo 2 -Bouquetin. Roche 1 de Rego da Vide.

cependant, on connait des themes non figuratifset une unique figuration humaine. Pendant Ia

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Fig. 3 -Poisson. Roche Sb de Penascosa.

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Préhistoire récente et les âges des métaux, lesmotifs anthropomorphes et non figuratifs sontles plus fréquents. Les gravures des âges duBronze et du Fer représentent des cavaliers,souvent armés et protégés (fig. 4). D'autresmotifs, plus récents, souvent datés par leursauteurs, ont été exécutés depuis le xvne siecleet jusqu'aux années 1950 (fig. 5). Les motifssont des représentations religieuses, historiquesou bien tirés d'observations d'événements deIa vie de tous les jours. Certa ines sont l'reuvred'auteurs encare vivants qui racontent avoir ob-servé les gravures de chronologie paléolithique,sans en comprendre Ia signification mais ayantpleine conscience de leu r ancienneté. En outre,de nombreux témoignages laissent supposer,comme cela a été observé à Canada do Inferno,l'existence de gravures jusqu'à Ia confluence du

Douro à des cotes inférieures au niveau artificieldu Côa.

D'éventuelles peintures, associées ou nonaux gravures comme on en connait dans lesgrottes omées, ne se sont pas conservées dufait de l'exposition aux intempéries. Les traitsqui constituent les motifs gravés ont été réalisésselon plusieurs techniques : le piquetage directou indirect à l'aide d'un instrument lithique in-termédiaire, l'incision linéaire et le raclage. L'ob-jectif commun à toutes ces opérations consistait,comme pour Ia peinture, à produire un contrastechromatique entre le fond de Ia rache, patiné,et le trait ou l'impact récemment gravé. Cecontraste s'est atténué avec le temps en annulantprogressivement Ia différence entre le fond etle trait. C'est pour cela que, de jour, Ia lecturedes gravures est plus facile pour les motifs

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Fig. 4 -Cavalier de l'âge du Fer superposé à un cervidé incisé de style paléolithique. Roche 1 de Vermelhosa.

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Fig. 5 -Art rupestre modeme daté. Roche 3 de Rego da Vide

piquetés, pIus profonds, et dépend beaucoup deI'incidence des rayons solaires.

L'attribution au PaIéolithique supérieur deIa majorité des gravures de Ia vaIIée du Côase base sur pIusieurs arguments. L'absence descenes associant homme et animaux, commeen on connait dans Ies représentations de I'artholocene du Levant espagnol, Ia dispositionet I'orientation des figures seIon Ies surfacesrocheuses disponibles, Ies superpositions demotifs et l'utiIisation des reIiefs et fissures desraches sont des caracteres communs et spéci-fiques à I'art paIéolithique connu jusqu'à pré-sento Les faunes représentées, et en particuIierIe couple cheval et aurochs, sont cIassiques dansI'art paIéolithique connu en grotte. L'associationaurochs, cheval, cerf et bouquetin pyrénéenest caractéristique des faunes découvertes enfouille dans Ies sites du maximum glaciaire duSud de Ia PéninsuIe ibérique. Le bouquetin enparticuIier nécessite des conditions clima tiquesbeaucoup plus froides que l'actuel polir que sonhabitat s'étende aux basses altitudes du bassindu Douro. Cette espece se trouve actuellementréfugiée dans les plus hauts reliefs d'Espagne.Les animaux typiques de Ia faune froide eurosi-bérienne, absents dansl'art du Côa,le sont aussidans les ensembles fauniques provenant detous les sites archéologiques et paléontologiques

connus au sud de Ia cordillere cantabriquecontemp0rains du demier maximum gIaciaire.

Les arguments stylistiques sont nombreux :Ia proportion entre le corps, Ia tê te et lesmembres des animaux, l'exagération de Iacourbe du ventre, l'absence de représentationdes extrémités des pattes sur Ia majorité desfigures et des conventions de représentation deIa tête et des bois ou des comes qui sont attestéessur des figures tracées au charbon datéespar le procédé A.S.M. ou dans I'art mobilierd'autres régions découverts dans des couchesarchéoIogiques qui ont été datées, notamment àIa grotte du ParpaIIõ (ViIlaverde, 1994).

On notera simpIement ici Ies représentationsdes têtes de chevaux aux oreiIIes séparées età Ia criniere qui forme un cran bien marquédont Ia gorge est étroite et le museau en « becde canard », qui sont généraIement attribuéesau SoIutréen ou à des périodes antérieures. Lesbiches à corps remplis par des incisions muI-tiples sont comparabIes à des figures magdaIé-niennes de l'art mobiIier et pariétal cantabrique.La convention de représentation de Ia crinierepar deux traits, l'un rectiligne et l'autre courbeest attribuée au Solutréen ou au Magdaléniendans Ia région cantabrique. La perspective par-ticuliere des comes des aurochs, chacune dansune position différente associée à un museau

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allongé et à extrémité carrée, sont connues surdes figures pariétales antérieures ou du débutdu Magdalénien. On notera en particulier Iareprésentation d'aurochs de Ia grotte de Ia têtedu Lion en France, ou des charbons de pinsylvestre, associés à des colorants, ont donné unâge de 21500:t 800 B.P. (Combier, 1984).

de plus de 40 raches gravées, dont certa inesportant plus d'une dizaine de motifs. li s'agitactuellement du groupe le plus riche en repré-sentations attribuables au PaIéolithique mais ilcontient aussi de três nombreuses figurationsrécentes, notamment des motifs religieux. Lesfigurations paléolithiques sont essentieIlementanimaIieres : eIles représentent des aurochs, desbouquetins, des chevaux et des cervidés. Plu-sieurs panneaux de morphologie comparable,étroits et relativement hauts, tels que Ia pre-miere rache découverte, présentent plusieursphases de gravures superposées associant desreprésentations de ces especes (fig. 6). On notequelques figures de poissons dont une associéeà des représentations d'animaux de petite taille,gravées par des faisceaux d'incisions linéaires.

2. PRINCIPAUX SITES À GRAVURES

Les gravures, plus nombreuses sur les neufdernie~s kilometres de Ia vallée, ne se répar-tissent pas de maniere aléatoire, mais selondifférents ensembles de plus forte densité.

Ceux de Canada do Inferno et de Rego daVide, les premiers en amont de Ia confluence,loca li sés en rive gauche, comprennent un total

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Fig.6 -Superposition d'aurochs,chevaux et bouquetins. Roche 1 de Canada do Inferno.

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Le passage vers Ia partie encaissée de Iavallée est marqué par un petit affluent deIa rive gauche du Côa dénommé Piscas, ou21 panneaux de gravures ont été dénombrés.Une imposante surface de schiste, face auCôa, à une centaine de metres en aval del'embouchure de Piscas, montre trais aurochssuperposés dont le style et Ia patine sontdifférents. Leur taille (environ 2 metres chacun),aussi bien que Ia disposition de Ia rache, arendu nécessaire un échafaudage ou un systemede cordage et indique que leu r observationdans de bonnes conditions n' était pas possibleà proximité. Fraichement gravés ou peints,ils devaient être visibles depuis l'autre rivedu Côa. L'ensemble de gravures de Piscasposse de quelques-uns des «chefs d'reuvre»de Ia vallée, comme par exemple le panneaupiqueté associant une représentation de deux

chevaux se caressant Ia joue et une petitesurfacegravée par incision représentant deu x chevauxcompletement figurés et dont Ies sabots sontreprésentés de face (fig. 7).

À deux kiIometres au sud de cet ensembIe,Quinta da Barca et Penascosa occupent desfalaises qui se font face et qui bordent Ie fondactuel de Ia valIée. Le premier, comprenant aumoins 25 raches gravées, s'étend jusqu'à Ia mi-versant, à une soixantaine de metres au-dessusdu niveau actuel du Côa. Le panneau le plusnotable, partiellement conservé, représente traisbouquetins, un mâle et une femelle. Le premierest représenté avec les palies pliées et complete-ment figurées, ce qui est exceptionnel dans l'art

du Côa, et une tête, dans deux positions, sug-gérant un mouvement. Les lignes de contoursdu corps ont été accentuées par un remplissage

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Fig.7 -Chevaux paléolithiques incisés. Roche 3 (à gauche) etroche 1 (à droite) de Ribeira de riscos.

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doivent dater de Ia Préhistoire récente, périodereprésentée dans d'autres abris de Faia par despeintures anthropomorphes noiTes et des petitesfigurations subnaturaIistes de cervidés peints en

rouge.

de courtes hachures perpendiculaires régulie-rement espacées. Cette convention est connuesur des plaquettes en pierre gravées rencontréesdans des niveaux du Magdalénien supérieur dusite du Parpalló, au sud de l'Espagne, et surdes rondelles d'os découpés de sites de Ia mêmepériode de Ia région cantabrique.

L'ensemble de Penascosa comprend un mi-nimum de 19 raches gravées, dont plusieursfigures à double ou triple représentation de Iaposition de Ia tête, dans I'objectif de suggérerle mouvement. L'un des panneaux, qui étaitenfoui sous les sédiments accumulés pendant Iapériode historique, associe deu x équidés (fig. 8).L'étalon est dessiné selon trais positions deIa tê te dont une qui vient toucher Ia crinierede Ia jument; l'ensemble suggere une scened'accouplement. L'un des panneaux possede denombreuses superpositions comparables à cellesnotées sur le site de Canada do Inferno.

3. SITES D'HABITAT

Le secteur de Ia vallée localisé entre Pe-nascosa et les premiers affleurements grani-tiques correspond à un schiste plus friable ouaucune gravure stylistiquement attribuable auPaléolithique n'a encare été détectée. CependantIa rache moins dure a permis Ia formationde terrasses rocheuses, laissées en relief lorsde l'incision du cours du Côa qui constituentdes plates-formes topographiques légerementen surplomb par rapport au cours d'eau. Ellesconstituent des sites de campement favorablespour des chasseurs et ont permis Ia conservationdes sédiments provenant du ruissellement. Stirles versants inclinés, en aval, et plus particulie-rement dans le secteur ou Ia vallée est bordéepar des falaises, ces sédiments n'ont pas étéconservés et ont été lavés par le Côa.

Actuellement, une vingtaine de sites duPaléolithique supérieur ont été détectés (Aubry,sous presse) dont trais sont localisés sur desplates-formes topographiques dominant desméandres dans le secteur de Ia vallée entre Faiaet Penascosa : Salto do Boi, Quinta da BarcaSul et Quinta da Barca. Les autres appartiennentau bassin versant du Douro et de Ia rivierede Aguiar ou occupent le plateau granitiqueentre ce demier cours d'eau et le Côa. Tous cessites ont livré des industries lithiques en racheslocales ou apportées (tel que le silex, dont lessources les plus proches sont à plus de 100 kmde distance), correspondant à des activitésquotidiennes comme Ia chasse, Ia préparationdes animaux chassés et le travail des peaux etdu bois. Dans plusieurs sites de fond de valléeou du plateau, des structures d'aménagementde l'espace habité ont été découvertes en fouille(pavages de galets et de plaquettes de schistesur lesquels sont concentrés, à haute densité,les artefacts et éléments lithiques de foyers àremplissage). Les vestiges lithiques rencontréslors des sondages et des fouilles réalisés depuis1995, principalement les armatures et pointesqui armaient les sagaies en os ou en bois nonconservées (fig. 9), indiquent une occupation de

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Fig. 8 -Scene d'accouplement entre unétalon et une jumento Roche 4 de Penascosa.

Plus au sud, à Faia, déjà dans les terrains gra-nitiques, Ia riviere est bordée par d/imposantesfalaises formant des abris. À leu r intérieur, pro-tégés de l/érosion, ont été repérées des gravuresd/aurochs de style paléolithique. Leurs traitssont superposés par des restes de peinture qui

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Fig. 9 -Pointes solutréennes trouvées dans les sites d'habitat de Ia vallée du Côa. 1-6 : fragments de pointesà cran, alga Grande 4, couche 2; 7 : fragment basal de feuille de laurier, Salto do Boi (Cardina I), couche 4.

Ia vallée pendant plusieurs phases du Paléoli-thique supérieur. L'exploitation de cette régionest attestée pendant le Gravettien évolué, leGravettien final (équivalent du Protomagdalé-nien français, daté des environs de 22000 B.P.),le Proto-solutréen, le Solutréen supérieur et leMagdalénien supérieur et final (entre 13000et 10000 B.P.). Ces attributions basées sur lestypes d'outils et Ia technologie lithique ont étéconfirmées par Ia datation de fragments dequartzites chauffés utilisés dans des remplis-sages de foyers découverts dans des occupationsgravettiennes et Ínagdaléniennes (Mercier et ai.,sous presse).

Outre ces témoins matériels d'une occu-pation de Ia vallée pendant le Paléolithiquesupérieur, d'autres périodes ont aussi laissé desvestiges de Ia présence humaine, parfois attes-tées aussi dans le domaine de l'art rupestre pardes représentations qui utilisent des conventions

stylistiques caractéristiques.Actuellement, le plus ancien peuplement

attesté dans Ia région est attribuable au Paléoli-thique inférieur. D'anciennes terrasses alluvialesde Ia vallée du Douro occupées actuellement pardes vignobles, en aval de Ia confluence avec leCôa, à Quinta de Vale Meão ou, en amont, àQuinta da Granja, ont donné des bifaces et autres

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outils caractéristiques. Les phases plus récentesdu Néolithique, du Chalcolithique et de I'âgedu Bronze sont connues surtout par des sitesd'habitat situés dans les plateaux granitiquesentaillés par le Côa et ses affluents. Des villagesprotohistoriques fortifiés implantés en hauteursont aussi connus dans Ia région.

dans les régions ou l'art paléolithique ne s'estconservé que dans des cavités abritées.

D'autre part, Ia richesse et Ia répartition desmanifestations de l'art dans Ia vallée du Côa,le long de 17 km, ouvrent de nombreuses vaiesnouvelles et completement originales d'étudede l'art paléolithique. En effet, l'évaluation deIa destruction anthropique (carrieres, travauxagricole, etc.), de Ia conservation différentielledes surfaces de fracture suivant les caractéris-tiques pétrographiques des raches et de l'étudede Ia conservation et des choix d'implantationdes habitats et des supports décorés pendant lesdifférentes périodes chronologiques, permettrad'approcher comment les hommes du Paléoli-thique supérieur et d'autres moments de I'His-toire concevaient et entretenaient des rapportsavec le territoire qu'ils occupaient.

4.

IMPLICATIONS SCIENTIFIQUES DE LADÉCOUVERTE

5.

ENREGISTREMENT DES GRAVURES

D'un point de vue purement esthétiqueon ne peut manquer de noter Ia qualité decerta ines représentations. L'idée de transcriptiondu mouvement par Ia figuration de plusieurstêtes dans différentes positions apparait demultiples fois sur des panneaux gravés de Iavallée du Côa. Cette nouvelle donnée permet demieux comprendre Ia figure principale du sitede Mazouco, découverte en 1981 dans Ia valléedu Douro à proximité de Ia frontiere entre lePortugal et l'Espagne (Jorge et aI., 1981), qui peutêtre interprétée comme un étalon dans deuxpositions du corps et des membres postérieurs.II s'agirait alors d'une convention, três raredans le reste de l'art paléolithique, qui pourraitêtre considérée comme un marqueur régional et

peut-être chronologique.Dans l'optique de l'approche interprétative

de l'art paléolithique, Ia découverte du Côaconfirme les indices qui s'étaient accumulésdepuis une dizaine d'années au Portugal (Ma-zouco), ruis en Espagne (Domingo Garcia,Piedras Blancas et Siega Verde) et en France(Fornols-Haut), qui laissaient penser que l'art pa-léolithique n'avait pas été exclusivement un artdes grottes mais qu'il avait aussi concerné dessupports rocheux en plein air (Jorge et aI., 1981;Martín & Moure, 1981; Sacchi, 1988; Balbín et aI.,1991, 1995; Martínez, 1992; Ripoll, 1992; Bahn,1995). On peut maintenant raisonnablement seposer Ia question de Ia représentativité de l'artdes cavernes et de Ia fiabilité des théories glo-balisantes basées sur Ia notion que l'art pariétalpaléolithique correspond à un comportementspécifique aux abris et grottes (Leroi-Gourhan,1964). En effet, les conditions clima tiques etgéologiques particulieres du bassin du Douroont probablement permis de conserver mira-culeusement des représentations en plein air,perdues du fait de Ia rapide dégradation ducalcaire par les altemances de gel et de dégel

L'enregistrement scientifique de l'art duCôa commença en 1995 sous Ia direction deA. M. Baptista et de M. V. Gomes (Baptista &Gomes, 1995; 1997). Les problemes de lisibilitédes représentations ont été éliminés par Iaréalisation noctume des relevés grâce à des spotslumineux alimentés par un groupe électrogene.Les panneaux gravés se présentant sous Ia formede superficies verticales, les relevés se font parcontact direct sur film plastique transparent àl'aide de feutres permanents pour les piquetageset de Rotring de différents diametres pour lesincisions. Les fractures, les détériorations de Iasurface et ses limites sont représentées selondes conventions spécifiques. Les panneaux sontrelevés dans leur ensemble, y compris les zonesnon gravées.

Tous les relevés sur film polymere ont étéreproduits en noir et blanc sur papier calque,puis photographiés au 1/5eme. Pour des raisonsde conservation, on travaille sur les pelliculesphotographiques, qui sont utilisées pour Ia pu-blication. En outre, des coupes topographiquesont été réalisées perpendiculairement à Ia sur-face.

Chacune des surfaces gravées est implantéesur Ia carte topographique au 1/2000 et localiséepar procédé G.P.S.

Aux relevés sur plastique transparent despanneaux s'associent des documents portant lesobservations techniques, les notes concemantl'ordre de superposition des traits et les états de

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57L'art rupestre de Ia vallée du Côa

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Fig. 10 -Le territoire concerné par le Plan de Sauvegarde en cours d'élaboration (qui correspondà une aire de 208 km2 et à un périmetre de 86,5 km), avec emplacement des Centres d'Accueil etautres infrastructures culturelles prévues. L'acces aux sites ouverts au public est fait avec des véhiculestout-terrain du Parc conduits par des guides. L'ouverture du complexe muséologique de Cana da doInferno est prévue pour I'année 2000 et permettra Ia visite des gravures de ce site en regime d'extensionde plein air du Musée du Parco Les autres infrastructures ont déjà été mises en place en 1996-1997.

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58 João ZILHÃO, Thierry AUBRY et António F. CARVALHO

patine. Les panneaux ont aussi été systématique-ment photographiés, plus particulierement lesinterceptions de traits, aussi bien en noir et blancqu'en diapositives.

Le nettoyage des surfaces en schiste, parfoisrecouvertes de lichens, a été réduit au minimum.Cette opération a été réalisée uniquement avecde l'eau du Côa, par l'intermédiaire d'instru-ments souples et seulement dans les cas ou il yavait des traits gravés recouverts. La prospectionnocturne des panneaux par l'intermédiaire despots lumineux mobiles a permis de nuancer lesobservations de jour. En effet, sur le site de Pis-cos, ou trais raches seulement étaient connuesau début, cette méthode de prospection a permisIa découverte deplus de vingt panneaux portantdes gravures incisées.

d 'une heure et de mie, les renseignements concer-nant Ia flore, Ia faune et l'histoire de Ia régionaussi bien que toutes les données nécessairesà Ia lecture et à l'interprétation des gravuresrupestres présentées. Chaque visiteur disposed'un dossier, réalisé à partir des études desspécialistes, qui contient les éléments de lecturedes motifs des raches et de leurs superpositions.

Malgré les limitations relatives à l'utilisationexclusive des véhicules du Parc, en nombre et decapacité limité, et le choix d'accompagnementpar des guides spécialement fo~és, pres de25000 personnes visitent chaque année le Parcdepuis son inauguration le 10 aout 1996. Enoutre, cette expérience a déjà révélé que Iaforte expectative du grand public concemantces manifestations artistiques, créée par Ia fortemédiatisation de Ia poIémique nationaIe et in-temationaIe autour de I'arrêf de Ia constructiondu barrage, n'est pas déçue dans I'écrasantemajorité des caso

On notera enfin que Ie maintien sur pIaced'une équipe d'archéoIogues responsabIes pourl'étude de I'art et du contexte archéoIogique,paraIleIement à Ia présentation au pubIic dessites préparés pour cela, est essentieIle pourdéfinir Ies objectifs prioritaires de Ia recherche etaméIiorer Ia quaIité des informations diffuséesà un pubIic adulte et scoIaire.

6. LE PARC ARCHÉOLOGIQUE

La décision de créer le Parc Archéologique deIa Vallée du Côa résulta de Ia prise en compte dufait que les gravures devaient être maintenuesdans leur contexte naturel, qui leur donne leursignification, et que l'intervention au sein dece territoire devrait être réduite au minimum,étant donné que Ia difficulté d'acces est le facteurqui a permis et devra continue r à permettreIa préservation des sites et de l'environnementnaturel.

Trois ensembles de gravures sont actuelle-ment ouverts au publico Le schéma d'organisa-tion des visites est basé sur cette philosophie depréservation et sur les horaires d'incidence desrayons solaires permettant une bonne lisibilitédes gravures. Elles s'effectuent à partir qu siegedu Parc, localisé à Vila Nova de Foz Côa, pourl' ensemble de gravures de Cana da do Inferno, etdepuis les Centres d'Accueil de Castelo Melhor,pour le groupe de Penascosa, et de Muxagata,pour le groupe de Piscas. La figure 10 présenteun schéma de Ia façon dont le Parc devra fonc-tionner une fois que toutes les infrastructuresprévues seront mises en place, ce qui est prévupour l'année 2003.

Les visites sont réalisées dãhs les véhiculestout terrain du Parc, qui transportent un maxi-mum de huit personnes conduites par un guideet doivent être réservées à l'avance. Les guidesont fait l'objet d'une formation spécifique et four-nissent, pendant des visites de durée moyenne

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L'art rupestre de Ia vallée du Côa 59

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Adresse des auteurs :

João ZILHÃOInstituto Português de Arqueologia

Av. da India, 136P-1300 Lisboa (Portugal)

Thierry AUBRY, António F. CARVALHOParque Arqueológico do Vale do Côa

Av. Gago Coutinho, 19P-SIS0 Vila Nova de Foz Côa (Portugal)

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